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Idoso e condições de vida: análise da pesquisa de orçamento familiar de Viçosa (MG), 2019-2020

Resumo

Objetivo

Identificar o perfil socioeconômico da população idosa residente em Viçosa (MG, Brasil) e suas condições de vida, e verificar a influência dos fatores idade, sexo e escolaridade na renda dos membros da família e do idoso em particular.

Método

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, a partir dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) (2019-2020), do Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa (DEE-UFV), da qual participaram 307 domicílios, sendo a amostra constituída por 167 idosos.

Resultados

A maioria dos idosos era do sexo feminino, com idade média de 69,8 (±8,07) anos, nível de escolaridade referente ao ensino médio completo, aposentada (74,90%), renda média de R$2.914,10, acima da faixa considerada baixa pelo Cadastro Único, e proveniente, exclusivamente, de aposentadoria. Os idosos encontravam-se satisfeitos com suas condições de vida, principalmente em relação à moradia. As variáveis sexo, idade e escolaridade influenciavam na renda dos membros da família, mas quando analisada somente a renda do idoso, o fator idade não exerceu influência.

Conclusão

Comparativamente, a amostra estudada encontrava-se em condições de vida, renda e escolaridade mais satisfatórias e favoráveis do que os idosos do país em geral, demonstrados nos estudos a partir de dados da POF nacional. Essa realidade, no entanto, pode ser atrelada à existência da UFV no município, onde boa parte da população estuda e/ou trabalha, auferindo melhores níveis educacionais e maiores rendimentos, visto que a educação impacta de forma positiva no acesso a melhores empregos e salários.

Palavras-Chave:
Idoso; Condições de Vida; Renda

Abstract

Objective

The study aimed to identify the socioeconomic profile of the older population in Viçosa, MG, Brazil, and their living condition and verify the influence of the age, sex and education factors on the income of family members and the older people in particula

Methods

This is a cross-sectional and descriptive study, based on data from the Household Budget Survey (POF) (2019-2020), from the Department of Economics at the Federal University of Viçosa (DEE-UFV). Three hundred and seven households participated in the study and the sample was composed by 167 older people.

Results

Most of the older people were female, with an average age of 69.8 (±8.07) years old, education level referring to complete high school and retired (74.90%). As to their income, most of them had R$2,914.10 on average, which is above the range considered low by the Brazilian Government Registry named “Cadastro Único”. They also had the retirement as their exclusive income. The older people were satisfied with their living conditions, especially in regard to housing. The variables gender, age, and education influenced the family members’ income. But the age factor did not influence the older people’s income when it was singularly analyzed.

Conclusions

The studied sample had more satisfactory and favorable income, schooling and living conditions than the older population in the country when compared to studies that used data from the national POF. However, this reality could be linked to the existence of the UFV in the city where great part of the population studies and/or works therefore achieving better educational levels and earning higher incomes once education has a positive impact on the access to better jobs and wages.

Keywords
Older People; Life conditions; Income

INTRODUÇÃO

A maior longevidade acarreta mudanças no perfil de consumo da pessoa idosa, gerando demandas por bens e serviços diferenciados11 Fonseca Jr. SB, Lima AFR. Proposta metodológica de índice de inflação da terceira idade no município de Goiânia, Goiás. Planej. Polít. Públicas. 2016:113-34., com preços e marcas que atendam suas necessidades22 Melo NCV de, Teixeira KMD, Silveira MB. Consumo e perfil demográfico dos diferentes arranjos domiciliares de idosos no Brasil: análises a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Rev. Bra.s Geriatr. Gerontol. 2017;20(5):607-17.. Idosos contemporâneos apresentam perfil diferente dos idosos de décadas atrás, pois são mais ativos e consumistas, sendo considerados um novo segmento da população, com potencial de mercado33 Silva NNL da, Xavier MP. A terceira idade como foco das propagandas midiáticas de consumo. Psicol. Rev. 2017;21:203-15..

Além de viver mais, o idoso vive de forma mais saudável, trabalha por mais tempo, possui maior poder de compra e consome mais, tanto por necessidade, quanto por prazer e diversão44 Kearney AT. Understanding the Needs and Consequences of the Ageing Consumer. Paris:Consumer Goods Forum; 2013..

Ao mesmo tempo, é preciso considerar que os idosos não constituem um grupo homogêneo, se diferindo quanto à renda, escolaridade, gênero, raça, coorte, dentre outros. Assim, além da heterogeneidade evidenciada pelos fatores sexo e idade, Camarano e Pasinato55 Camarano AA, Pasinato MT. O envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas. In: Camarano AA (ed.). Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: Ipea; 2004. salientam que o segmento etário idoso é composto por indivíduos que possuem total autonomia, contribuem para o desenvolvimento socioeconômico e desempenham papéis relevantes na família e, também, por aqueles incapazes de lidar com as atividades cotidianas e que não possuem rendimentos.

Aliada a essa questão, surge a preocupação quanto à despesa dos idosos face às demandas impostas pelo envelhecimento. A renda do idoso nem sempre é capaz de suprir as necessidades com alimentação, moradia, saúde, entre outros66 Almeida AN de, Kassouf AL. Determinantes do consumo de famílias com idosos e sem idosos com base na pesquisa de orçamentos familiares de 1995/96. Rev. Econ. Apl. 2004;8:479-510., principalmente, nos casos em que ele é o responsável ou o que mais contribui financeiramente com a unidade familiar.

Logo, a maior longevidade, atrelada a um maior número de idosos, trará impactos nas políticas públicas, refletindo nas condições de vida, na economia, no consumo, entre outros. Por sua vez, o consumo é influenciado por fatores como renda, idade, preferências, hábitos e cultura22 Melo NCV de, Teixeira KMD, Silveira MB. Consumo e perfil demográfico dos diferentes arranjos domiciliares de idosos no Brasil: análises a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Rev. Bra.s Geriatr. Gerontol. 2017;20(5):607-17..

Problematiza-se, assim, que características como escolaridade, renda, sexo e idade do idoso interferem em seu padrão de consumo. Dessa forma, o estudo identificou o perfil socioeconômico do idoso e suas condições de vida e moradia, e verificou a existência de fatores que podem influenciar em sua renda, uma vez que trata de uma das principais determinantes do consumo.

Conhecer as condições de vida do idoso é importante para compreender o cenário no qual estão inseridos, com vistas à implementação de políticas públicas e sociais que amparem esse segmento. Tal levantamento pode ser um instrumento na formulação de políticas, sobretudo nas relativas às áreas de saúde, lazer, educação e transporte, considerando as necessidades do idoso e da realidade vivenciada.

Em termos de literatura, poucos estudos foram encontrados em âmbito nacional, tais como Almeida e Kassouf66 Almeida AN de, Kassouf AL. Determinantes do consumo de famílias com idosos e sem idosos com base na pesquisa de orçamentos familiares de 1995/96. Rev. Econ. Apl. 2004;8:479-510., Melo et al.77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19., Melo et al.22 Melo NCV de, Teixeira KMD, Silveira MB. Consumo e perfil demográfico dos diferentes arranjos domiciliares de idosos no Brasil: análises a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Rev. Bra.s Geriatr. Gerontol. 2017;20(5):607-17.. Esses estudos avaliaram as características socioeconômicas da população idosa brasileira, enquanto o presente estudo foi realizado com a população idosa de Viçosa (MG), por meio de dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) local, que retrata com mais precisão a realidade do município.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal e exploratório-descritivo realizado a partir de dados da POF (2019-2020), realizada pelo Departamento de Economia (DEE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no qual se fez um recorte dos dados de famílias que continham idosos em sua composição.

No município de Viçosa (MG), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) foi de 0,778 em 2010. O valor, considerado alto (entre 0,700 e 0,799), foi alcançado por contribuição dos fatores longevidade (0,883), renda (0,758) e educação (0,696)88 Cirino JF, Rodrigues CT, Silva VE. 4ª Pesquisa de Orçamento Familiar em Viçosa - MG. 2019-2020. Viçosa, MG: [S. n.]; 2020.. O município sedia a UFV, que possibilita aos idosos que fizeram parte de seu corpo técnico-administrativo ou docente ter acesso a melhor renda quando comparados a idosos aposentados de outros setores.

A POF obtém informações gerais sobre domicílios, famílias e pessoas, hábitos de consumo, despesas e receitas das famílias, tendo os domicílios como unidade de coleta99 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasília, DF: IBGE; 2017. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017; 2017 [acesso em 19 mar. 2019]; [1 tela]. Disponível em: https://bit.ly/2xJVbFh.
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e, como função, a atualização da cesta básica de consumo e obtenção de novas estruturas de ponderação para o cálculo de índices de preços. Além disso, a POF objetiva mensurar as estruturas de consumo, gastos, rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias para disponibilizar informações sobre a composição orçamentária doméstica e condições de vida da população, bem como a percepção subjetiva da qualidade de vida, além de gerar bases de dados e estudos sobre o perfil nutricional da população1010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasília, DF: IBGE; 2019. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Primeiros resultados. 2019; [acesso em 07 out. 2019]; [1 tela]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101670.pdf.
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O questionário da POF é subdividido em blocos contendo questões sobre Características do domicílio; Moradores do domicílio; Despesas dos grupos de produtos relacionados à Alimentação, Vestuário, Habitação, Artigos de residência, Transporte, Comunicação, Saúde e cuidados pessoais, Educação, Despesas pessoais, Rendimentos e Condições de vida.

Para categorizar o perfil socioeconômico dos idosos foram consideradas as variáveis: idade em anos, sexo, escolaridade, ocupação profissional, fonte de renda e valor da renda mensal. Para o conhecimento das condições de vida da população idosa considerou-se aspectos como tipo de domicílio, número de cômodos (total, dormitórios e banheiros) e condição de ocupação do imóvel, percepção da suficiência da renda mensal, renda mensal mínima para se chegar ao fim do mês, percepção da suficiência da quantidade de alimento consumida pela família mensalmente, serviço de água, coleta de lixo, iluminação da rua, escoamento da água da chuva, fornecimento de água e energia elétrica, problemas estruturais no domicílio e atraso no pagamento de despesas.

Para as variáveis nominais foi feita a descrição dos dados encontrados por frequência absoluta e relativa. Para as variáveis escalares, além da Análise Exploratória dos Dados (AED), realizou-se análise de regressão linear múltipla com dados de corte transversal.

Em relação à última análise, foram desenvolvidos dois modelos de regressão para explicar os determinantes da renda dos idosos e dos moradores dos domicílios com idosos. Nos dois casos a variável dependente é explicada por variáveis independentes como idade, sexo e nível de escolaridade, o que caracteriza uma regressão linear múltipla. A escolha das variáveis independentes foi feita com base em Cirino1111 Cirino JF. Discriminação por gênero no mercado de trabalho: uma comparação do diferencial de rendimento entre homens e mulheres para os anos de 2002 e 2014. Planej. Polít. Públicas. 2018;51:221-53. e Loureiro1212 Loureiro PRA. Uma resenha teórica e empírica sobre economia da discriminação. Rev. Bras. Econ. 2003;57:125-57., que utilizaram a teoria do Capital Humano como modelo teórico. Assim, estimou-se a equação de regressão linear:

l o g ( R e n d a i ) = β 1 + β 2 I d a d e i + β 3 I d a d e 2 + β 4 S e x o i + β 5 Pré-Escola i + β 6 E n s i n o F u n d a m e n t a l i + β 7 E n s i n o S u p e r i o r i + u i

na qual log(Rendai) é a variável explicada expressa pela renda total mensal do idoso para uma regressão, e dos membros das famílias com idosos na composição, para a outra regressão; Idadei é a idade do indivíduo medida em anos, sendo incluída, também, na sua forma quadrática, a fim de captar uma possível relação não linear entre log(Rendai) e Idadei , conforme sugerido pela teoria do Capital Humano. Sexoi é uma variável dummy que assume o valor 1 para homens e 0 para mulheres, Pré-Escolai , Ensino Fundamentali , e Ensino Superiori são variáveis dummies que apresentam o nível de escolaridade do indivíduo, sendo o grupo base formado por Ensino Médio, uma vez que esse nível de escolaridade foi o mais encontrado entre os idosos da amostra. Por fim, Bj, com j variando de 1 a 7, são os parâmetros do modelo, enquanto ui é o termo de erro estocástico.

A possível relação não linear entre Renda e Idade seria o resultado da depreciação normal do capital humano com a idade. Isso ocorre porque, inicialmente, mais anos no mercado de trabalho tendem a significar maior habilidade e capacitação para o trabalho. Entretanto, com o passar do tempo, a idade mais avançada do trabalhador começa a ser vista como ponto negativo, uma vez que o empregador passa a associar tal variável à maior dificuldade para aprender novas tecnologias e à morosidade elevada nas atividades laborais1111 Cirino JF. Discriminação por gênero no mercado de trabalho: uma comparação do diferencial de rendimento entre homens e mulheres para os anos de 2002 e 2014. Planej. Polít. Públicas. 2018;51:221-53..

Como a equação foi estimada por meio dos Métodos dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) a fim de que os estimadores sejam eficientes e não viesados, é importante que todas as propriedades desejáveis do método sejam atendidas. Nesse sentido, dados de corte transversal podem conter o problema da heterocedasticidade, ou seja, a dispersão do termo de erro não é a mesma ao longo da análise. Neste estudo, isso pode ocorrer pelo fato de algumas pessoas terem renda muito alta enquanto outras, renda muito baixa.

O teste utilizado para a detecção de heterocedasticidade foi o de Breusch-Pagan. Este tem a hipótese nula de homocedasticidade (variância constante) contra a hipótese alternativa de presença de heterocedasticidade. Para a correção dessa possível violação procede-se à estimação por erros padrão robustos.

Para demonstrar espacialmente a renda média dos domicílios com idosos em sua composição segundo o bairro de residência onde a pesquisa foi realizada, utilizou-se o programa Quantum-Gis, que é um sistema de informação geográfica que permite a visualização, a edição e a análise de dados georreferenciados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As condições socioeconômicas do idoso viçosense

Para a realização da POF foram visitados 307 domicílios em Viçosa (MG). Em 113 destes (36,81%) havia, pelo menos, um idoso residindo, totalizando 167 idosos na amostra. Teve-se como média 2,93 pessoas residindo em tais domicílios. De acordo com Almeida e Kassouf66 Almeida AN de, Kassouf AL. Determinantes do consumo de famílias com idosos e sem idosos com base na pesquisa de orçamentos familiares de 1995/96. Rev. Econ. Apl. 2004;8:479-510., a presença de um idoso no núcleo familiar, com a sua renda estável, altera a estrutura de consumo da família, além de colaborar para a redução da pobreza na referida unidade. Assim, foram selecionados para a amostra os domicílios que continham pelo menos um idoso em sua composição.

Os arranjos familiares identificados na amostra foram: idoso vivendo só ou unipessoal (9,74%), idoso residindo com cônjuge (23,89%), idoso residindo com cônjuge e filhos (23,89%), idoso residindo com cônjuge, filhos, netos e outros parentes (8,85%) e idoso residindo com filhos, netos e outros parentes sem o cônjuge (33,63%). Em 89,38% dos domicílios, a pessoa de referência ou chefe da família era um idoso, sendo 46,90% do sexo masculino e 42,48% do sexo feminino.

Chama a atenção o alto percentual de domicílios chefiados por idosos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) 20181313 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasilia, DF: IBGE; 2018. Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios; 2018 [acesso em 11 jan. 2021]; [1 tela]. Disponível em: https://bit.ly/35xEiMt.
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, a partir de 2016 observa-se um aumento do número de domicílios chefiados por idosos. Isso pode ser associado à estabilidade da renda do idoso, proveniente de aposentadorias e pensões, e reflexos da crise econômica e desemprego1414 Cavenaghi S, Alves JED. Mulheres chefes de família no Brasil: avanços e desafios. 32ª ed. Rio de Janeiro: ENS-CPES; 2018.. Ademais, geralmente, o chefe de domicílio é associado à pessoa com a renda maior ou mais estável, o que também pode explicar o resultado encontrado.

Os idosos possuíam idade média de 69,8 (±8,07) anos, apresentando mediana e moda de 69 anos. A maioria era do sexo feminino (52,10%), corroborando a tendência apontada por Arango e Peláez1515 Arango DC, Peláez E. Envejecimiento poblacional en el siglo XXI: Oportunidades, retos y preocupaciones. Salud UNINORTE. 2012;28:335-48. sobre a feminização da velhice. Assim como Melo et al.22 Melo NCV de, Teixeira KMD, Silveira MB. Consumo e perfil demográfico dos diferentes arranjos domiciliares de idosos no Brasil: análises a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Rev. Bra.s Geriatr. Gerontol. 2017;20(5):607-17. pontuam, essa maior esperança de vida feminina pode estar atrelada à maior e mais precoce procura por cuidados de saúde por mulheres em comparação aos homens, o que, consequentemente, resulta em uma vida mais longa, porém, nem sempre mais saudável. Portanto, apesar de viverem mais, as mulheres sofrem mais de incapacidades funcionais, vivendo por mais tempo com doenças nos últimos anos de vida e tendem a apresentar menores níveis de satisfação com a vida do que os homens77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19.,1616 Camargos MCS, Gonzaga MR. Viver mais e melhor?: estimativas de expectativa de vida saudável para a população brasileira. Cad. Saúde Pública. 2015;31:1-9. Disponível em: http://doi.org/10.1590/0102-311X00128914.,1717 Pinquart M, Sorensen S. Gender Differences in Caregiver Stressors, Social Resources, and Health: An Updated Meta-Analysis. J Gerontol Ser B Psychol. sci. soc. sci. 2006;61:33-45..

Com relação à escolaridade, os idosos possuíam grau de instrução maior quando comparados com a média nacional encontrada no estudo de Melo et al.77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19., que identificou baixo nível de escolaridade da população idosa no país, condizente com o ensino fundamental, ao analisar dados da POF 2008-20091010 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasília, DF: IBGE; 2019. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Primeiros resultados. 2019; [acesso em 07 out. 2019]; [1 tela]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101670.pdf.
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Quanto à ocupação profissional, a maioria dos idosos era aposentada, com renda variando entre R$1.500,00 e R$3.000,00 e fontes de rendimentos provenientes, unicamente, de aposentadoria (Tabela 1).

Tabela 1
Perfil socioeconômico do idoso viçosense. Viçosa, MG, 2020.

A renda média mensal dos idosos foi de R$2.914,10, com mediana de R$2.150,00 e moda de R$954,00. Dentre os respondentes, grande parcela possuía renda de até R$5.000,00, sendo o intervalo variável entre R$444,00 e R$15.500,00. Considerando o conceito de baixa renda utilizado para inscrição no Cadastro Único1818 Brasil. CadÚnico: Cadastro Único para programas sociais do governo federal [Internet]. Brasília, DF; 2020; [acesso em 04 dez. 2020]; [1 tela]. Disponível em: https://bit.ly/3qLJzJo.
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que diz que “devem estar cadastradas as famílias de baixa renda: que ganham até meio salário mínimo por pessoa (R$522,50); ou que ganham até 3 salários mínimos de renda mensal total (R$3.135,00)”, valores vigentes em 2020, e a renda média encontrada para o idoso, ou seja, renda por pessoa, R$2.914,10, pode-se observar que os mesmos se encontravam acima da faixa considerada como de baixa renda no país.

Embora os dados da POF local não permitam associar a fonte de renda desses idosos com aposentadorias provenientes do trabalho na UFV, a relação é provável, dado os valores de renda de 65,16% de idosos que possuíam rendimentos acima de um salário-mínimo vigente em 2020 (R$1.045,00). Assim, infere-se que os idosos aposentados da UFV tinham acesso a salários maiores e condições de vida melhores do que a média nacional, retratados em estudos como os de Melo et al.77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19., uma vez que tiveram, ao longo da vida, uma renda melhor, que consequentemente lhes permitia viver em melhores condições socioeconômicas do que os idosos do país como um todo.

Bento e Lebrão1919 Bento JA, Lebrão ML. Suficiência de renda percebida por pessoas idosas no Município de São Paulo/Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18:2229-38. ressaltam que idosos que possuem renda mais baixa, geralmente, apresentam piores condições de saúde e função física, e menor uso de serviços de saúde, além da prevalência de doenças crônico-degenerativas.

Nesse sentido, Melo et al.77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19. argumentam que maiores níveis de renda permitem aos idosos adquirir melhores serviços de saúde, de acompanhamento, equipamentos de apoio e uma inserção social mais ativa, propiciando-lhes melhores condições de vida. Além disso, segundo os autores, os níveis de renda são importantes não somente para compreender o idoso como um potencial consumidor, mas como um indivíduo ativo, que possui necessidades decorrentes da idade e características pessoais, familiares, sociais, econômicas e culturais.

A Figura 1 mostra a renda média dos domicílios com idosos conforme o bairro de residência. A menor delas foi encontrada no bairro Novo Silvestre (R$700,00) e a maior, no Acamari (R$15.500,00).

Figura 1
Distribuição da renda média familiar dos domicílios com idosos, segundo o bairro de residência. Viçosa, MG, 2020.

Observou-se que 31,25% dos domicílios com idosos possuíam renda média variando entre R$4.000,00 e R$6.000,00, sendo as maiores rendas pertencentes aos domicílios localizados nos bairros caracterizados como de classe média e alta no município, como Acamari, Clélia Bernardes e Lourdes.

O idoso possuía a maior renda em 74,34% dos domicílios, o que chama a atenção para o grande número de idosos chefes de família, que têm assumido o papel de colaborar com a renda familiar. Essa renda do idoso, dentro da estrutura familiar, torna-se relevante pela sua estabilidade, fazendo aumentar o poder de compra da família2020 Zanon RR, Moretto AC, Rodrigues RL. Envelhecimento populacional e mudanças no padrão de consumo e na estrutura produtiva brasileira. Rev. Bras. Estud. Popul. 2013;30:45-67..

Quanto às condições de moradia dos domicílios dos idosos (113 domicílios), 58,18 % eram casas não rústicas e 20,91%, apartamentos. Os domicílios possuíam, em média, 8,58 cômodos, com 3,11 dormitórios e 2,02 banheiros, sendo 83,18% próprios, já quitados, 2,65% próprios, em aquisição, 9,73% alugados, 2,65% cedidos, e 1,77% não informaram.

De modo geral, os idosos consideravam bons os serviços de água (62,96%), coleta de lixo (49,07%), iluminação pública (56,48%), escoamento de água da chuva (46,73%), fornecimento de água (57,94%) e energia elétrica (82,41%). Ressalta-se que apenas o fornecimento de energia elétrica obteve satisfatória aprovação. O nível de satisfação em torno de 50% para os serviços prestados pelo município indica a necessidade de melhorias significativas destes.

Em relação à percepção dos idosos quanto às condições de seus domicílios, os mesmos se encontravam satisfeitos quanto ao espaço (93,52%), iluminação da casa (85,19%), telhado (92,52%), fundação, paredes e chão (88,79%), janelas e pisos (90,65%), rua ou vizinhos (66,67%), poluição ou problemas ambientais (82,41%), e violência ou vandalismo nas proximidades (50,00%). Acredita-se que este último quesito seja de grande preocupação para a comunidade como um todo, pois assim como afirmam Siqueira et al.2121 Siqueira EB, Jacob KG, Silveira R. Diagnóstico dos homicídios em Viçosa-MG [Internet]. Viçosa: LAEC; 2017. Disponível em: http://www.laec.ufv.br/wp-content/uploads/803_DOC-20181018-WA0001.pdf.
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, o índice de criminalidade no município de Viçosa (MG) cresceu a partir dos anos 2000, exigindo das autoridades investimentos em segurança e combate ao crime.

Quanto à percepção sobre a suficiência da renda total recebida, 71,30% consideravam que o valor recebido não permitia chegar ao fim do mês sem algum grau de dificuldade, sendo R$5.000,00 considerados a renda mensal mínima necessária para se chegar ao fim do mês para 15,00% dos entrevistados (Tabela 2).

Tabela 2
Percepção do idoso viçosense quanto aos seus rendimentos. Viçosa, MG, 2020.

Os dados revelaram certo paradoxo quanto à suficiência da renda para os idosos. Embora 71,30% considerassem que a renda total recebida não era suficiente para chegar ao fim do mês sem dificuldade, a quantidade de alimento consumida no mês foi considerada suficiente por 94,39% deles (Tabela 2). Um aspecto que pode ser presumido é que, apesar de a renda não ser suficiente, as famílias desses idosos podem priorizar a compra de alimentos. Melo et al.77 Melo NCV de, Aurélio M, Ferreira M. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos. 2014;25(1):4-19. salientam que a renda está diretamente relacionada ao poder de compra da família. Bento e Lebrão1919 Bento JA, Lebrão ML. Suficiência de renda percebida por pessoas idosas no Município de São Paulo/Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18:2229-38. esclarecem que a satisfação do que se entende como necessidades mínimas, os hábitos de consumo e as preferências dos indivíduos variam conforme o ambiente em que estão inseridos. Desse modo, a renda não seria o único fator impeditivo de os indivíduos não consumirem ou não concretizarem algo, pois as características físicas e sociais adquiridas afetam suas vidas.

Em relação à quantidade de alimento consumida no mês, verificou-se que os domicílios onde foi afirmado que essa quantidade às vezes não era suficiente inseriam-se na faixa de renda de até R$2.000,00 por domicílio. Já no que tange à suficiência da renda mensal, havia domicílios que possuíam renda total de R$954,00 e consideravam que a mesma permitia chegar ao fim do mês com pouca dificuldade, revelando superestimação da renda. Por outro lado, identificou-se subestimação da renda em domicílios que contabilizavam rendas a partir de R$4.000,00 e que também salientaram um pouco de dificuldade para passar o mês.

Assim, infere-se que a percepção de suficiência da renda diferia entre os domicílios com idosos, evidenciando que essa percepção é subjetiva e dependente de fatores como contexto em que se vive, estilo de vida, número de pessoas no domicílio e suas necessidades. Bento e Lebrão1919 Bento JA, Lebrão ML. Suficiência de renda percebida por pessoas idosas no Município de São Paulo/Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18:2229-38. ressaltam que é importante compreender o entendimento dos idosos sobre o atendimento, ou não, de suas necessidades básicas e humanas, pois isso está relacionado à percepção de suficiência da renda.

Estudos indicam que idosos mais velhos tendem a superestimar sua satisfação com a renda ao subestimarem suas dificuldades financeiras. Por serem mais velhos, esses idosos teriam melhores informações sobre sua condição de saúde, saberiam com mais precisão as descontinuidades a que estão suscetíveis e teriam maior experiência no gerenciamento de seus recursos conforme seu nível de renda e em relação aos idosos mais jovens1919 Bento JA, Lebrão ML. Suficiência de renda percebida por pessoas idosas no Município de São Paulo/Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18:2229-38.. Ainda, segundo os autores, haveria a teoria da dissonância cognitiva, em que os idosos, ao vivenciarem a diminuição de seus rendimentos, alterariam sua interpretação a respeito de quanto precisariam efetivamente para sobreviver de maneira satisfatória.

Dessa forma, não se pode generalizar a percepção de suficiência da renda na amostra estudada, pois esta é individual e relativa, dependente de fatores e características peculiares de cada família.

Em 71,30% dos domicílios foi considerado que a renda mensal total não os permitia chegar ao final do mês sem dificuldades. Entretanto, em média, em 97,19% dos domicílios não havia atrasos no pagamento de despesas como aluguel, contas de água, luz e prestação de bens e serviços, o que pode revelar satisfatória administração do orçamento pelas famílias.

Influência das variáveis idade, sexo e escolaridade nos rendimentos

Os resultados do teste de Breusch-Pagan para os modelos geral e somente idoso apresentaram estatísticas de teste igual a 0,52, com p-valor de 0,47. Como tais estatísticas não foram significativas, sendo interpretadas como aceitação da hipótese nula de homoscedasticidade, não foi necessária a estimação por erros padrão robustos.

Para o modelo geral, os resultados da estimação da regressão linear múltipla mostraram que a idade exercia influência positiva na renda individual dos membros da família (Tabela 3). Isto é, a cada ano na idade do indivíduo, sua renda aumenta em 3%. Tal resultado pode ser explicado pelo fato de que como a idade pode ser vista como uma proxy de experiência no mercado de trabalho, quanto maior essa última, maior a possibilidade de alcançar postos de trabalho com melhor remuneração salarial. Já a idade ao quadrado não se mostrou significativa para explicar a renda do indivíduo indicando que para a amostra em questão, não ocorreu a depreciação do capital humano sugerida pela teoria do Capital Humano.

Tabela 3
Resultados da análise de corte transversal para a renda individual dos membros da família e para a renda do idoso. Viçosa, MG, 2020.

Já para o caso em que se analisou apenas a renda do idoso, observou-se que a idade e a idade ao quadrado não exerciam influência na renda recebida pelo idoso. Ou seja, para esses idosos, o avanço da idade, muito provavelmente, não implicará em aumento na renda, uma vez que 74,67% eram aposentados e suas fontes de rendimentos eram provenientes, exclusivamente, de aposentadoria.

Os resultados mostraram que a variável sexo exercia influência na renda do indivíduo, sendo que o sexo masculino possuía uma renda maior do que o feminino em 34% e 40%, respectivamente, para os modelos geral e para o idoso. Barros2222 Barros DS. Escolaridade e distribuição de renda entre os empregados na economia brasileira: Uma análise comparativa dos setores público e privado dos anos 2001 e 2013. Rev. Econ. Contemp. 2017;21:1-10. Disponível em: http://doi.org/10.1590/198055272135. encontrou em seu estudo uma diferença de 22% na renda feminina em relação à masculina. Em relação ao diferencial de rendimento quanto ao gênero, Freisleben e Bezerra2323 Freisleben VS, Bezerra FM. Ainda existe discriminação salarial contra as mulheres no mercado de trabalho da região Sul do Brasil?: Evidências para os anos de 1998 e 2008. Cad. Econ. 2012;16:51-65. apontam que apesar de as mulheres serem, geralmente, mais escolarizadas, ainda existe diferencial salarial em favor dos homens não explicado pela diferença de atributos, indicando a existência de discriminação no mercado de trabalho. Cirino1111 Cirino JF. Discriminação por gênero no mercado de trabalho: uma comparação do diferencial de rendimento entre homens e mulheres para os anos de 2002 e 2014. Planej. Polít. Públicas. 2018;51:221-53. encontrou que houve redução de 6,2 pontos percentuais na discriminação de rendimentos entre gêneros entre os anos de 2002 e 2014, embora ainda persista diferencial de cerca de 30% a mais de rendimento não explicado dos homens sobre as mulheres.

Algumas variáveis qualitativas de nível de escolaridade foram inseridas na análise, mantendo-se o ensino médio como base. Para o modelo geral, observou-se que o indivíduo que possuía apenas a pré-escola tinha renda 53% menor do que aqueles que possuíam o ensino médio. Enquanto o indivíduo com ensino superior, ou algum nível acima, possuía renda 50% maior do que aqueles que não possuíam esse nível de escolaridade. Em relação ao ensino fundamental, como tal variável qualitativa não foi estatisticamente significativa, tem-se que indivíduos com esse nível de escolaridade apresentaram renda semelhante à daqueles com ensino médio.

Para o modelo considerando o rendimento mensal dos idosos, nos casos em que o idoso possuía apenas a pré-escola, sua renda era 89% menor que a daquele idoso com ensino médio. Para aqueles com o ensino fundamental, a renda também era menor, no entanto, em apenas 24%. Os resultados específicos para o idoso mostraram que aqueles que possuíam ensino superior, ou algum nível acima, possuíam, também, renda 45% maior do que aqueles com ensino médio.

O resultado é consonante com os achados de Bento e Lebrão1919 Bento JA, Lebrão ML. Suficiência de renda percebida por pessoas idosas no Município de São Paulo/Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18:2229-38. e Cirino1111 Cirino JF. Discriminação por gênero no mercado de trabalho: uma comparação do diferencial de rendimento entre homens e mulheres para os anos de 2002 e 2014. Planej. Polít. Públicas. 2018;51:221-53., que enfatizam que esses resultados sobre a escolaridade vão ao encontro do preconizado pela teoria do Capital Humano. Dessa forma, a renda gerada pelo indivíduo é atribuída à sua competência, sendo um dos componentes a educação. Ou seja, quanto mais escolarizado o indivíduo, maior poderá ser o rendimento auferido no mercado de trabalho.

CONCLUSÕES

O estudo identificou o perfil socioeconômico da população idosa viçosense, bem como suas condições de vida e moradia, e verificou a existência de fatores que podem influenciar na renda dos membros individuais e do idoso na cidade de Viçosa (MG).

Os dados referentes ao perfil socioeconômico dos participantes da amostra revelaram que a maioria dos idosos era do sexo feminino, idade média de 69 anos, nível de escolaridade referente ao ensino médio completo, aposentada, renda média acima da média nacional, proveniente, exclusivamente de aposentadoria.

De modo geral, nos domicílios com idosos, o nível de satisfação com as condições de vida e de moradia mostrou-se favorável e satisfatório, podendo ser associado ao fato de possuírem renda média per capita significativa e acima da faixa considerada como baixa. Os idosos com maiores níveis de escolaridade e sexo masculino possuíam as maiores rendas, evidenciando a influência da escolaridade e gênero na renda.

Conclui-se que os idosos estudados possuíam condições de vida, renda e escolaridade mais satisfatórias e favoráveis do que os idosos do país em geral, demonstrado nos estudos a partir de dados da Pesquisa de Orçamento Familiar nacional. Essa realidade, no entanto, pode ser atrelada à existência da Universidade Federal de Viçosa no município, onde boa parte da população estuda e, ou trabalha, auferindo melhores níveis educacionais e maiores rendimentos, visto que a educação impacta de forma positiva no acesso a melhores empregos e salários.

A contribuição científica deste estudo decorre do fato de não haver outros estudos com a população idosa do município, sobretudo, utilizando-se dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) local ou nacional. Assim, este servirá como referência para futuros trabalhos na avaliação das condições socioeconômicas dessa população a partir de uma nova POF local.

  • Não houve financiamento para a execução desse trabalho.

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Editado por

Editado por: Maria Helena Rodrigues Galvão

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Abr 2022
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    12 Nov 2021
  • Aceito
    14 Fev 2022
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