Acessibilidade / Reportar erro

Evolução temporal do perfil de risco e resultados da intervenção coronariana percutânea em pacientes com disfunção ventricular esquerda: dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC)

Temporal evolution of risk profile and outcomes of percutaneous coronary intervention in patients with left ventricular dysfunction: results from the National Registry of Cardiovascular Interventions (CENIC)

Resumos

INTRODUÇÃO: Estudos antigos estabeleceram que pacientes com risco elevado seriam beneficiados quando tratados por cirurgia de revascularização miocárdica. Entretanto, não é tão claro se esse benefício também poderia ser alcançado por intervenções coronarianas percutâneas (ICP). O objetivo do presente estudo foi avaliar os resultados imediatos das ICP realizadas em pacientes com disfunção ventricular esquerda e o perfil geral de risco dos pacientes assim tratados. MÉTODO: Com base no registro Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC), foram analisadas todas as ICP realizadas em pacientes com disfunção ventricular esquerda entre 1999 e 2007. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo A (antes de 2002) e grupo B (depois de 2002). Características clínicas, angiográficas e desfechos da fase hospitalar foram comparados. Análise estatística comparando os dois grupos foi realizada com teste de qui-quadrado e teste t de Student, sendo significativo P < 0,05. RESULTADOS: Foram analisados 50.587 pacientes tratados por ICP (n = 12.783 no grupo A e n = 37.804 no grupo B). Registrou-se perfil geral de risco significativamente mais elevado no grupo B, bem como maior número de intervenções em lesões complexas e em pacientes com disfunção ventricular esquerda moderada e grave. Ocorreu redução dos índices de óbito hospitalar (2,4% vs. 1,6%; P < 0,001), infarto agudo do miocárdio (0,9% vs. 0,5%; P < 0,001), acidente vascular encefálico (2,2% vs. 0,4%; P < 0,001), insuficiência renal aguda (2,7% vs. 0,8%; P < 0,001) e complicações vasculares (6,3% vs. 1,6%; P < 0,001). CONCLUSÃO: Este estudo, focando exclusivamente pacientes com disfunção ventricular esquerda, mostra que resultados adequados das ICP em hospital foram obtidos e mantidos a despeito da progressiva elevação do perfil geral de risco nos pacientes assim tratados, ao longo do período de 1999 a 2007.

Angioplastia transluminal percutânea coronária; Stents; Fatores de risco; Função ventricular; Disfunção ventricular esquerda


BACKGROUND: Previous authors demonstrated better outcomes for patients with left ventricular dysfunction (LVD) undergoing coronary artery bypass grafting. However, it is not yet clear if those patients could benefit from percutaneous coronary intervention (PCI). This study aimed to evaluate the early PCI outcomes in patients with LVD undergoing PCI. METHODS: The database of the National Registry of Cardiovascular Interventions (CENIC) of the Brazilian Society of Hemodynamics and Interventional Cardiology (SBHCI) was used to analyze all PCI procedures in patients with LVD between 1999-2007. Patients were divided in two groups: group A (before 2002) and group B (after 2002). Clinical and angiographic characteristics and in-hospital outcomes were recorded and compared. Statistical analyses were performed using the chi-square test and Student's t test, and P < 0.05 was considered statistically significant. RESULTS: A total of 50,587 patients were treated by PCI (n = 12,783 in Group A and n = 37,804 in Group B). There was a significantly higher risk profile in group B, as well as a higher number of PCI in complex lesions and in patients with moderate and severe LVD. Rates of in-hospital mortality (2.4% vs. 1.6%; P < 0.001), acute myocardial infarction (0.9% vs. 0.5%; P < 0.001) and stroke (2.2% x 0.4%; P < 0.001) were reduced in patients treated after 2002. CONCLUSION: This study shows that adequate PCI results were obtained and maintained in hospitalized patients with LVD despite the progressive increase in the overall risk profile of these patients from 1999 to 2007.

Angioplasty, transluminal, percutaneous coronary; Stents; Risk factors; Ventricular function; Ventricular dysfunction, left


ARTIGO ORIGINAL

Evolução temporal do perfil de risco e resultados da intervenção coronariana percutânea em pacientes com disfunção ventricular esquerda: dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC)

Temporal evolution of risk profile and outcomes of percutaneous coronary intervention in patients with left ventricular dysfunction: results from the National Registry of Cardiovascular Interventions (CENIC)

Cristiano de Oliveira CardosoI,II; Alexandre Schaan de QuadrosI,II; Rogério Eduardo Gomes Sarmento-LeiteI,II; Carlos Antônio Mascia GottschallI,II; Luiz Alberto MattosII,III; José Antonio Marin-NetoII,IV

IInstituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul - Porto Alegre, RS, Brasil

IICentral Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) - São Paulo, SP, Brasil

IIIInstituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo, SP, Brasil

IVHospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) - Ribeirão Preto, SP, Brasil

Correspondência Correspondência: Cristiano de Oliveira Cardoso Rua Anita Garibaldi, 2.381/707 - Boa Vista Porto Alegre, RS, Brasil - CEP 90480-201 E-mail: co.cardoso@terra.com.br

RESUMO

INTRODUÇÃO: Estudos antigos estabeleceram que pacientes com risco elevado seriam beneficiados quando tratados por cirurgia de revascularização miocárdica. Entretanto, não é tão claro se esse benefício também poderia ser alcançado por intervenções coronarianas percutâneas (ICP). O objetivo do presente estudo foi avaliar os resultados imediatos das ICP realizadas em pacientes com disfunção ventricular esquerda e o perfil geral de risco dos pacientes assim tratados.

MÉTODO: Com base no registro Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC), foram analisadas todas as ICP realizadas em pacientes com disfunção ventricular esquerda entre 1999 e 2007. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo A (antes de 2002) e grupo B (depois de 2002). Características clínicas, angiográficas e desfechos da fase hospitalar foram comparados. Análise estatística comparando os dois grupos foi realizada com teste de qui-quadrado e teste t de Student, sendo significativo P < 0,05.

RESULTADOS: Foram analisados 50.587 pacientes tratados por ICP (n = 12.783 no grupo A e n = 37.804 no grupo B). Registrou-se perfil geral de risco significativamente mais elevado no grupo B, bem como maior número de intervenções em lesões complexas e em pacientes com disfunção ventricular esquerda moderada e grave. Ocorreu redução dos índices de óbito hospitalar (2,4% vs. 1,6%; P < 0,001), infarto agudo do miocárdio (0,9% vs. 0,5%; P < 0,001), acidente vascular encefálico (2,2% vs. 0,4%; P < 0,001), insuficiência renal aguda (2,7% vs. 0,8%; P < 0,001) e complicações vasculares (6,3% vs. 1,6%; P < 0,001).

CONCLUSÃO: Este estudo, focando exclusivamente pacientes com disfunção ventricular esquerda, mostra que resultados adequados das ICP em hospital foram obtidos e mantidos a despeito da progressiva elevação do perfil geral de risco nos pacientes assim tratados, ao longo do período de 1999 a 2007.

Descritores: Angioplastia transluminal percutânea coronária. Stents. Fatores de risco. Função ventricular. Disfunção ventricular esquerda/terapia.

ABSTRACT

BACKGROUND: Previous authors demonstrated better outcomes for patients with left ventricular dysfunction (LVD) undergoing coronary artery bypass grafting. However, it is not yet clear if those patients could benefit from percutaneous coronary intervention (PCI). This study aimed to evaluate the early PCI outcomes in patients with LVD undergoing PCI.

METHODS: The database of the National Registry of Cardiovascular Interventions (CENIC) of the Brazilian Society of Hemodynamics and Interventional Cardiology (SBHCI) was used to analyze all PCI procedures in patients with LVD between 1999-2007. Patients were divided in two groups: group A (before 2002) and group B (after 2002). Clinical and angiographic characteristics and in-hospital outcomes were recorded and compared. Statistical analyses were performed using the chi-square test and Student's t test, and P < 0.05 was considered statistically significant.

RESULTS: A total of 50,587 patients were treated by PCI (n = 12,783 in Group A and n = 37,804 in Group B). There was a significantly higher risk profile in group B, as well as a higher number of PCI in complex lesions and in patients with moderate and severe LVD. Rates of in-hospital mortality (2.4% vs. 1.6%; P < 0.001), acute myocardial infarction (0.9% vs. 0.5%; P < 0.001) and stroke (2.2% x 0.4%; P < 0.001) were reduced in patients treated after 2002.

CONCLUSION: This study shows that adequate PCI results were obtained and maintained in hospitalized patients with LVD despite the progressive increase in the overall risk profile of these patients from 1999 to 2007.

Descriptors: Angioplasty, transluminal, percutaneous coronary. Stents. Risk factors. Ventricular function. Ventricular dysfunction, left/therapy.

Historicamente, primeiro se estabeleceu o conceito de que pacientes com lesões graves em tronco de artéria coronária esquerda, disfunção ventricular esquerda, diabetes melito e lesões multivasculares se beneficiariam de cirurgia de revascularização do miocárdio, em comparação com os tratados clinicamente (com os recursos da época correspondente)1. Posteriormente, durante os primórdios da intervenção coronariana percutânea (ICP), fundamentalmente realizada com balões, sem uso de stents, estudos em grupos de pacientes com aquelas características sugeriram superioridade da cirurgia de revascularização do miocárdio sobre a ICP2-7. No entanto, observa-se aumento crescente dos procedimentos percutâneos em pacientes com disfunção ventricular esquerda, e pacientes anteriormente encaminhados à cirurgia de revascularização do miocárdio hoje são tratados percutaneamente8-10.

Além de o arsenal técnico usado durante a ICP ser muito pouco desenvolvido na época daqueles estudos, o tratamento clínico adjunto também evoluiu bastante a partir da década de 1990. A combinação dessa evolução com o desenvolvimento técnico constante na área da cardiologia intervencionista repercutiu em aumento dos índices de sucesso e redução das taxas de complicações da ICP. Em especial, o advento dos stents farmacológicos trouxe novo alento para o tratamento por meio de ICP de pacientes antes encaminhados a cirurgia de revascularização do miocárdio11-13.

Embora se careça de dados sobre procedimentos no Brasil, na literatura internacional publicações tan-to mais precoces como mais recentes testemunham os bons resultados alcançados com ICP em pacientes com disfunção ventricular esquerda14,15. O objetivo do presente estudo, focalizando essencialmente pacientes com disfunção ventricular esquerda submetidos a ICP, foi determinar o comportamento temporal do perfil geral de risco nesse grupo de doentes, e o correspondente conjunto de resultados obtidos na fase hospitalar dos procedimentos, conforme dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC).

MÉTODO

O Registro CENIC

Os dados relacionados aos procedimentos no presente estudo foram obtidos a partir do banco de dados da CENIC, mantido pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). Os relatos individuais de procedimentos são voluntariamente enviados pelos membros da Sociedade e incluídos nesse registro. A SBHCI estimula seus sócios a responder e enviar um questionário com detalhes técnicos de todas as intervenções realizadas, coronarianas ou valvulares. O formulário do registro CENIC para ICP contém informações referentes a fatores de risco para cardiopatia isquêmica, características clínicas dos pacientes, detalhes técnicos do procedimento realizado, e evolução clínica dos pacientes na fase hospitalar. Todo o processo é atualmente enviado via Internet por meio de um formulário padrão e atualizado periodicamente.

Seleção de pacientes

Os dados relacionados aos procedimentos de ICP em pacientes com disfunção ventricular esquerda incluídos neste estudo foram obtidos do banco de dados CENIC entre os anos de 1999 e 2007. Para evitar qualquer viés de seleção, não foram aplicados critérios de exclusão e todas as intervenções cadastradas em pacientes com disfunção ventricular esquerda foram incluídas na análise. As análises foram feitas conforme o ano em que o procedimento foi realizado, dividindo-se os pacientes em dois grupos: grupo A, pacientes submetidos a ICP até 2001 (inclusive); e grupo B, pacientes submetidos a ICP no período de 2002 a 2007. Foi a partir de 2002 que os stents farmacológicos passaram a ser disponibilizados no Brasil, de forma que esse critério permitirá considerar o impacto desse fator nos resultados a serem analisados.

Características analisadas

De acordo com as informações registradas na CENIC, foram coletadas e analisadas informações contidas nas telefichas referentes a idade, gênero, fatores de risco para doença cardiovascular (diabetes melito, hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia, história familiar), apresentação clínica e indicação da ICP, categorização da disfunção ventricular (em leve, moderada e grave), número de vasos comprometidos, vaso-alvo da ICP, características angiográficas da lesão, e índices de sucesso e de complicações (óbito, complicações de acesso vascular, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal após ICP e acidente vascular encefálico).

Análise estatística

Os dados são apresentados em média, desvio padrão e porcentual. Para comparação das variáveis categóricas, foi utilizado o teste de qui-quadrado, e as variáveis contínuas foram analisadas pelo teste t de Student, considerando nível de significância P < 0,05.

RESULTADOS

Entre os anos de 1999 e 2007, foram reportados ao registro CENIC 50.587 procedimentos para tratamento de doença arterial coronariana em pacientes com disfunção ventricular esquerda. Foram registradas 12.783 (grupo A) e 37.804 (grupo B) ICPs no primeiro e segundo períodos estudados, respectivamente.

Com relação ao perfil dos pacientes, observou-se padrão heterogêneo de complexidade na comparação dos dois grupos, considerando-se as características estudadas. Assim, o perfil de risco clínico global dos doentes apresentou significativo aumento de gravida-de no grupo B, comparativamente ao grupo A: apenas as taxas de hipertensão arterial foram comparáveis nos dois grupos, observando-se para o grupo B incrementos significativos na prevalência de tabagismo, dislipidemia, diabetes melito, antecedentes de infarto do miocárdio e história familiar positiva para cardiopatia isquêmica. Notou-se também no grupo B aumento da prevalência de pacientes que sofreram procedimentos prévios de revascularização, seja por cirurgia ou angioplastia. Detectou-se ainda, no grupo B, que a ICP foi mais frequentemente realizada em pacientes com síndrome isquêmica aguda de médio e alto riscos, quando aplicados os critérios do escore de risco TIMI. Essas características clínicas dos pacientes submetidos a ICP são apresentadas na Tabela 1.

Na Tabela 2, são mostradas as características angiográficas dos procedimentos. No total, foram tratadas 17.118 e 53.144 lesões nos períodos compreendidos antes e depois de 2001, respectivamente. Em comparação ao grupo A, observou-se significativo aumento do número de lesões tratadas por paciente (1,3 lesão por paciente no grupo A vs. 1,4 lesão por paciente no grupo B; P = 0,002). O número de angioplastias com implante de stents também foi significativamente maior a partir de 2002 (73,5% vs. 87,24%; P < 0,001). E foi também a partir de 2002 que se verificou a incorporação dos stents farmacológicos na prática clínica, evidenciada pelo uso crescente dessa tecnologia (0,72% no grupo A vs. 12,7% no grupo B; P < 0,001).

Acompanhando a mesma tendência do perfil clínico de risco mais grave no grupo B, o padrão angiográfico também apresentou diferenças significantes entre os dois períodos. Lesões complexas do tipo C, lesões com comprimento > 20 mm e envolvimento de ramos laterais foram encontrados com maior frequência no grupo B. O tronco de artéria coronária esquerda também foi significativamente mais abordado no grupo B, bem como pacientes apresentando comprometimento multivascular, que foram tratados em maior proporção no período de 2002 em diante. As características angiográficas são detalhadamente mostradas na Tabela 2.

Com relação aos desfechos, os dados revelam equiparação nas taxas de sucesso imediato do procedimento. Fato estatisticamente significante foi a redução das complicações no grupo B. Observou-se expressiva queda da mortalidade imediata, bem como queda das taxas de infarto relacionado, insuficiência renal, complicações vasculares e acidente vascular encefálico na fase hospitalar após o procedimento. Na Tabela 3, são descritos os desfechos dos procedimentos nos dois períodos assinalados.

DISCUSSÃO

Publicações anteriores, divulgando resultados das ICPs no plano nacional, têm sido oriundas do registro CENIC16-21. Tanto dados de procedimentos eletivos quanto casos de infarto agudo do miocárdio foram anteriormente reportados, fato importante para a divulgação do que tem sido realizado pelos membros da SBHCI. Entretanto, não havia relatos sobre o estado atual das ICPs em pacientes com disfunção ventricular esquerda.

Os pacientes com disfunção ventricular esquerda fazem parte de crescente subgrupo específico na prática cardiológica atual. Por apresentarem mortalidade aumentada, em diversos cenários clínicos e intervencionistas, se comparados a pacientes com fração de ejeção normal15, os doentes com essa característica são, geralmente, excluídos da maioria dos ensaios clínicos randomizados. Além disso, o benefício da revascularização está intimamente relacionado com a presença ou não de viabilidade miocárdica22,23. Carece-se, portanto, de evidências robustas nesse subgrupo de indivíduos.

Historicamente, registra-se o conceito de que pacientes com menor fração de ejeção seriam mais beneficiados por cirurgia de revascularização do miocárdio, em cotejo com revascularização por via percutânea. Entretanto, foram dados da década de 902-7,24 que demonstravam resultados favoráveis aos pacientes tratados por cirurgia quando comparados aos submetidos a angioplastia. É importante salientar que esses estudos demonstravam essencialmente a superioridade do procedimento cirúrgico no que tange à sobrevida livre

de angina; em adição, por meio de subanálises, sugeria-se também benefício em termos de mortalidade da cirurgia de revascularização do miocárdio sobre a ICP para tratar pacientes com disfunção ventricular esquerda. Entretanto, tais estudos refletem fundamentalmente os resultados obtidos na era da angioplastia com balão. Em contraste com esse panorama inicial das comparações, estudos mais recentes8,14,15 têm demonstrado benefício cada vez mais nítido da ICP realizada em pacientes com disfunção ventricular esquerda. É importante assinalar que nesse grupo de pacientes com disfunção ventricular esquerda, mesmo sem se elevar significativamente a fração de ejeção, a ICP costuma promover expressiva melhora no remodelamento ventricular, por meio de redução dos volumes telediastólico e telessistólico25. Esses resultados tendem a amplificar os benefícios da revascularização por via percutânea realizados em pacientes com disfunção ventricular esquerda, e a credenciam a obter resultados comparáveis aos obtidos por meio de cirurgia de revascularização do miocárdio. Ainda mais recentemente, com a introdução dos stents farmacológicos no cenário das intervenções, observa-se que essa tecnologia tem se mostrado segura e eficaz em pacientes com fração de ejeção reduzida9,10. Além disso, no Brasil, o uso dos stents farmacológicos tem crescido progressivamente, conforme publicação recente de resultados da CENIC21. Nesse estudo, o nítido incremento anual no uso desse dispositivo para ICP espelhou exatamente o que vem acontecendo no cenário mundial nos últimos anos. Esses dados estão em consonância com os resultados do registro internacional Can Rapid Risk Stratification of Unstable Angina Patients Suppress Adverse Outcomes With Early Implementation of the ACC/AHA (American College of Cardiology/American Heart Association) Guidelines (CRUSADE)26, demonstrando que o número de ICPs cresceu significativamente e reduziu os índices de tratamento clínico e revascularização cirúrgica nos pacientes com lesões triarteriais, após a aprovação dos stents farmacológicos nos Estados Unidos.

Com o presente estudo, abordando-se especificamente pacientes que apresentavam algum grau de disfunção ventricular esquerda, o que mais chama a atenção é o expressivo agravamento recente no perfil geral de risco dos pacientes com disfunção ventricular esquerda que são tratados por ICP. Em comparação com o ocorrido até 2001, a prevalência de fatores de risco clássicos aumentou em geral a partir de 2002, tornando o perfil de risco dos pacientes de maior gravidade. Observou-se, assim, significativo aumento da prevalência de tabagismo, dislipidemia, diabetes melito e também infarto agudo do miocárdio, ICP e cirurgia de revascularização do miocárdio prévias. Quando avaliados pelo perfil de risco TIMI27, ocorreu progressivo aumento numérico de pacientes com angina instável de médio e alto riscos. O padrão angiográfico também apresentou características de maior gravidade, sendo a intervenção de tronco de artéria coronária esquerda realizada mais comumente a partir de 2002.

Apesar desse cenário clínico e angiográfico de mais elevado risco no perfil dos pacientes e das condições técnicas dos procedimentos, os resultados imediatos da ICP foram mantidos em níveis elevados e comparáveis nos dois períodos estudados neste trabalho com os dados da CENIC. Isso ocorreu não obstante o fato de que, em geral, a mortalidade intra-hospitalar em pacientes submetidos a ICP previsivelmente tende a ser proporcionalmente mais elevada e pode ser realmente estimada com base em características clínicas e angiográficas de maior risco28. Dessa forma, outros fatores de evolução técnica dos procedimentos devem ter contrabalançado a tendência a maior mortalidade derivada do maior risco inerente, nesta amostra substancial de pacientes arrolados no registro CENIC. Além da mortalidade, também as outras complicações durante a fase hospitalar (complicações associadas ao acesso vascular, infarto agudo do miocárdio não-fatal e acidente vascular encefálico) diminuíram a partir de 2002, resultados esses alentadores quanto à segurança progressivamente mais elevada das intervenções realizadas em território nacional. Tais indícios de proficiência no uso de tecnologias e recursos médicos em geral associados aos procedimentos são particularmente relevantes nesse contexto mais ominoso da ICP, que é realizada em pacientes portando graus avançados de disfunção ventricular esquerda. Indicam, em essência, que o benefício da ICP pode ser estendido a muitos desses pacientes, sem necessidade de recorrer a cirurgia de revascularização do miocárdio, em diversos contextos em que este último tipo de procedimento se torna inexequível ou indesejável por razões de ordem médica ou social.

Limitações do estudo

Algumas limitações devem ser consideradas para a plena compreensão da presente análise:

1) As informações recebidas pela CENIC são enviadas por membros da SBHCI espontaneamente, logo um grande número de procedimentos realizados no Brasil não é reportado. Assim, os aspectos analisados não podem ser simplesmente atribuídos à totalidade dos procedimentos coronarianos percutâneos realizados em nosso País. Todavia, o elevado número de procedimentos aqui analisados torna este estudo bastante representativo da realidade brasileira.

2) A falta de seguimento a longo prazo impede qualquer conclusão com respeito à evolução tardia dos pacientes com disfunção ventricular esquerda tratados percutaneamente, tornando imperativa a necessidade de se evoluir o registro CENIC no sentido de dotá-lo de seguimento dos pacientes além da fase hospitalar da ICP.

CONCLUSÃO

Em relação ao período anterior a 2002, o perfil de risco clínico e angiográfico dos pacientes com disfunção ventricular esquerda recebendo ICP, registrados na CENIC, agravou-se substancialmente nos anos subsequentes. Apesar disso, muito provavelmente porque os procedimentos percutâneos realizados nesse segundo período de acompanhamento deste estudo (a partir de 2002) se beneficiaram de inúmeros aperfeiçoamentos tecnológicos e também de maior experiência acumulada, os resultados imediatos da ICP tornaram-se até melhores que antes de 2002.

AGRADECIMENTO

A presente análise só foi possível pelo constante envio de dados à CENIC durante o período estudado. Agradecemos, portanto, aos sócios da SBHCI que para tal contribuíram, cujos nomes estão anexos no final deste manuscrito.

CONFLITO DE INTERESSES

Cristiano de Oliveira Cardoso recebeu auxílio para participação em congressos da Biotronik. Alexandre Schaan de Quadros recebeu auxílio para pesquisa das empresas Boston Scientific e Medtronic, além de auxílio para participação em congressos da B-Braun e Medtronic. Rogério Eduardo G. Sarmento-Leite recebeu apoio educacional e de pesquisa das empresas Abbot, Biotronik e Cordis; Bureau de Palestrantes das empresas Biotronik e B-Braun; prestou consultoria técnica para Biotronik e pertence ao Comitê Científico da Scitech. Luiz Alberto Mattos foi palestrante em eventos ou atividades patrocinadas pelas seguintes indústrias: Abbott, Boston, Cordis, Biotronik e Medtronic; além disso, participou de estudos clínicos ou experimentais subvencionados pelas seguintes indústrias: Cordis, Biotronik, Medtronic e Biosensors. Os demais autores declararam inexistência de conflito de interesses com o presente estudo.

Recebido em: 30/7/2008

Aceito em: 16/2/2009

APÊNDICE

Lista de Associados da SBHCI que se mantiveram efetivamente contribuindo com dados à CENIC durante o biênio 2006-2007

ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO

ADEMAR SANTOS FILHO

ADNAN ALI SALMAN

ADRIANO DIAS DOURADO OLIVEIRA

ADRIANO MENDES CAIXETA

ALAN NASCIMENTO PAIVA

ALAOR QUEIROZ ARAUJO FILHO

ALBERTO NAJJAR

ALCIDES FERREIRA JUNIOR

ALCIDES JOSE ZAGO

ALDO FERNANDO SOMAVILLA DUARTE

ALESSANDRA OLIVEIRA

ALESSANDRO PINA PEDROSO

ALEXANDRE DA SILVA MEDEIROS

ALEXANDRE DAMIANI AZMUS

ALEXANDRE DO CANTO ZAGO

ALEXANDRE JACKSON VON SPERLING DE VASCONCELLOS

ALEXANDRE LOJA ANELLO

ALEXANDRE SOARES DOS SANTOS

ALEXANDRE VENTURELLI

ALEXANDRE XAVIER BRANT

ALFREDO NUNES FERREIRA FILHO

ALUISIO CRUZ JUNIOR

ALVARO DE MORAES JUNIOR

ALVARO LUIS MACHADO SOARES

ANA PAULA SCHER BARRETO LEAL

ANDERSON H. P. COSTA

ANDRE EDUARDO GOMES

ANDRE FRANCISCO DE PAULA ANTONANGELO

ANDRE GASPARINI SPADARO

ANDRE LABRUNIE

ANDRE LUIZ DA FONSECA FEIJO

ANDRE LUIZ SILVEIRA SOUSA

ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA

ANSELMO ANTONIO SALGADO

ANTENOR LAGES FORTES PORTELA

ANTENORIO AIOLFI

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI

ANTONIO CARLOS NEVES FERREIRA

ANTONIO CESAR DE SOUZA

ANTONIO DONIZETTI DE SENA PEREIRA

ANTONIO ESTEVES FILHO

ANTONIO FERNANDINO DE CASTRO BAHIA NETO

ANTONIO GILSON LAPA GODINHO

ANTONIO JOSE MUNIZ

ANTONIO MORAES DE AZEVEDO JUNIOR

ANTONIO WATSON MENESES VIANA

ARI MANDIL

ARTHUR LUIZ WALLBACH BARRETO

AUGUSTO DAIGE DA SILVA

AUGUSTO LIMA FILHO

BERNARDO AMORIM

BRENO DE ALENCAR ARARIPE FALCÃO

BRENO OLIVEIRA ALMEIDA

BRUNO MOULIN MACHADO

CARLAILE ANTONIO SARMENTO DE ARAUJO COSTA

CARLOS ANTÔNIO MASCIA GOTTSCHALL

CARLOS AUGUSTO FORMIGA AREAS

CARLOS EDUARDO DINIZ COUTO

CARLOS EDUARDO FARIA SILVA

CARLOS EDUARDO MAGALHÃES DOMINGUES

CARLOS HENRIQUE EIRAS FALCÃO

CARLOS ROBERTO CARDOSO

CELMO FERREIRA DE SOUZA JUNIOR

CESAR AUGUSTO ESTEVES

CESAR ROCHA MEDEIROS

CHARLES LUIZ VIEIRA

CIRO JONES CARDOSO

CLACIR STAUDT

CLARISSA CAMPO DALL ORTO

CLAUDIA MARIA RODRIGUES ALVES

CLAUDIA MATTOS

CLAUDIO AKSTEIN

CLEITON DA SILVA RAMOS

CLEMENTE GREGUOLO

CONSTANTINO GONZALES SALGADO

COSTANTINO ROBERTO FRACK CONSTANTINI

CRISTIANO NONATO MADUREIRA LUCENA

CYRO VARGUES RODRIGUES

DANIEL FERREIRA MUGRABI

DANIEL IZZET POTERIO

DEBORAH CHRISTINA NERCOLINI

DECIO SALVADORI JUNIOR

DENIS MOULIN DOS REIS BAYERL

DIMITRI MIKAELIS ZAPPI

DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA

DIRCEU RODRIGUES ALMEIDA

DOMENICO RODRIGO GHINELLI ZAPATER

EDISON CARVALHO SANDOVAL PEIXOTO

EDMUNDO ANDRE VIVEIROS PESSANHA

EDMUR CARLOS DE ARAUJO

EDSON ADEMIR BOCCHI

EDSON ANTONIO BREGAGNOLLO

EDUARDO ARANTES NOGUEIRA

EDUARDO FREDERICO BORSARINI FELIPE

EDUARDO HENRIQUE CURADO ELIAS

EDUARDO JOSE PEREIRA FERREIRA

EDUARDO KEI MARQUESINI WASHIZU

EDUARDO LUCIO NICOLELA JUNIOR

EDUARDO SZUSTER

ELIAS DE MELLO AYRES NETO

EMERSON DE ALBUQUERQUE SEIXAS

ENIO EDUARDO GUERIOS

EOLO MORANDI JUNIOR

ERIKA PRACCHIA RIBEIRO

ESMERALCI FERREIRA

EULOGIO EMILIO MARTINEZ FILHO

EUSDEMAR LIMA STEFANE

EVANDRO GOMES DE MATOS JUNIOR

EVANDRO KARLO PRACCHIA RIBEIRO

EVANDRO LUIS QUEIROZ FLORES

EXPEDITO EUSTAQUIO RIBEIRO DA SILVA

FABIANO CARAZZAI PACHECO

FABIO CARDOSO DE CARVALHO

FABIO DE MEIRELES COSTA

FABIO MONTEIRO MOTA

FABIO RIDOLFI DE FIGUEIREDO

FÁBIO SÂNDOLI DE BRITO JR.

FABIO SOLANO DE FREITAS SOUZA

FAUSTO FERES

FELIPE BORTOT CESAR

FELIPE CAMELO BIAGI

FELIPE EDUARDO HATSUMURA

FERNANDO BULLOS FILHO

FERNANDO DE MARTINO

FERNANDO MENDES SANT'ANNA

FERNANDO STUCHI DEVITO

FILIPE GOLDBERG

FLAVIO ARAUJO CANEDO

FLAVIO BORGES

FLAVIO JOSE ROCHA DE SOUZA

FLAVIO PASSOS BARBOSA

FLAVIO ROBERTO AZEVEDO DE OLIVEIRA

FRANCISCO CLAUDIO COUTO FALCÃO

FRANCISCO JUAREZ CRUZ DE VASCONCELOS FILHO

FREDERICK MALTA BUARQUE DE GUSMÃO

FREDERICO AUGUSTO LIMA E SILVA

GALO ALFREDO MALDONADO ANDRADE

GEORGE CESAR XIMENES MEIRELLES

GERALDO LUIZ DE FIGUEIREDO

GERSON MIRANDA

GIANCARLO GONÇALVES

GIANCARLO RABELO E SILVA

GILBERTO GUILHERME AJJAR MARCHIORI

GILBERTO HEINECK

GILBERTO LAHORGUE NUNES

GLAUCO SOARES MAIA PIASSI

GUILHERME ALVES

GUILHERME BRANDÃO ALMEIDA

GUILHERME ESHER

GUILHERME FERRAGUTTI ATTIZZANI

GUILHERME RODRIGUES MAFFEIS

GUSTAVO A. BARRUEO

GUSTAVO ADOLFO BRAVO RANDO

GUSTAVO ANDRE BARRUECO

GUSTAVO BAIOCHI VIEIRA

GUSTAVO CARVALHO

GUSTAVO DE MORAES RAMALHO

GUSTAVO ENRIQUE SANCHES ALVAREZ

GUSTAVO ITHAMAR SOUTO MAIOR

GUSTAVO OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE

GUSTAVO SOUTO MAIOR

GYOVANY MENDES ALMEIDA

HAROLDO CARLOS CORREA GLAVAM

HEITOR GHISSONI DE CARVALHO

HELIO JOSE CASTELLO JR.

HELIO ROQUE FIGUEIRA

HELMAN CAMPOS MARTINS

HENRIQUE ISSA ARTONI EBAID

HUMBERTO ALENCAR DE ARAUJO SANCHEZ

HUMBERTO MAGNO PASSOS

IGOR MATOS LAGO

ITAMAR RIBEIRO DE OLIVEIRA

IVAN FERREIRA DE FREITAS

JAIRON NASCIMENTO ALENCAR

JAMIL ABDALLA SAAD

JAMIL RIBEIRO CADE

JOÃO ADDISON PESSOA

JOÃO ALEXANDRE FARJALLA CARACAS

JOÃO ALFREDO FALCAO CUNHA LIMA

JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA NETO

JOÃO BATISTA FREITAS GUIMARÃES

JOÃO BATISTA LOPES LOURES

JOÃO BOSCO DA SILVA FILHO

JOÃO CARLOS BELO LISBOA DIAS

JOÃO EDUARDO TINOCO DE PAULA

JOÃO FELIPE BARROS DE TOLEDO

JOÃO FRANCISCO DE SOUZA

JOÃO GUILHERME ALVES LOURES

JOÃO LOURENÇO VILLARI HERRMANN

JOÃO LUCAS O'CONNELL

JOÃO LUIZ DE ALENCAR ARARIPE FALCÃO

JOÃO MIGUEL MALTA DANTAS

JOÃO ORAVIO DE FREITAS JUNIOR

JOÃO PAULO ZOUVI

JOCELINO PEREGRINO SOARES

JORGE DE CAMARGO NETO

JORGE LUIS HADDAD

JORGE PEREGRINO BRAGA

JOSÉ AIRTON DE ARRUDA

JOSÉ ALBINO MALTA DE SOUZA

JOSÉ ALFREDO SEJOPOLES

JOSÉ ANTONIO JATENE

JOSÉ ANTONIO MARIN-NETO

JOSÉ ARMANDO MANGIONE

JOSÉ ARY BOECHAT E SALLES

JOSÉ AUGUSTO MARCONDES DE SOUZA

JOSÉ AUGUSTO ROCHA ARAUJO

JOSÉ CARLOS FELIPE ABUD

JOSÉ CARLOS RAIMUNDO BRITO

JOSÉ DEL CARMEN SOLANO ALIAGA

JOSÉ ERIRTONIO FAÇANHA BARRETO

JOSÉ FABIO FABRIS JUNIOR

JOSÉ GUILHERME CARNEIRO

JOSÉ LUIS ARREDONDO QUINONES

JOSÉ LUIS ATTAB DOS SANTOS

JOSÉ MARCONI ALMEIDA SOUZA

JOSÉ MARIA DIAS AZEREDO BASTOS

JOSÉ MARIANI JUNIOR

JOSÉ MATOS BRITO CASTELLO BRANCO

JOSÉ RICARDO BUENO DE MORAES BIROLLI

JOSÉ ROBERTO MAIELLO

JOSÉ RONALDO MONT ALVERNE FILHO

JOSÉ WALTER MENDES NOGUEIRA

JOSILAVIO DE ALMEIDA ARAUJO

JULIO CESAR FRANCISCO VARDI

JULIO CESAR MACHADO ANDREA

JULIO DE PAIVA MAIA

JUNIOR CAMILO DE QUEIROZ

KLEBER BOMFIM ARAUJO MARTINS

LA HORE CORREA RODRIGUES

LAERCIO FONSECA ANTELO

LAZARO CLAUDOVINO GARCIA

LEANDRO ASSUNPÇÃO CORTES

LEANDRO COUMBIS MANDALOUFAS

LEANDRO DE CARVALHO PEREIRA

LEANDRO LOBÃO LUZ FILHO

LEONARDO ALVES

LEONARDO ALVES BATISTA

LEONARDO AVANY NUNES

LEONARDO COGO BECK

LEONARDO FURTADO OLIVEIRA

LEONARDO JOSÉ DUARTE SILVA

LEONARDO MARTINS BARROSO

LEONIDAS ALVARENGA HENRIQUES

LIVIA R. FERNANDES

LIVIA RIBEIRO FERNANDES

LUCIANA CONSTANT DAHER

LUCIANO DE MOURA SANTOS

LUCIANO MAURICIO DE ABREU FILHO

LUCIANO NOGUEIRA LIBERATO DE SOUSA

LUDIMILA PEREIRA TARTUCE

LUDMILLA ALMEIDA ROCHA RIBEIRO DE OLIVEIRA

LUIS ANTONIO OLIVEIRA FERREIRA

LUIS GUSTAVO DE MIRANDA MARQUES

LUIS MARIA CABRERA YORDI

LUIZ ALBERTO MATTOS

LUIZ ANTONIO GUBOLINO

LUIZ CARLOS TELES CORREA

LUIZ CLAUDIO MENDES CARVALHO

LUIZ EDUARDO KOENIG SÃO THIAGO

LUIZ EMILIO SALOME

LUIZ HEITOR DEMOLINARI JUNIOR

LUIZ JUNYA KAJITA

LUIZ KOHN

MAEVE DE BARROS CORREIA

MANOEL AUGUSTO BAPTISTA ESTEVES

MANUEL NICOLAS CANO

MARCEL ROGERS RAVANELLI

MARCELO BASTOS BRITO

MARCELO EMILIO ARNDT

MARCELO GOES ALVES DA SILVA

MARCELO JOSÉ CANTARELLI

MARCELO LEMOS RIBEIRO

MARCELO SABEDOTTI

MARCIO ANDRADE DE OLIVEIRA

MARCIO ANTONIO DOS SANTOS

MARCIO AUGUSTO TRUFFA

MARCIO JOSÉ MONTENEGRO DA COSTA

MARCO ANTONIO NAZARE CASTRO

MARCO ANTONIO PERIN

MARCO CESAR MIGUITA

MARCOS ANTONIO MARINO

MARCOS FLAVIO MOELLMAN RIBEIRO

MARCOS FRANCHETTI

MARCOS JULIANO DE ABREU

MARCOS KYOSHI SUMITA

MARCUS NOGUEIRA DA GAMA

MARDEN ANDRE TEBET

MARIA CRISTINA MEIRA FERREIRA

MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES PINTO

MARIA SANALI MOURA DE OLIVEIRA PAIVA

MARIO I. M. BONILLA

MATEUS ROSSATO

MAURICIO LOPES PRUDENTE

MAURICIO REZENDE BARBOSA

MAURO ISOLANI PENA

MICHELI ZANOTI GALON

MIGUEL ANTONIO NEVES RATI

MILTON DE MACEDO SOARES NETO

MILTON FERREIRA NEVES FILHO

MONICA BUCHALLA

MOYSES DE OLIVEIRA LIMA FILHO

MURILLO KENJI FURUKAWA

NAHALIEL PESSOA RODRIGUES

NILSON BORGES RAMOS

NILSON DE MOURA FE FILHO

NILTON CARLOS SPINOLA MACHADO

NORBERTO TOAZZA DUDA

NORIAKI TAKESHITA

OSCAR BITTENCOURT LINS NETO

OTAVIO EBOLI

PABLO TOME TEIXEIRENSE

PAULO HENRIQUE JORGE

PAULO MAURICIO PIA DE ANDRADE

PAULO RENATO MERCIO MACHADO

PAULO RICARDO AVANCINI CARAMORI

PAULO RICARDO FRANCIOZI DE GOIS

PAULO ROBERTO FERREIRA TARTUCE FILHO

PAULO ROGERIO DE OLIVEIRA MONTEIRO

PAULO SERGIO DE OLIVEIRA

PEDRO ABILIO RIBEIRO RESECK

PEDRO ALVES LEMOS NETO

PEDRO AUGUSTO PASCOLI

PEDRO BERALDO DE ANDRADE

PEDRO EDUARDO HORTA

PEDRO ESBERARD ARAGAO BELTRÃO

PEDRO GOMES DE ALMEIDA GARZON

PEDRO PAULO NEVES DE CASTRO

RAIMUNDO ANTONIO DE MELO

RALDIR BASTOS FILHO

REGIS ARY MOSSMANN

RENATO GIESTAS SERPA

RICARDO CESAR CAVALCANTI

RICARDO JOSÉ ARAUJO SILVEIRA

RICARDO JOSÉ TOFANO

RICARDO LASEVITCH

RICARDO MONTEIRO LOURENÇO

RICARDO PERESSONI FARACO

RICARDO UEDA

RICARDO ZAUITH SILVA

RIZZIERI MOURA GOMES

ROBERTO DE ALMEIDA CESAR

ROBERTO JOSÉ DA PAIXÃO

ROBERTO JOSÉ DE QUEIROZ CREPALDI

ROBERTO LEO DA SILVA

ROBERTO LUCIO DE GUSMÃO VERÇOZA

ROBERTO OTSUBO

ROBERTO REIS VIEIRA

ROBERTO VIEIRA BOTELHO

ROBSON BUENO DE CARVALHO

RODOLFO ALBERTO SILVEIRA MALTA ALENCAR

RODOLFO DE FRANCO CARDOSO

RODOLFO STAICO

RODRIGO COSTA QUINTÃO

RODRIGO DE FRANCO CARDOSO

RODRIGO JULIO CERCI

RODRIGO TRAJANO SANDOVAL PEIXOTO

RODRIGO VERNEY CASTELLO BRANCO

ROGERIO DE BARROS WANDERLEY

ROGERIO DE CASTRO PIMENTEL

ROGERIO EDUARDO GOMES SARMENTO LEITE

ROGERIO FELIPPE TIOSSI

ROGERIO TADEU TUMELERO

RONE MARQUES PADILHA

RONEI BOSCO DE MATOS

ROSALY GONÇALVES

SALVADOR ANDRE BAVARESCO CRISTOVÃO

SAMIR SEME ARAB REIS

SANDRO ANTONIO TEIXEIRA

SANDRO OLIVEIRA SACRE

SERGIO CORREA PRATA

SERGIO GUSTAVO TARBINE

SERGIO KREIMER

SERGIO LUIS BERTI

SIDNEY MUNHOZ JUNIOR

SILVIA MACHADO ABREU

SILVIO GIOPATTO

SILVIO SERGIO PONTES CAMARA

STEFAN COSTA DA SILVEIRA

TAMMUZ FATTAH

TARCIO FIGUEIREDO SILVA

TARCISIO MARIZ MAIA FILHO

THIAGO NOBREGA DE OLIVEIRA

TIAGO PORTO DI NUCCI

TRAJANO ALFONSO

UBIRAJARA LIMA FILHO

ULISES ENRIQUE ACUNA SOLORZANO

VAGNER VINICIUS FERREIRA

VALDEMAR DE SOUZA OLIVEIRA JUNIOR

VALERIO FUKS

VALTER CORREIA DE LIMA

VICTOR DUTRA VIEIRA FILHO

VINICIUS DAHER VAZ

VINICIUS FRAGA MAURO

VIRGILIO RIBEIRO FRANCO JUNIOR

VITOR GOMES BARRETO

VITOR OSORIO GOMES

WALASSE ROCHA VIEIRA

WALKIMAR URURAY GLORIA VELOSO

WALTER BENEDUZZI FIOROTTO

WELLINGTON BORGES CUSTODIO

WENCESLAU DE CARVALHO RIBAS

WESLEY FERRAZ DA SILVEIRA

WILSON ALBINO PIMENTEL FILHO

ERRATA

No artigo "Evolução Temporal do Perfil de Risco e Resultados da Intervenção Coronariana Percutânea em Pacientes com Disfunção Ventricular Esquerda: Dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC)", de autoria de Cardoso et al., publicado na primeira edição de 2009 da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva [Rev Bras Cardiol Invas. 2009;17(1):58-68], faz-se incluir na lista de colaboradores do registro CENIC (Apêndice), por meio da presente errata, o nome dos drs. Carlos Antônio Mascia Gottschall e Rogério Tadeu Tumelero.

  • 1. Davis KB, Chaitman B, Ryan T, Bittner V, Kennedy JW. Comparison of 15-year survival for men and women after initial medical or surgical treatment for coronary artery disease: a CASS registry study. Coronary Artery Surgery Study. J Am Coll Cardiol. 1995;25(5):1000-9.
  • 2. Coronary angioplasty versus coronary artery bypass surgery: the Randomized Intervention Treatment of Angina (RITA) trial. Lancet. 1993;341(8845):573-80.
  • 3. CABRI Trial Participants. First-year results of CABRI (Coronary Angioplasty versus Bypass Revascularisation Investigation). Lancet. 1995;346(8984):1179-84.
  • 4. The Bypass Angioplasty Revascularization Investigation (BARI) Investigators. Comparison of coronary bypass surgery with angioplasty in patients with multivessel disease. N Engl J Med. 1996;335(4):217-25.
  • 5. Hamm CW, Reimers J, Ischinger T, Rupprecht HJ, Berger J, Bleifeld W. A randomized study of coronary angioplasty compared with bypass surgery in patients with symptomatic multivessel coronary disease. German Angioplasty Bypass Surgery Investigation (GABI). N Engl J Med. 1994;331(16):1037-43.
  • 6. Henderson RA, Pocock SJ, Sharp SJ, Nanchahal K, Sculpher MJ, Buxton MJ, et al. Long-term results of RITA-1 trial: clinical and cost comparisons of coronary angioplasty and coronary-artery bypass grafting. Randomised Intervention Treatment of Angina. Lancet. 1998;352(9138):1419-25.
  • 7. Rodriguez A, Boullon F, Perez-Baliño N, Paviotti C, Liprandi MI, Palacios IF. Argentine randomized trial of percutaneous transluminal coronary angioplasty versus coronary artery bypass surgery in multivessel disease (ERACI): in-hospital results and 1-year follow-up. ERACI Group. J Am Coll Cardiol. 1993;22(4):1060-7.
  • 8. Caines AE, Massad MG, Kpodonu J, Rebeiz AG, Evans A, Geha AS. Outcomes of coronary artery bypass grafting versus percutaneous coronary intervention and medical therapy for multivessel disease with and without left ventricular dysfunction. Cardiology. 2004;101(1-3):21-8.
  • 9. Gioia G, Matthai W, Benassi A, Rana H, Levite HA, Ewing LG. Improved survival with drug-eluting stent implantation in comparison with bare metal stent in patients with severe left ventricular dysfunction. Catheter Cardiovasc Interv. 2006;68(3):392-8.
  • 10. Gioia G, Matthai W, Gillin K, Dralle J, Benassi A, Gioia MF, et al. Revascularization in severe left ventricular dysfunction: outcome comparison of drug-eluting stent implantation versus coronary artery by-pass grafting. Catheter Cardiovasc Interv. 2007;70(1):26-33.
  • 11. Dibra A, Kastrati A, Mehilli J, Pache J, Schuhlen H, von Beckerath N, et al. Paclitaxel-eluting or sirolimus-eluting stents to prevent restenosis in diabetic patients. N Engl J Med. 2005;353(7):663-70.
  • 12. Dibra A, Kastrati A, Alfonso F, Seyfarth M, Pérez-Vizcayno MJ, Mehilli J, et al. Effectiveness of drug-eluting stents in patients with bare-metal in-stent restenosis: meta-analysis of randomized trials. J Am Coll Cardiol. 2007;49(5):616-23.
  • 13. Eisenberg MJ, Konnyu KJ. Review of randomized clinical trials of drug-eluting stents for the prevention of in-stent restenosis. Am J Cardiol. 2006;98(3):375-82.
  • 14. Keelan PC, Johnston JM, Koru-Sengul T, Detre KM, Williams DO, Slater J, et al. Comparison of in-hospital and one-year outcomes in patients with left ventricular ejection fractions < or = 40%, 41% to 49%, and > or = 50% having percutaneous coronary revascularization. Am J Cardiol. 2003;91(10):1168-72.
  • 15. Wallace TW, Berger JS, Wang A, Velazquez EJ, Brown DL. Impact of left ventricular dysfunction on hospital mortality among patients undergoing elective percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol. 2009;103(3):355-60.
  • 16. Sousa AG. Procedimentos Percutâneos de Intervenção Cardiovascular no Brasil em 1992 e 1993. Relatório do Registro Nacional - Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC). Arq Bras Cardiol. 1994;62(4):217-23.
  • 17. Mattos LA, Sousa AG, Pinto IM, Silva ER, Carneiro JK, Sousa JE, et al. Uma comparação entre a intervenção coronariana percutânea de resgate e primária realizadas no infarto agudo do miocárdio. Relato multicêntrico de 9.371 pacientes. Arq Bras Cardiol. 2004;82(5):434-9.
  • 18. Mattos LA, Sousa AG, Campos Neto CM, Labrunie A, Alves CR, Feres F, et al. The use of primary stenting or balloon percutaneous transluminal coronary angioplasty for the treatment of acutely occluded saphenous vein grafts. Results from the Brazilian National Registry-CENIC. Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares. Arq Bras Cardiol. 2001;76(6):483-95.
  • 19. Mattos LA, Sousa AG, Neto CC, Labrunie A, Alves CR, Saad J. Primary coronary angioplasty and stent implantation in acute myocardial infarction. Comparative analysis of the in-hospital results in the CENIC/SBHCI registry. National Center of Cardiovascular Interventions members. Arq Bras Cardiol. 1999;73(6):475-84.
  • 20. Mangione J. Intervenção coronária percutânea no Brasil. Quais são os nossos números? Rev Bras Cardiol Invas. 2006;14(3):267-72.
  • 21. Cardoso CO, Quadros AS, Mattos LA, Gottschall CA, Sarmento-Leite RE, Marin-Neto JA. Perfil de uso dos stents farmacológicos no Brasil: dados da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC). Arq Bras Cardiol. 2007;89(6):356-61.
  • 22. Allman KC, Shaw LJ, Hachamovitch R, Udelson JE. Myocardial viability testing and impact of revascularization on prognosis in patients with coronary artery disease and left ventricular dysfunction: a meta-analysis. J Am Coll Cardiol. 2002;39(7):1151-8.
  • 23. Camici PG, Prasad SK, Rimoldi OE. Stunning, hibernation, and assessment of myocardial viability. Circulation. 2008;117(1):103-14.
  • 24. Pocock SJ, Henderson RA, Seed P, Treasure T, Hampton JR. Quality of life, employment status, and anginal symptoms after coronary angioplasty or bypass surgery. 3-year follow-up in the Randomized Intervention Treatment of Angina (RITA) Trial. Circulation. 1996;94(2):135-42.
  • 25. Zellweger MJ, Tabacek G, Zutter AW, Weinbacher M, Cron TA, Muller-Brand J, et al. Evidence for left ventricular remodeling after percutaneous coronary intervention: effect of percutaneous coronary intervention on left ventricular ejection fraction and volumes. Int J Cardiol. 2004;96(2):197-201.
  • 26. Gogo PB Jr., Dauerman HL, Mulgund J, Ohman EM, Patel MR, Cohen DJ, et al. Changes in patterns of coronary revascularization strategies for patients with acute coronary syndromes (from the CRUSADE Quality Improvement Initiative). Am J Cardiol. 2007;99(9):1222-6.
  • 27. Antman EM, Cohen M, Bernink PJ, McCabe CH, Horacek T, Papuchis G, et al. The TIMI risk score for unstable angina/ non-ST elevation MI: a method for prognostication and therapeutic decision making. JAMA. 2000;284(7):835-42.
  • 28. Wu C, Hannan EL, Walford G, Ambrose JA, Holmes DR Jr., King SB 3rd, et al. A risk score to predict in-hospital mortality for percutaneous coronary interventions. J Am Coll Cardiol. 2006;47(3):654-60.
  • Correspondência:

    Cristiano de Oliveira Cardoso
    Rua Anita Garibaldi, 2.381/707 - Boa Vista
    Porto Alegre, RS, Brasil - CEP 90480-201
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Ago 2012
    • Data do Fascículo
      2009

    Histórico

    • Aceito
      16 Fev 2009
    • Recebido
      30 Jul 2008
    Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI R. Beira Rio, 45, 7o andar - Cj 71, 04548-050 São Paulo – SP, Tel. (55 11) 3849-5034, Fax (55 11) 4081-8727 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: sbhci@sbhci.org.br