Acessibilidade / Reportar erro

ESTUDO DOS CONSTITUINTES MACROMOLECULARES, EXTRATIVOS VOLÁTEIS E COMPOSTOS FENÓLICOS DA MADEIRA DE CANDEIA - Moquinia polymorpha (LESS.) DC.

STUDY OF MACROMOLECULAR CONSTITUENTS, VOLATILE EXTRACTIVES AND PHENOLICS FROM CANDEIA WOOD - Moquinia polymorpha (LESS.) DC.

RESUMO

Neste estudo, foram analisados os principais componentes químicos da madeira da Moquinia polymorpha (LESS.) DC., conhecida como candeia ou cambará, nativa da região Sul de Minas Gerais. A composição química dessa madeira foi: 47,5% de α-celulose, 25,4% de hemiceluloses A e B, 24,0% de lignina, 73,2% de holocelulose, 3,82% de extrativos em etanol:cicloexano (1:1, v v-1), 3,21% em etanol e 4,04% em água quente. Nos compostos voláteis identificados, destacaram-se: α-curcumeno, α- diidroturmerona, β-diidroturmerona, cedranol, 1-ciclopentil-3-[2,4-dimetil-fenil]propano. A análise dos fenóis totais foi conduzida com base nos extratos metanol-água (MA) e acetona-água (AA), em que esse último apresentou maior rendimento. O teor de fenóis totais foi determinado pelos métodos Folin-Ciocalteau e Azul da Prússia modificado. No método Folin-Ciocalteau, foram encontrados 0,93 mg g-1 de madeira para o extrato MA e 1,56 para o extrato AA e no método azul da Prússia modificado, foram determinados 2,74 mg g-1 de madeira para o extrato MA e 4,42 para o extrato AA. O teor de proantocianidinas foi determinado pelos métodos da vanilina e n-butanol:ácido. No método n-butanol:ácido, foram encontrados 0,012 mg g-1 de madeira para o extrato MA e 0,017 para o extrato AA e, no método da vanilina, foram determinados 0,29 mg g-1 de madeira para o extrato MA e 0,58 para o extrato AA. Não foram detectados 3-deoxi-proantocianidinas.

Palavras-chave:
Moquinia polymorpha; extrativos; constituintes macromoleculares

ABSTRACT

In this study, the main chemical components of Moquinia polymorpha (LESS.) DC. (candeia or cambará) wood were investigated. This wood is native in the Southern region of Minas Gerais - Brazil. The chemical composition was: 47.5% of α-cellulose, 25.4% of A and B hemicelluloses, 24.0% of lignin, 73.2% of holocellulose, 3.82% of ethanol:cyclohexane (1:1, v v-1) extractives, 3.21% of ethanol extractives and 4.04% of hot water extractives. The volatile composition was mainly: α-curcumene, α-dihydroturmerone, β- dihydroturmerone, cedranol, 1-cyclopentyl-3-[2,4-dimethylphenyl]propane. The total phenols analysis was carried out on methanol:water (MW) and acetone:water (AW) extracts. The last one presented better yield. The total phenols were determined by Folin-Ciocalteau and the modified Prussian blue assays. Folin- Ciocalteau yielded 0.93 mg g-1 of wood for MW extract and 1.56 for AW extract; modified Prussian blue yielded 2.74 mg g-1 of wood for MW extract and 4.42 for AW extract. Proanthocyanidins were determined by n-buthanol-acid and vanillin assays. The n-buthanol acid yielded 0.012 mg g-1 of wood for MW extract and 0.017 for AW extract; vanillin: 0.29 mg g-1 of wood for MW extract and 0.58 for AW extract. 3-deoxy- proanthocyanidins were not detected.

Keywords:
Moquinia polymorpha; total phenols; macromolecular components

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • ADAMS, R. P. Identification of essential oil components by gas chromatography-mass spectroscopy. Illinois: Allured, 1995. 469p.
  • BENJAMIN, C. A. Comparação entre três critérios de amostragem para a avaliação da densidade básica da madeira de florestas implantadas de eucaliptos. 2002. 131f. Dissertação (Mestrado em Agronomia / Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2002.
  • BRAGA, R. Plantas do Nordeste: especialmente do Ceará. 4.ed. Mossoró: Escola Superior de Agricultura de Mossoró, 1960. 315p.
  • BROWNING, B. L. Methods of wood chemistry. New York: Interscience, 1967. 496p. v.2.
  • CONDE, E.; CADAHÍA, E.; GARCÍA-VALLEJO, M. C. High-pressure liquid chromatographic analysis of polyphenols in leaves of Eucalyptus camaldulensis, globulus and rudis: proanthocyanidins, ellagitannins and flavanol glycosides. Phytochemical Analysis, v. 8, n. 2, p. 78-83, 1997.
  • CORK, S. J.; KROCKENBERGER, K. Methods and pitfalls of extracting condensed tannins and other phenolics from plants - insights from investigations on eucalyptus leaves. Journal of Chemical Ecology, v. 17, n. 1, p. 123-134, 1991.
  • FARMER, R. H. Chemistry in the utilization of wood. Oxford: Pergamon, 1967. 132p. v. 9.
  • FENGEL, D.; WEGENER, G. Wood - chemistry, ultrastructure, reactions. Berlin: Walter de Gruyter, 1989. 613p.
  • GRAHAM, H. D. Stabilization of the Prussian blue color in the determination of polyphenols. J. Agric. Food Chem., v. 40, n. 5, p. 801-805, 1992.
  • HAGERMAN, A. E.; ZHAO, Y.; JOHNSON, S. Methods for determination of condensed and Hydrolysable tannins. In: SHAHADI, F. Antinutrients and phytochemicals in foods. Washington, DC: F. Shahadi, American Chemical Society, 1997, p. 209-222.
  • HAGERMAN, A. E. Extraction of tannin from fresh and preserved leaves. Journal of Chemical Ecology, v. 14, n. 2, p. 453-461, 1988.
  • HAGERMAN, A. E. Tannin chemistry. Oxford: Miami University, 1998. Disponível em: <Disponível em: http://www.users.muohio.edu/hagermae/tannin.pdf >. Acesso em: maio 2006.
    » http://www.users.muohio.edu/hagermae/tannin.pdf
  • HASLAM, E. Plant polyphenols. Cambridge: Cambridge University Press, 1989. 230p.
  • MAINIERI, C.; CHIMELO, J. P. Fichas de características das madeiras brasileiras. 2.ed. São Paulo: IPT, 1989. 418p.
  • MORAIS, S. A. L.; EVANDRO, A. N.; QUEIROZ, C. A. A.; PILÓ-VELOSO, D.; DRUMOND, M. G. Studies on polyphenols and lignin of Astronium urundeuva wood. Journal Brazilian Chemical Society, v. 10, n. 6, p. 447-452, 1999.
  • MORAIS, S. A. L.; NASCIMENTO, E. A.; QUEIROZ, C. R. A. A. Caracterização dos taninos da aroeira-preta (Astronium urundeuva). Revista Árvore, v. 26, n. 4, p. 485-492, 2002.
  • MORAIS, S. A. L.; NASCIMENTO, E. A.; OLIVEIRA, G. S. Análise química da madeira do cedro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 43., 2003, Ouro Preto. Anais... Rio de Janeiro : Associação Brasileira de Química, 2003. 542p.
  • MORAIS, S. A. L.; NASCIMENTO, E. A.; MELO, D. C. Análise da madeira do Pinus oocarpa. Parte I - Estudo dos constituintes macromoleculares e extrativos voláteis. Revista Árvore , v. 29, n. 3, p. 1-7, 2005.
  • NASCIMENTO, E. A.; MORAIS, S. A. L.; SIMÓN, M. B. F.; GARCIA, M. G. V.; CONDE, E. M. Polifenóis da madeira de Eucalyptus grandis Parte I - Análise por espectroscopia e cromatografia líquida. Ciência & Engenharia, v. 5, n. 2, p. 13-18, 1996.
  • PORTER, H. J.; HRSTICH, L. N.; CHAN, B. C. The conversion of procyanidins and prodelphinidins to cyanidin and delphinidin. Phytochemistry, v. 25, p. 223-230, 1986.
  • PRICE, M. L.; VAN SCOYOC, S.; BUTLER, L. G. A critical of evaluation of the vanillin reaction as an assay fortannin in sorghum grain. J. Agric. Food Chem , v. 26, p. 1214-1218, 1978.
  • QUEIROZ, C. R. A. A. Análise da Lignina e dos Polifenóis da Aroeira Preta (Astronium urundeuva) 2001. 144f. Dissertação (Mestrado em Química)- Instituto de Química, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2001.
  • SCHOFIELD, P.; MBUGUA, D. M.; PELL, A. N. Analysis of condensed tannins: a review. Animal Feed Science and Technology, v. 91, p. 21-40, 2001.
  • STAFFORD, H. A.; LESTER, H. H. Procyanidins (condensed tannins) in green cell-suspension cultures of douglas-fir compared with those in strawberry and avocado leaves by means of C18-reversed-phase chromatography. Plant Physiol., v. 66, n. 6, p. 1085-1090, 1980.
  • STAFFORD, H.A. Flavonoid metabolism. Boca Raton: CRC, 1990. 286p.
  • SWAIN, T. & HILLIS, W.E. The phenolic constitutents of Prunus. domestica I : the quantitative analysis of phenolic constituents. J. Sci. Food Agric., v.10, p. 63-68, 1959.
  • TAPPI. TEST METHOD T 264 om-88, Preparation of wood for chemical analysis. Atlanta: Tappi Press, 1988.
  • TAPPI. TEST METHOD T 222 om-88, Acid-insoluble lignin in wood and pulp. Atlanta: Tappi Press, 1999.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2007

Histórico

  • Recebido
    17 Jan 2006
  • Aceito
    14 Mar 2007
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br