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As luzes do mercado se apagam: as falsas promessas do neoliberalismo ao término de um século em crise

Com o fracasso do socialismo de Estado na Europa, o neoliberalismo apresenta-se como panacéia universal, mas não tem conseguido resolver muitos problemas práticos e é problemático em seus "milagres", feitos à base de salário barato, trocas assimétricas, créditos artificiais e destruição ecológica. Na teoria é incapaz de perceber as contradições estruturais do capitalismo. Como a economia já está internacionalizada, vem sendo gestada uma crise geral. Os Estados Unidos não podem tornar-se novamente a locomotiva da economia mundial, pois sua dívida privada duplicou nos últimos 10 anos, atingindo a cifra média de $70.000 por família, enquanto as exportações do país só são mantidas com a queda do dólar no mercado internacional. Japão e Alemanha cresceram à base de créditos artificiais, sem aumento proporcional na produção. Os países sul-americanos não têm conseguido desenvolver a capacidade de concorrência internacional dos tigres asiáticos, mas estes não lhes podem servir de modelo: o Brasil é diferente da Coréia, pois não se encontra na vizinhança de um país desenvolvido como o Japão, a sua população é maior e o seu mercado interno potencial é mais extenso. As teorias da dependência insistiram na concepção de trocas assimétricas e não consideraram suficientemente as contradições e limites do capitalismo, por isso muitos dos seus intelectuais passaram facilmente a defender teses e práticas neoliberais. Há hoje uma barreira para pensar um modelo alternativo ao neoliberalismo vigente, embora sua falha obrigue a isso.


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