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A parceria emergente Brasil-China

The emerging Brazil-China partnership

EDITORIAL

Áurea J. Chaves

O último trimestre de 2010 foi marcado por agradável surpresa. Nossa audiência na China cresceu rapidamente e hoje alcança quase 5% dos acessos eletrônicos ao portal da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI). Coincidentemente, travamos, nesse período, o primeiro contato com editorialistas daquele país, que, num exemplo de atenção, seriedade e compromisso, aceitaram e enviaram seu editorial em tempo recorde.

Nesta edição, trazemos artigo original inédito de Freitas et al., do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo, SP), que trata da utilização do stent liberador de sirolimus FirebirdTM (Microport Co. Ltd., Xangai, China) no tratamento da reestenose de stents convencionais. Trata-se de um stent utilizado em quase um terço das intervenções coronárias percutâneas na China e de uso crescente no Brasil. O artigo em questão avalia, no seguimento de um ano, os resultados angiográficos e ultrassonográficos desse stent, que se mostraram superponíveis aos dos stents farmacológicos mais conhecidos. O artigo reveste-se de importância adicional por ser o primeiro publicado a investigar esse assunto. Busca no Pubmed em dezembro de 2010 mostrou apenas 27 publicações que tratam do stent FirebirdTM, um terço delas na língua nativa, e nenhuma avaliando o nicho da reestenose intrastent. Editorial correspondente de Yan e Xu, do Cardiovascular Institute and Fu-Wai Hospital (Pequim, China), revisa as possibilidades terapêuticas da reestenose intrastent, destaca a importância dos estudos a longo prazo e com número significativo de pacientes para avaliar a segurança dos tratamentos percutâneos empregados, e lembra o balão revestido com paclitaxel, opção ainda pouco utilizada em nosso meio.

No cenário das intervenções percutâneas em cardiopatias congênitas trazemos três artigos que exploram as fronteiras da especialidade. Arrieta et al., do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Recife, PE), apresentam resultados animadores com a utilização da via axilar obtida por punção como acesso alternativo para procedimentos complexos em neonatos e lactentes. Carlos Pedra, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo, SP), em editorial inspirado, enfatiza a necessidade do planejamento minucioso do cateterismo terapêutico em cardiopatias congênitas, a obtenção de rotas mais curtas, seguras e eficazes para procedimentos tecnicamente difíceis, e, sobretudo, a necessidade de o intervencionista se reprogramar, quando necessário, para enfrentar situações desafiadoras.

Queiroz et al., do Hospital dos Servidores do Es-tado/MS-RJ (Rio de Janeiro, RJ), exibem sua experiência com uma prótese parcialmente bioabsorvível para a oclusão de defeitos do septo interatrial, ilustrada na capa desta edição. O artigo traz uma verdadeira aula, em que são citadas passo-a-passo todas as etapas do implante, são discutidas as vantagens e limitações e é apresentada, ao final, o que talvez seja a solução definitiva da correção desses problemas: uma prótese totalmente bioabsorvível. Mario Carminati, do IRCCS Policlinico San Donato (Milão, Itália), acrescenta em seu editorial quais são as características ideais das próteses para fechamento de defeitos septais e quais são as vantagens de um dispositivo bioabsorvível, que podem permitir, por exemplo, o acesso transeptal ao átrio esquerdo em caso de necessidade futura. Mas adverte que o número de pacientes ainda é pequeno e que o seguimento é curto para que a superioridade da prótese bioabsorvível sobre as próteses convencionais seja estabelecida.

Por último, Manica et al., do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul - Fundação Universitária de Cardiologia (Porto Alegre, RS), trazem resultados interessantes com o implante percutâneo de dispositivos para a correção de lesões residuais e complicações em condutos de pacientes com circulação do tipo univentricular, submetidos a cirurgia de circuito do tipo Fontan. Abordam o tratamento das obstruções de condutos por meio do implante de stents não-recobertos e a oclusão de fenestrações cirúrgicas com stents recobertos ou dispositivos de AmplatzerTM, sua segurança e os altos índices de sucesso imediato obtidos.

No encerramento do ano de 2010, agradeço aos autores, revisores, componentes do Corpo Editorial, funcionários e diretores da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), e, em especial, aos profissionais envolvidos na produção da Revista, que, superando dificuldades pessoais e profissionais, se sacrificaram para manter em dia o elevado padrão de publicação da RBCI.

Feliz 2011 a todos!

Áurea J. Chaves

Editora

  • A parceria emergente Brasil-China

    The emerging Brazil-China partnership
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Ago 2012
    • Data do Fascículo
      2010
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