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Biomecânica no DALK: grande bolha versus dissecção manual lamelar

RESUMO

Objetivo:

O objetivo do estudo foi comparar pa râmetros biomecânicos corneanos de pacientes com cirurgia de ceratoplastia lamelar anterior profunda com formação bem-sucedida de bolha e dissecção lamelar manual, frente à falha de formação da grande bolha.

Métodos:

Este estudo comparativo retrospectivo incluiu 60 olhos de 60 pacientes com ceratocone submetidos à cirurgia de ceratoplastia lamelar anterior profunda. Os pacientes foram agrupados como grande bolha (+) e grande bolha (-) de acordo com o sucesso da formação da grande bolha durante a cirurgia. O grupo grande bolha (+) incluiu 42 olhos, enquanto o grupo grande bolha (-) tinha 18 olhos. Além disso, para a avaliação dos efeitos da disparidade entre alterações individuais nas propriedades biomecânicas da córnea, reagrupamos os pacientes em 0,25 mm e 0,50 mm. Parâmetros biomecânicos da córnea, caracterizados por histerese corneana e fator de resistência corneana foram medidos com o ORA 12 meses após a cirurgia.

Resultados:

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos grande bolha (+) e grande bolha (-) em relação aos parâmetros biomecânicos da córnea (histerese corneana: 10,06, 10,25, p=0,716/fator de resistência da córnea: 10,15, 10,07, p=0,805, respectivamente). Além disso, os resultados de paquimetria não diferiram estatisticamente entre os dois grupos. A análise de regressão multivariada demonstrou que a histerese da córnea e o fator de resistência corneana estavam associados positivamente com a espessura corneana central (p<0,001/r2=0,506, p<0,001/r2=0,561 respectivamente). No entanto, o estudo não revelou associação entre qualquer um dos tamanhos de punção e histerese corneana, bem como entre os tamanhos de punção e o fator de resistência corneano (p=0,673, p=0,643).

Conclusões:

A histerese da córnea e os valores do fator de resistência da córnea foram comparáveis com formação de grande bolha e dissecção manual lamelar na ceratoplastia lamelar anterior profunda. Assim, a dissecção manual lamelar não foi uma desvantagem, considerando os fatores biomecânicos da córnea.

Descritores:
Córnea/fisiopatologia; Transplante de córnea/métodos

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