RESUMO
Objetivo:
Determinar o perfil de liberação, no humor aquoso, de moxifloxacino encapsulado em lipossomas como um sistema de liberação controlada para aplicação intracameral.
Métodos:
Lipossomas contendo moxifloxacino foram obtidos através do método de hidratação do filme lipídico e caracterizados por tamanho da partícula e eficiência de encapsulação. Utilizaram-se coelhos fêmeas foram para o estudo do perfil de liberação in vivo. Lipossomas contendo moxifloxacino foram injetados na câmara anterior do olho direito de cada animal. Os coelhos foram divididos em cinco grupos, e uma amostra de humor aquoso foi coletada 2, 4, 8, 24 e 48 h após a administração de lipossomas contendo moxifloxacino. As concentrações de moxifloxacino no humor aquoso foram analisadas usando cromatografia líquida de alta eficiência.
Resultados:
O tamanho médio dos lipossomas contendo moxifloxacino foi de 60,5 ± 0,72 nm com uma distribuição de tamanho de partícula de 0,307. A eficiência de encapsulação de moxifloxacino nos lipossomas foi de 92,24 ± 0,24. Os resultados de um estudo de liberação in vivo de lipossomas contendo moxifloxacino, mostraram que a concentração máxima de moxifloxacino foi atingida dentro das primeiras 2 h após sua administração (5,27 ± 1,09 mg/mL) e foi seguida de um decréscimo na concentração intracameral (0,35 ± 0,05 mg/mL) até a marca de 24 h.
Conclusão:
Os experimentos in vivo resultaram em lipossomas contendo moxifloxacino que eram homogêneos em tamanho e exibiam alta eficiência de encapsulação do fármaco. Os resultados indicam que lipossomas contendo moxifloxacino oferecem um perfil de liberação de humor aquoso satisfatório após a aplicação intracameral.
Descritores:
Nanotecnologia; Naniopartículas; Lipossomos; Sistemas de liberação de medicamentos; Endoftalmite; Fluoroquinolonas; Animais; Coelhos