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Conhecer, acreditar e participar? A avaliação institucional na percepção dos discentes

Know, believe and participate? The institutional evaluation in the perception of the students

Resumos

O artigo tem por objetivo identificar qual a percepção dos discentes do curso de Administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sobre a avaliação institucional. Visando atingir o objetivo proposto, optou-se por realizar um estudo quantitativo de cunho descritivo, através de uma survey. A amostra do presente estudo se caracteriza como não-probabilística, por conveniência e intencional. Foram foram aplicados 318 questionários para os discentes de administração dos campus de Santa Maria e Palmeira das Missões. O questionário utilizado para a coleta de dados foi dividido em três partes: a primeira busca identificar aspectos da percepção dos discentes quanto a avaliação institucional. Na segunda parte objetiva-se apurar a opinião do respondente sobre o impacto, interesse, participação e divulgação da avaliação institucional. Na última parte tem-se as questões de perfil dos respondentes. Para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva, Teste t, análise fatorial e regressão logit. Os principais resultados indicam que os alunos acreditam ter a agregar, possuem interesse em responder as avaliações institucionais porém, a maioria desconhece o período de realização da pesquisa e afirmam não saber onde encontrar o questionário. Os discentes com formação em escolas públicas tem maior conhecimento sobre a divulgação da avaliação institucional. Por outro lado, alunos que não participam de atividades extraclasse tem uma maior percepção sobre o impacto da avaliação institucional na gestão da universidade e apresentam maior interesse em participar da pesquisa .

Palavras-chave:
Avaliação Institucional; Gestão das IES; Percepção dos discentes


The purpose of this article is to identify the perception of UFSM Management students about the institutional evaluation. Aiming to reach the proposed objectives, it was decided to carry out a quantitative study of descriptive character, through a survey. The sample of the present study is characterized as non-probabilistic, for convenience and intentional. A total of 318 questionnaires were administered to the management students of the Santa Maria and Palmeira das Missões campuses. The questionnaire used for the data collection was divided into three parts: the first one to identify aspects of the students' perception regarding the institutional evaluation. In the second part, the objective is to determine the respondent's opinion on the impact, interest, participation and dissemination of the institutional evaluation. In the last part questionsthe profile of the respondents is determined. Data were analyzed using descriptive statistics, T test, factorial analysis and logit regression. The main results indicate that the students believe that they have to aggregate, have an interest in responding to the institutional evaluations, but most are unaware of the period of the research and say they do not know where to find the questionnaire. The students with training in public schools have greater knowledge about the dissemination of institutional evaluation. On the other hand, students who do not participate in extraclass activities have a greater perception about the impact of the institutional evaluation in the management of the university and are more interested in participating in the research.

Key words:
Institutional Evaluation; Management of Colleges; Perception of the students


Introdução

Nos últimos anos tem sido recorrente o debate educacional referente à Avaliação da Educação Superior. No entanto, segundo Leite (2000LEITE, Denise B. C. Inovação como fator de revitalização do ensinar e do aprender na Universidade - o caso da avaliação institucional - estudo desenvolvido por grupos interinstitucionais de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000.), a avaliação institucional no país não pode ser considerada como algo novo, pois a pós-graduação já a desenvolvia desde 1997 através dos processos avaliativos realizados pela Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

No Brasil o marco histórico de início da avaliação de ensino superior data de 1968, ano em que se concretizou a primeira tentativa oficial do governo através do Programa de Avaliação de Reforma Universitária. Em seguida, tem-se a criação do programa de avaliação institucional (PAIUB), em 1993, e posteriormente, entre 1995 e 2003, o Exame Nacional de Cursos. A partir de 2004, com a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o processo de avaliação das instituições de ensino superior passa a ser centrado em três pilares principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Nesse contexto, a autoavaliação ou avaliação interna tem um importante papel junto às instituições, pois ela possibilita revelar informações a respeito de sua própria realidade, ou seja, é um processo que possibilita as Instituições de Ensino Superior (IES) compreender a atual situação e identificar oportunidades de melhorias na qualidade educativa.

A avaliação institucional tem por objetivo proporcionar um momento de aproximação dos diversos públicos de uma instituição de ensino, quer sejam docentes, discentes, profissionais da área administrativa e de apoio, bem como a comunidade do seu entorno, ganhando assim um caráter integrador e agregador (PAIVA; SOUZA, 2011PAIVA, L. D. C.; SOUZA, N. M. P. Perspectivas da autoavaliação institucional na universidade. Novo Enfoque, Rio de Janeiro, v. 13, n. 13, p. 132- 141, 2011. ). O processo de autoavaliação institucional deve ser considerado como um instrumento fundamental para melhoria da capacidade competitiva das IES pois, acarreta contribuição para que haja um contínuo processo de aperfeiçoamento e melhoria na qualidade da gestão universitária, ou seja, ganhos de eficiência e eficácia que podem fazer a diferença qualitativa na gestão (MARBACK NETO, 2007MARBACK NETO, G. Avaliação: Instrumento de gestão universitária. Vila Velha, ES: Hoper, 2007., ROSSÉS et al., 2017ROSSÉS, G. F. et al. O processo de autoavaliação institucional: o caso do colégio politécnico da Universidade Federal de Santa Maria. SIMPÓSIO AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 3., 2017., Florianópolis, SC, Brasil Anais Avalies 2017.).

Neste cenário pode-se considerar a avaliação institucional como relevante para as IES, pois é um processo sistemático que possibilita o autoconhecimento. A autoavaliação é uma ferramenta de grande valia para a gestão das instituições e contribuiu para o processo de melhoria da sua qualidade (LINS et al., 2017LINS, J. M. O. et al. Avaliação institucional: estudo de caso em uma IES particular no Brasil. Espacios, Caracas, v. 38, p. 20, 2017.). Já na visão de Palitot, Santos e Brito (2015PALITOT, M. D.; SANTOS, C. P.; BRITO, L. V. Avaliação do ensino superior: a construção da cultura avaliativa na Universidade Federal da Paraíba. MPGOA, João Pessoa, v. 4, n. 2, p. 2-10, 2015.), a avaliação institucional é considerada um instrumento de elevada importância, pois possibilita diagnosticar um panorama sobre o conhecimento e compreensão de suas realidades.

Entretanto, apresar de sua aparente importância, um dos grandes entraves à avaliação institucional pelas IES, tem sido a capacidade de conseguir a participação voluntária e maciça dos públicos envolvidos. Na visão de Nunes, Duarte e Pereira (2017NUNES, E. B. L. L. P.; DUARTE, M. M. S. L. T.; PEREIRA, I. C. A. Planejamento e avaliação institucional: um indicador do instrumento de avaliação do SINAES. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 22, n. 2, p. 373-384, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772017000200373&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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), as IES ainda carecem de um amadurecimento da cultura de avaliação, ou seja, é necessário que a avaliação seja uma prática com o objetivo de somar esforços no sentido de identificar os aspectos mais vulneráveis e que devem ser melhorados na instituição.

Estudos constatam o baixo nível de participação dos discentes nas pesquisas de autoavaliação das IES. Por exemplo, o estudo de Palitot, Santos e Brito (2015PALITOT, M. D.; SANTOS, C. P.; BRITO, L. V. Avaliação do ensino superior: a construção da cultura avaliativa na Universidade Federal da Paraíba. MPGOA, João Pessoa, v. 4, n. 2, p. 2-10, 2015.), indicam a baixa participação na avaliação institucional da Universidade Federal da Paraíba. Em 2011 apenas 282 alunos afirmaram ter participado do processo avaliativo da instituição e ainda 1487 membros da comunidade universitária alegam nunca terem sido convidados a participar, isso indica a pouca familiaridade com as terminologias ou com o processo avaliativo.

Nessa perspectiva, Konzen e Adams (2016KONZEN, L. Z.; ADAMS, E. Autoavaliação institucional: um estudo sobre a análise de dados da autoavaliação em perspectiva diacrônica. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 21, n. 3, p. 783-798, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-40772016000300783 . Acesso em: 18 out. 2018.
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) corroboram com os resultados através da intepretação dos dados da avaliação institucional da URI, campus Santo Ângelo. Os autores identificaram uma variação de 36,46% (2008/2) a 57,72% (2012/1) o que demonstra que apesar da participação ser baixa nos anos iniciais teve uma melhoria representativa nos anos finais. Isso se deve ao fato da instituição ter desenvolvido ações de divulgação e incentivo a participação da avaliação.

Quando analisados outros atores sociais das universidades os resultados parecem serem similares. Martins e Ribeiro (2018MARTINS, J. C.; RIBEIRO, J. L. L. S. A participação dos servidores técnico-administrativos na avaliação institucional: o que dizem os relatórios autoavaliação institucional. Avaliação Campinas; Sorocaba, v. 23, n. 2, p. 509-530, 2018. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-40772018000200509&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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) realizaram pesquisa com os técnicos administrativos (TAE) das Universidades Federal do Pará (UFPA), Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade de Brasília (UNB), Federal de Minas Gerais (UFMG), e a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os resultados demonstram que existe uma baixa participação dos TAEs na avaliação institucional das Universidades Federais.

Já na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) esses resultados seguem na mesma linha, os relatórios da avaliação institucional do quadriênio 2008, 2009, 2010 e 2012 apontam que os discentes de graduação e pós-graduação dentre a comunidade acadêmica foram os que menos participaram, em 2012, por exemplo, foram 17% e 13% respectivamente (FÉLIX; FURTADO, 2016FÉLIX, G. T.; FURTADO, D. B. V. Autoavaliação institucional e (in) cultura de participação na universidade. Holos, Natal, v. 1, p. 69-80, 2016.). Na última avaliação (2016) a participação dos discentes foi de 24,16%. Quanto aos acadêmicos do curso de administração os resultados não são diferentes, pois a participação em 2016 representou apenas 25%, ou seja, somente um quarto dos discentes participaram da pesquisa. Portanto, este percentual é ainda muito baixo se considerados os critérios amostrais para que a pesquisa obtenha um nível de erro satisfatório e possa representar efetivamente a opinião dos discentes do curso.

Em contraponto, Fabrizio et al. (2015FABRIZIO, S. B. et al. Avaliação da Educação Superior: Uma Análise do Processo de Avaliação de uma Unidade Descentralizada da UFSM. SIMPÓSIO DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2015. Porto Alegre, RS, Brasil, Anais..., 2015.) constataram a existência de bons resultados na participação discente dos campis Palmeira das Missões e Frederico Westphalen da Universidade Federal de Santa Maria (RS) (42% em 2012 e 48% em 2010 respectivamente). Para os autores esses bons resultados são devido à sensibilização feita junto aos discentes nos campis.

Dessa forma, percebe-se que existem lacunas significativas que demandam estudos sobre quais os motivos que levam a baixa adesão dos discentes na avaliação institucional. Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem por objetivo avaliar qual a percepção dos discentes do curso de administração quanto ao processo de avaliação institucional da universidade.

Para tanto, o artigo tem sua sequência organizada de maneira que na próxima seção é apresentada uma breve contextualização sobre avaliação institucional e participação. Em seguida, apresentam-se a seção de método. Na sequência apresenta-se a análise e discussão dos dados e, por fim, na última seção, são apresentadas as considerações finais.

Avaliação institucional e participação

A autoavaliação tem como um de seus objetivos buscar estabelecer um padrão de qualidade na educação superior (MABA; MARINHO, 2012MABA E. G; MARINHO, S. V. A Autoavaliação Institucional no processo de tomada de decisão em IES: estudo de caso das Faculdades SENAC/SC. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 17, n. 2, p. 455-480, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-40772012000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
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), logo tem-se, por consequência, que os resultados desse processo são capazes de possibilitar uma melhoria nos níveis de qualidade, visto que permitem aos gestores identificar os ajustes e correções necessários nos processos de gestão das universidades. Assim, a autoavaliação pode representar uma reflexão sobre a própria IES a fim de possibilitar a realização de ações de melhoria nos procedimentos internos, ou seja, permite subsidiar a elaboração de um diagnóstico institucional (MAZZURANA; JUNG, 2014MAZZURANA, J. E. J.; JUNG, C. F. Um modelo aplicado à melhoria dos processos de planejamento estratégico e autoavaliação em Instituições de Ensino Superior Privadas. COLÓQUIO: Revista do Desenvolvimento Regional, Taquara/RS, v. 11, n. 1, jan./jun. 2014.).

Para Bastos e Silva (2017BASTOS, I. D.; SILVA, R. Autoavaliação institucional como ferramenta de gestão estratégica universitária: estudo de uma instituição de ensino superior pública municipal do sul do Brasil. SIMPÓSIO AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 3., 2017Florianópolis, SC, Brasil Anais Avalies, 2017.), o processo de autoavaliação pode ser compreendido como o elemento fundamental na gestão estratégica universitária e no processo de gestão institucional, pois possibilita a identificação dos aspectos imprescindíveis para o crescimento quantitativo e qualitativo do ensino superior no Brasil. Dessa forma, permite uma reflexão por parte das diferentes percepções, incluindo docentes, discentes, administrativa e social. Logo, quando é realizada de forma adequada e eficiente, representa uma ferramenta de elevada importância para a gestão das IES (GALDINO, 2011GALDINO, M. N. D. A Autoavaliação Institucional no Ensino Superior como Instrumento de Gestão. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO 25., 2011. Anais..., São Paulo: ANPAE, 2011.).

Em relação aos desafios e dificuldades encontrados no caminho para uma avaliação que possa servir como instrumento de gestão estratégica, um dos entraves é a não utilização das informações no processo de tomada de decisão da IES ou a falta de divulgação dos resultados quando se atingem conceitos abaixo do satisfatório (PINTO et al., 2015PINTO, R. S. et al. Meta-avaliação: uma década do Processo de Avaliação Institucional do SINAES. f. 269. Tese (Doutorado em administração) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015.). Para contornar esses desafios, Ferreira (2014FERREIRA, P. V. Avaliação Institucional Como Instrumento de Gestão e Planejamento Estratégico. Revista Formadores: Vivências e Estudos, Cachoeira-BA, v. 7 n. 3, p. 45-62, nov. 2014.), cita algumas ações relevantes: garantir a participação representativa dos grupos de referência da instituição no momento de serem definidos os objetivos, princípios, critérios e uso da avaliação; empoderar a comunidade acadêmica de forma a torná-la coparticipante e responsável pelo processo avaliativo; criar uma cultura de autoavaliação que fomente o debate crítico e embasado sobre a instituição, subsidiando o processo de tomada de decisão na IES.

Entretanto, é perceptível que nem todas as IES têm dado a devida atenção e valorização para a avaliação institucional. Isso pode ser evidenciado na pesquisa meta-avaliação de Pinto et al. (2015PINTO, R. S. et al. Meta-avaliação: uma década do Processo de Avaliação Institucional do SINAES. f. 269. Tese (Doutorado em administração) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015.), onde ao analisar todas as 66 universidades que realizaram o processo autoavaliativo destacam que, na média, as universidades públicas obtiveram conceito insatisfatório na Dimensão 8 do SINAES (Planejamento e Avaliação) com média de 2,8. Já as IES privadas obtiveram um conceito satisfatório nesse quesito com uma média de 3,68. Logo, parece ficar evidente que ainda existe a necessidade latente de melhoria nos processos autoavaliativos das universidades públicas. Sem a sensibilização e o comprometimento da comunidade envolvida em todo o processo os resultados não terão a representatividade necessária para que sirva como fonte delineadora de ações estratégicas.

Para Silva (2011SILVA, C. M. Avaliação do Ensino Superior: entre a teoria e a prática. FaSCi-Tech, São Caetano do Sul, v. 1, n. 4, 2011.), a avaliação institucional se sustenta no envolvimento da comunidade acadêmica, sendo a conscientização antes da coleta de dados um dos aspectos fundamentais para realizar uma avaliação interna de qualidade. Além disso, o compartilhamento dos resultados da avaliação institucional pode contribuir para sua consolidação da cultura nas IES (SILVA, 2011SILVA, C. M. Avaliação do Ensino Superior: entre a teoria e a prática. FaSCi-Tech, São Caetano do Sul, v. 1, n. 4, 2011.; BARRETTO, 2018BARRETTO, C. A autoavaliação institucional e seus impactos: o caso da faculdade ESUDA. REVISTA HUM@ NAE, Recife, v. 12, n. 1, 2018.).

Portanto, as pesquisas indicam que existe uma necessidade de reforço e consolidação da cultura de avaliação interna nas IES (ESPÍRITO SANTO; TRAVASSOS; CARIBÉ, 2016ESPÍRITO SANTO, E.; TRAVASSOS, X. L.; CARIBÉ, S. O. Análise do nível de implantação do processo de autoavaliação nas faculdades privadas de Salvador, Bahia. AvaliaçãoCampinas; Sorocaba, v. 21, n. 1, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772016000100153&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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; LINS et al., 2017LINS, J. M. O. et al. Avaliação institucional: estudo de caso em uma IES particular no Brasil. Espacios, Caracas, v. 38, p. 20, 2017.; NUNES; DUARTE; PEREIRA, 2017NUNES, E. B. L. L. P.; DUARTE, M. M. S. L. T.; PEREIRA, I. C. A. Planejamento e avaliação institucional: um indicador do instrumento de avaliação do SINAES. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 22, n. 2, p. 373-384, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772017000200373&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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), logo, há muito a ser feito para que a cultura de avaliação institucional seja implementada adequadamente (PALITOT; SANTOS; BRITO, 2015PALITOT, M. D.; SANTOS, C. P.; BRITO, L. V. Avaliação do ensino superior: a construção da cultura avaliativa na Universidade Federal da Paraíba. MPGOA, João Pessoa, v. 4, n. 2, p. 2-10, 2015.). Para Bastos e Rovaris (2016BASTOS, C. C. B. C.; ROVARIS, N. A. Z. A relevância do processo de autoavaliação institucional da universidade tecnológica para a configuração do bom professor. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 21, n. 3, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772016000300767&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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), faz-se necessário que as instituições de ensino superior tornem o processo de autoavaliação mais efetivo, ou seja, é necessário extrair do processo subsídios para a melhoria da qualidade de ensino. Carvalho, Oliveira e Lima (2018CARVALHO, H. A.; DE OLIVEIRA, O. S.; DE LIMA, I. A. Avaliação Institucional em uma universidade pública brasileira multicâmpus. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 23, n. 1, 2018. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-40772018000100217&lng=en&nrm=iso&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2018.
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), corroboram destacando que os progressos dos experimentados pelas IES, em torno da avaliação institucional, podem contribuir para que haja uma melhoria da gestão das instituições, oportunizar a participação coletiva e possibilitar a análise crítica de suas pratica.

Por meio dos aspectos levantados, evidencia-se que, para haver uma avaliação com melhor qualidade, capaz de fazer com que a universidade atinja suas metas, é necessário incentivar a participação da comunidade acadêmica, especialmente os discentes, através da construção de uma cultura avaliativa.

Método

No que tange à estratégia de pesquisa, definiu-se como método o estudo de caso e abordagem quantitativa. Para atingir aos objetivos propostos, optou-se por realizar um estudo quantitativo de cunho descritivo, através de uma survey, estratégia que busca descobrir fatos, determinar atitudes e opiniões, e ajudar a entender comportamentos, utilizando-se da avaliação, análise e descrição de uma população baseada em uma amostra (BAKER, 2001BAKER, M. J. Selecting a Research Methodology. The Marketing Review, Aberdeen, n. 1, p. 373-397, 2001. ).

O questionário utilizado para a coleta de dados foi dividido em três partes. A primeira busca identificar aspectos da percepção dos discentes quanto à avaliação institucional, com 13 perguntas. Na segunda parte, com 37 perguntas em escala tipo likert de 5 pontos, buscou-se identificar a opinião do respondente sobre o impacto, interesse, participação e divulgação da avaliação institucional. Por fim, 11 perguntas sobre o perfil dos respondentes.

A população considerada foram todos os 895 discentes dos cursos de administração da UFSM do campus Santa Maria e Palmeira das Missões que já tiveram a chance de participar do processo de avaliação institucional. Foram coletados 318, em um universo de 895 possíveis participantes. Este tamanho amostral supera os 269 instrumentos necessários para uma amostra com confiança de 95% e margem de erro 5%. Quanto à coleta das informações, o instrumento foi aplicado aos discentes de administração enquanto em sala de aula, sendo a aplicação previamente agendada com os docentes responsáveis pelas disciplinas.

Para a análise de resultados foram aplicadas quatro técnicas: a estatística descritiva, análise fatorial exploratória, teste t e regressão logística. A primeira etapa da análise de dados foi a estatística descritiva das variáveis com a finalidade de caracterizar a amostra e descrever o comportamento dos indivíduos em relação a cada um dos fatores.

Na etapa seguinte, foi realizada a análise fatorial exploratória. A fim de verificar se a análise fatorial é apropriada para a amostra, foram aplicados dois testes: o teste de esfericidade de Barlett e o teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO). Para a escolha das variáveis que permanecerão na análise fatorial utilizar-se o critério das comunalidades. A comunalidade é uma medida da proporção da variância explicada pelos fatores extraídos (FIELD, 2009FIELD, A. Discovering Statistics Using SPSS. 3. rd. London: Sage Publications, 2009.). Nessa abordagem as variáveis com comunalidades extraídas iguais ou menores que 0,5 foram excluídas da análise (LATIF, 1994LATIF, S. A. A análise fatorial auxiliando a resolução de um problema real de pesquisa de marketing. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, n. 2, p. 20, 1994.).

Considerando que nem sempre os fatores escolhidos são de fácil interpretação, recorre-se à técnica de rotação dos eixos. Dessa forma, utilizou-se a técnica de rotação varimax normalizado. Com a finalidade de avaliar a confiabilidade dos fatores gerados através da análise fatorial, foi utilizado o Alpha de Cronbach. Na literatura, para que o fator tenha resultados aceitáveis é indicado que seja maior que 0,6, indicando a consistência interna dos fatores (MALHOTRA, 2006MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.). Em seguida, no intuito de verificar a ocorrência de diferenças entre as médias das respostas e dos fatores criados, foi realizado teste t de Student. Adotou-se o nível de significância de 5%.

Na etapa final utilizou-se a regressão logística com o método Foward Stepwise: Wald, no qual cada variável é incluída separadamente em cada etapa. Para análise da adequação do modelo foram utilizados os índices R² logit, Cox & Snell R² e Nagelkerke R², considerados pseudos-R². O modelo matemático que representa a regressão logística é apresentado pela equação:

P ( y = 1 ) = 1 1 + e - ( b 0 + b 1 x 1 + . . . + b n x n )

P (y=1): representa a probabilidade do discente participar da avaliação institucional, e = base dos logaritmos naturais, b0,b1,...,bn = beta parâmetros do modelo, x1,x2,...,xn = variáveis independentes.

Nesta pesquisa utilizou-se como variável dependente a participação discente na avaliação institucional (1=participou, 0 = não participou). Como variáveis independentes foram consideradas a idade, os fatores impacto da avaliação, falta de interesse, divulgação da avaliação, participação e motivação. Além dessas, as variáveis binárias dummy: gênero (1= masculino, 0 = feminino), atividade extraclasse (1= realiza atividade extraclasse, 0 = não realiza atividade extraclasse), renda (1 = possui renda, 0 = não possui renda), acesso aos resultados (1 = tive acesso aos resultados da avaliação, 0 = nunca tive acesso os resultados da avaliação), participação na avaliação institucional (1 = já participou, 0 = não participo), conhecimento sobre a avaliação (0= conheço, 1 = não conheço), formação escolar (1= particular, 0 = pública) acesso a relatórios (1= tenho interesse, 0=não tenho interesse). Portanto, o modelo inicial foi estruturado com cinco variáveis referente aos fatores, uma relativa a idade e oito dummies.

Análise e discussão dos dados

A fim de melhor conhecer o perfil dos discentes da pesquisa elaborou-se a Tabela 1.

Tabela 1- Perfil
dos respondentes segundo as variáveis: gênero, idade, estado civil, ano de ingresso, formação escolar, engajamento em atividades da universidade, desenvolvimento de atividades

A amostra é composta em sua maioria por mulheres com têm até 23 anos de idade e solteira (82,2%). Características comum ao público que ainda está se dedicando majoritariamente à formação acadêmica e profissional. Sobre o ano de ingresso na UFSM, 13,6% se matricularam na instituição entre os anos de 2009 e 2013, enquanto a maioria (70,2%) ingressou de 2014 a 2016. A maioria estudou totalmente em escola pública (73,1%) e 17,2% se consideram muito ou muitíssimo engajados com atividades extraclasse, enquanto o restante se classificou como razoavelmente engajado (32,5%) ou pouco ou pouquíssimo engajado (50,3%).

A maioria (58%) não participa de nenhuma atividade externa às disciplinas do curso, quanto às atividades que mais apresentaram participação dos acadêmicos foram, palestras (16,4%), bolsa de iniciação científica (7,5%), empresa júnior (7,2%) e outras (7,2%). Em relação à renda própria, 31,3% não possuem proventos próprios, enquanto 57,7% ganham até R$ 2.350,30. Posteriormente, para discernir pontos da participação, conhecimento, interesse dos discentes quanto à avaliação institucional, elaborou-se a Tabela 2 com questões pertinentes ao tema retiradas do primeiro bloco de perguntas do questionário.

Tabela 2
Conhecimento, participação e interesse dos discentes quanto à avaliação institucional.

Quanto ao grau de conhecimento sobre a avaliação institucional, poucos (25,4%) a conhecem em grande parte ou completamente, enquanto que a maioria (63,5%) conhece pouco ou sequer conhece (19,2%). Destaca-se que os discentes que ficaram sabendo da avaliação institucional o fizeram através de e-mail (35,8%), portal do aluno (33,6%) e professores (22%). Já outros 14,5% não se lembram ou nunca ouviram falar da avaliação. Dos respondentes, 43,1% participaram pelo menos uma vez da pesquisa de consulta à comunidade acadêmica realizada como parte da avaliação institucional. Já quanto aos que não participaram, 20,4% não estavam sabendo da pesquisa, 14,5% não viram o e-mail de convite a participar e 11% viram o e-mail, porém não o abriram. Estes resultados indicam que o problema da falta de participação pode estar relacionado com a falta de divulgação nos períodos de realização da pesquisa e o pouco conhecimento dos discentes sobre o processo.

Em se tratando do interesse dos acadêmicos pelos relatórios anuais da avaliação institucional, 60,4% demonstram ter interesse, porém apenas 15,1% sabem onde acessá-lo, contrapondo-se aos 67,9% que nunca viram o relatório e não sabem onde acessar o documento. Da mesma forma, os dados apontam para a falta de conhecimento do público pesquisado em relação ao tema. Para analisar a percepção dos discentes quanto à avaliação institucional foram utilizadas 35 questões de escala tipo likert, pertencentes ao bloco 2 do questionário. Na Tabela 3, apresentam-se as médias, desvio padrão e percentuais de respostas das questões.

Tabela 3
Estatística descritiva das questões de percepção dos discentes de administração sobre avaliação institucional na UFSM

As onze primeiras variáveis da Tabela 3 abordam a percepção dos respondentes sobre o impacto da avaliação institucional nas mais diversas áreas de atuação da universidade. Nesse quesito, as médias variaram entre 3,88 e 4,39, o que indica que, em média, os discentes acreditam que a avaliação institucional impacta na gestão universitária. A questão que apresentou a maior média (4,39), indicando maior concordância dos respondentes, foi “a avaliação institucional impacta na organização da universidade”. Já com a menor média (3,88) ficou a afirmativa “a avaliação institucional impacta na infraestrutura física”. Esses resultados indicam que os alunos concordam em parte ou totalmente com as afirmações, ou seja, em sua maioria percebem que a avaliação institucional traz impacto para a gestão da organização.

Os desvios padrão das questões referidas se mantiveram entre 0,87 e 1,10, sendo o menor deles referente à questão que aborda o impacto da avaliação institucional no planejamento da mesma, indicando que este é o aspecto que menos mostrou variação entre as respostas. Também se destaca que apenas quatro variáveis obtiveram desvio padrão acima de 1,00 (impacto na política de pessoal e de carreira do corpo docente e administrativo 1,01, impacto na infraestrutura física 1,09, impacto na sustentabilidade financeira 1,10, e consideração da avaliação institucional na gestão da universidade 1,06, o que mostra maior discordância entre a percepção dos respondentes nestas questões.

Destaca-se ainda que na última questão dentre as onze do grupo referido, 25,5% dos respondentes não se consideraram aptos a responder a afirmativa “os resultados são levados em consideração na gestão da universidade”. Logo, isso parece demonstrar que existe uma falta de conhecimento dos discentes sobre o processo e utilização da avaliação institucional.

Quando perguntados se não viram divulgação sobre a avaliação institucional, 20,8% das respostas foram discordantes da afirmação, enquanto 38,1% concordaram totalmente, embora a média das respostas tenha permanecido em 3,66 e o desvio padrão 1,44, o que demonstra certa lacuna entre os que nunca viram divulgação sobre a avaliação institucional e os que disseram não concordar com a afirmação. O mesmo ocorre na questão sobre a divulgação da pesquisa de avaliação institucional.

Os resultados das demais questões também trazem indicativos que os acadêmicos acreditam ter a agregar e que afetarão a avaliação institucional, têm interesse pela avaliação, acreditam nos resultados e veem vantagens em respondê-la, porém não sabem o período em que a pesquisa é aplicada ou onde acessar o questionário. Sobre a afirmação referente a ignorarem os e-mails recebidos sobre a avaliação institucional, 20,1% concordaram com a afirmação, embora 54,7% discordem ou discordem totalmente da afirmação. Quando afirmado que o questionário da avaliação institucional era longo demais, 25,8% não souberam responder 24,5% se mostraram indiferentes, o que indica que essas pessoas podem nunca ter tido contato com o instrumento de coleta de dados ou não tem opinião sobre o assunto, enquanto 38,7% disseram concordar ou concordar totalmente com a afirmação.

Sobre a falta de tempo ser um fator importante na não participação da avaliação institucional, em média os discentes não concordaram com tal afirmativa. Também pode-se afirmar que, se os alunos acreditassem que os resultados seriam levados em consideração na gestão da universidade, em média, responderiam à pesquisa de avaliação institucional. Porém são, em média, indiferentes ou concordantes com a afirmação de que participariam caso houvesse algum incentivo a participar. Os acadêmicos, em média, concordam que responderiam à pesquisa caso houvesse maior divulgação e que a universidade conseguiria resultados mais fidedignos caso a participação fosse obrigatória.

Para realizar a análise fatorial foram utilizadas 35 questões (Tabela 3) do questionário que utilizaram uma escala tipo likert de cinco pontos sendo 1 discordo totalmente, 2 discordo em partes, 3 indiferentes, 4 concordo em partes, 5 concordo totalmente. Inicialmente, com o objetivo de verificar a adequação da utilização da análise fatorial, foi necessária a verificação do KMO e do teste de Bartlet. O índice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO=0,809) de adequação da amostra e o teste de esfericidadede Barlett (significativo a p< 0,001) demonstram a possibilidade da fatorabilidade dos dados.

Concluída essa etapa inicial e verificada a adequação da análise fatorial, partiu-se para identificação das comunalidades apresentadas para cada uma das questões. Foi necessária a retirada de uma questão do instrumento, pois essa variável apresentou comunalidade menor do que 0,5. Segundo LATIF (1994LATIF, S. A. A análise fatorial auxiliando a resolução de um problema real de pesquisa de marketing. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, n. 2, p. 20, 1994.), como regra na avaliação da comunalidade os fatores analisados, para serem levados em consideração, devem apresentar resultado de comunalidade maior que 0,5. Dessa forma, foi retirada a questão “O questionário da pesquisa de avaliação é longo demais", com comunalidade 0,488.

Em seguida, para a determinação do número de fatores, observou-se a análise da variância total explicada, que deve atingir no mínimo 60% da variância acumulada e autovalores maiores do que 1 (MALHOTRA, 2006MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.). A análise da porcentagem de variância mostrou que o instrumento compreende oito fatores, que explicam 63,04% da variância acumulada, todos com autovalores maiores do que 1. Os fatores 5 (0,325) e 6 (0,462) foram excluídos por não atenderem o requisito do teste de confiabilidade apresentando Alpha de Cronbach abaixo do recomendado pela literatura (0,7), indicando que o fator não é confiável. O fator 8 foi excluído porque ficou com apenas uma variável, logo não é possível realizar o teste de confiabilidade.

Dessa forma, o primeiro fator “Impacto da Avaliação”, formado por onze variáveis, possui variância explicada de 24,90%, em decorrência das questões que o compõem. O segundo fator “Falta de Interesse”, composto por nove questões, possui variância explicada de 13,38%. O terceiro fator “Divulgação da Avaliação”, com quatro questões apresentou uma variância explicada de 6,97%. O quarto fator “Participação” constituído de três questões e uma variância explicada de 5,62%. Por fim, o último “Motivação” com duas questões apresentou uma variância explicada de 3,78%. Destaca-se que a questões (Tabela 4)expõe os fatores formados através da análise fatorial rotacionada, que teve como método utilizado para a extração dos fatores a análise dos componentes principais e da rotação Varimax com normalização Kaiser.

Tabela 4
Questões que compõem cada um dos fatores de avaliação institucional na UFSM, carga fatorial, variância explicada e Alpha Cronbach.

Na sequência, com o objetivo de verificar a média e desvio padrão das respostas dos entrevistados às questões que compõem cada fator desenvolveu-se a Tabela 5.

Tabela 5
Estatística descritiva da média e desvio padrão dos cinco fatores

Os participantes apresentaram uma alta concordância com a dimensão impacto da avaliação e discordam da falta de interesse, ou seja, reconhecem a importância da mesma e se interessam em participar. Percebe-se ainda uma indiferença na percepção quanto à divulgação da avaliação, indicando que as estratégias de divulgação da avaliação realizadas pela instituição podem ainda não estar sendo suficientes. O fator impacto da avaliação institucional apresentou o menor desvio, ou seja, os discentes parecem não apresentar uma grande divergência de percepção nesse quesito. Já com a maior variação ficou o fator motivação, logo existe uma certa discordância dos participantes sobre os motivos que levam a falta de motivação para participação da pesquisa. Posteriormente, buscou-se identificar a existência ou não de diferença significativa entre as médias dos respondentes. Para verificar se há diferença estatisticamente significativa entre os fatores criados e a percepção dos discentes utilizou-se a categoria gênero e foram criadas as dummies, formação escolar, atividades extraclasse, renda e interesse nos relatórios. Para verificar a existência ou não de diferenças aplicou-se um teste t de diferença de médias para amostras independentes. Para avaliar se os fatores eram homocedásticos ou heterocedásticos aplicou-se o teste F de Levene para igualdade de variâncias. Destaca-se no Tabela 6 os resultados apresentados pelo Test t.

Tabela 6
Teste t de diferença de médias entre os fatores e as categorias

Nota-se que somente os Fatores 1, 2 e 3 apresentaram diferença de médias significativas. O fator de impacto apresentou diferença de médias para as variáveis gênero, atividades extraclasse e interesse nos relatórios. Quanto ao gênero percebe-se que a média feminina é superior a masculina o que demonstra que a percepção das mulheres é maior quanto ao impacto percebido da avaliação institucional sobre a gestão da universidade. Já no fator falta de interesse percebe-se que os discentes do sexo masculino apresentam menor interesse em participar da pesquisa.

No que se refere a formação escolar percebe-se que os discentes com formação em escolas públicas têm um maior conhecimento sobre a divulgação da avaliação institucional. Os alunos que não participam de atividades extraclasse têm uma percepção maior sobre o impacto da avaliação institucional na gestão da universidade e apresentam um maior interesse em participar da pesquisa. Quanto ao interesse dos alunos no relatório da avaliação institucional percebe-se que aqueles que relataram ter interesse no mesmo tem uma percepção maior sobre o impacto da avaliação para a universidade e por consequência também tem maior interesse em participar da pesquisa. A única variável que não apresentou diferença significativa de média em nenhum dos fatores foi a renda.

Finalmente, com o objetivo de analisar a propensão para a participação no processo de avaliação pelos discentes de administração, estimou-se uma regressão logística tendo como variáveis explicativas as sete 07 dummies descritas anteriormente, os cinco fatores oriundos da análise fatorial e a idade dos participantes. Como variável dependente binária, utilizou-se a participação dos discentes na avaliação institucional assumindo o valor um (1) para aqueles que participaram da avaliação e o valor zero (0) para os alunos que não participaram da pesquisa. O melhor modelo foi obtido utilizando-se o método Forward Stepwise Wald.ATabela 7 apresenta os resultados da estimação.

Tabela 7
Coeficientes logísticos, desvio padrão, Teste Wald e exponencial do modelo logístico

O modelo final conta com três variáveis significativas. A dummy avaliação docente, indica que o fato do discente participar da avaliação docente aumenta a chance de ele participar da avaliação institucional em 0,22. A avaliação docente acontece a cada final de semestre, e permite que o discente avalie a atuação docente em cada disciplina cursada. Portanto, percebe-se que o discente mais participativo em um sistema de avaliação também tende a ser o mais participativo na avaliação institucional. A segunda variável, conhecimento da avaliação institucional, é a que mais contribui para a participação na pesquisa, ou seja, os discentes que afirmaram conhecer a avaliação institucional tem, em torno de 17 vezes mais chances de participar da pesquisa em relação aos que não conhecem. Portanto, fica evidente a necessidade de que a instituição adote estratégias de ampliação da divulgação da avaliação para aumentar as chances de participação. Estes resultados são condicentes com o estudo de Fabrizio et al. (2015FABRIZIO, S. B. et al. Avaliação da Educação Superior: Uma Análise do Processo de Avaliação de uma Unidade Descentralizada da UFSM. SIMPÓSIO DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2015. Porto Alegre, RS, Brasil, Anais..., 2015.), que aborda uma análise sobre as autoavaliações da UFSM, de 2010 e 2012, contemplando apenas os campi Palmeira das Missões e Frederico Westphalen, constatam que os bons resultados de participação discente atingidos pelos campi (42% em 2012 e 48% em 2010) justificam-se pela sensibilização da comunidade acadêmica que ocorreu por meio de reuniões, “mailing” interno e divulgação nas mídias sociais.

A presença do fator divulgação da avaliação institucional, reforça novamente a importância de a instituição empreender esforços para aumentar o conhecimento da comunidade quanto à existência e importância da avaliação. O coeficiente exponencial (0,493) indica que a divulgação amplia a probabilidade de participação do discente, reforçando a necessidade de adoção de estratégias mais incisivas de divulgação da pesquisa.

A adequação do modelo foi avaliada pelos índices R² logit (307,997), Cox & Snell R² (0.280) e Nagelkerke R² (0.376), considerados pseudos-R². Para as estatísticas de Cox & Snell R e Nagelkerke R², tem-se que quanto mais próximo de um melhor a qualidade do modelo. Portanto, o Cox & Snell R² indica que 28% da participação dos discentes está sendo explicada pelas variáveis independentes, e o Nagelkerke R² considera que o modelo é capaz de explicar 37,6 %. Foi aplicado ainda o teste de Hosmer-Lemeshow (ARCHER; LEMESHOW; HOSMER, 2007ARCHER, L. K.; LEMESHOW, S.; HOSMER, D. W. Goodness-fit for logistic models when data are collected using a complex sampling design. Computacional Statistics & Data Analysis The Hague, Texas, v. 51, n. 9, p. 4450-4464, 2007.), o qual, em sua hipótese nula, avalia se o número de respostas observadas é igual ao número estimado. Como o resultado (qui-quadrado 9.634, df 8, sig 0,292) indicou a não rejeição da hipótese nula, o modelo estimado pode ser considerado adequado e ajustado, o que pressupõe que a variação residual está explicada corretamente.

Considerações finais

O objetivo deste estudo consistiu em identificar qual a percepção do discente do curso de Administração quanto a avaliação institucional na UFSM. A principal motivação para o estudo deve-se ao fato de que a UFSM tem tido uma baixa adesão dos acadêmicos no processo de avaliação institucional ao longo dos anos, especialmente nos cursos de administração

Os resultados revelam que a amostra é composta por um grupo relativamente jovem de indivíduos, que em sua maioria cursaram anteriormente o ensino em escola pública e possuem, em média, faixa de renda própria de até R$ 2.350,30, se declarando razoavelmente ou pouco engajados com atividades extraclasse na universidade. Os alunos com formação em escolas públicas têm maior conhecimento sobre a divulgação da avaliação institucional. Além disso, as mulheres possuem uma percepção maior sobre o impacto da avaliação institucional e demonstram maior interesse em relação ao tema. Os discentes, em sua maioria, não participam de atividades extraclasse, sendo que estes têm maior percepção do impacto, e interesse relacionado a avaliação institucional. Por outro lado, a renda dos discentes não foi determinante na diferença de percepção. E, por fim, discentes com interesse pelos relatórios de avaliação institucional tendem a ter uma maior percepção do impacto da avaliação na gestão da universidade e menos falta de interesse pelo tema do que aqueles que não possuem interesse nos relatórios.

Logo, esses resultados parecem demonstrar que existe uma falta de conhecimento dos discentes sobre o processo e utilização da avaliação institucional. Os acadêmicos acreditam ter a agregar e que afetarão à avaliação institucional, têm interesse pela avaliação, acreditam nos resultados e veem vantagens em respondê-la, porém não sabem o período em que a pesquisa é aplicada ou onde acessar o questionário, explicitando a necessidade de maior divulgação. Fazer com que os alunos acreditem que os resultados da avaliação são levados em consideração na gestão da universidade acarretaria em uma maior participação dos discentes. Desse modo, os resultados obtidos indicam que a UFSM precisa, além de despender mais esforços para a ampliação da divulgação a fim de aumentar a participação discente, promover um amplo debate em seus cursos quanto aos resultados da pesquisa. Afinal, é necessário que os discentes percebam que a pesquisa realmente traz resultados para a melhoria da qualidade do curso, ou será difícil ampliar a participação discente.

Quanto ao aspecto da implantação permanente de uma cultura de avaliação institucional na Universidade, constata-se que há ainda muito a ser feito. No entanto, o cenário da UFSM não parece ser muito diferente de outras instituições, pois os resultados vão ao encontro de outras pesquisas (ANDRIOLA; SOUZA, 2010ANDRIOLA, W. B.; SOUZA, L. A. Representações sociais dos gestores e dos técnicos das unidades acadêmicas da Universidade Federal do Ceará (UFC) acerca da autoavaliação institucional. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 15, n. 2, p. 45-72, 2010Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772010000200003&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 18 out. 2019.
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; FERREIRA, 2014FERREIRA, P. V. Avaliação Institucional Como Instrumento de Gestão e Planejamento Estratégico. Revista Formadores: Vivências e Estudos, Cachoeira-BA, v. 7 n. 3, p. 45-62, nov. 2014.; PALITOT; SANTOS; BRITO, 2015PALITOT, M. D.; SANTOS, C. P.; BRITO, L. V. Avaliação do ensino superior: a construção da cultura avaliativa na Universidade Federal da Paraíba. MPGOA, João Pessoa, v. 4, n. 2, p. 2-10, 2015.; PINTO et al., 2015PINTO, R. S. et al. Meta-avaliação: uma década do Processo de Avaliação Institucional do SINAES. f. 269. Tese (Doutorado em administração) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015.; FÉLIX; FURTADO, 2016FÉLIX, G. T.; FURTADO, D. B. V. Autoavaliação institucional e (in) cultura de participação na universidade. Holos, Natal, v. 1, p. 69-80, 2016.; LINS et al., 2017LINS, J. M. O. et al. Avaliação institucional: estudo de caso em uma IES particular no Brasil. Espacios, Caracas, v. 38, p. 20, 2017.). Como limitação da pesquisa destaca-se o fato de ser aplicada apenas no curso de administração em uma instituição pública. Para estudos futuros sugere-se aplicar a mesma em outros cursos de graduação ou pós-graduação, bem como também instituições privadas, a fim de verificar se os resultados serão similares.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    9 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    Sep-Nov 2019

Histórico

  • Recebido
    06 Dez 2018
  • Aceito
    22 Out 2019
Publicação da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior (RAIES), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de Sorocaba (UNISO). Rodovia Raposo Tavares, km. 92,5, CEP 18023-000 Sorocaba - São Paulo, Fone: (55 15) 2101-7016 , Fax : (55 15) 2101-7112 - Sorocaba - SP - Brazil
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