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VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA EM ADOLESCENTES NO BRASIL, SEGUNDO OS MEIOS UTILIZADOS

VIOLENCIA AUTOPROVOCADA EN ADOLESCENTES EN BRASIL, SEGÚN LOS MEDIOS UTILIZADOS

RESUMO

Objetivo:

analisar a distribuição epidemiológica da violência autoprovocada em adolescentes no Brasil, segundo os meios utilizados.

Método:

estudo descritivo das notificações constantes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, de acordo com os meios utilizados para autoagressão e as regiões geográficas de residência, no período de 2009 a 2016. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e inferencial, teste de qui-quadradro e medida de associação odds ratio.

Resultados:

a violência autoprovocada por envenenamento esteve associada ao sexo feminino, à faixa etária de 15 a 19 anos, à raça/cor branca e ocorrência no domicílio. As violências autoprovocadas por força corporal/espancamento, objeto perfurocortante e outros meios de autoagressão foram associadas ao sexo masculino e ocorrência em ruas e áreas públicas.

Resultados:

reporte de experiencia de los diez años de implementación del programa de residencia. Los datos se obtuvieron de documentos internos e informes de coordinadores y tutores. Se capacitó a trescientos setenta y dos profesionales. Entre los avances del programa, cabe destacar el incremento en el número de vacantes y especialidades, la consolidación del Reglamento Interno, la gestión computarizada de la información académica, el incentivo a la investigación y el mejoramiento de la asistencia en el ámbito hospitalario.

Conclusão:

conhecer o perfil da violência autoprovocada entre os adolescentes pode direcionar ações preventivas pelos profissionais de saúde, sobretudo no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

DESCRITORES
Violência; Adolescente; Comportamento Autodestrutivo; Enfermagem; Epidemiologia

RESUMEN

Objetivo:

analizar la distribución epidemiológica de la violencia autoprovocada en adolescentes en Brasil, según los medios utilizados.

Método:

estudio descriptivo de las notificaciones que constan en el Sistema de Información de Problemas pasibles de Notificación, de acuerdo con los medios utilizados para la autoagresión y las regiones geográficas de residencia, en el período de 2009 a 2016. Los datos se analizaron mediante estadística descriptiva e inferencial, la prueba de chi-cuadrado y la medida de asociación odds ratio.

Resultados:

la violencia autoprovocada por envenenamiento estuvo asociada al sexo femenino, al grupo etario de 15 a 19 años, a raza/color de piel blanca y a suceder en el domicilio. Los casos de violencia autoprovocada por fuerza física/golpes, objetos filosos y otros medios de autoagresión se asociaron al sexo masculino y a suceder en las calles y en áreas públicas.

Conclusión:

conocer el perfil de la violencia autoprovocada entre los adolescentes puede dirigir acciones de prevención a cargo de los profesionales de la salud, especialmente en el ámbito de la Atención Primaria de la Salud.

DESCRIPTORES
Violencia; Adolescente; Comportamiento Autodestructivo; Enfermería; Epidemiología

ABSTRACT

Objective:

to analyze the epidemiological distribution of self-inflicted violence in adolescents in Brazil, according to the means used.

Method:

a descriptive study of the notifications contained in the Notifiable Diseases Information System, according to the means used for self-aggression and to the geographic regions of residence, in the period from 2009 to 2016. The data were analyzed using descriptive and inferential statistics, chi-square test and the Odds Ratio measure of association.

Results:

self-inflicted violence by poisoning was associated with female gender, age group from 15 to 19 years old, white race/skin color and occurrence at the home. Self-inflicted violence by physical force/beating, sharps and other self-aggression means were associated with the male gender and occurrence in streets and public areas.

Conclusion:

knowing the profile of self-inflicted violence among the adolescents can direct preventive actions by the health professionals, especially in the scope of Primary Health Care.

DESCRIPTORS
Violence; Adolescent; Self-destructive Behavior; Nursing; Epidemiology

INTRODUÇÃO

A violência autoprovocada é um grave problema de saúde pública em âmbito global(11 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Saúde mental dos adolescentes. [Internet]. OPAS; 2018 [acesso em 16 ago 2019]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5779:folha-informativa-saude-mental-dos-adolescentes&Itemid=839.
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
). Pode se manifestar de diversas formas e alcançar qualquer indivíduo, independente da raça/cor, condição social, sexo e faixa etária(22 Sinimbu RB, Mascarenhas MDM, Silva MAM, Carvalho M, Santos MRD, Freitas M. Caracterização das vítimas de violência doméstica, sexual e/ou outras violências no Brasil – 2014. Saúde Foco. [Internet]. 2016 [acesso em 15 ago 2019]; 1(1). Disponível em: https://www.semanticscholar.org/paper/Caracteriza%C3%A7%C3%A3o-das-v%C3%ADtimas-de-viol%C3%AAncia-dom%C3%A9stica%2C-Mascarenhas-Sinimbu/70b3ad707000556ad9a4d2700e136ffd090cb6f3.
https://www.semanticscholar.org/paper/Ca...
).

As lesões autoprovocadas se caracterizam por atos de automutilação, que vão desde formas leves, como arranhões, mordidas e pequenos cortes na pele, até formas mais graves, como a perda de membros e até mesmo da própria vida(33 Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MC de S. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciênc saúde coletiva. [Internet]. 2017 [acesso em 20 ago 2019]; 22(9). Disponível em: http://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
). A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, publicada pela Organização Mundial da Saúde, também considera a autointoxicação intencional como violência autoprovocada(44 Organização Mundial Da Saúde. Classificação estatística internacional de doenças e problemas rela¬cionados à saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2009.).

Estimativas globais apontam que a autoagressão e o suicídio representam a terceira causa de morte entre adolescentes, ocasionando 62 mil óbitos em 2016(11 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Saúde mental dos adolescentes. [Internet]. OPAS; 2018 [acesso em 16 ago 2019]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5779:folha-informativa-saude-mental-dos-adolescentes&Itemid=839.
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
). Na Europa e no Sudeste Asiático, a violência autoprovocada e o suicídio figuram como a principal causa de morte em adolescentes(55 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Mais de 1,2 milhão de adolescentes morrem por causas evitáveis a cada ano. [Internet]. OPAS; 2017 [acesso em 22 mar 2019]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5417:mais-de-12-milhao-de-adolescentes-morrem-por-causas-evitaveis-a-cada-ano&Itemid=820.
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
). No Brasil, as notificações e internações por lesões autoprovocadas em adolescentes vem crescendo exponencialmente, com 15.702 notificações entre os anos de 2011 e 2014, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país(66 Bahia CA, Avanci JK, Pinto LW, Minayo MC de S. Notificações e internações por lesão autoprovocada em adolescentes no Brasil, 2007-2016. Epidemiol. Serv. Saúde. [Internet]. 2020 [acesso em 02 fev 2020]; 29(2). Disponível em: http://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200006.
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).

Entre os fatores de risco para a violência autoprovocada estão a depressão, os transtornos mentais, ansiedade, violência, abuso de álcool e drogas. O bullying, a ausência de afeto e a falta de gerenciamento das emoções são igualmente citados. Alguns fatores sociais também são descritos, como problemas familiares, na infância, de relacionamento e baixo nível socioeconômico(77 Garisch JA, Wilson MS. Prevalence, correlates, and prospective predictors of non-suicidal self-injury among New Zealand adolescents: cross-sectional and longitudinal survey data. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. [Internet]. 2015 [acesso em 20 out 2019]; 9(28). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26157484/.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26157484...
-88 Epstein S, Roberts E, Sedgwick R, Polling C, Finning K, Ford T, et al. School absenteeism as a risk factor for self-harm and suicidal ideation in children and adolescents: a systematic review and meta-analysis. Eur Child Adolesc Psychiatry. [Internet]. 2019 [acesso em 22 out 2019]; Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30989389/.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30989389...
).

Apesar da violência estar constantemente em evidência nas pesquisas científicas, pesquisa avaliativa realizada no Brasil aponta que poucos estudos trazem a distribuição epidemiológica das lesões autoprovocadas em adolescentes em território nacional(99 Fonseca PHN da, Silva AC, Araújo LMC de, Botti NCL. Autolesão sem intenção suicida entre adolescentes. Arq. bras psicol. [Internet]. 2018 [acesso em 20 ago 2019]; 70(3). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v70n3/17.pdf.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v70n3...
).

Diante da relevância temática e da necessidade de trazer à tona as regiões com maior prevalência e os meios pelos quais os adolescentes estão se autoagredindo, esse estudo tem como objetivo analisar a distribuição epidemiológica da violência autoprovocada em adolescentes, segundo os meios utilizados, no Brasil, o que pode contribuir para a qualificação de políticas públicas de saúde, como a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, vigente no país desde julho de 2019.

MÉTODO

Trata-se de estudo epidemiológico, em que foram analisadas as notificações relacionadas à violência autoprovocada em adolescentes no Brasil, referentes ao período de 2009 a 2016, constantes no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e dados das estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ambos disponíveis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A escolha pelo período de estudo se deu em razão da disponibilidade dos dados no momento de início da coleta, realizada em março de 2019.

O Brasil é constituído por 27 estados, agrupados em cinco regiões geográficas (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). A população de estudo foi constituída pelas notificações de violência autoprovocada em adolescentes na faixa etária dos 10 a 19 anos, residentes nas cinco regiões geográficas.

As variáveis analisadas foram: sexo (feminino, masculino), idade (10 a 14 anos, 15 a 19 anos), raça/cor (branca, preta/parda, amarela, indígena); meio de autoagressão (envenenamento, força corporal/espancamento, objeto perfurocortante, outros meios) e local de ocorrência da violência (domicílio ou ruas, áreas públicas). Os dados foram compilados em planilhas e organizados em tabelas com frequências absolutas e relativas. Adotou-se como medida de associação o odds ratio (OR), com respectivo intervalo de confiança de 95%, considerando-se nível de significância de 5%.

Com o número de notificações de violência autoprovocada em adolescentes e a população para cada período, geraram-se tabelas de contingência 2x2, em que, a violência autoprovocada em adolescentes para cada meio utilizado, foi considerada a exposição e a não exposição (total de adolescentes menos o número de notificações por cada meio utilizado para a autoagressão). O teste qui-quadrado foi utilizado para analisar associação entre as variáveis independentes e a violência autoprovocada em adolescentes, determinando-se as diferenças entre as taxas como significantes quando p<0,05.

Foram calculadas as taxas de violência pela razão entre o número de casos de violência autoprovocada em adolescentes e a população total de adolescentes, na mesma região e período, multiplicado por 100.000. A quantificação da variação percentual dos meios utilizados se deu pela razão da subtração entre os percentuais de 2013- 2016 e 2009-2012, pelos percentuais de 2009-2012, multiplicado por 100.

Foi solicitada a dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá, com aprovação mediante ofício nº 07/2019.

RESULTADOS

Foram notificados 33.541 casos de violência autoprovocada em adolescentes no Brasil, no período de 2009 a 2016. A taxa nacional sofreu um aumento significativo, passando de 2,1/100.000 adolescentes em 2009 para 25,7/100.000 em 2016.

Na análise da variação percentual, observou-se queda no número de notificações de violência autoprovocada em adolescentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por outro lado, as regiões Sul e Sudeste apresentaram aumento significativo das notificações para ambos os sexos. A região Sul ganha destaque nacional por apresentar as maiores taxas nos dois períodos analisados (Tabela 1).

Tabela 1
Taxa de violência autoprovocada em adolescentes, por sexo, segundo meio de autoagressão, no Brasil e em regiões. Maringá, PR, Brasil, 2019

Em relação aos meios utilizados para autoagressão, a variação percentual apontou crescimento das notificações de violência autoprovocada por envenenamento na maioria das regiões, com destaque para o sexo masculino na região Centro-Oeste (54,4%). Por sua vez, os registros de violência autoprovocada por força corporal/espancamento reduziram em todas as regiões do país, especialmente para o sexo feminino na região Sul (51,4%). Quanto à variação percentual das autoagressões por objeto perfurocortante, notou-se aumento expressivo dos casos em adolescentes do sexo feminino, principalmente nas regiões Nordeste (91,2%), Sudeste (70,1%) e Sul (28,8%) (Tabela 1).

Nos dois períodos analisados, o sexo e a faixa etária apresentaram associação com a violência autoprovocada por envenenamento em adolescentes, de maneira que o sexo feminino e a faixa etária de 15 a 19 anos representaram maiores chances do que o sexo masculino e idade entre 10 a 14 anos. As notificações de autoagressão por envenenamento cujo local de ocorrência foram ruas e áreas públicas apresentaram menor probabilidade (Tabela 2).

Tabela 2
Violência autoprovocada em adolescentes, decorrente de envenenamento, segundo características sociodemográficas e local de ocorrência da violência. Maringá, PR, Brasil, 2019

Acerca da violência autoprovocada por força corporal/espancamento, no período de 2009 a 2012, observou-se maiores chances de ocorrência entre adolescentes do sexo masculino e raça/cor preta/parda. O grupo etário dos 15 a 19 anos e o domicílio como local de ocorrência reduziram os riscos para esse tipo de autoagressão. No segundo período (2013 a 2016), houve associação do sexo masculino e a faixa dos 15 a 19 anos com esse meio de autoagressão (Tabela 3).

Tabela 3
Violência autoprovocada em adolescentes, decorrente de força corporal/espancamento, segundo características sociodemográficas e local de ocorrência. Maringá, PR, Brasil, 2019

Em relação à violência autoprovocada por objeto perfurocortante, no primeiro período analisado, verificou-se associação com o sexo masculino e a faixa etária dos 15 a 19 anos. A raça/cor preta/parda e o domicílio como local de ocorrência diminuíram as chances. No segundo período, o sexo não se mostrou associado, enquanto a idade entre 15 e 19 anos, a raça/cor preta/parda e indígena e o domicílio apresentaram significativamente menores chances de ocorrência (Tabela 4).

Tabela 4
Violência autoprovocada em adolescentes, decorrente de objeto perfurocortante, segundo características sociodemográficas e local de ocorrência. Maringá, PR, Brasil, 2019

Sobre os outros meios de violência autoprovocada, que envolvem autoagressão por arma de fogo, enforcamento, objeto contundente e substância/objeto quente, nos dois períodos estudados, as chances de ocorrência foram maiores para o sexo masculino e para adolescentes de raça/cor preta/parda e indígena (Tabela 5).

Tabela 5
Violência autoprovocada em adolescentes, decorrentes de outros meios, segundo características sociodemográficas e local de ocorrência. Maringá, PR, Brasil, 2019

DISCUSSÃO

A análise epidemiológica das notificações de violência autoprovocada em adolescentes no Brasil mostrou variações do meio utilizado para a autoagressão. Todas as regiões brasileiras apresentaram aumento das taxas de notificações quando comparado o primeiro com o segundo período de estudo. Os resultados aqui apresentados estão em consonância com outros estudos, que identificaram taxas elevadas de autoagressão em adolescentes em escala nacional e global(1010 Abreu PD de, Lucio FP da S, Araújo EC de, Vasconcelos EMR de, Cunha TN da, Santos CB dos. Análise espacial da violência autoprovocada em adolescentes: subsídio para enfrentamento. Rev Enferm Atenção Saúde. [Internet]. 2018 [acesso em 14 out 2019]; 7(3). Disponível em: http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2991.
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronic...
-1111 Han A, Wang G, Xu G, Su P. A self-harm series and its relationship with childhood adversity among adolescents in mainland China: a cross-sectional study. BMC Psychiatry. [Internet]. 2018 [acesso em 15 out 2019]; 18(28). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5796511/.
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).

O sexo feminino representa a maioria dos casos de autoagressão em adolescentes, fato que pode estar relacionado às situações de abuso sexual, maus tratos, violência física e abandono(1111 Han A, Wang G, Xu G, Su P. A self-harm series and its relationship with childhood adversity among adolescents in mainland China: a cross-sectional study. BMC Psychiatry. [Internet]. 2018 [acesso em 15 out 2019]; 18(28). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5796511/.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-1212 Pinto ACS, Luna IT, Silva A de A, Pinheiro PN da C, Braga VAB, Souza AMA e. Fatores de risco associados a problemas de saúde mental em adolescentes: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2014 [acesso em 12 set 2019]; 48(3). Disponível em: http://doi.org/10.1590/S0080-623420140000300022.
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). A discriminação e a violência são uma realidade compartilhada por meninas e mulheres do mundo todo, e a idade entre 16 e 24 anos é o período de maior risco para sofrer os diversos tipos de violência(1313 Engel CL. A Violência contra mulher. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). [Internet]. IPEA; 2018 [acesso em 10 fev 2020]. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/190215_tema_d_a_violenca_contra_mulher.pdf.
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). A conduta exemplar socialmente esperada da mulher contribui para sua fragilização e, em muitos casos, a única solução percebida por elas é a autodestruição, contribuindo para os elevados números de suicídio entre mulheres jovens(1414 Salomão MPS, Barzaghi NA. Suicídio feminino: em que medida a desigualdade de gênero influenciam esta auto-agressão? Rev UNINGÁ. [Internet]. 2019 [acesso em 24 fev 2021]; 56(1). Disponível em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/113.
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).

Quanto aos meios utilizados para a violência autoprovocada, o envenenamento foi o mais registrado no Brasil, sobretudo no sexo feminino. Esses dados vão ao encontro da literatura, que sinaliza o envenenamento como um meio frequente para a autoagressão em meninas de diversos países(1515 Bochner R, Freire MM. Análise dos óbitos decorrentes de intoxicação ocorridos no Brasil de 2010 a 2015 com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Ciênc saúde coletiva. [Internet]. 2020 [acesso em 04 fev 2020]; 25(2). Disponível em: http://doi.org/10.1590/1413-81232020252.15452018.
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-1616 Gharbaoui M, Khelil MB, Harzallah H, Benzarte A, Zhioua M, Hamdoun M. Pattern of suicide by self-poisoning in Northern Tunisia: an eleven-year study (2005–2015). J. forensic leg. med. [Internet]. 2019 [acesso em 10 dez 2019]; 61. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jflm.2018.10.004.
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).

No Norte da Tunísia, pesquisa realizada com dados de suicídio por envenenamento identificou que 59% dos casos eram de mulheres jovens, 52,5% ingeriram medicamentos e outras 42,6% fizeram uso de pesticidas(1616 Gharbaoui M, Khelil MB, Harzallah H, Benzarte A, Zhioua M, Hamdoun M. Pattern of suicide by self-poisoning in Northern Tunisia: an eleven-year study (2005–2015). J. forensic leg. med. [Internet]. 2019 [acesso em 10 dez 2019]; 61. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jflm.2018.10.004.
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). A facilidade de acesso aos medicamentos e pesticidas pode estar relacionada aos altos índices de envenenamento e suicídio de adolescentes e mulheres jovens.

A violência autoprovocada por força corporal/espancamento foi associada ao sexo masculino, ao local de ocorrência nas ruas e áreas públicas e à raça/cor preta/parda. Estudo realizado nos Estados Unidos, com uma amostra de 9.409 participantes, demonstrou que pertencer a minorias raciais e étnicas, e sofrer discriminação por esse fato, aumenta as chances de pensamentos e tentativas de suicídio ao longo da vida(1717 Oh H, Stickley A, Koyanagi A, Yau R, DeVylder JE. Discrimination and suicidality among racial and ethnic minorities in the United States. J Affect Disord. [Internet]. 2019 [acesso em 20 nov 2019]; 245. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30445379/.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30445379...
). Ademais, as condições socioeconômicas em que esses adolescentes vivem, e que muitas vezes dificultam o acesso e inserção na sociedade, contribuem para o sofrimento emocional, podendo levar ao comportamento autodestrutivo(11 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Saúde mental dos adolescentes. [Internet]. OPAS; 2018 [acesso em 16 ago 2019]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5779:folha-informativa-saude-mental-dos-adolescentes&Itemid=839.
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
).

A variação percentual apontou crescimento significativo do uso de objetos perfurocortantes por adolescentes do sexo feminino em todas as regiões brasileiras, corroborando com pesquisas anteriores que atribuíram esse aumento ao sofrimento emocional demasiado, em que acreditam habitar um mundo hostil, desprovidas de afeto e consideração pelos pares, além da baixa autoestima e o sentimento de fracasso em obter o corpo perfeito(66 Bahia CA, Avanci JK, Pinto LW, Minayo MC de S. Notificações e internações por lesão autoprovocada em adolescentes no Brasil, 2007-2016. Epidemiol. Serv. Saúde. [Internet]. 2020 [acesso em 02 fev 2020]; 29(2). Disponível em: http://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200006.
https://doi.org/10.5123/S1679-4974202000...
,1818 Tostes GW, Assis NDP de, Vaisberg TMJA. Dor cortante: sofrimento emocional de meninas adolescentes. Contextos Clínicos. [Internet]. 2018 [acesso em 12 set 2019]; 11(2). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cclin/v11n2/v11n2a11.pdf.
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).

A conquista do corpo ideal é algo constantemente motivado pela mídia e redes sociais, e se constitui como um fator de sofrimento para as pessoas, especialmente para meninas nessa fase peculiar que se constitui a adolescência. Não possuir o mesmo padrão de beleza proposto pela sociedade pode levar à autoagressão, transtornos alimentares e psicológicos(1919 Deslandes SF, Coutinho T. O uso intensivo da internet por crianças e adolescentes no Ciênc saúde soletiva. 2020 [acesso em 04 fev 2020]; 25: 2479-2486. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v25s1/1413-8123-csc-25-s1-2479.pdf.
https://www.scielo.br/pdf/csc/v25s1/1413...
). O padrão de beleza e o comportamento feminino socialmente aceitos podem ser reflexo do patriarcado, um sistema de dominação e opressão masculina sobre as mulheres, e que pressupõe o corpo feminino como um objeto, tanto para função sexual, quanto reprodutiva(2020 Lagarde M. El Feminismo en mi vida: hitos, claves y topías. Ciudad de México: Nmujeres; 2012.).

Merece destaque, ainda, o aumento expressivo das taxas de violência autoprovocada por outros meios, que envolvem armas de fogo, enforcamento, objeto contundente e substância/objeto quente. Esses meios foram associados ao sexo masculino e à raça/cor preta/parda e indígena. Estudo desenvolvido nos serviços de urgência e emergência das capitais brasileiras indicou que 62,4% dos atendimentos de violência autoprovocada são de pessoas da raça/cor preta/parda(33 Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MC de S. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciênc saúde coletiva. [Internet]. 2017 [acesso em 20 ago 2019]; 22(9). Disponível em: http://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
).

Outro estudo que analisou o suicídio na adolescência por autointoxicação e lesão autoprovocada, segundo a raça/cor no Brasil, revelou aumento dos coeficientes de mortalidade em adolescentes indígenas pretos e pardos, caracterizando a vulnerabilidade desta população, muitas vezes associada à baixa escolaridade, falta de oportunidades, pobreza e discriminação(2121 Santos VC, Anjos KF dos, Silva JK da, Santana J, Araujo I de S. Suicídio na adolescência segundo a raça-cor da pele no Brasil. REBRASF. [Internet]. 2018 [acesso em 24 fev 2021]; 6(1). Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/332246080_Suicidio_na_adolescencia_segundo_a_raca-cor_da_pele_no_Brasil.
https://www.researchgate.net/publication...
). Entre os indígenas, as condições sociais precárias, a perda do território e da cultura, a discriminação histórica à qual são submetidos, o alcoolismo e o histórico de suicídio em suas comunidades são fatores que contribuem para o agravo(2121 Santos VC, Anjos KF dos, Silva JK da, Santana J, Araujo I de S. Suicídio na adolescência segundo a raça-cor da pele no Brasil. REBRASF. [Internet]. 2018 [acesso em 24 fev 2021]; 6(1). Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/332246080_Suicidio_na_adolescencia_segundo_a_raca-cor_da_pele_no_Brasil.
https://www.researchgate.net/publication...
).

Assim, estudos sobre o tema têm consolidado a constatação acerca das desigualdades étnico-raciais que ainda perduram em nossa sociedade, impactando diretamente na condição de saúde destes grupos populacionais e demandando uma reflexão sobre o alcance das políticas públicas de saúde e sociais voltadas a esse segmento, especialmente na área da saúde mental.

Fatores que podem auxiliar na redução dos casos de violência autoprovocada dizem respeito à capacitação dos profissionais de saúde, visando à identificação precoce e o manejo adequado dos casos. Pesquisa realizada com enfermeiros do Reino Unido mostrou que os profissionais não possuíam habilidades e conhecimentos necessários para atender essa demanda, tornando o atendimento ineficaz e possivelmente recorrente(2222 Carter T, Latif A, Callaghan P, Manning JC. An exploration of predictors of children’s nurses’ attitudes, knowledge, confidence and clinical behavioural intentions towards children and young people who self-harm. J Clin Nurs.[Internet]. 2018 [acesso em 16 out 2019]; 27(13-14). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29569381/.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29569381...
).

No mesmo sentido, dados dos serviços de urgência e emergência brasileiros apontam que a maioria dos profissionais de saúde não possuem preparo adequado para conduzir tais situações. Com isso, limitam-se ao atendimento pontual, com prescrições de medicamentos, com ou sem avaliação psicossocial, tornando o atendimento pouco resolutivo e com riscos de reincidência e suicídio(33 Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MC de S. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciênc saúde coletiva. [Internet]. 2017 [acesso em 20 ago 2019]; 22(9). Disponível em: http://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
).

A literatura destaca a importância de abordar a violência autoprovocada na infância e adolescência ainda na graduação dos profissionais de saúde, e oferecer educação permanente nos serviços que prestam assistência a essa clientela(2222 Carter T, Latif A, Callaghan P, Manning JC. An exploration of predictors of children’s nurses’ attitudes, knowledge, confidence and clinical behavioural intentions towards children and young people who self-harm. J Clin Nurs.[Internet]. 2018 [acesso em 16 out 2019]; 27(13-14). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29569381/.
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). Assim como o comprometimento da equipe multidisciplinar na assistência a esses jovens, no que diz respeito ao fluxo de atendimento, realizando a referência e contrarreferência na rede de atenção à saúde, buscando a integralidade do cuidado e o atendimento qualificado e resolutivo(33 Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MC de S. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciênc saúde coletiva. [Internet]. 2017 [acesso em 20 ago 2019]; 22(9). Disponível em: http://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.
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).

Por fim, este estudo possui limitações no que diz respeito ao uso de dados secundários obtidos no SINAN, sujeitos à incompletude das informações e subnumeração dos casos. Contudo, o SINAN é fundamental para a realização de estudos epidemiológicos sobre a violência autoprovocada na população, com abrangência nacional.

CONCLUSÃO

Os resultados aqui apresentados demonstram o aumento das notificações de violência autoprovocada em adolescentes no Brasil, assim como as regiões brasileiras com as maiores taxas de violência autoprovocada.

A presente pesquisa contribuiu no sentido de identificar os meios de autoagressão mais utilizados para essa prática crescente na sociedade, e que se mostra um fenômeno complexo e multifatorial a depender dos determinantes que levam os adolescentes a se autoagredirem.

Os dados do estudo foram coletados anterior à Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, sancionada pelo atual governo, que prevê uma série de medidas de promoção à saúde mental e prevenção da violência autoprovocada e do suicídio. Pode-se dizer que anteriormente a esta política, havia uma lacuna em relação as ações de enfrentamento a autolesão em jovens brasileiros.

Novos estudos se fazem necessário no intuito de avaliar o impacto dessa política pública de saúde no cenário brasileiro. Porquanto sabe-se que controlar os fatores de risco associados ao comportamento autodestrutivo e oferecer acesso à atenção psicossocial são ações que contribuem para a redução desse agravo.

Ademais, espera-se que o estudo contribua no sentido de direcionar ações preventivas pelos profissionais de saúde, sobretudo aqueles que atuam na Atenção Primária à Saúde, principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde, no intuito de realizar os encaminhamentos que se façam necessários dentro das Redes de Atenção à Saúde.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

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Editado por

Editora associada: Tatiane Herreira Trigueiro

Contribuição dos autores:

Contribuições substanciais para a concepção ou desenho do estudo; ou a aquisição, análise ou interpretação de dados do estudo - Brito FAM de, Moroskoski M, Shibukawa BMC, Oliveira RR de, Higarashi IH; Elaboração e revisão crítica do conteúdo intelectual do estudo - Brito FAM de, Moroskoski M, Oliveira RR de; Aprovação da versão final do estudo a ser publicado - Brito FAM de, Moroskoski M, Shibukawa BMC, Oliveira RR de, Higarashi IH. Todos os autores aprovaram a versão final do texto.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    02 Set 2020
  • Aceito
    03 Mar 2021
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