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Receptores opioides até o contexto atual

Resumos

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Devido à finalidade do ambulatório e os fármacos utilizados rotineiramente, o objetivo deste estudo foi rever e atualizar os conhecimentos sobre os receptores opioides e como complemento de estudo após palestra apresentada aos integrantes da equipe. CONTEÚDO: Foram revisados desde os aspectos históricos até os conhecimentos mais recentes sobre receptores opioides, descritos seus subtipos e mecanismos de ação. Para tal, foram consultadas referências indexadas pelo Pubmed. CONCLUSÃO: Com os dados presentes na literatura atual, concluiu-se que ainda existe muito a ser pesquisado sobre o tópico, visando medicações mais seguras e novas técnicas biomoleculares ainda são necessárias.

Antagonistas opioides; História da medicina; Morfina; Opioides; Ópio; Papoula; Receptores de morfina; Receptores opioides


BACKGROUND AND OBJECTIVES: Due to the objective of the outpatient setting and to routinely used drugs, this study aimed at reviewing and updating the knowledge about opioid receptors and worked as a study complement after a lecture presented to team members. CONTENTS: We have reviewed from historical aspects to most recent developments about opioid receptors, in addition to describing subtypes and action mechanisms. For such, Pubmed-indexed references were queried. CONCLUSION: After reviewing current literature data, we have concluded that there is still a lot to be researched about the topic, aiming at safer drugs, and new biomolecular techniques are still needed.

History of medicine; Morphine; Morphine receptors; Opioid antagonists; Opioid receptors; Opioids; Opium; Poppy


ARTIGO DE REVISÃO

Receptores opioides até o contexto atual* * Recebido do Grupo da Dor, Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR.

Rodrigo Tomazini MartinsI; Daniel Benzecry de AlmeidaII; Felipe Marques do Rego MonteiroIII; Pedro André KowacsIV; Ricardo RaminaV

IResidente de Neurologia no Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR, Brasil

IINeurocirurgião e Chefe do Serviço de Dor no Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR, Brasil

IIIResidente de Neurocirurgia no Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR, Brasil

IVNeurologista e Chefe do Serviço de Neurologia no Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR, Brasil

VNeurocirurgião e Chefe do Serviço de Neurocirurgia no Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Dr. Rodrigo Tomazini Martins Instituto de Neurologia de Curitiba Rua Jeremias Maciel Perreto, 300 81210-310 Curitiba, PR E-mail: rodrigom@inc-neuro.com.br

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Devido à finalidade do ambulatório e os fármacos utilizados rotineiramente, o objetivo deste estudo foi rever e atualizar os conhecimentos sobre os receptores opioides e como complemento de estudo após palestra apresentada aos integrantes da equipe.

CONTEÚDO: Foram revisados desde os aspectos históricos até os conhecimentos mais recentes sobre receptores opioides, descritos seus subtipos e mecanismos de ação. Para tal, foram consultadas referências indexadas pelo Pubmed.

CONCLUSÃO: Com os dados presentes na literatura atual, concluiu-se que ainda existe muito a ser pesquisado sobre o tópico, visando medicações mais seguras e novas técnicas biomoleculares ainda são necessárias.

Descritores: Antagonistas opioides, História da medicina, Morfina, Opioides, Ópio, Papoula, Receptores de morfina, Receptores opioides.

INTRODUÇÃO

Desde os tempos remotos, o ópio já vinha sendo utilizado nas diversas culturas, tanto como componente de fórmulas terapêuticas como também com finalidade recreativa. Com os avanços de técnicas biomoleculares e o consequente descobrimento de receptores opioides, houve maior compreensão de seus efeitos e a possibilidade da síntese de novos derivados, tendo grande impacto sobre a população, pela possibilidade de tratar a dor de forma sem precedentes. A identificação dos receptores opioides em laboratório muito contribuiu para essa evolução, sendo o enfoque atual de diversas pesquisas para o descobrimento de novos receptores e seus subtipos, na esperança de compreender os diversos efeitos terapêuticos e colaterais dessa classe medicamentosa, visa permitir a criação de fármacos mais específicos e de melhor tolerabilidade.

OPIOIDES: ASPECTOS HISTÓRICOS

O ópio é conhecido desde a antiguidade, e tem sido usado pelo homem muito provavelmente antes da história escrita. Existem imagens arqueológicas que sugerem o seu emprego nas culturas sumérias. Além disso, diversos estudos demonstram que a maioria dos povos antigos já conhecia e utilizava esta substância, incluindo os assírios, árabes, egípcios, gregos, romanos, chineses e persas.

Desde 3400 a.C. a papoula parece ter sido cultivada na baixa Mesopotâmia. Os Sumérios se referem a ela como Hul Gil, a "planta da alegria" e eles logo ensinariam aos assírios os efeitos eufóricos deste extrato vegetal. Essa arte seria repassada para os babilônios, que por sua vez, passariam seu conhecimento aos egípcios1-3.

Em 1300 a.C. na capital de Tebas, os egípcios começaram o cultivo de ópio thebaicum. O comércio de ópio floresce durante o reinado de Tutmés IV, Akhenaton e Tutankhamon. A rota de comércio incluía os fenícios, que transportariam o item para o Mar Mediterrâneo e Europa1,4.

Hipócrates, em 460 a.C., rejeitou os atributos mágicos do ópio, mas concordou que era útil como um narcótico. Em 330 a.C. Alexandre, o Grande, introduziu o ópio para o povo da Pérsia e da Índia. Os hinos religiosos hindus (Vedas) já citavam os poderes do ópio. Vários textos médicos antigos, tais como os descritos por Avicena e Galeno revelavam seu uso como analgésico potente1-3.

O ópio thebaicum, é introduzido pela primeira vez na China por comerciantes árabes em 400 d.C.. No século XII, antigos tratados médicos indianos como Sarangdhar Samhita descreve o uso de ópio para diarreia e disfunções sexuais.

Por volta de 1500, os portugueses iniciam o hábito de fumar ópio. Os efeitos eram instantâneos. Um século após, moradores da Pérsia e da Índia começam a comer e beber misturas de ópio com finalidade recreativa.

No início do século XVI, o ópio é reintroduzido na literatura médica europeia por Paracelsus como láudano: um composto de ópio, sucos cítricos e quintessência de ouro. Denominadas de pílulas pretas ou "Pedras da Imortalidade", eram feitas de thebaicum, sendo receitadas como analgésicos1-3,5.

Em 1680, o botânico inglês, Thomas Sydenham, após estudar as variedades da papoula, introduz o Laudanum Sydenham, um composto de ópio, vinho de cerejas e ervas, recomendando-o como poderoso analgésico e antidiarreico e cita: "de todos os remédios que o poderoso Deus favoreceu a dar ao homem para aliviar seus sofrimentos, nenhum é tão universal e eficaz como o ópio"1,2,5.

Na metade do século XVIII, Lineu, discípulo de Paracelsus foi o primeiro a classificar a papoula, Papaver somniferum – "indutor de sono". A sua extração é feita pelo seu látex, retirado por pequenas escarificações em suas flores ainda verdes, de onde sai um líquido leitoso. As variedades mais tradicionais contém neste sumo até 10% de alcaloides medicinais, em especial, a morfina, além de outras substâncias como a tebaína, a codeína, a papaverina e a noscapina, identificadas anos mais tarde1,2,6.

Em 1803, Friedrich Sertürner, na Alemanha, descobriu o ingrediente ativo do ópio, dissolvendo-o em ácido, em seguida, neutralizando-o com amônia. O resultado: um alcaloide - principium somniferum ou morfina. Alguns anos mais tarde, em 1827, a companhia Merck & Co, na Alemanha, começa a produção comercial de morfina. Em 1843, Alexander Wood, de Edimburgo, na Escócia, descobre nova forma de administrar a morfina, pela aplicação através de uma seringa. Seus efeitos são instantâneos e três vezes mais potentes1,2.

Charles Romley A. Wright, pesquisador inglês, em 1874, foi o primeiro a sintetizar a heroína, ou diacetilmorfina, pela fervura da morfina. No início do século XIX, em várias revistas médicas, os médicos discutem os efeitos colaterais do uso de heroína e os sintomas de abstinência1,2.

Atualmente, a Austrália, a Turquia e a Índia são os maiores produtores de ópio para fins medicinais.

OS RECEPTORES

Desde a metade do século XX, existia o conceito da provável existência de estruturas celulares que reconhecessem as diversas moléculas, permitindo assim a sua ativação. Essas estruturas, denominadas receptores, demonstravam alto grau de especificidade para cada substância. No entanto, somente com o desenvolvimento de modernas técnicas de biologia molecular seria possível conhecer os seus detalhes.

Na década de 1940, os primeiros antagonistas opioides surgiram: a naloxona e posteriormente a naltrexona. Ainda nesse período foi desenvolvido o primeiro opioide sintético: a meperidina3,7.

O interesse nesta área aumentou ainda mais com o franco investimento do governo americano, em especial na era Nixon, o qual declarou Guerra contra a Heroína, estimulando a criação de centros de pesquisa sobre os opioides7.

Em meados da década de 1960, Paul Janssen sintetizou pela primeira vez o fentanil em seu laboratório e, nos anos 1970, foram isolados e purificados os primeiros polipeptídeos endógenos (encefalinas e β-endorfinas)8.

O estudo pioneiro de Candace Pert e Solomon Snyder, publicado em março de 1973 demonstrou a existência de receptores específicos da naloxona no cérebro de mamíferos e no intestino de cobaias7,9.

Um ano após esta descoberta, em maio de 1974, vários pesquisadores de diversos centros se reuniram em Boston, no Neuroscience Research Program. Foram discutidos temas como: detalhes sobre a ligação dos receptores opioides e as primeiras publicações sobre os opioides endógenos7.

Os estudos farmacológicos da nalorfina em seres humanos demonstravam um resultado interessante. Em doses pequenas, esta substância antagonizava os efeitos analgésicos da morfina. Porém em doses maiores, o efeito analgésico retornava. Com esse achado, ficava aparente a existência de mais de um receptor para explicar esta dualidade10.

A importância dos opioides tem papel marcante na analgesia e a imagem da papoula do ópio aparece em símbolos tradicionais de entidades médicas, tais como o Royal College of Anaesthetists.

Por convenção, denominam-se opiáceo a todas as substâncias de origem natural, presentes no ópio da papoula, enquanto que, os opioides seriam todas as moléculas, naturais ou sintéticas, que tenham ação em seus receptores específicos11.

Outras papoulas, em especial a Papaver bracteatum e a Papaver orientale são ricas em tebaína e servem para a produção de hidromorfona, hidrocodona e outros opioides sintéticos.

Por meio de pesquisas com preparados de íleo de roedores foi possível identificar três receptores da classe dos opioides e foram nomeados com letras gregas de acordo com a correspondente inicial de cada substância específica utilizada para estimulá-lo12. Com isso, foi denominado receptor µ (mu) ao receptor ativado pela morfina; κ (kappa) àquele responsivo a cetociclazocina e; σ (sigma) pela substância SKF 10047. Esta última mais tarde viria a ser provada como não sendo da classe dos receptores opioides. Os efeitos psicomiméticos descritos relacionados à fenciclidina, que a princípio pareciam ser relacionados aos receptores sigma foram posteriormente reanalisados, chegando-se a conclusão de que seriam, na verdade, decorrentes de bloqueio de receptores glutamatérgicos do tipo NMDA. Da mesma maneira, estudos subsequentes falharam em demonstrar a existência do receptor do tipo sigma3,9.

Na década de 1980, outro grupo de polipeptídeos endógenos foi identificado e foram chamados de dinorfinas. Esses peptídeos derivam de precursores maiores que em mamíferos são: a proencefalina A, a prodinorfina e a proopiomelanocortina3.

Mais tarde, Kosterlitz e col.13 utilizando-se de ratos vas deferens determinou um novo tipo de receptor e, seguindo a mesma regra de nomenclatura, denominou δ (delta), com isso, perfazendo novamente um total de três receptores opioides3,9.

O receptor δ foi o primeiro a ser clonado em laboratório. Possui como agentes agonistas principais a encefalina (deltorfina) cuja seletividade é baixa, mas possui alta afinidade, e também o SIOM, derivado da naltrexona, mais seletivo e potente. Antagonizando tal substância, encontra-se o naltrindol, também derivado da naltrexona, sendo este, o primeiro a ser sintetizado em laboratório13.

Nos receptores κ, o primeiro agonista identificado foi a cetociclazocina e como antagonista possui a nor-binaltorfimina, de potente ação. Por fim, nos receptores µ, teve como primeiro agonista identificado a morfina, e como antagonista, a naloxona14.

De acordo com o subtipo dos receptores e sua localização no sistema nervoso, algumas ações são bem definidas. Os receptores δ são responsáveis primariamente pela analgesia, mas também por modular funções cognitivas e de dependência física. São localizados nos núcleos pontinos, amígdalas, bulbo olfatório, córtex cerebral profundo e nos neurônios sensitivos periféricos15.

Cabem aos receptores κ as funções de nocicepção, termorregulação, controle de diurese e secreção neuroendócrina. Estão localizados no hipotálamo, substância cinzenta periaquedutal, substância gelatinosa na medula espinhal, além de neurônios sensitivos periféricos15.

Quanto aos receptores µ, estes regulam funções como a nocicepção, o ciclo respiratório e o trânsito intestinal, estando localizados nas lâminas III e V do córtex cerebral, no tálamo, substância cinzenta periaquedutal, substância gelatinosa e trato gastrintestinal15.

Em humanos, os genes que codificam a transcrição destes receptores estão localizados da seguinte maneira: no cromossomo 1 para os receptores δ, no braço longo do cromossomo 8 para os receptores κ e por fim os receptores µ são codificados pelo cromossomo 315.

Estes receptores, na membrana celular, são acoplados à proteína G. Quando estimulados por um fármaco opioide, ocorre a inibição da enzima adenilato ciclase, reduzindo o nível intracelular de adenosil monofosfato cíclico. Com isso há o fechamento dos canais de cálcio voltagem dependentes nas terminações pré-sinápticas, reduzindo a liberação de neurotransmissores e ainda a ativação dos receptores, porém não os canais de K+ na membrana pós-sináptica. Isso causa uma hiperpolarização desse neurônio, bloqueando parcialmente a transmissão do estímulo doloroso16.

Existe uma proposta defendida por biologistas moleculares de mudança na nomenclatura dos receptores δ, κ e µ, os quais foram estabelecidos por farmacologistas. Por esta proposta, os receptores passariam a serem chamados de DOR, KOR e MOR (delta, kappa e mu respectivamente). No entanto, tal nomenclatura ainda continuou sendo fonte de controvérsias. Por fim, a International Union of Pharmachologists (IUPHAR) definiu uma nova nomenclatura de acordo com a sequência histórica de clonagem dos receptores. Denominou-se que os receptores seriam nomeados por OP, seguidos de um número subscrito referente a ordem cronológica de clonagem e, quando necessário, uma letra a seguir para os subtipos. Sendo assim os receptores DOP passaram a ser denominados OP1, KOP seriam descritos como OP2 e assim sucessivamente9,15.

Em estudos de atividade com radioligantes, foi determinada a presença de dois subtipos de receptores µ. O receptor µ1 tem o sítio de ligação sensível à naloxonazina e os receptores µ2 são seletivos para morfina17.

Dois antagonistas dos receptores δ foram comparados, o naltrindol e a encefalina. O subtipo δ1 foi designado ao local onde o naltrindol bloqueou os efeitos da deltanorfina e δ2, o local onde uma encefalina (DALCE) bloqueou seletivamente a ação de outra encefalina (DPDPE)18.

A presença de dois subtipos de receptores κ foi demonstrada utilizando-se de cetociclazocina radiomarcada. Determinou-se de subtipo κ1 o local sensível a substância U50,488H, enquanto que o κ2 acabou por ser considerado um dímero do receptor κ1. Dentre os receptores κ1, há outra subdivisão, sendo categorizada de acordo com a afinidade do receptor pela dinorfina. Com isso, designou-se κ1a o de menor afinidade e κ1b o de maior afinidade. O subtipo κ3 decorreu de estudos com uma solução contendo agonista e antagonista (naloxona benzoil-hidrazona), determinando o local onde esta teria ação antagonista à morfina19.

Novos subtipos de receptores têm sido estudados, determinando que os receptores ε (épsilon) têm sua localização em linfócitos e tem alta afinidade por β-endorfina20. Outro subtipo, denominado ζ (zeta), está presente nas células da pele, córnea e cérebro, sendo seletivos para met-encefalina. São relacionados ao crescimento de algumas células tumorais21.

Ainda outros subtipos de receptores são descritos como o: ι (iota), cuja encefalina apresenta alta afinidade, estando presente no íleo de coelhos e; λ (lambda) com afinidade por epoximorfina, sendo encontrado em preparados frescos de membranas celulares de ratos22.

CONCLUSÃO

No futuro, maiores avanços nas técnicas de biologia molecular e isolamento de DNA complementar trarão, provavelmente, novos conhecimentos e uma melhor compreensão e identificação dos receptores opioides, incluindo suas ações.

Apresentado em 27 de dezembro de 2011

Aceito para publicação em 27 de fevereiro de 2012.

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  • Endereço para correspondência:
    Dr. Rodrigo Tomazini Martins
    Instituto de Neurologia de Curitiba
    Rua Jeremias Maciel Perreto, 300
    81210-310 Curitiba, PR
    E-mail:
  • *
    Recebido do Grupo da Dor, Instituto de Neurologia de Curitiba. Curitiba, PR.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      29 Mar 2012
    • Data do Fascículo
      Mar 2012

    Histórico

    • Recebido
      27 Dez 2011
    • Aceito
      27 Fev 2012
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