Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação do comportamento de concretos de alto desempenho no estado fresco com o auxílio de um reômetro

Resumos

Para se estudar o comportamento do concreto no estado fresco, nada mais adequado do que aplicar os conceitos da reologia. Sabe-se que este material se comporta como um fluido binghamiano, sendo necessários dois parâmetros reológicos para sua caracterização: tensão de escoamento e viscosidade plástica. Nos últimos anos, a reologia do concreto fresco tem sido estudada tanto pelo ensaio de abatimento de tronco de cone quanto com reômetros. Como o ensaio de abatimento não parece caracterizar corretamente seu comportamento reológico, o presente trabalho apresenta a avaliação do comportamento de concretos de alto desempenho no estado fresco com o auxílio de um reômetro. A partir das curvas de cisalhamento é possível identificar sua natureza e parâmetros reológicos que caracterizam seu comportamento. Além disso, as influências da composição e do procedimento de mistura podem ser observadas, bem como a evolução da trabalhabilidade ao longo do tempo.

concreto de alto desempenho; trabalhabilidade; reologia; reômetro


To study the behavior of fresh concrete, nothing is more appropriate than applying the concepts of rheology. It is known that this material behaves as a Bingham fluid and two rheological parameters are needed to describe it: yield stress and plastic viscosity. In recent years, rheology of fresh concrete has been studied with the aid of the slump test or with rheometers. As the slump test does not seem to describe its rheological behavior correctly, this paper presents an evaluation of fresh high performance concrete behavior using a rheometer. Based on the flow curves, their rheological nature and parameters that describe their behavior can be observed. Moreover, the influence of composition and the mixing procedure can be observed as well as the workability evolution over time.

high performance concrete; workability; rheology; rheometer


Avaliação do comportamento de concretos de alto desempenho no estado fresco com o auxílio de um reômetro

A. L. CastroI; J. B. L. LiborioII; V. C. PandolfelliIII

IEngenheira Doutora, Pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, e-mail: alcastro@ipt.br, Av. Professor Almeida Prado, 532, Prédio 1, Cidade Universitária, CEP 05508-901, São Paulo/SP, Brasi IIProfessor Doutor, Coordenador do Laboratório de Materiais Avançados à Base de Cimento, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, e-mail: liborioj@sc.usp.br, Av. Trabalhador Sancarlense, 400, Centro, CEP 13566-590, São Carlos/SP, Brasil IIIProfessor Doutor, Coordenador do Laboratório de Cerâmicas Especiais e Refratários/Grupo de Engenharia de Microestrutura de Materiais, Departamento de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de São Carlos, e-mail: vicpando@power.ufscar.br, Rod. Washington Luiz, km 235, Monjolinho, CEP 13565-905, São Carlos/SP, Brasil

RESUMO

Para se estudar o comportamento do concreto no estado fresco, nada mais adequado do que aplicar os conceitos da reologia. Sabe-se que este material se comporta como um fluido binghamiano, sendo necessários dois parâmetros reológicos para sua caracterização: tensão de escoamento e viscosidade plástica. Nos últimos anos, a reologia do concreto fresco tem sido estudada tanto pelo ensaio de abatimento de tronco de cone quanto com reômetros. Como o ensaio de abatimento não parece caracterizar corretamente seu comportamento reológico, o presente trabalho apresenta a avaliação do comportamento de concretos de alto desempenho no estado fresco com o auxílio de um reômetro. A partir das curvas de cisalhamento é possível identificar sua natureza e parâmetros reológicos que caracterizam seu comportamento. Além disso, as influências da composição e do procedimento de mistura podem ser observadas, bem como a evolução da trabalhabilidade ao longo do tempo.

Palavras-chave: concreto de alto desempenho; trabalhabilidade; reologia; reômetro.

Texto completo disponivel apenas em PDF.

Full text avaliable only in PDF.

Received: 02 May 2009

Accepted: 27 Jul 2009

Available Online: 04 Dec 2009

  • [01] WALLEVIK, J.E. Relationship between the Bingham parameters and slump. Cement and Concrete Research, v.36, n.7, 2006; p.1214-1221.
  • [02] FERRARIS, C.F. Measurement of rheological roperties of high performance concrete: state of the art report. Journal of Research of the National Institute of Standards and Technology, v.104, n.5, 1999; p.461-478.
  • [03] TATTERSALL, G.H.; BANFILL, P.F.G. The rheology of fresh concrete, London: Pitman, 1983, 347 p.
  • [04] TATTERSALL, G.H. Workability and quality control of concrete, London: E & FN Spon, 1991, 262 p.
  • [05] YEN, T. et al. Flow behavior of high strength high-performance concrete. Cement and Concrete Composites, v.21, n.5-6, 1999; p.413-424.
  • [06] De LARRARD, F.; SEDRAN, T. Mixture-proportioning of high-performance concrete. Cement and Concrete Research, v.32, n.11, 2002; p.1699-1704.
  • [07] CLAISSE, P.A.; LORIMER, O.; AL OMARI, M. Workability of cement pastes. ACI Materials Journal, v.98, n.6, 2001; p.476-482.
  • [08] WALLEVIK, O.H.; GJ∅RV, O.E. Modification of the two-point workability apparatus. Magazine of Concrete Research, v.42, n.152, 1990; p.135-142.
  • [09] De LARRARD, F. et al. Evolution of the workability of superplasticized concretes: assessment with the BTRHEOM rheometer. In: Production Methods and Workability of Concrete, Paisley/Scotland, 1996, Anais, London, 1996, p.377-388.
  • [10] De LARRARD, F. et al. A new rheometer for soft-to-fluid concrete. ACI Materials Journal, v.94, n.3, 1997; p.234-243.
  • [11] PILEGGI, R.G. Ferramentas para o estudo e desenvolvimento de concretos refratários, São Carlos/SP, 2001, Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Carlos, 187 p.
  • [12] BANFILL, P. et al. Comparison of concrete rheometers: international tests at LCPC (Nantes, France) in October, 2000. NISTIR 6819, 2001.
  • [13] ZAIN, M.F.M.; SAFIUDDIN, M.; YUSOF, K.M. A study on the properties of freshly mixed high performance concrete. Cement and Concrete Research, v.29, n.9, 1999; p.1427-1432.
  • [14] WALLEVIK, O.H.; GJ∅RV, O.E. Development of a coaxial cylinders viscometer for fresh concrete. In: Properties of Fresh Concrete, Hanover/Germany, 1990, Anais, London, 1990, p.213-224.
  • [15] SUHR, S. Interactions between sulphates minerals and C3A in cement paste rheology. In: Rheology of Fresh Cement and Concrete, Liverpool, 1990, Anais, London, 1991, p.37-46.
  • [16] CASTRO, A.L. Aplicação de conceitos reológicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho, São Carlos/SP, 2007, Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, 302p.
  • [17] HATTORI, K.; IZUMI, K. A new viscosity equation for non-Newtonian suspensions and its application. In: Rheology of Fresh Cement and Concrete, Liverpool, 1990, Anais, London, 1991, p.83-92.
  • [18] NEHDI, M.; RAHMAN, M.-A. Estimating rheological properties of cement pastes using various rheological models for different test geometry, gap and surfasse friction. Cement and Concrete Research, v.34, n.11, 2004; p.1993-2007.
  • [19] TOUTOU, Z.; ROUSSEL, N. Multiscale experimental study of concrete rheology: from water scale to gravel scale. Materials and Structures, v.39, n.2, 2006; p.189-199.
  • [20] ROUSSEL, N. A thixotropy model for fresh fluid concretes: theory, validation and applications. Cement and Concrete Research, v.36, n.10, 2006; p.1797-1806.
  • [21] GOLASZEWSKI, J.; SZWABOWSKI, J. Influence of superplasticizers on rheological behavior of fresh cement mortars. Cement and Concrete Research, v.34, n.2, 2004; p.235-248.
  • [22] PETIT, J.-Y. et al. Yield stress and viscosity equations for mortars and self-consolidating concrete. Cement and Concrete Research, v.37, n.5, 2007; p.655-670.
  • [23] NEHDI, M.; MINDESS, S.; AÏTCIN, P.-C. Rheology of high-performance concrete: effect of ultrafine particles. Cement and Concrete Research, v.28, n.5, 1998; p.687-697.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Set 2014
  • Data do Fascículo
    Dez 2009

Histórico

  • Aceito
    27 Jul 2009
  • Recebido
    02 Maio 2009
IBRACON - Instituto Brasileiro do Concreto Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), Av. Queiroz Filho, nº 1700 sala 407/408 Torre D, Villa Lobos Office Park, CEP 05319-000, São Paulo, SP - Brasil, Tel. (55 11) 3735-0202, Fax: (55 11) 3733-2190 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: arlene@ibracon.org.br