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Repercussões socioeconômicas do curso piloto de administração da UAB na visão de egressos e coordenadores

Socioeconomic repercussions of the pilot course on administration by UAB as seen by its graduates and coordinators

Resumos

O objetivo deste estudo foi identificar os fatores que levaram os egressos a fazer o curso piloto de administração à distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB), os possíveis benefícios socioeconômicos e dificuldades percebidas por eles e pelos coordenadores. A coleta de dados deu-se em duas etapas. A primeira foi quantitativa de cunho descritivo-exploratório, feita a partir de um survey aplicado aos egressos do curso. Para essa etapa, realizou-se a análise descritiva e multivariada (análise decluster) dos dados. A segunda etapa foi qualitativa descritivo-exploratória, em que foram entrevistados coordenadores do curso, buscando identificar suas impressões acerca do curso e as possíveis dificuldades e benefícios que ele proporcionou para seus egressos. No total, 332 egressos responderam à pesquisa. Identificou-se que os fatores que mais influenciaram a realização do curso foram flexibilidade da educação à distância e a gratuidade do curso. Os benefícios sociais como maior capacidade de argumentação, aumento da autoconfiança, dentre outros, superaram os benefícios econômicos como aumento da renda e mudança de emprego. As principais dificuldades apontadas foram: falta de tempo para realizar as atividades do curso e dificuldade em aprender sozinho. Para os coordenadores, os benefícios sociais conseguidos pelos egressos também superaram os benefícios econômicos. Contudo, houve percepções opostas entre a visão dos egressos e dos coordenadores. Concluiu-se que o curso piloto tornou-se o marco para muitas Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) expandirem a oferta de cursos à distância, ao passo que conseguiu proporcionar educação superior para pessoas que não teriam condições nos moldes tradicionais.

Educação à distância; Universidade Aberta do Brasil; Curso piloto de administração; Repercussões socioeconômicas


The purpose of this research was to identify the factors that led former students to take the pilot online course on Administration delivered by the Open University of Brazil (UAB), the virtual socioeconomic benefits and the difficulties that were perceived by them and by the course coordinators. Data collection took place in two phases. The first step was quantitative and of a descriptive/exploratory nature, conducted with a survey applied to graduates. In this phase, a descriptive and multi-varied analysis was performed (cluster analysis) on the data acquired. The second phase was qualitative and also of descriptive/exploratory nature, during which the course coordinators were interviewed, in an attempt to identify their impressions about the course and any difficulties and benefits that it had provided the former students with. In total, 332 graduates responded to the study. I was able to find that the factors that mostly drew students to course were the flexibility allowed by the online education and the fact that the course was free of charge. The social benefits, including greater capacity of argumentation and increased self-confidence, exceeded the economic benefits such as increased income and a change of job. The major difficulties indicated were: lack of time to perform the course activities and difficulty to learn on one´s own. For the course coordinators, the social benefits achieved by the former students also exceeded the economic advantages. However, there were contrary perceptions between the view of graduates and course coordinators. Conclusion was that the pilot course became a landmark to several Public Institutions of Higher Education so that they could expand the offering of online courses, while it managed to provide higher education to people who would not stand a chance in the traditional ways.

Remote/online education; Open University of Brazil; Pilot course on administration; Socioeconomic repercussions


Introdução

O crescimento e desenvolvimento de uma sociedade e de sua respectiva região (cidade, estado, país) estão intrinsicamente ligados com o potencial educacional dos indivíduos, exigindo que os mesmos alcancem patamares educacionais cada vez mais elevados para se inserirem no mundo contemporâneo.

Assim, a Educação a Distância (EaD) tem sido utilizada como uma ferramenta da política pública brasileira para alcançar o objetivo de aumentar a oferta de diversos cursos superiores e, consequentemente, aumentar o nível educacional da sociedade, satisfazer as necessidades dos indivíduos e proporcionar benefícios diversos para o desempenho de sua vida acadêmica, suas atividades laborais, sociais e para sua vida econômica.

A partir de 2005, no setor público, a EaD assumiu proporções consideráveis com a criação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), a qual se instaurou como uma importante ferramenta da política pública de expansão da educação superior e ampliação das fronteiras do conhecimento (SEGENREICH, 2009; UAB; CAPES, 2013UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=13>. Acesso em: 06 mar. 2013.
http://uab.capes.gov.br/index.php?option...
). Em 2006, a partir da abertura de edital público, denominado UAB1, foi instituído o primeiro curso de bacharelado em administração à distância na área pública (referenciado neste estudo como curso piloto). No total, 22 Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) distribuídas nas cinco regiões do Brasil ministraram o curso, o qual teve início no segundo semestre de 2006, com data limite para finalização em 2011, variando de acordo com as propostas pedagógicas de cada instituição (MENDONÇA et al., 2011MENDONÇA, Ricardo Rodrigues Silveira et al. Graduação em administração a distância: relatos, impressões e percepções sobre uma experiência pedagógica e social de valor agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD), 8., 2011, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Unirede, 2011. p. 1-11.).

A EaD, por ainda ser considerada um processo novo das estratégias da política pública de expansão e democratização do acesso à educação superior, deve ser avaliada no sentido de identificar quais são os benefícios que essa modalidade de educação proporciona para os seus egressos. Além disso, é importante pensar se, de fato, os objetivos da EaD estão sendo alcançados, tanto por parte dos alunos quanto de seus gestores. Partindo-se desta vertente, esse estudo buscou investigar os fatores que levaram os alunos a fazerem o curso, os possíveis benefícios socioeconômicos, bem como as dificuldades percebidas pelos egressos e pelos coordenadores do curso piloto de Administração à distância. Nosso recorte foi estudar esses fatores no âmbito do sistema Universidade Aberta do Brasil, nos cursos ofertados de 2006 a 2011 por Instituições Públicas de Ensino Superior.

Referencial teórico-metodológico

Esta seção tem o objetivo de demonstrar a importância do potencial educacional de uma sociedade como fonte dinamizadora de desenvolvimento socioeconômico e o sistema UAB, que foi instituído com o objetivo de expandir a oferta de educação superior pública.

A educação mostra-se relevante na medida em que é considerada um fator fundamental para o crescimento e desenvolvimento de uma nação. Estudos já realizados enfatizam que os níveis de inovação, crescimento e desenvolvimento tecnológico e econômico de um país estão proporcionalmente relacionados ao nível de educação alcançado por sua população. Assim, demonstra-se a importância do processo educacional para o sucesso econômico e social dos países (POCHMANN, 2004POCHMANN, Márcio. Educação e trabalho: como desenvolver uma relação virtuosa. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 383-399, maio/ago. 2004.; BARBOSA FILHO; PESSÔA, 2010BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSÔA, Samuel de Abreu. Educação e crescimento: o que a evidência empírica e teórica mostra? Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 2, p. 265-303, maio/ago. 2010.;PETERS, 2010PETERS, Michael. Three forms of the knowledge economy: learning, creativity and openness. Economics, Management and Financial Markets, v. 5, n. 4, p. 63-92, 2010.).

Corroborando Gylfason (2001)GYLFASON, Thorvaldur. Natural resources, education, and economic development. European Economic Review, v. 45, n. 4-6, p. 847-859, 2001.; Sun et al. (2012)SUN, Han et al. Comparative study on economic contribution rate of education of China and foreign countries based on soft computing method. Applied Soft Computing, v. 12, n. 8, p. 2106-2113, aug. 2012.; Jalil; Idrees (2013)JALIL, Abdul; IDREES, Mohamed. Modeling the impact of education on the economic growth: evidence from aggregated and disaggregated time series data of Pakistan. Economic Modelling, v. 31, p. 383-388, mar. 2013.; Yang; McCall (2013), em suas pesquisas, confirmam a hipótese de que investimentos no setor educacional, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, são capazes de elevar o seu crescimento econômico. Da mesma forma, Moraes (2010MORAES, Reginaldo Carmello Corrêa. Educação a distância e efeitos em cadeia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 547-559, maio/ago. 2010., p. 548) enfatiza que:

[...] a capacidade das nações de educarem sua população parece constituir um divisor de águas que separa o mundo moderno entre aqueles que terão cada vez mais e aqueles que terão cada vez menos.

Segundo Gylfason (2001)GYLFASON, Thorvaldur. Natural resources, education, and economic development. European Economic Review, v. 45, n. 4-6, p. 847-859, 2001., Jalil; Idrees (2013)JALIL, Abdul; IDREES, Mohamed. Modeling the impact of education on the economic growth: evidence from aggregated and disaggregated time series data of Pakistan. Economic Modelling, v. 31, p. 383-388, mar. 2013., Adam Smith em seus estudos já propunha que uma das causas da riqueza de um país estava diretamente relacionada ao nível de especialização proporcionado aos trabalhadores. A partir da inserção dos indivíduos no meio educacional, há uma maior interação e dinamicidade nas relações sociais, assim como nos aspectos relacionados às atividades laborais, pois o desenvolvimento de habilidades e o autoconhecimento dos indivíduos resultam em desenvolvimento e rendimento de competências diversas (SANTOS, 2012).

Aguiar (2012)AGUIAR, Letícia Carneiro. Teoria do capital humano nas políticas públicas para a educação brasileira e catarinense. Atos de Pesquisa em Educação, Blumenau, v. 7, n. 1, p. 2-26, jan./abr. 2012. advoga que o mercado de trabalho contemporâneo, independente do setor de atuação e das condições de desenvolvimento do país, tem exigido um alto nível de escolaridade dos indivíduos. Identifica--se também que pessoas mais velhas, com idade superior à idade escolar, atuantes no mercado de trabalho, têm buscado se especializar por meio de cursos superiores, aumentando a demanda por estes (FALK; BLAYLOCK, 2010FALK, Charles; BLAYLOCK, Bruce. Strategically planning campuses for the “newer students” in higher education. Academy of Educational Leadership Journal, Chicago, v. 14, n. 3, p. 1-6, Jul. 2010.).

Estudos de Barbosa Filho e Pessôa (2010)BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSÔA, Samuel de Abreu. Educação e crescimento: o que a evidência empírica e teórica mostra? Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 2, p. 265-303, maio/ago. 2010.demonstram que investimentos em educação são capazes de gerar impactos positivos na média salarial da população. Evidenciou-se também que a média dos salários dos brasileiros é 40% abaixo da média dos salários dos americanos. Um dos motivos para essa diferença deve-se ao atraso educacional que o Brasil acumula ao longo de décadas (POCHMANN, 2010POCHMANN, Márcio. Estrutura social no Brasil: mudanças recentes. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 104, p. 637-649, out./dez. 2010.).

Destaca-se também que o nível educacional é fator extremamente importante para relativizar o efeito renda, ou seja, quanto maior a escolaridade de uma pessoa, maiores tendem serem seus rendimentos, a partir da inclusão da sociedade a uma maior participação nas questões referentes à economia, à sociedade e à política do país (POCHMANN, 2004POCHMANN, Márcio. Educação e trabalho: como desenvolver uma relação virtuosa. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 383-399, maio/ago. 2004.; 2010POCHMANN, Márcio. Estrutura social no Brasil: mudanças recentes. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 104, p. 637-649, out./dez. 2010.; CRUZ; TEIXEIRA; BRAGA, 2010CRUZ, Aline Cristina; TEIXEIRA, Erly Cardoso; BRAGA, Marcelo José. Os efeitos dos gastos públicos em infraestrutura e em capital humano no crescimento econômico e na redução da pobreza no Brasil. Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 4, p. 17, dez. 2010.; BARBOSA FILHO; PESSÔA, 2010BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSÔA, Samuel de Abreu. Educação e crescimento: o que a evidência empírica e teórica mostra? Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 2, p. 265-303, maio/ago. 2010.;PETERS, 2010PETERS, Michael. Three forms of the knowledge economy: learning, creativity and openness. Economics, Management and Financial Markets, v. 5, n. 4, p. 63-92, 2010.). O nível educacional também pode contribuir para diminuição das desigualdades sociais a partir de uma menor concentração de renda.

A necessidade de investimentos na educação pública, com ênfase nesse estudo para a educação superior no Brasil, remete-nos a rediscutir políticas de expansão que possam garantir acesso à educação de qualidade para um contingente substancial de pessoas situadas em regiões desprovidas de centros de ensino presencial. Assim, busca-se atingir pessoas que não gozam da possibilidade de cursarem o ensino superior, seja por questões financeiras, de acesso geográfico ou por falta de tempo (DOURADO, 2008DOURADO, Luiz Fernandes. Políticas e gestão da educação superior a distância: novos marcos regulatórios. Educação e Sociedade, Campinas, v. 29, n. 104, p. 891-917, out. 2008.).

Nesse sentido, a educação a distância, sob a égide da UAB, surge com o objetivo de se tornar uma ferramenta de apoio ao crescimento e difusão do sistema educacional no país, como será demonstrado a seguir.

A educação a distância pública no Brasil teve crescimento considerável a partir do ano de 2005, após a regulamentação do sistema UAB. Esse sistema foi instituído em 2005 através de uma parceria do MEC (Ministério da Educação) com a ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior) e empresas estatais, com foco nas políticas e na gestão da educação superior. Além disso, a UAB é uma política pública articulada entre a Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC)1 1 - Extinta em janeiro de 2011. Seus projetos migraram para as Secretarias de Educação Básica ou de Ensino Superior. Disponível em: <http://educacao100distancia.blogspot.com.br/2011/12/secretaria-de-educacao-distancia-seed-e.html>. Acesso em: 06 jun. 2014. e a Diretoria de Educação a Distância (DED/CAPES), buscando desenvolver a modalidade de educação a distância para expandir a educação superior no país frente às exigências do mercado de trabalho (SEGENREICH, 2009; MOTA, 2009MOTA, Ronaldo. A Universidade Aberta do Brasil. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Marcos (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 297-303.;UAB; CAPES, 2013UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=13>. Acesso em: 06 mar. 2013.
http://uab.capes.gov.br/index.php?option...
).

Os cursos ministrados na modalidade à distância sob a égide do Sistema UAB propõem--se a funcionar como instrumentos que buscam a qualificação e requalificação de professores que atuam na educação básica, na formação de administradores e na formação de nível superior da população, incentivando o desenvolvimento de municípios com baixos IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nesse aspecto, busca--se fortalecer a educação superior no interior do Brasil e minimizar a concentração da oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos, evitando o fluxo migratório para as grandes cidades, ao passo que promove a universalização do acesso a uma educação pública de qualidade (UAB; CAPES, 2013UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=13>. Acesso em: 06 mar. 2013.
http://uab.capes.gov.br/index.php?option...
).

Corroborando, Mendonça et al. (2011)MENDONÇA, Ricardo Rodrigues Silveira et al. Graduação em administração a distância: relatos, impressões e percepções sobre uma experiência pedagógica e social de valor agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD), 8., 2011, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Unirede, 2011. p. 1-11. advogam que o Sistema UAB pode ser considerado como um meio de inclusão social, pois parece oferecer maiores possibilidades de aprendizagem para atores que em outra modalidade de educação não teriam acesso ao ensino público.

Para tanto, o sistema UAB sustenta-se em cinco eixos fundamentais: (a) expansão pública da educação superior; (b) aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior; (c) avaliação da educação superior a distância; (d) estímulo à investigação em educação superior a distância no país; e (e) financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos humanos em educação superior a distância (UAB; CAPES, 2013UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=13>. Acesso em: 06 mar. 2013.
http://uab.capes.gov.br/index.php?option...
).

O Sistema UAB funciona ainda como articulador entre as IPES e os governos estaduais e municipais, com vistas a atender as demandas locais por educação superior. Prima-se pelo fomento das ações necessárias ao funcionamento dessa modalidade de ensino, como na produção e distribuição de material didático impresso, aquisição de livros e laboratórios pedagógicos, utilização de tecnologias de informação e comunicação (TICs), capacitação dos profissionais envolvidos (professores, tutores, equipe de apoio), infraestrutura dos núcleos de educação e acompanhamento dos polos de apoio presencial (UAB; CAPES, 2013UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6&Itemid=13>. Acesso em: 06 mar. 2013.
http://uab.capes.gov.br/index.php?option...
). ConsoanteWeidle, Kich e Pereira (2011)WEIDLE, Danielle; KICH, Juliane Inês Di Francesco; PEREIRA, Maurício Fernandes. Projeto UAB: uma análise estrutural dos polos de apoio presencial do curso de administração da UFSC. Revista GUAL - Gestão Universitária na América Latina, v. 4, n. especial, p. 94-114, 2011., os polos presenciais são essenciais e indispensáveis para promover o desenvolvimento e o acompanhamento necessário aos cursos à distância, visto que os mesmos constituem o local onde permite interação presencial entre alunos e mediadores (tutores, professores e equipe de apoio) das disciplinas ali ministradas.

Há de se destacar que a EaD é em grande parte assumida por alunos mais adultos que já estão inseridos no mercado de trabalho em detrimento dos alunos dos cursos presenciais (NUNES 2009NUNES, Ivonio Barros. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Marcos (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 2-8.; MOORE; KEARSLEY, 2011MOORE Michael Grahame; KEARSLEY, Greg. Educacao a distância: uma visão integrada. Tradução de Roberto Galman. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 1-14.). A busca por essa modalidade de educação remete-nos a acreditar que cada vez mais as pessoas têm se deparado com a necessidade de aprimoramento e especialização de sua força de trabalho (NUNES, 2009NUNES, Ivonio Barros. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Marcos (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 2-8.; HUH et al., 2010HUH, Sungkyoo et al. Differential effects of student characteristics on performance: online vis-a-vis offline accounting courses. Academy of Educational Leadership Journal, Chicago, v. 14, n. 4, p. 1-9, dec. 2010.).

Para demonstrar a abrangência dos cursos do Sistema UAB, existem atualmente 96 instituições públicas (federais e estaduais) credenciadas a ofertarem cursos à distância, abrangendo um total de 1243 cursos ministrados em 674 polos de apoio presencial espalhados pelas diversas regiões do Brasil (UAB; CAPES, 2014UAB; CAPES. Portal Universidade Aberta do Brasil. Disponível em: <http://uab.capes.gov.br>. Acesso em: 06 jun. 2014.
http://uab.capes.gov.br>...
).

Objeto de estudo: o curso piloto de administração à distância

O curso piloto de bacharelado em administração à distância foi o primeiro curso oferecido pelo sistema UAB, sendo uma articulação entre a SEED-MEC, Instituições de Ensino Superior Federais e Estaduais e Banco do Brasil, sendo este o principal financiador e cliente do projeto (MENDONÇA et al., 2011MENDONÇA, Ricardo Rodrigues Silveira et al. Graduação em administração a distância: relatos, impressões e percepções sobre uma experiência pedagógica e social de valor agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD), 8., 2011, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Unirede, 2011. p. 1-11.; GIEBELEN, 2011GIEBELEN, Jacobus Edwin. Arquiteturas cognitivas construídas no curso de administração a distância-projeto UAB/Banco do Brasil. 2011. 281 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal da Paraíba - UFPB, João Pessoa, 2011.; NOVAIS; FERNANDES, 2011NOVAIS, Sueli Menelau; FERNANDES, Antônio Sérgio Araújo. A institucionalização do ensino a distância no Brasil: o caso da graduação em administração na Universidade Federal do rio Grande do Norte (UFRN). Revista de Ciência da Administração, Florianópolis, v. 13, n. 28, p. 173-201, jan./abr. 2011.).

A partir da abertura de edital público, denominado UAB1, para viabilizar a oferta de curso de administração à distância, responderam positivamente 22 instituições distribuídas nas cinco regiões do Brasil. As instituições ofertaram o curso mediante realização de vestibular, para um público composto por funcionários do Banco do Brasil e para a “demanda social”, segundo exigência do próprio edital (MENDONÇA et al., 2011MENDONÇA, Ricardo Rodrigues Silveira et al. Graduação em administração a distância: relatos, impressões e percepções sobre uma experiência pedagógica e social de valor agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD), 8., 2011, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Unirede, 2011. p. 1-11.; GIEBELEN, 2011GIEBELEN, Jacobus Edwin. Arquiteturas cognitivas construídas no curso de administração a distância-projeto UAB/Banco do Brasil. 2011. 281 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal da Paraíba - UFPB, João Pessoa, 2011.).

O curso teve início no segundo semestre de 2006 com data limite para finalização em meados ou no final de 2011, variando de acordo com as propostas pedagógicas de cada instituição (MENDONÇA et al., 2011MENDONÇA, Ricardo Rodrigues Silveira et al. Graduação em administração a distância: relatos, impressões e percepções sobre uma experiência pedagógica e social de valor agregado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD), 8., 2011, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Unirede, 2011. p. 1-11.). A opção pela oferta do curso de administração se deu em parte pela demanda existente por esse tipo de formação e pela relevância que a função do administrador representa na sociedade contemporânea (MATIAS-PEREIRA, 2008MATIAS-PEREIRA, José. Políticas públicas de educação no Brasil: a utilização da EAD como instrumento de inclusão social. Journal of Technology Management & Innovation, Santiado, v. 3, n. 2, p. 44-55, 2008.; NOVAIS; FERNANDES, 2011NOVAIS, Sueli Menelau; FERNANDES, Antônio Sérgio Araújo. A institucionalização do ensino a distância no Brasil: o caso da graduação em administração na Universidade Federal do rio Grande do Norte (UFRN). Revista de Ciência da Administração, Florianópolis, v. 13, n. 28, p. 173-201, jan./abr. 2011.).

As aulas do curso foram distribuídas no seguinte aporte: 80% das horas/aula das disciplinas deveriam ser à distância, ao passo que os outros 20% deveriam ser ministrados em encontros presenciais. Dessa forma, pretendeu-se elevar a qualidade do curso por definir processos educativos no ambiente virtual e no espaço presencial, por meio de aulas e provas (MATIAS--PEREIRA, 2008MATIAS-PEREIRA, José. Políticas públicas de educação no Brasil: a utilização da EAD como instrumento de inclusão social. Journal of Technology Management & Innovation, Santiado, v. 3, n. 2, p. 44-55, 2008.).

Vários outros cursos surgiram após o curso piloto, pois esse foi fundamental para dar apoio ao processo de institucionalização de distintos cursos na modalidade à distância (ALVES, 2012ALVES, Rosália Rodrigues. A institucionalização dos cursos de administração pública a distância das universidades públicas: os casos UFLA e UFU. 2012. 194 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras - DAE/UFLA, Lavras, 2012.). Assim, a partir da inexistência de estudo semelhante, observa-se a importância de se identificar os fatores que influenciaram na escolha do curso, as repercussões socioeconômicas e as dificuldades que os egressos do curso piloto percebem após sua conclusão, assim como socializar as percepções de alguns coordenadores do curso sob várias óticas. Feita essa descrição, partiu-se para os métodos e procedimentos que deram suporte ao estudo.

Procedimentos metodológicos

A coleta de dados para realização deste estudo se deu em duas etapas e com diferentes atores. A primeira etapa foi quantitativa de cunho descritivo-exploratório (VERGARA, 2006VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2006. p. 275.), a qual buscou identificar os fatores que levaram a fazer o curso, os possíveis resultados/benefícios sociais e econômicos e dificuldades percebidas pelos egressos do curso piloto de administração à distância.

Das 22 instituições de ensino que ministraram o curso piloto, 11 disponibilizaram um total de 3.213 contatos (e-mails) dos seus egressos, permitindo a realização de um survey autoadministrada, especificamente por meio eletrônico ou E-survey (COOPER; SCHINDLER, 2003COOPER, Donald; SCHINDLER, Pamela. Métodos de pesquisa em administração. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.). Os pesquisados foram escolhidos simplesmente por serem mais acessíveis ou então por serem mais fáceis de serem avaliados, configurando-se em uma amostragem não probabilística por conveniência (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.; ANDERSON; SWEENEY; WILLIANS, 2010).

Vale destacar que a pesquisa foi submetida aos requisitos do comitê de ética da Universidade Federal de Lavras e realizado pré-teste para testar a acurácia das perguntas e respostas. A partir de então, o link para acesso ao questionário, disponibilizado no site Google docs®, foi enviado para os e-mails dos egressos, ficando disponível do dia 19 de outubro a 16 de dezembro de 2013.

O questionário contemplou perguntas para identificar o perfil socioeconômico, acadêmico e profissional dos egressos; 1 pergunta discursiva (não obrigatória) e 3 perguntas que utilizaram uma escala de quatro pontos (1 a 4, menor a maior concordância, respectivamente) para identificar a concordância dos respondentes com variáveis agrupadas de acordo com os seguintes temas/categorias: (1) fatores que levaram a fazer o curso de administração a distância; (2) benefícios que obteve com o curso; (3) dificuldades enfrentadas para conclusão do curso.

Para utilização de técnicas de estatística multivariada, as escalas foram padronizadas e assumidas como intervalares (JACOBSOHN; FLEURY, 2005JACOBSOHN, Liliana Vasconcellos; FLEURY, Maria Tereza Leme. A contribuição do fórum de discussão para o aprendizado do aluno: uma experiência com estudantes de administração. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 69-80, jan./mar. 2005.; HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.). As variáveis analisadas foram propostas de acordo com estudos de Quartiero (1999)QUARTIERO, Elisa Maria. As tecnologias da informação e comunicação e a educação. Revista Brasileira de Informática na Educação, São Carlos, v. 4, n. 1, p. 69-74, 1999.; Caregnato; Moura (2003)CAREGNATO, Sonia Elisa; MOURA, Ana Maria Mielniczuk. Análise das características e percepção de alunos de educação a distância no curso de biblioteconomia da UFRGS. Em Questão, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 1-14, jan./jun. 2003.; Kerr; Rynearson; Kerr (2006)KERR, Marcel; RYNEARSON, Kimberly; KERR, Marcus. Student characteristics for online learning success. The Internet and Higher Education, v. 9, n. 2, 91-105, 2. quar. 2006.; Campos; Marques (2012)CAMPOS, Lilian Castelo; MARQUES, Erico Veras. Educação a distância: um estudo das habilidades tecnológicas e desempenho dos discentes. In: ENCONTRO DA ANPAD, 36., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: EnANPAD, 2012. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_ADI1961.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2015.
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_A...
e, de acordo com a observação de um dos autores, visto ter atuado como tutora de várias disciplinas do respectivo curso.

Foi utilizada também a análise de conglomerado, mais especificamente decluster hierárquico (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.), com o objetivo de classificar os egressos em grupos relativamente homogêneos com base no conjunto das variáveis nos temas/categorias (1), (2) e (3), agrupando-os por meio de padrões de suas respostas. Assim, pôde-se obter a constituição do perfil dos pesquisados em relação às variáveis analisadas nesse estudo (MALHOTRA, 2006).

Procedeu-se também o teste de confiabilidade das variáveis agrupadas nos três temas/categorias pelo Alfa de Cronbach, que mede a consistência interna das variáveis em cada agrupamento. Segundo Hair Júnior et al (2009)HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009., ele deve assumir valores acima de 0,70.

Para tabulação, organização e análise dos dados, foi utilizado o software SPSS® —Statistical Package for the Social Science (FIELD, 2009FIELD, Andy. Descobrindo a estatística usando o SPSS. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.), utilizando-se estatística descritiva e multivariada.

A segunda etapa foi de base qualitativa descritivo-exploratória (VERGARA, 2006VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2006. p. 275.), em que 06 coordenadores (de um total de 22) do curso piloto de IPES distintas foram entrevistados (baseado em um roteiro semiestruturado) buscando identificar suas impressões e percepções sobre o curso e sobre as possíveis dificuldades e resultados/benefícios galgados pelos discentes após finalização do curso. Essa etapa também se caracteriza por uma amostragem não-probabilística por conveniência (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.; ANDERSON; SWEENEY; WILLIANS, 2010). Os nomes dos coordenadores e de suas respectivas instituições foram tratados em absoluto sigilo, divulgando-se apenas resultados consolidados. Os coordenadores foram então nomeados como C01, C02, C03, C04, C05 e C06, de acordo com a ordem das entrevistas realizadas.

Por fim, as entrevistas foram transcritas e o seu tratamento e a interpretação se deram a partir da análise de conteúdo proposta por Bardin (2007)BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2007., pois se buscou atingir maior descrição no conteúdo das mensagens repassadas pelos entrevistados, ao passo que essa técnica teve o objetivo de enriquecer o conteúdo das mensagens capturadas.

Resultados

Na presente pesquisa, responderam positivamente 350 egressos. Contudo, somente 332 foram considerados na amostra devido à exclusão de dados missinge outiliers (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.). Do total de respondentes, 56% são do sexo masculino e 44% do sexo feminino. Isso demonstra, ainda que de forma tímida, a predominância do sexo masculino sobre o feminino na área administrativa.

Em relação à faixa etária, 34,3% dos respondentes possuem de 41 a 50 anos; 29,8% dos egressos concentram-se entre 31 a 40 anos; 27,7% de 51 a 60 anos, o que demonstra um caráter mais velho dos alunos que realizaram o curso piloto de administração a distância, sendo esse fato também relatado por alguns coordenadores (demonstrado na subseção seguinte) e enfatizado nos estudos de Nunes (2009)NUNES, Ivonio Barros. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Marcos (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 2-8. e Moore; Kearsley (2011)MOORE Michael Grahame; KEARSLEY, Greg. Educacao a distância: uma visão integrada. Tradução de Roberto Galman. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 1-14..

A maioria dos pesquisados encontra-se casados (73,2%), 11,7% são solteiros, 10,8% separados/divorciados. A partir de tais dados, observa-se que pessoas mais velhas e casadas têm na modalidade de educação à distância uma oportunidade para aprimorar e especializar sua força de trabalho no mercado contemporâneo (NUNES, 2009NUNES, Ivonio Barros. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Marcos (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 2-8.; HUH et al., 2010HUH, Sungkyoo et al. Differential effects of student characteristics on performance: online vis-a-vis offline accounting courses. Academy of Educational Leadership Journal, Chicago, v. 14, n. 4, p. 1-9, dec. 2010.).

Relativo ao vínculo empregatício, observou-se que 82,9% são funcionários públicos, 11,4% funcionários de empresas privadas. O maior número de respondentes prevaleceu na faixa salarial acima de R$7.500,00 (31,6%) e de R$ 3.000,01 a R$ 4.500,00 (20,2%).

Quanto à escolaridade antes do curso, 52% tinham somente o ensino médio; 27% graduação incompleta; 12% graduação completa e 9% pós-graduação (lato ou stricto sensu). Identifica-se que as pessoas com idade superior à idade escolar, atuantes no mercado de trabalho, têm buscado se especializar por meio de cursos superiores, aumentando assim a demanda por estes (FALK; BLAYLOCK, 2010FALK, Charles; BLAYLOCK, Bruce. Strategically planning campuses for the “newer students” in higher education. Academy of Educational Leadership Journal, Chicago, v. 14, n. 3, p. 1-6, Jul. 2010.). Esse fato demonstra a importância de maior investimento e expansão da oferta de cursos superiores à distância para promover maior qualificação e especialização da mão de obra, o que pode elevar o crescimento econômico da região (GYLFASON, 2001GYLFASON, Thorvaldur. Natural resources, education, and economic development. European Economic Review, v. 45, n. 4-6, p. 847-859, 2001.; SUN et al., 2012SUN, Han et al. Comparative study on economic contribution rate of education of China and foreign countries based on soft computing method. Applied Soft Computing, v. 12, n. 8, p. 2106-2113, aug. 2012.; JALIL; IDREES, 2013JALIL, Abdul; IDREES, Mohamed. Modeling the impact of education on the economic growth: evidence from aggregated and disaggregated time series data of Pakistan. Economic Modelling, v. 31, p. 383-388, mar. 2013.; YANG; MCCALL, 2013).

Quando questionados a respeito do tempo longe dos bancos escolares antes de iniciar o curso piloto, 46% disseram estar há mais de 12 anos sem estudar; 14% acima de 3 a 6 anos; 12% até 1 ano; 10% acima de 1 a 3 anos e acima de 6 a 9 anos (cada) e; 8% acima de 9 a 12 anos. A justificativa pela maioria dos pesquisados estar há mais de 9 anos longe dos bancos escolares está relacionada à sua faixa etária, a qual está acima da média dos indivíduos em idade escolar.

Após a apresentação do perfil socioeconômico, acadêmico e profissional dos egressos pesquisados tem-se a análise do perfil relativo aos temas/categorias de interesse feita com base na metodologia de análise cluster hierárquico (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.).

Análise de cluster

Primeiramente, para apurar a acurácia das variáveis aglomeradas e testar a confiabilidade interna de cada tema/categoria, foi adotado o teste de confiabilidade de Alfa de Cronbach (HAIR JÚNIOR et al., 2009HAIR JÚNIOR, Joseph et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.). Os coeficientes para cada tema/categoria analisada no estudo encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1
– Coeficientes Alfa de Cronbach

Conforme observado, apesar do Alfa de Cronbach em um tema/categoria não ter sido totalmente satisfatório (0,70), deu-se continuidade na análise dos dados pelo valor ter sido bem próximo do ideal.

Para a análise de cluster hierárquico, optou-se por formar apenas dois clusters devido à escala de quatro pontos utilizada e para melhor definir aqueles que tiveram maior ou menor concordância com as variáveis, evitando-se um posicionamento neutro dos grupos formados. Assim, identificou-se o Grupo 1 (maior concordância) e o Grupo 2 (menor concordância). A partir da extração dos agrupamentos, procedeu-se a análise descritiva dos agrupamentos através da técnica crosstabs. Destaca-se que em todos os temas/categorias alguns dados do perfil dos pesquisados não foram expostos na análise por não apresentarem resultados relevantes.

Análise dos fatores que levaram a fazer o curso de administração à distância

Nesse tema/categoria os respondentes foram agrupados nos 2 clustersda seguinte forma em relação aos seus escores de concordância com as variáveis analisadas.

Tabela 2
– Frequência dos respondentes em relação ao nível de concordância com as variáveis do tema/categoria (1) Fatores que levaram a fazer o curso de Administração a distância

Depreende-se que houve grande expressividade em relação ao grupo 1 (maior concordância) com as variáveis pesquisadas, o que mostra que essas variáveis influenciaram os egressos na escolha do curso.

Na Tabela 3 são apresentados os resultados obtidos com a divisão dos clusters pelo tema/categoria (1). Cada variável é listada com suas respectivas médias das respostas dos pesquisados em cadacluster.

Tabela 3
– Média das respostas das variáveis em cada cluster

A partir da Tabela 3, podem-se inferir algumas observações a respeito das variáveis. Na variável flexibilidade da EaD, a qual teve escores médios de concordância bem próximo no cluster 1 e 2, demonstra-se que houve homogeneidade na percepção dos respondentes. Já a possibilidade de melhoria salarial foi a variável que apresentou maior diferença de concordância entre os dois clusters, demonstrando visões divergentes entre os pesquisados.

Partindo-se para os crosstabs, ao se analisar os clustersformados com o perfil dos respondentes, a percepção de homens e mulheres não foi diferentemente expressiva em relação às variáveis analisadas.

Já em relação à faixa etária, identificaram--se algumas particularidades. Dos pesquisados, 88,9% dos que se encontram na faixa etária entre 25 a 30 anos, demonstraram maior concordância com as variáveis analisadas no tema/categoria (1). Isso demonstra que aqueles considerados mais novos sofreram maiores influências na hora de escolherem/fazerem o curso em detrimento das outras faixas etárias pesquisadas.

Em relação à escolaridade antes do curso, aqueles que possuíam somente ensino médio foram os que marcaram os maiores escores de concordância quando perguntados a respeito das variáveis que influenciaram a fazer o curso piloto. Isso pode ser explicado, pois com o curso eles buscavam, entre outros atributos, flexibilidade da EaD, por terem que conciliar trabalho, família e estudos; pela necessidade de se manterem atualizados perante o mercado de trabalho (AGUIAR, 2012AGUIAR, Letícia Carneiro. Teoria do capital humano nas políticas públicas para a educação brasileira e catarinense. Atos de Pesquisa em Educação, Blumenau, v. 7, n. 1, p. 2-26, jan./abr. 2012.); pela possibilidade de melhoria de emprego e melhoria salarial. Essas últimas variáveis corroboram os estudos de (POCHMANN, 2004POCHMANN, Márcio. Educação e trabalho: como desenvolver uma relação virtuosa. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 87, p. 383-399, maio/ago. 2004., 2010POCHMANN, Márcio. Estrutura social no Brasil: mudanças recentes. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 104, p. 637-649, out./dez. 2010.;CRUZ; TEIXEIRA; BRAGA, 2010CRUZ, Aline Cristina; TEIXEIRA, Erly Cardoso; BRAGA, Marcelo José. Os efeitos dos gastos públicos em infraestrutura e em capital humano no crescimento econômico e na redução da pobreza no Brasil. Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 4, p. 17, dez. 2010.; BARBOSA FILHO; PESSÔA, 2010BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSÔA, Samuel de Abreu. Educação e crescimento: o que a evidência empírica e teórica mostra? Revista Economia, Brasília, DF, v. 11, n. 2, p. 265-303, maio/ago. 2010.; PETERS, 2010PETERS, Michael. Three forms of the knowledge economy: learning, creativity and openness. Economics, Management and Financial Markets, v. 5, n. 4, p. 63-92, 2010.), em que o aumento do nível de escolaridade remete a emprego e a salários melhores.

Em relação ao tempo, longe dos bancos escolares antes de iniciar o curso, em todas as faixas analisadas, a proporção daqueles agrupados no cluster 1 foi maior que daqueles agrupados no cluster 2. Tal resultado demonstra que independente do tempo longe dos bancos escolares, a percepção dos egressos sobre os fatores que levaram a fazer o curso de administração a distância a foi relativamente positiva.

Análise dos benefícios que obteve com o curso

A frequência dos 332 respondentes para cada cluster formado pode ser visualizado na Tabela 4.

Tabela 4
– Frequência dos respondentes em relação ao nível de concordância com as variáveis do tema/categoria (2) benefícios que obteve com o curso

Observa-se que não houve grande diferença entre o número de egressos que avaliaram os benefícios obtidos com o curso (pesquisados nesse estudo) com maior ou menor concordância.

Destaca-se na Tabela 5 que a variável mudei de emprego foi aquela, entre as analisadas, que obteve menor diferença entre os escores médios de concordância no cluster 1 e 2, demonstrando maior homogeneidade na percepção dos respondentes em detrimento das outras variáveis. Já a variável aumentou meu salário foi a que apresentou maior diferença de concordância entre os respondentes agrupados nos doisclusters, demonstrando visões discrepantes entre eles. Isso pode ser explicado pois algumas instituições (privadas ou públicas) incentivam seus colaboradores a obterem maior nível educacional por meio de aumentos salariais, como demonstrado por um coordenador ao se referir à política de recursos humanos da sua instituição, a qual proporciona aumentos salariais a partir do aumento da titulação.

Tabela 5
– Média das respostas das variáveis em cada cluster

Quando se analisa a relação do sexo dos respondentes com as variáveis do tema/categoria (2), percebe-se maior incidência de mulheres (58,9%) que marcaram maiores escores de concordância em relação às variáveis, contra 41,4% dos homens. Assim, percebe-se que as mulheres tiveram uma percepção mais positiva dos benefícios obtidos com o curso piloto em relação à percepção dos homens.

Ao se analisar a relação da faixa etária dos respondentes com as variáveis do tema/categoria (2), a faixa etária de 25 a 30 anos foi a que teve a maior representatividade (em termos relativos) de respondentes agrupados nocluster 1, sendo aqueles que percebem os benefícios de forma mais expressiva. Em todas as outras faixas etárias, os respondentes (em termos relativos) tiveram menor concordância com as variáveis (agrupados nocluster 2). Pode-se inferir a partir dos dados supracitados que o curso piloto, apesar de ter tido uma representatividade maior de pessoas com idade acima da idade escolar, foram os mais jovens (abaixo de 30 anos) que perceberam mais expressivamente os benefícios obtidos com o curso. Isso pode ser explicado, pois foram analisadas variáveis como: maior capacidade de argumentação; desenvolvimento de seu senso crítico; aumento da autoconfiança, dentre outras, o que mostra que os mais jovens, por serem talvez menos inexperientes, ainda estejam buscando meios de se especializarem e adquirirem novas habilidades e competências.

Relativo ao tempo longe dos bancos escolares, destaca-se que os respondentes que estavam acima de 6 a 12 anos longe dos estudos relataram maiores escores de concordância com as variáveis analisadas. Isso leva-nos a inferir que os egressos que já estavam há um tempo relativamente amplo longe dos estudos conseguem perceber de forma mais expressiva os benefícios que o curso lhes proporcionou.

Quando se analisa o grau de escolaridade dos respondentes, relativo à sua percepção sobre os benefícios proporcionados pelo curso, aqueles que tinham antes do curso somente ensino médio, são também os que marcaram os maiores escores de concordância. Tal fato demonstra que o grau de escolaridade dos egressos antes de terem iniciado o curso foi um fator que contribuiu na sua percepção sobre os benefícios alcançados.

A respeito do fato de exercerem a profissão de administradores, entre aqueles que exercem a profissão de administradores, a percepção sobre os benefícios obtidos com o curso foi positiva (59,2% - cluster 1) contra (40,8% - cluster 2). Entre os pesquisados que não exercem a profissão de administrador a proporção sobre o grau de concordância é oposta (44,5% - cluster 1) contra (55,5% - cluster2). Pode-se inferir que aqueles que trabalham como administradores são capazes de perceber com maior expressividade os benefícios galgados com o curso, talvez por poderem praticar os conhecimentos obtidos no curso em seu local de trabalho; pelo desenvolvimento de senso crítico; por terem maior capacidade de argumentação; por se sentirem mais autoconfiantes, dentre outros.

Análise das dificuldades enfrentadas pelos egressos para conclusão do curso

Na Tabela 6, pode ser observada a relação dos escores de concordância dos pesquisados relativos às variáveis pesquisadas no tema/categoria dificuldades enfrentadas para conclusão do curso.

Tabela 6
– Frequência dos respondentes em relação ao nível de concordância com as variáveis do tema/categoria (3) Dificuldades enfrentadas para conclusão do curso

Nesse tema/categoria, o cluster 2, com 59% dos pesquisados, mostra um lado positivo do curso, visto que as variáveis pesquisadas não foram expressivas na percepção dos egressos. Tem-se, na Tabela 7, a média dos escores de concordância para cada variável.

Tabela 7
– Média das respostas das variáveis em cada cluster

Partindo-se para a análise de crosstabs dos clusterscom o perfil dos egressos, identifica-se que para os homens, o curso gerou menor grau de dificuldade, visto que 60,2% deles relataram menores escores de concordância com as variáveis analisadas, contra 57,5% de mulheres.

Relativo à faixa etária, em todas elas (com exceção de até 24 anos - 1 egresso), os respondentes foram agrupados, em maior número, no cluster 2. Sendo assim, eles não demonstraram terem tido grandes dificuldades para conclusão do curso. Julgava-se que aqueles com faixa etária mais elevada relatariam maiores dificuldades, visto terem passado mais tempo longe dos bancos escolares. A partir desses dados, pode-se afirmar, ainda que com ressalvas, que o processo didático-pedagógico do curso piloto foi eficiente no processo de ensino-aprendizagem para todas as faixas etárias pesquisadas.

Semelhante aos resultados supracitados, os obtidos para o nível de escolaridade dos respondentes antes do curso também foram de encontro ao esperado. Em todos os níveis de escolaridade, a maior percentagem de respondentes relatou menores escores de concordância. Isso mostra que o grau de escolaridade dos pesquisados antes do curso não foi fator determinante para sua percepção a respeito das dificuldades enfrentadas e elas não foram motivo para os mesmos abandonarem ou terem uma percepção negativa do curso.

Corroborando os resultados, quando se analisa o tempo longe dos estudos, identifica-se que independente do tempo longe dos bancos escolares, os egressos (em maior porcentagem) relataram menor concordância com as variáveis analisadas, relatando um ponto positivo do curso piloto.

Destaca-se também que aqueles que se sentem preparados para atuarem como administradores marcaram menores escores de concordância relativos às dificuldades enfrentadas para conclusão do curso. Assim, demonstra-se que os respondentes conseguiram aprender e assimilar o conteúdo aplicado nas disciplinas, visto estarem preparados para o mercado de trabalho na sua área de formação.

Depreende-se que o tema/categoria (3) teve baixos escores de concordância dos pesquisados, o que nos remete a crer que os egressos (sob sua ótica) não passaram por dificuldades expressivas para concluírem o curso piloto. Ademais, pode-se inferir que as dificuldades enfrentadas foram, de alguma forma, importantes para garantir uma aprendizagem eficiente, pois grande parte dos pesquisados sente-se mais confortável para procurar emprego e para atuar profissionalmente como administrador.

Análise qualitativa dos dados

No Quadro 1 são esboçados, de forma sucinta, os relatos e percepções dos seis coordenadores entrevistados relativos às peculiaridades do curso piloto e a respeito dos benefícios/dificuldades dos egressos, além das conclusões desta etapa do estudo. Destaca-se que os 22 coordenadores foram contatados, mas somente 06 concederam entrevista.

Quadro 1
– Síntese da percepção dos coordenadores do curso

A partir de tais relatos, identifica-se que para os coordenadores pesquisados, o curso piloto proporcionou grande experiência e garantiu aprendizado que culminou na expansão de novos cursos na modalidade à distância. Apesar de o curso ter demandado esforços e dedicação tanto dos coordenadores quanto dos egressos, o mesmo ampliou as chances e oportunidades para muitos alunos obterem uma titulação de graduação e desenvolverem novos conhecimentos e habilidades perante o mercado de trabalho, visto que os maiores benefícios obtidos se referem a questões sociais.

Conclusões

A partir da percepção dos egressos e coordenadores pesquisados, podem-se inferir algumas considerações. No conjunto de variáveis analisadas a respeito dos fatores que levaram os egressos a fazerem o curso, as mais expressivas foram flexibilidade da EaD; gratuidade do curso e necessidade de manter atualizado, demonstrando que os aspectos de gerenciamento do tempo e local de estudo (flexibilidade) foram os principais influenciadores para a escolha do curso piloto.

Identificou-se que os benefícios sociais como (“tenho maior capacidade de argumentação”; “desenvolvi meu senso crítico”; dentre outros) foram mais perceptíveis que os benefícios econômicos como (“aumento de salário”), o que em parte contraria a visão de vários a respeito da proporcionalidade do aumento da escolaridade e aumento da renda.

Relativo às dificuldades enfrentadas para conclusão do curso, no geral, os egressos relataram menor concordância com as variáveis analisadas, mostrando-se um lado positivo do curso piloto.

Na visão dos coordenadores, o curso piloto foi um grande desafio. Contudo, a partir de muitos esforços e dificuldades o curso teve seu êxito e “abriu as portas” para novos cursos na modalidade a distância. O preconceito e resistência à EaD foi um fator que em parte “atrapalhou” sua qualidade e expansão. Eles também destacaram que os benefícios sociais conseguidos pelos egressos, superaram os benefícios econômicos.

No que tange aos resultados gerais, identifica-se que o curso piloto foi um importante instrumento de expansão da educação superior pública em muitas IPES, visto ter sido, em muitas delas, o primeiro curso de graduação em administração com tal envergadura ministrado a distância. O mesmo foi capaz de proporcionar educação superior para pessoas que há muito haviam deixado os bancos escolares e não possuíam recursos (financeiros, de tempo, de mobilidade, dentre outros) para aderirem aos cursos superiores do modelo de educação tradicional (presencial).

Apesar de ter abrangido um número expressivo de respondentes válidos (332), os resultados e as contribuições desse estudo devem ser analisados com certa cautela. Das 22 IPES que ministraram o curso, apenas 11 repassaram o contato dos egressos e somente 6 coordenadores concederam entrevistas, caracterizando-se como uma amostra não probabilística por conveniência, fato este que inviabiliza generalizar os resultados a todos os egressos do curso piloto. Outra limitação diz respeito às variáveis analisadas em cada tema/categoria pesquisadas, as quais se basearam em alguns estudos presentes na literatura e na percepção de um dos autores. Assim, é possível que algumas variáveis que identificassem certos aspectos (dentre os temas/categorias analisadas) não foram abordadas nesse estudo.

O teste de confiabilidade do Alfa de Cronbach das variáveis do tema/categoria fatores que levaram a fazer o curso de administração teve um valor abaixo do mínimo aceitável (mas muito próximo do ideal). Por essa razão, devem-se analisar os resultados obtidos nesse tema/categoria com certa limitação.

Na fase qualitativa da pesquisa há de se considerar possíveis vieses devido à ocorrência de subjetividade inerente à análise de conteúdo.

Para novas pesquisas, julga-se procedente analisar em outros cursos ministrados na modalidade a distância, como por exemplo, no Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP), as mesmas ou novas variáveis pesquisadas. Assim será possível identificar os possíveis benefícios socioeconômicos obtidos pelos alunos, as dificuldades encontradas por eles para conclusão do curso e os fatores que os levaram a escolher determinado curso, visto a pouca expressividade de estudos que analisam esses aspectos.

Assim, a EaD por ser ainda considerada uma recente modalidade de educação, necessita ser monitorada em seus vários aspectos, seja pedagógico-metodológico; nos processos de gestão; no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e, principalmente, no que tange aos resultados que esta modalidade tem proporcionado aos seus egressos e para sociedade em geral, seja como meio de capacitação e especialização das pessoas para atuação no mercado de trabalho, seja para a formação de cidadãos para a vida social.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jul 2015
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    31 Mar 2014
  • Aceito
    12 Ago 2014
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