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Editorial

Editorial

José da Rocha Carvalheiro

Editor

A Revista Brasileira de Epidemiologia chega ao seu sexto ano de existência celebrando um fato auspicioso: imprimir ainda em abril de 2003 o número correspondente a essa data. Conseguimos atingir esse objetivo, perseguido desde o início, graças a um trabalho conjunto: do nosso corpo de Editores Associados e Relatores ad hoc, indicados na comunidade científica da área; da Secretaria da Revista (Marina e Rita) e da Secretaria Executiva da Abrasco (Álvaro e Mônia). Com a indispensável colaboração dos revisores, normalizadores e tradutores; pessoal da editoração e gráfica. Mas, sobretudo, graças à comunidade científica que demonstrou confiança encaminhando suas contribuições, num fluxo contínuo que prenuncia a manutenção da atualidade da edição dos próximos números. Estarmos "em dia" nos permite inaugurar uma seção de Notícias & Eventos, além de encomendarmos Editoriais especiais sobre temas da atualidade como, neste número, é o caso da SARS.

Este número, como tem sido usual naqueles que resultam da demanda espontânea, apresenta grande diversidade temática, metodológica e de origem dos autores. Como tem sido habitual em nossa Revista, não há nenhum artigo com autoria singular. Nos seis trabalhos de origem brasileira, a média é de três autores. Um trabalho de origem argentina tem um inusitado número de doze autores: cinco da Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade Nacional de La Pampa; sete da Secretaria de Saúde da Província de Rio Negro, um deles também professor da mencionada Universidade; um do Instituto Nacional de Enfermidades Infecciosas. Esse efetivo de autores certamente se deve à natureza do trabalho de campo, de laboratório e de análise epidemiológica do tema: Vigilância Epidemiológica de hantavirus em roedores e humanos, no sul da Argentina.

Dos trabalhos brasileiros, um realizado no Rio de Janeiro, numa unidade ambulatorial de atendimento a idosos, por um Professor do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos e um Assessor da Secretaria de Estado da Saúde, explora a associação inversa entre hipertensão arterial e déficit cognitivo nesse grupo etário. Outro, realizado por dois Professores da UNIFESP, São Paulo, e um do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, trabalha os dados de um Estudo Multicêntrico de Diabetes, explorando hipótese de diferença de gênero no diabetes recém diagnosticado na busca ativa em contraposição ao diabetes auto-referido: aumenta proporcionalmente mais em homens pobres.

Três professores da Faculdade de Saúde Pública, da USP, num estudo de coorte de crianças nascidas num Hospital Universitário, em São Paulo, relacionam a introdução de alimentos complementares ao leite materno no primeiro ano de vida, com variáveis sócio econômicas e demográficas. Um estudo de cinco professores gaúchos analisa a realização de exame físico da mama por médicos, associado a classe social, cor da pele e variáveis de uso do sistema de saúde. Empregaram um delineamento de estudo transversal, por amostragem de conglomerados. Pertencem à Universidade Federal de Pelotas, à Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Dois trabalhos, ambos realizados em São Paulo, são estudos epidemiológicos relacionados com a odontologia, o que está de alguma forma se tornando uma característica importante da Revista ao acolher contribuições neste campo temático. Um deles, realizado no Município de São Paulo, usa os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) para estudar emergências odontológicas. Foi realizado por dois professores da Faculdade de Saúde Pública, da USP. O segundo, realizado por um professor da Universidade Católica de Santos, São Paulo, um da Faculdade de Saúde Pública e outro da Faculdade de Odontologia, ambas da USP, analisa a perda dentária precoce em adultos. Emprega uma amostra não probabilística de 5.777 professores e funcionários da rede de ensino, público e particular, em 131 cidades do Estado de São Paulo.

A Revista mantém o seu compromisso com a comunidade científica da área, fiel a sua linha de ampla diversidade temática e metodológica. Depende, mais do que nunca, da resposta dessa comunidade para manter-se como um dos principais veículos de divulgação da produção científica de qualidade na área.

Boa leitura.

O Editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Mar 2005
  • Data do Fascículo
    Abr 2003
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