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Níveis de energia digestível para leitoas dos 30 aos 60 kg mantidas em ambiente frio (15°C)

Levels of digestible energy for gilts from 30 to 60 kg in a cold environment (15°C)

Resumos

Vinte e cinco leitoas dos 30 aos 60 kg PV, mantidas em temperatura ambiente baixa, foram usadas para avaliar o efeito de níveis de energia digestível de 3100 a 3700 kcal/kg de ração sobre desempenho, composição da carcaça e níveis séricos de hormônio da tireóide. O ganho de peso diário não foi influenciado pelo nível de energia digestível (ED) da ração, porém influiu de forma linear decrescente nos consumos de ração e proteína. A conversão alimentar melhorou de forma linear com o aumento do nível de ED da ração. O consumo de ED aumentou linearmente com a inclusão de óleo de soja na ração. Foi observado efeito do nível de ED da ração sobre a taxa de deposição de gordura e proteína, que aumentou e reduziu linearmente, respectivamente. As concentrações séricas de triiodotironina livre das leitoas aumentaram linearmente com o nível de energia da ração. O nível de energia da ração não influenciou os pesos absoluto e relativo dos órgãos avaliados.

ambiente frio; energia digestível; leitoa em crescimento


Twenty-five gilts, from 30 to 60 kg LW, maintained in cold environment, were used to evaluate the effect of levels of digestible energy (DE) from 3100 to 3700 kcal/kg of diet on the performance, carcass composition and blood serum concentrations of free T3. The daily weight gain was not influenced by the dietary DE level, however, linearly influenced the dietary and protein intakes. The feed:gain ratio linearly improved with the increased of the dietary ED level. The DE intake linearly increased with the inclusion of the soybean oil in the diet. Effect of dietary DE level on the fat and protein deposition rate, that linearly increased and decreased, respectively, was observed. The blood serum concentrations of free T3 linearly increased with the dietary DE level. Dietary DE level did not influence the relative and absolute weights of evaluated organs.

cold environment; digestible energy; growing gilt


MONOGÁSTRICOS

Níveis de energia digestível para leitoas dos 30 aos 60 kg mantidas em ambiente frio (15°C)* * Parte da Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Levels of digestible energy for gilts from 30 to 60 kg in a cold environment (15°C)

Rony Antonio FerreiraI; Rita Flávia Miranda de OliveiraII; Juarez Lopes DonzeleII; Elias Tadeu FialhoIII; Melissa Izabel HannasIV; Adhemar Rodrigues de Oliveira NetoI; Aloízio Soares FerreiraII

IEstudante de Doutorado/UFV

IIProfessor do DZO/UFV

IIIProfessor do DZO/UFLA

IVEstudante de Doutorado/FCAV - UNESP - Jaboticabal

RESUMO

Vinte e cinco leitoas dos 30 aos 60 kg PV, mantidas em temperatura ambiente baixa, foram usadas para avaliar o efeito de níveis de energia digestível de 3100 a 3700 kcal/kg de ração sobre desempenho, composição da carcaça e níveis séricos de hormônio da tireóide. O ganho de peso diário não foi influenciado pelo nível de energia digestível (ED) da ração, porém influiu de forma linear decrescente nos consumos de ração e proteína. A conversão alimentar melhorou de forma linear com o aumento do nível de ED da ração. O consumo de ED aumentou linearmente com a inclusão de óleo de soja na ração. Foi observado efeito do nível de ED da ração sobre a taxa de deposição de gordura e proteína, que aumentou e reduziu linearmente, respectivamente. As concentrações séricas de triiodotironina livre das leitoas aumentaram linearmente com o nível de energia da ração. O nível de energia da ração não influenciou os pesos absoluto e relativo dos órgãos avaliados.

Palavras-chave: ambiente frio, energia digestível, leitoa em crescimento

ABSTRACT

Twenty-five gilts, from 30 to 60 kg LW, maintained in cold environment, were used to evaluate the effect of levels of digestible energy (DE) from 3100 to 3700 kcal/kg of diet on the performance, carcass composition and blood serum concentrations of free T3. The daily weight gain was not influenced by the dietary DE level, however, linearly influenced the dietary and protein intakes. The feed:gain ratio linearly improved with the increased of the dietary ED level. The DE intake linearly increased with the inclusion of the soybean oil in the diet. Effect of dietary DE level on the fat and protein deposition rate, that linearly increased and decreased, respectively, was observed. The blood serum concentrations of free T3 linearly increased with the dietary DE level. Dietary DE level did not influence the relative and absolute weights of evaluated organs.

Key Words: cold environment, digestible energy, growing gilt

Introdução

As variações térmicas do ambiente no qual um suíno é mantido influenciam seu consumo de alimentos, influenciando, conseqüentemente, sua taxa de eficiência e composição de ganho de peso (SCHENCK et al., 1992 a,b).

A energia é o componente de maior proporção das rações, contribuindo, dessa maneira, com grande parcela no custo de produção dos suínos (NOBLET, 1997). Por isso, do ponto de vista prático, é importante estabelecer os níveis adequados para cada fase do ciclo de produção, nos diferentes ambientes, para adaptar o suprimento disponível às necessidades energéticas dos animais.

A eficiência da produção somente é possível, caso a produção de calor proveniente dos processos metabólicos de manutenção e produção seja mínima e as condições de alojamento e temperatura não interferiram nesse processo. A interação entre níveis de alimentação e condições térmicas é importante, em relação aos desvios nos gastos de energia dos alimentos, para produção de calor e ganhos energéticos (VERSTEGEN e DE GREEF, 1992).

Aceita-se, geralmente, que o incremento calórico do alimento contribui para a manutenção da temperatura corporal dos animais no frio (VERSTEGEN et al., 1978). O incremento calórico aumenta, à medida que se eleva o consumo de um mesmo alimento, sendo, porém, inversamente relacionado com a densidade energética da ração (LE DIVIDICH et al., 1987).

Segundo DAUNCEY et al. (1983), a temperatura ambiente e o consumo de energia influenciam a quantidade e a distribuição de gordura e proteína no corpo dos suínos em crescimento, confirmando as constatações de CLOSE et al. (1978).

Os diferentes regimes nutricionais associados às variações ambientais a que os suínos estão sujeitos provocam diversificação nas respostas dos mesmos. Dessa forma, ao otimizar a utilização dos alimentos que o suíno ingere, há necessidade de se determinarem os limites das condições ambientais, nos quais o gasto de energia é mínimo.

Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência de diferentes níveis de energia digestível sobre o desempenho de leitoas em fase de crescimento (30 a 60 kg) mantidas em ambiente de frio (15°C).

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa, MG.

Os animais foram alojados individualmente em gaiolas metálicas, suspensas, com piso e laterais telados, providas de comedouro semi-automático e bebedouro tipo chupeta, e mantidos em salas climatizadas com temperatura e umidade controladas.

Foram utilizadas 25 leitoas mestiças, com idade média de 88 dias e peso médio inicial de 30,0 ± 0,82 kg, em delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco tratamentos (3100, 3250, 3400, 3550 e 3700 kcal de ED/kg de ração), cinco repetições e um animal por unidade experimental. Na formação dos blocos, levaram-se em consideração o peso inicial e o parentesco dos animais.

A temperatura média interna das salas foi mantida por equipamentos modelo seletro, sendo controlada por um painel digital localizado do lado externo das câmaras e monitorada por equipamentos de medição ambiental (termômetro de máxima e mínima, termômetro de bulbo seco e bulbo úmido e termômetro de globo negro). Os equipamentos de medição ambiental, bem como o sensor eletrônico do painel de controle das câmaras, foram mantidos à meia altura do corpo dos animais no centro das salas, externo à gaiola central, que representava o ambiente dos animais. As leituras dos instrumentos foram realizadas, diariamente, três vezes ao dia.

A temperatura interna das salas manteve-se durante o período em 15,7±1,50°C, com umidade relativa de 70,6± 7,01%, temperatura de globo negro de 15,8±1,24°C e Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) de 60,79±1,53.

Na Tabela 1 são apresentadas as rações experimentais, que foram formuladas à base de milho, farelo de soja, farelo de trigo, amido, óleo de soja e areia lavada e suplementadas com minerais e vitaminas, sendo isoprotéicas, conforme recomendação de ROSTAGNO et al. (1992). Os níveis de ED variando de 3100 a 3700 kcal/kg de dieta foram obtidos mediante alteração das porcentagens de óleo, amido e areia lavada, adotando-se o critério de se elevar o nível protéico das rações em 10%, com a finalidade de garantir o atendimento das exigências dos animais, quando submetidos a dietas hipercalóricas.

As rações e a água foram fornecidas à vontade. Os animais e as sobras de ração foram pesados, semanalmente, até o final do experimento, que durou, em média, 38 dias, quando atingiram, em média, 60,7 ± 2,22 kg.

Após as três primeiras horas de jejum (das 8 às 11 h) para o abate, ao término do período experimental, foi coletado sangue de todos os animais, por meio de punção no sínus orbital (FRIEND e BROWN, 1971), entre 11 e 11h 30. O sangue coletado, após permanecer em descanso por ± 90 minutos para decantar, foi centrifugado por um período de 10 minutos em centrífuga de bancada a 3000 rpm, para a retirada do soro, que foi armazenado em "freezer". Posteriormente, foi realizada a determinação dos níveis séricos do hormônio da tireóide (triiodotironina livre - FT3), por meio de "kits" de determinação por quimio-luminescência em equipamento AXES. No final de cada período experimental, após 24 horas de jejum, todos os animais foram abatidos por sangramento, depilados e eviscerados, tendo seus órgãos (coração, estômago, fígado, intestino, pulmão e rins) dependurados, em ganchos, à sombra por, aproximadamente, 20 minutos e pesados após escorrido o sangue. Cinco leitoas com peso médio de 30,1 ± 0,82 kg foram abatidas para determinação da composição da carcaça dos animais no dia em que se iniciou o experimento.

As carcaças inteiras (incluindo cabeça e pés), sem as vísceras e o sangue, foram trituradas por 15 minutos em "cutter" comercial de 30 HP e 1775 revoluções por minuto. Após homogeneização do material, foram retiradas amostras da carcaça, sendo estocadas em congelador a -12°C. No preparo das amostras para as análises laboratoriais, em função da alta concentração de gordura do material, procedeu-se à pré-secagem em estufa, com ventilação forçada a ± 60°C, por 96 horas. Em seguida, foi realizado pré-desengorduramento, pelo método a quente, em aparelho extrator do tipo "SOXHLET", por 5 horas, sendo posteriormente efetuada a moagem do material. As amostras pré-secas e pré-desengorduradas foram moídas e acondicionadas em vidros para posteriores análises laboratoriais. A água e gordura retiradas no preparo das amostras foram consideradas para correção dos valores das análises subseqüentes.

As análises de matéria seca, proteína e gordura das amostras foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV, de acordo com o método descrito por SILVA (1990).

As taxas de deposição de proteína e gordura das carcaças foram calculadas comparando-se os valores de composição das carcaças das leitoas no início e final do período experimental.

As análises estatísticas das variáveis de desempenho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar) das taxas de deposição de proteína e gordura nas carcaças, das concentrações séricas de FT3 e dos pesos dos órgãos foram realizadas utilizando-se o programa computacional SAEG (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas), desenvolvido pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV (1982), seguindo-se o modelo estatístico abaixo:

Yij = μ + Ei + Bi + eij

em que

Yij = ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, taxas de deposição de proteína e gordura, concentrações dos hormônios da tireóide e pesos dos órgãos referente ao nível de energia i no bloco j;

μ = média geral da característica;

Ei = efeito do nível de energia digestível i, sendo i = 3100, 3250, 3400, 3550 e 3700 kcal/kg de ração;

Bj = efeito do bloco j, sendo j = 1, 2, 3, 4 e 5; e

eij = erro aleatório associado a cada observação.

A estimativa da exigência de energia digestível foi feita com base nos resultados de ganho de peso, conversão alimentar, consumo de ração, energia e proteína e taxas de deposição de proteína e energia na carcaça.

Resultados e Discussão

Os resultados de desempenho, consumos de energia digestível (CED) e proteína diários (CPD) e taxas de deposição de proteína (TDP) e gordura (TDG) na carcaça são apresentados na Tabela 2.

Não se observou efeito (P>0,10) do nível de energia digestível da ração sobre o ganho de peso diário (GPD), entretanto, entre os níveis de 3100 a 3550 kcal de ED, constatou-se redução linear, não-significativa, de 4,3% no GPD. Estes resultados foram semelhantes aos encontrados por LE DIVIDICH et al. (1987), que, pesquisando suínos na fase de crescimento, mantidos em ambiente de baixa temperatura (12°C), não observaram efeito do nível de energia da ração sobre o ganho de peso dos animais.

Apesar de não ter havido efeito sobre o GPD, o consumo de ração diário (CRD) reduziu (P<0,04) de forma linear com o aumento do nível de ED da ração, conforme a equação = 3126,98 - 0,346116X (Figura 1), evidenciando que os animais tentaram ajustar o consumo em função do nível de ED da ração. Estes resultados estão de acordo com os encontrados por STAHLY e CROMWELL (1979), que, trabalhando com suínos dos 27 aos 64 kg mantidos em ambiente frio (10°C), constataram que os animais consumiram ração para atender às exigências de energia para mantença e crescimento. Segundo LE DIVIDICH e NOBLET (1986), o suíno ajusta a quantidade de alimento consumido em função da sua demanda de energia digestível.


O nível de ED da dieta influenciou (P<0,04) a conversão alimentar (CA), que melhorou de forma linear com o aumento do nível de ED, segundo a equação = 3,23736 - 0,000242281X (Figura 2).


A redução linear do consumo de ração e o efeito positivo da inclusão de óleo, aumentando a energia líquida das rações, foram fatores que contribuíram para os resultados de CA.

Efeitos positivos do nível de energia da ração sobre a conversão alimentar de suínos em crescimento, mantidos em ambiente frio (10°C), foram também verificados por STAHLY e CROMWELL (1979).

A melhora observada na conversão alimentar, associada aos resultados de consumo de ração, justifica o fato de o ganho de peso dos animais não ter variado significativamente entre os tratamentos.

Embora os animais tenham reduzido o consumo de ração diário (CRD), em evidente tentativa de manter o consumo de energia diário, conforme descrito anteriormente, o aumento da densidade energética da ração com a inclusão de óleo de soja proporcionou aumento (P<0,09) linear do consumo de energia (CED), segundo a equação = 3970,91 + 0,777439X (Figura 3). Resultados semelhantes foram encontrados por OLIVEIRA (1996), utilizando níveis crescentes de inclusão de óleo de soja na ração de leitoas, em fase inicial de crescimento, mantidas em condições de conforto térmico.


Constatou-se efeito (P<0,04) dos tratamentos sobre o consumo de proteína, que reduziu de forma linear com o aumento do nível de ED da ração, conforme a equação = 515,764 - 0,0570641X (Figura 4). Esta redução no consumo de proteína está diretamente relacionada ao verificado no consumo de ração diário, uma vez que as rações eram isoprotéicas.


A taxa de deposição de proteína na carcaça reduziu (P<0,01) de forma linear, em razão do aumento do nível de ED da ração, de acordo com a equação = 162,212 - 0,0191996X (Figura 5). Este resultado, que pode ser explicado pela redução linear do consumo de proteína, evidenciou que a relação energia:proteína de 18,79, ocorrida no nível mais baixo de energia, pareceu não comprometer a deposição de proteína na carcaça dos animais.


Estes resultados são contrastantes com os obtidos por NOBLET et al. (1985), que, trabalhando com suínos de 50 kg, mantidos em ambiente frio (13°C) e termoneutro (23°C), não observaram efeito do nível de energia metabolizável (2920 e 3390 kcal) sobre a taxa de deposição de proteína na carcaça, em ambos os ambientes.

O nível de energia da ração influenciou (P<0,01) a taxa de deposição de gordura (TDG), que aumentou linearmente de acordo com a equação = 160,788 + 0,0932714X (Figura 6). O aumento do consumo de ED, associado a possível aumento na energia líquida das rações, com a inclusão de óleo, em razão de seu menor incremento calórico (Just, 1982, citado por OLIVEIRA, 1996), e possível melhora na digestibilidade da ração, em razão da redução linear do consumo, foram possíveis fatores que contribuíram para o aumento linear na TDG na carcaça. Estes resultados estão coerentes com os obtidos por FERREIRA et al. (1998), com suínos de 15 a 30 kg, e CAMPBELL e TAVERNER (1988), que observaram aumento linear na deposição de gordura na carcaça de suínos, mantidos em ambiente com baixa temperatura (14°C), em razão do aumento do consumo de energia.


Analisando em conjunto os resultados de conversão alimentar e das taxas de deposição de proteína e gordura na carcaça, constatou-se que nos níveis de 3400 e 3700 kcal os valores absolutos de conversão alimentar foram semelhantes, evidenciando que, apesar da pequena variação na CA (0,8%), o nível de 3400 kcal, em que o óleo contribuiu com 11,7% da ED, proporcionou valor de ganho de peso absoluto 2,8% superior ao obtido no nível de 3700 kcal, em que o óleo contribuiu com 21,7% da ED. Evidenciou-se ainda que, no nível de 3400 kcal, as taxas de deposição de proteína e gordura foram 3,2% maior e 12,8% menor, respectivamente, em relação às obtidas no nível de 3700 kcal.

Os resultados de pesos absoluto, expresso em gramas, e relativo, expresso como porcentagem da carcaça, dos órgãos (fígado, rins, coração, estômago, intestino e pulmões) são apresentados na Tabela 3.

Apesar do aumento significativo de 8,79% verificado no consumo de energia digestível, entre os tratamentos, não se verificou efeito (P>0,09) dos níveis de ED da ração sobre os pesos absolutos e relativos dos órgãos e das vísceras avaliados. Estes dados estão coerentes com os resultados obtidos por RAO e McCRACKEN (1992) e BIKKER et al. (1995), que verificaram influência da ingestão de energia sobre o tamanho dos órgãos dos suínos somente no caso em que a diferença do consumo de energia foi superior a 15%. Com relação ao hormônio da tireóide (Tabela 4), constatou-se efeito (P<0,04) do nível de ED da ração sobre a concentração sérica do hormônio triiodotironina livre (FT3), que aumentou de forma linear de acordo com a equação = 0,0290052 + 0,000947069X (Figura 7). O aumento gradativo da participação do óleo, como fonte de energia nas rações (de 1,43 a 21,72%), pode ter constituído um fator que contribuiu para este resultado. Avaliando a substituição de sucrose por gordura, em dietas isocalóricas, Hendler et al. (1986), citados por DANFORTH JR. e BURGER (1989), verificaram aumento da concentração sérica de T3 em razão dessa substituição.


Conclusões

Para ganho de peso, qualquer dos níveis de energia digestível avaliados atendeu às exigências das leitoas dos 30 aos 60 kg, mantidas em ambiente de frio, enquanto o nível de 3700 kcal proporcionou os melhores resultados de conversão alimentar, embora a composição da carcaça tenha alterado.

Recebido em: 07/08/98

Aceito em: 07/01/99

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  • *
    Parte da Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Ago 1999

    Histórico

    • Recebido
      07 Ago 1998
    • Aceito
      07 Jan 1999
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