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Glândulas cróceas em Polygala adenophora (Polygalaceae): estrutura, histoquímica e aspectos funcionais

RESUMO

Glândulas cróceas são estruturas visíveis, definidas por seu formato arredondado e coloração amarelada. Elas possuem grande importância taxonômica, sendo utilizadas para delimitar a seção Timutua, uma das 14 seções do subgênero Polygala, pertencente ao gênero Polygala, o mais representativo da família Polygalaceae, com cerca de 120 espécies registradas para o Brasil. Porém, as glândulas cróceas ainda carecem de informações mais detalhadas sobre sua natureza. Dessa forma, o presente estudo caracterizou a distribuição, estrutura e histoquímica das glândulas cróceas nos órgãos reprodutivos e vegetativos aéreos de Polygala adenophora. Amostras de P. adenophora em diferentes estágios de desenvolvimento (botões florais, flores totalmente desenvolvidas e frutos), assim como caule e folhas extraídas dos 1º, 3º, 6º e 9º nós, foram obtidas em uma área costeira no estado do Pará, Brasil. As amostras foram fixadas em FAA50 ou formalina neutra tamponada e submetidas a microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. Foram realizados testes histoquímicos para substâncias lipofílicas e hidrofílicas. Os resultados mostraram que as glândulas cróceas são formadas por cavidades e ductos secretores, com formação de origem esquizolisígena, presentes desde o início do desenvolvimento dos órgãos vegetativos e reprodutivos. As cavidades e ductos secretam uma substância de natureza lipofílica, composta por óleos essenciais e lipídios. Hipotetizamos que esse exsudato possivelmente tenha uma função protetiva, atuando contra ataques de patógenos e herbívoros.

PALAVRAS-CHAVE:
Fabales; anatomia vegetal; cavidades secretoras; óleos essenciais

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