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FIGURAÇÕES DO POETA VULGAR E CRÍTICA DO ROMANTISMO EM MACHADO DE ASSIS

THE VULGAR POET AND CRITICISM OF ROMANTICISM IN MACHADO DE ASSIS

Resumo

A partir da análise de três contos - "Aurora sem dia" (1873), "O programa" (1882) e "Vênus! Divina Vênus!" (1893) -, este artigo discute a figuração do poeta vulgar em Machado de Assis. Por meio dela, procuro demonstrar que o autor atualizou o modelo poético do "Poeta sem Arte", construindo uma figura de poeta vulgar como modo de problematizar o que via como efeitos negativos do triunfo do Romantismo. Essa crítica associou-se, no entanto, a modificações na poética machadiana; a postura normativa e pedagógica, empenhada em evidenciar o ideal do bom poeta, deu lugar progressivamente a uma abordagem mais historicizada daquela figura: de um charlatão oportunista a ser combatido e denunciado, ele passou a poeta de ocasião, objeto de simples registro irônico. Desse modo, Machado de Assis abandonava, igualmente, a perspectiva normativa própria do regime retórico-poético.

Palavras-chave:
Romantismo e antirromantismo; poética e retórica; contos de Machado de Assis

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