Acessibilidade / Reportar erro

Morfologia de sementes e de estádios iniciais de plântulas de espécies de Bromeliaceae da Amazônia1 1 Parte da tese de Doutorado da primeira autora.

Seed morphology and early seedling stages in Bromeliaceae from the Amazon

Resumo

Sementes de Aechmea bromeliifolia, A. castelnavii (Bromelioideae); Dyckia duckei, D. racemosa (Pitcairnioideae) e Tillandsia adpressiflora (Tillandsioideae) foram coletadas em regiões amazônicas (Mato Grosso) e estudadas visando sua caracterização morfológica e o desenvolvimento pós-seminal com finalidades taxonômicas, além de verificar a porcentagem de germinação. Todas as espécies apresentam germinação epígea e plântulas criptocotiledonares. As sementes não apresentam dormência e a porcentagem de germinação é alta, acima de 86%, facilitando a produção de mudas e estudos de conservação. Como característica exclusiva dos gêneros, o envoltório das sementes de Aechmea(Bromelioideae) apresenta mucilagem que evita a dessecação; enquanto que o de Dyckia (Pitcairnioideae) apresenta alas membranáceas e o de Tillandsia (Tillandsioideae) apresenta apêndices plumosos, neste último caso provavelmente para facilitar a dispersão e estabelecer o hábito epifítico. O início do desenvolvimento pós-seminal de Aechmea (Bromelioideae) e Dyckia (Pitcairnioideae) é marcado pela emergência da raiz primária, interpretado como caráter basal, enquanto que o de Tillandsia adpressiflora (Tillandsioideae) é marcado pela emergência do cotilédone, interpretado como caráter derivado. Dyckia e Tillandsia apresentam pequeno tanque apenas na fase de plântula e em Aechmea ocorre o contrário.

Palavras-chave:
Aechmea; Dyckia; germinação; semente; Tillandsia

Abstract

Seeds of Aechmea bromeliifolia, A. castelnavii (Bromelioideae); Dyckia duckei, D. racemosa (Pitcairnioideae) and Tillandsia adpressiflora (Tillandsioideae) were collected in the Amazon regions (Mato Grosso) and studied to describe morphological characterization and post-seminal development, which can be taxonomically useful, and to assess percent germination. All the species have epigeous germination and produce cryptocotyledonary plantlets. Seeds have no dormancy and percent germination is high (over 86%), which facilitates the production of seedlings and conservation studies. Exclusive characteristics of the genera include: the seed coat of Aechmea (Bromelioideae) has mucilage that prevents desiccation; whereas that of Dyckia (Pitcairnioideae) has membranaceous wings and that of Tillandsia (Tillandsioideae) has feathery appendages, both of which make dispersal easier and establish the epiphytic habit. Initial post-seminal development of Aechmea (Bromelioideae) and Dyckia (Pitcairnioideae) is marked by the emergence of primary roots, interpreted as a basal character, whereas that of Tillandsia adpressiflora (Tillandsioideae) is marked by the emergence of the cotyledon, interpreted as a derived character. Dyckia and Tillandsia have a small tank only in the seedling phase while the contrary occurs in Aechmea.

Key words:
Aechmea; Dyckia; germination; seed; Tillandsia

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    Parte da tese de Doutorado da primeira autora.

Referências

  • Adams, W.W. & Martin, C.E. 1986. Heterophylly and its relevance to evolution within the Tillandsioideae. American Journal of Botany 9: 121-125.
  • Anastácio, M.R. & Santana, D.G. 2010. Características germinativas de sementes de Ananas ananossoides (Backer) L.B.SM. (Bromeliaceae). Acta Scientiarum. Biological Sciences 32: 195-200.
  • Andrade, A.C.S.; Cunha, R.; Souza, A.F.; Reis, R.B. & Almeida, K.J. 2003. Physiological and morphological aspects of seed viability of a neotropical savannah tree, Eugenia dysenterica DC. Seed Science and Technology 31: 125-137.
  • APG - Angiosperm Phylogeny Group. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the order and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121.
  • Benzing, D.H. 2000. Bromeliaceae: profile of an adaptive radiation. Cambridge University Press, Cambridge. 690p.
  • Benzing, D.H.; Henderson, K.; Kessel, B. & Sulak, J. 1976. The absorptive capacities of bromeliad trichomes. American Journal of Botany 63: 1009-1014.
  • Cronquist, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York. 1262p.
  • Dahlgren, R.M.T.; Clifford, H.T. & Yeo, P.F. 1985. The families of the monocotyledons. Structure, evolution, and taxonomy. Springer-Verlag, Berlin. 520p.
  • Duarte, E.F.; Carneiro, I.F. & Rezende, M.H. 2009. Morfologia de frutos e sementes e desenvolvimento pós-seminal de Dyckia goehringii Gross & Rauh (Bromeliaceae). Revista Biologia Neotropical 6: 1-12.
  • Duarte, E.F.; Carneiro, I.F.; Silva, N.F. & Guimarães, N.N.R. 2010. Características físicas e germinação de sementes de Dyckia goehringii Gross & Rauh (Bromeliaceae) sob diferentes temperaturas. Pesquisa Agropecuária Tropical 40: 422-429.
  • Ferreira, D.F. 2004. Sisvar-sistema de análise de variância para dados balanceados. Versão 4.6. Universidade Federal de Lavras, Lavras. 32p.
  • Garwood, N.C. 1996. Functional morphology of tropical tree seedlings. In: Swaine, M.D. (ed.). The ecology of tropical forest tree seedlings. Man and the Biosphere series, Paris. Pp. 59-129.
  • Givnish T.J.; Millam K.C.; Berry P.E. & Sytsma, K.J. 2007. Phylogeny, adaptive radiation, and historical biogeography of Bromeliaceae inferred from ndhF sequence data. In: Columbus, J.T.; Friar, E.A.; Porter, J.M.; Prince, L.M. & Simpson, M.G. (eds.). Monocots: comparative biology and evolution - Poales. Rancho Santa Ana Botanic Garden, Claremont. Pp. 3-26.
  • Ibarra-Manríquez, G.; Ramos, M.M. & Oyama, K. 2001. Seedling functional types in a lowland rain forest in México. American Journal of Botany 88: 1801-1812.
  • Labouriau, L.G. 1983. A germinação das sementes. Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos, Programa Regional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Washington. 173p.
  • Labouriau, L.G. & Valadares, M.E.B. 1976. On the germination of seeds Calotropis procera (Ait.) Ait.f. Anais da Academia Brasileira de Ciências 48: 263-284.
  • Luther H.E. 2006. An alphabetical list of Bromeliad binomials. The Bromeliad Society International, Sarasota. 119p.
  • Maguire, J.D. 1962. Speeds of germination-aid and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science 2: 176-777.
  • Melo, M.F.F. & Varela, V.P. 2006. Aspectos morfológicos de frutos, sementes, germinação e plântulas de duas espécies florestais da Amazônia: Dinizia excelsa Ducke (Angelim Pedra) e Cedrelinga catenaeformis Ducke (Cedrorana) Leguminosae: Mimosoideae. Revista Brasileira de Sementes 28: 54-62.
  • Mercier, H. & Guerreiro Filho, O. 1990. Propagação sexuada de algumas bromélias nativas da Mata Atlântica: efeito da luz e da temperatura na germinação. Hoehnea 17: 19-26.
  • Nakamura, A.T. & Scatena V.L. 2009. Desenvolvimento pós-seminal de espécies de Poaceae (Poales). Acta Botanica Brasilica 23: 212-222.
  • Nara, A.K. & Webber, A.C. 2002. Biologia floral e polinização de Aechmea beeriana (Bromeliaceae) em vegetação de baixio na Amazônia Central. Acta Amazonica 32: 571-588.
  • Oliveira, R.R. 2004. Importância das bromélias epífitas na ciclagem de nutrientes da Floresta Atlântica. Acta Botanica Brasilica 18: 793-799.
  • Pereira, T.S. 1988. Bromelioideae (Bromeliaceae): Morfologia de desenvolvimento pós-seminal de algumas espécies. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 29: 115-154.
  • Pereira, A.R.; Pereira, T.S.; Rodrigues, A.S. & Andrade, A.C.S. 2008. Morfologia de sementes e do desenvolvimento pós-seminal de espécies de Bromeliaceae. Acta Botanica Brasilica 22: 1150-1162.
  • Pereira, A.R.; Andrade, A.C.S.; Pereira, T.S. Forzza; R.C. & Rodrigues, A.S. 2009. Comportamento germinativo de espécies epífitas e rupícolas de Bromeliaceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 32: 827-838.
  • Pierce, S., Maxwell, K., Grifftiths, H. & Winter, K. 2001. Hydrophobic trichome layers and epicuticular wax powders in Bromeliaceae. American Journal of Botany 88: 1371-1389.
  • Santos, A.J.; Bittencourt, A.M.& Nogueira, A.S. 2005. Aspectos econômicos da cadeia produtiva das bromélias na região metropolitana de Curitiba e litoral Paranaense. Floresta 35: 409-417.
  • Sass, C. & Specht, C.D. 2010. Phylogenetic estimation of the core Bromelioids with an emphasis on the genus Aechemae (Bromeliaceae). Molecular Phylogenetics and Evolution 55: 559-571.
  • Scatena, V.L.; Segecin, S. & Coan, A.I. 2006. Seed morphology and post-seminal development of Tillandsia L. (Bromeliaceae) from the "Campos Gerais", Paraná, Southern Brazil. Brazilian Archives of Biology and Technology 49: 945-951.
  • Smith, L.B. & Downs, R.J. 1974. Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Flora Neotropica, Monograph 14: 1-662.
  • Strehl, T. & Beheregaray, R.C.P. 2006. Morfologia de sementes do gênero Dyckia, subfamília Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Pesquisas Botânicas 57: 103-120.
  • Tillich, H.J. 1995. Seedlings and systematics in monocotyledons. In: Rudall, P.J.; Cribb, P.J.; Cutler, D.F. & Humphries, C.J. (eds.). Monocotyledons: systematics and evolution. Kew Botanic Garden, Kew. Pp. 303-352.
  • Tillich, H.J. 2000. Ancestral and derived character states in seedlings of monocotyledons. In: Wilson, K.L. & Morrison, D.A. (eds.). Monocotyledons: systematics and evolution. CSIRO, Melbourne. Pp. 221-228.
  • Tillich, H.J. 2007. Seedling diversity and homologies of seedling organs in the order Poales (Monocotyledons). Annals of Botany 100: 1-17.
  • Van Der Pilj, L. 1982. Principals of dispersal in higher plants. 3rd ed. Springer Verlag, Berlin. 214p.
  • Varadarajan, G.S. & Gilmartin, A.J. 1988. Taxonomic realignments within the subfamily Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Systematic Botany 13: 294-299.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2011

Histórico

  • Recebido
    31 Ago 2010
  • Aceito
    17 Nov 2010
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br