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Educação Especial e Terapia Ocupacional: Análise de Interfaces a Partir da Produção de Conhecimento

RESUMO:

Este estudo teve como objetivo identificar e analisar como a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial no Brasil, a partir da produção de conhecimento no campo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica nos dois periódicos brasileiros indexados de Terapia Ocupacional: a Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo e os Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, a partir da combinação de descritores terapia ocupacional AND educação especial OR inclusão escolar OR educação inclusiva. Os resultados envolveram 18 artigos e contemplaram o horizonte temporal de 2003 a 2017. Foi possível constatar uma estreita vinculação entre a Terapia Ocupacional e a Educação Especial, mais voltada ao favorecimento da inclusão escolar de crianças com deficiências. A atuação de terapeutas ocupacionais nos contextos educacionais mostrou-se com caráter eminentemente colaborativo com professores e demais atores do cotidiano escolar, no intuito de fornecer condições e oportunidades de aprendizado e participação para crianças cujo desempenho escolar seja afetado por situações limitantes ou deficiências. As principais formas de atuação envolvem: prescrição e provimento da Tecnologia Assistiva; adaptações ambientais, de brinquedos e materiais; e formação continuada para professores. É possível concluir que diversas e importantes práticas já vêm sendo realizadas por terapeutas ocupacionais no âmbito educacional e na interface com a Educação Especial, o que ratifica que estes são profissionais aptos para compor as equipes de inclusão educacional. Destaca-se a importância do aumento da inserção desse profissional nos ambientes e nos serviços educacionais, diante de suas relevantes contribuições para o campo.

PALAVRAS-CHAVE:
Produção de conhecimento; Terapia Ocupacional; Educação Especial; Educação Inclusiva

ABSTRACT:

This study aimed to identify and analyze how Occupational Therapy has been linked to the field of Special Education in Brazil, from the production of knowledge in the field. For that, a bibliographic review research was carried out in the two Brazilian indexed journals of Occupational Therapy: Revista de Terapia Ocupacional from São Paulo University and Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, from the combination of descriptors occupational therapy AND special education OR school inclusion OR inclusive education. The results involved 18 papers from the cutoff period from 2003 to 2017. It was possible to observe a close relation between Occupational Therapy and Special Education, more focused on favoring the inclusion of schoolchildren with disabilities. The work of occupational therapists in the educational context was shown with eminently collaborative character with teachers and other actors of the school routine, in order to provide conditions and opportunities for learning and participation for children whose school performance is affected by limiting situations or disabilities. The main forms of action involve: prescription and provision of Assistive Technology; environmental adaptations of toys and materials; and continuing education for teachers. It is possible to conclude that several important practices have already been carried out by occupational therapists in the educational field and in the interface with Special Education, which ratifies that these professionals are able to compose the educational inclusion teams. It is important to highlight the importance of increasing the insertion of this professional in educational environments and services, given their relevant contributions to the field.

KEYWORDS:
Knowledge production; Occupational therapy; Special Education; Inclusive education

1 Introdução

A inserção da Terapia Ocupacional no campo da Educação, historicamente, deu-se por meio das práticas de Educação Especial, visando apoiar os educadores em ações direcionadas especificamente para alunos com deficiências, tais como física, visual, cognitiva, auditiva, ou transtornos do desenvolvimento. Essa atuação baseava-se em intervenções terapêuticas planejadas a partir dos critérios de diagnósticos clínicos ou psicopedagógicos, assim como da avaliação de desenvolvimento e da faixa etária (E. F. Rocha, 2007Rocha, E. F. (2007). A Terapia Ocupacional e as ações na educação: Aprofundando interfaces. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 18(3), 122-127. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p122-127.
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). Esses espaços destinados à Educação Especial surgiram, no Brasil, inicialmente, baseados no modelo biomédico, para o qual as pessoas com deficiência eram concebidas como "desviantes" dos padrões que caracterizavam a "normalidade". Assim, a atuação da Terapia Ocupacional nessas instituições de Educação Especial começou a ocorrer por volta da década de 1960, com foco em questões terapêuticas e objetivando a normalização dos comportamentos, de acordo com o perfil e os objetivos dessas instituições. Essa atuação dava-se como uma continuidade do atendimento ofertado nas instituições de reabilitação, ou seja, com intervenções estritamente voltadas às pessoas com deficiência, em instituições especializadas de educação (Calheiros, Lourenço, & Cruz, 2016Calheiros, D. S., Lourenço, G. F., & Cruz, D. M. C. (2016). A atuação da Terapia Ocupacional no contexto escolar: Educação inclusiva e perspectiva social. In L. L. Cavalcante Neto, & O. O. N. Silva (Orgs.), Diversidade e movimento: Diálogos possíveis e necessários (pp. 505-534). Curitiba: CRV.; Cardoso & Matsukura, 2012Cardoso, P. T., & Matsukura, T. S. (2012). Práticas e perspectivas da terapia ocupacional na inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(1), 7-15. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i1p7-15.
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).

Na década de 1970, o Brasil adere a um modelo internacional denominado "integração escolar", que preconizava a inserção de pessoas com deficiências em salas de aula de escolas regulares (Calheiros et al., 2016Calheiros, D. S., Lourenço, G. F., & Cruz, D. M. C. (2016). A atuação da Terapia Ocupacional no contexto escolar: Educação inclusiva e perspectiva social. In L. L. Cavalcante Neto, & O. O. N. Silva (Orgs.), Diversidade e movimento: Diálogos possíveis e necessários (pp. 505-534). Curitiba: CRV.). Nesses dois primeiros momentos, o alvo exclusivo de atuação do terapeuta ocupacional era o aluno, ainda devido ao perfil dessas instituições educacionais e à formação do terapeuta ocupacional, que era realizada, predominantemente, sob a perspectiva biomédica (Calheiros et al., 2016Calheiros, D. S., Lourenço, G. F., & Cruz, D. M. C. (2016). A atuação da Terapia Ocupacional no contexto escolar: Educação inclusiva e perspectiva social. In L. L. Cavalcante Neto, & O. O. N. Silva (Orgs.), Diversidade e movimento: Diálogos possíveis e necessários (pp. 505-534). Curitiba: CRV.).

A década de 1980 foi marcada por um o movimento internacional de inclusão social, que propôs o redirecionamento dessa finalidade normalizadora, a partir de uma nova abordagem, que transferiu o foco do indivíduo para a coletividade. Assim, a necessidade de ajuste se direciona aos ambientes comunitários, às legislações que regem as instituições educacionais e aos espaços urbanos. Tal avanço reverberou em um redirecionamento das ações terapêuticas ocupacionais nesse contexto, ocasionando a superação da visão meramente reabilitativa (Lourenço & Cid, 2010Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179.). É nesse sentido que, no início da década de 1990, as conferências internacionais inauguraram a perspectiva de "educação inclusiva" (Mazzotta, 2011Mazzotta, M. J. S. (2011). Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas (6a ed.). São Paulo: Cortez.), deslocando a responsabilidade da inclusão para as escolas, cabendo à estas o fornecimento de condições ideais para a inclusão de todas as pessoas.

Lourenço e Cid (2010)Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179. consideram que a perspectiva da inclusão escolar passou a exigir do terapeuta ocupacional uma formação inicial e continuada que proporcione uma prática profissional capaz de ampliar o enfoque de atuação para além de uma perspectiva clínica e/ou uma intervenção focada nos estudantes, necessitando alargar essa intervenção para a toda a comunidade escolar (professores, famílias e equipe da escola).

Nesse sentido, este estudo problematiza a Educação Especial como campo de conhecimento e atuação da Terapia Ocupacional no Brasil. Com base no conceito proposto pela Universidade de São Paulo, a Terapia Ocupacional se constitui como

[...] um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas à problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social (Universidade de São Paulo [USP] apud Soares, 2007Soares, L. B. T. (2007). História da terapia ocupacional. In A. Cavalcanti, C. Galvão (Orgs.), Terapia Ocupacional: Fundamentação e prática (pp. 3-9). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan., p. 3).

Essas problemáticas que afetam a participação social podem ser compreendidas como barreiras, que impedem ou prejudicam o desempenho do ser humano nos ambientes que frequenta.

Considerando o ambiente escolar, essas barreiras podem ser físicas, ou seja, arquitetônicas, que prejudicam o acesso igualitário de crianças com deficiência, ou podem ser atitudinais, ou seja, relacionadas às interações existentes no ambiente escolar, à abordagem ao aluno e à atenção dispensada a ele no processo educativo. Assim, o terapeuta ocupacional, na qualidade de profissional atuante em serviços nas áreas da saúde, da educação e na esfera social, tem adentrado, progressivamente, ambientes que ultrapassam os espaços terapêuticos tradicionais, visando desenvolver dispositivos capazes de ampliar o entorno social, a autonomia e a qualidade de vida das pessoas, configurando-se em um parceiro para desenvolver trabalhos educacionais, recursos, estratégias e adaptações, como um profissional de apoio para a escola (Gebrael & Martinez, 2011Gebrael, T. L. R., & Martinez, C. M. S. (2011). Consultoria colaborativa em terapia ocupacional para professores de crianças pré-escolares com baixa visão. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, 17(1), 101-120. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382011000100008.
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; Jurdi, Brunello, & Honda, 2004Jurdi, A. P. S., Brunello, M. I. B., & Honda, M. (2004). Terapia ocupacional e propostas de intervenção na rede pública de ensino. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 15(1), 26-32.).

Essa inserção de profissionais da área de saúde nas equipes multiprofissionais que atuam no campo da educação inclusiva é legitimada por documentos legais como a Declaração de Salamanca (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO], 1994Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (1994). Declaração de Salamanca sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais. Salamanca: UNESCO.), a Resolução Nº 2, de 11 de setembro de 2001 (Resolução nº 2, 2001Resolução nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Recuperado em 10 de Outubro de 2018 de http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf.
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) e a Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008)Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008). Recuperado em 10 de Outubro de 2018 de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192.
http://portal.mec.gov.br/index.php?optio...
.

O trabalho do terapeuta ocupacional ganha uma característica particular de olhar especializado para as ocupações da criança no ambiente e não somente as suas limitações (Lourenço & Cid, 2010Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179.; Cardoso & Matsukura, 2012Cardoso, P. T., & Matsukura, T. S. (2012). Práticas e perspectivas da terapia ocupacional na inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(1), 7-15. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i1p7-15.
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; Folha & Carvalho, 2017Folha, D. R. S. C., & Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, 1(2), 202-220.); desse modo, este estudo objetivou analisar como a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial5 5 Para efeitos deste estudo, aborda-se a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, tal como prevê a legislação vigente (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, 2008). E, quando utilizado o termo Educação Inclusiva, baseia-se no conceito adotado a partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). no contexto brasileiro. Para tanto, partiu-se da seguinte questão norteadora: Como a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial no contexto brasileiro?

2 Metodologia

O presente estudo refere-se a um recorte de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Tratou-se de pesquisa de revisão bibliográfica de caráter exploratório e foi realizada nos periódicos brasileiros indexados de Terapia Ocupacional. A pesquisa bibliográfica é toda pesquisa construída com base em materiais já publicados, como livros e artigos de periódicos, e permite ao investigador apreender um olhar abrangente acerca do fenômeno em estudo (Lakatos & Marconi, 2003Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2003). Metodologia do trabalho científico (4a ed.). São Paulo: Atlas.; E. L. Silva & Menezes, 2005Silva, E. L., & Menezes, E. M. (2005). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação (4a ed.). Florianópolis: UFSC.; Gil, 2008Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6a ed.). São Paulo: Atlas.).

Essa revisão bibliográfica ocorreu nos dois periódicos brasileiros indexados específicos de Terapia Ocupacional: a Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo (USP) e os Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional (antigo Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar), ambos classificados no extrato B1 da área 21 Qualis CAPES. A escolha por esses periódicos deu-se em razão dos dois serem os mais representativos expoentes da produção de conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil. Outros autores também elegeram esses dois periódicos para realizar levantamentos sobre a produção científica em Terapia Ocupacional no Brasil (Lopes, Duarte, Pereira, Oliver, & Malfitano, 2016Lopes, R. E. , Duarte, M. L. M. C., Pereira, B. P., Oliver, F. C. , & Malfitano, A. P. S. (2016). A divulgação do conhecimento em terapia ocupacional no Brasil: Um retrato nos seus periódicos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 24(4), 777-789. Doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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).

A busca realizou-se nos sites dos periódicos e os descritores que nortearam a identificação dos artigos de interesse foram: terapia ocupacional AND educação especial OR inclusão escolar OR educação inclusiva. O horizonte temporal adotado foi de 2003 a 2017. Esse período foi delimitado devido a ser o período correspondente aos resultados encontrados.

Como critérios de inclusão, foram selecionados para análise os artigos que abordassem claramente a relação entre a Terapia Ocupacional e a Educação Especial. Essa triagem foi realizada por meio da leitura dos resumos dos artigos encontrados. Os artigos que não contemplaram esse critério foram excluídos da análise.

Os dados obtidos foram sistematizados em tabelas no programa Word for Windows® e a análise ocorreu a partir do destaque dos resultados de cada estudo selecionado e do confronto destes com referenciais teóricos pertinentes e que permitissem o atendimento à questão de pesquisa supramencionada. Dessa forma, a análise desencadeou a discussão apresentada neste manuscrito.

3 Resultados

Foram encontrados, nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, um total de oito artigos e, na Revista de Terapia Ocupacional da USP, 30 artigos, totalizando 38 estudos. Após a aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionados 18 artigos, dos quais foi realizada leitura na íntegra para extração dos dados apresentados no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1
Apresentação dos resultados do estudo conforme a referência, a filiação dos autores, os objetivos do estudo e os principais resultados

4 Discussão

Devido à produção científica encontrada ter sido derivada de estudos realizados a partir do ano 2000, a maioria dos artigos analisados já aborda a Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. É clara a predominância de estudos derivados da região sudeste do Brasil, assim como a vinculação da produção científica às Universidades. Um estudo recente identificou resultados semelhantes no que se refere à concentração de estudos provenientes da região Sudeste, assim como das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas voltadas ao perfil das publicações de Terapia Ocupacional no Brasil (Lopes et al., 2016Lopes, R. E. , Duarte, M. L. M. C., Pereira, B. P., Oliver, F. C. , & Malfitano, A. P. S. (2016). A divulgação do conhecimento em terapia ocupacional no Brasil: Um retrato nos seus periódicos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 24(4), 777-789. Doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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). Outro estudo identificou o aumento do ingresso de terapeutas ocupacionais nas IES públicas a partir de 2010 e a concentração de grupos de pesquisa sobre Terapia Ocupacional também na região Sudeste, o que pode justificar essa concentração (Lopes, Malfitano, Oliver, & Medeiros, 2010Lopes, R. E., Malfitano, A. P. S., Oliver, F. C., Sfair, S. C., & Medeiros, T. J. (2010). Pesquisa em terapia ocupacional: Apontamentos acerca dos caminhos acadêmicos no cenário nacional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 21(3), 207-214.). Esses dados sugerem a necessidade de potencializar as publicações sobre pesquisas e práticas desenvolvidas nas outras regiões do país, a fim de informar o conhecimento que vem sendo produzido e divulgar as práticas em andamento na interface entre Educação Especial e Terapia Ocupacional.

Os resultados apontam, também, para a ênfase dada à importância do terapeuta ocupacional do contexto da Educação Especial e suas possibilidades de atuação. Dentre elas, algumas frentes principais de atuação ficaram mais evidentes, as quais podem caracterizar as interfaces entre Educação Especial e Terapia Ocupacional: a) a atuação no âmbito da acessibilidade, das adequações ambientais, da minimização de barreiras arquitetônicas e atitudinais, da avaliação da infraestrutura escolar, assim como da prescrição, análise e confecção de recursos de Tecnologia Assistiva (De Paula & Baleotti, 2011De Paula, A. F. M., & Baleotti, L. R. (2011). Inclusão escolar do aluno com deficiência física: contribuições da terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 19(1), 53-69.; Ide, Yamamoto, & Silva, 2011Ide, M. G., Yamamoto, B. T., Silva, C. C. B. (2011). Identificando possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional na inclusão escolar. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 19(3), 323-332.; Médice, Vitta, Contic, Zaniolo, & Vitta, 2015Médice, J., Vitta, F. C. F., Contic, M. H. S., Zaniolo, L. O., & Vitta, C. A. (2015). Acessibilidade nas escolas de ensino fundamental de um município da região oeste de São Paulo. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 23(3), 581-588. Doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0528.
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; Oliveira, Dutra, Melo, & Rezende., 2015Oliveira, P. M. R., Dutra, L. R., Melo, P. P. T., & Rezende, M. T. (2015). Facilitadores e barreiras no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades educativas especiais: A percepção das educadoras. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 26(2), 186-193. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i2p186-193.
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; E. F. Rocha, 2007Rocha, E. F. (2007). A Terapia Ocupacional e as ações na educação: Aprofundando interfaces. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 18(3), 122-127. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p122-127.
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; A. N. D. C. Rocha & Deliberato, 2012Rocha, A. N. D. C., & Deliberato, D. (2012). Atuação do terapeuta ocupacional no contexto escolar: O uso da tecnologia assistiva para o aluno com paralisia cerebral na educação infantil. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(3), 263-273. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i3p263-273.
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; E. F. Rocha, Luiz, & Zulian, 2003Rocha, E. F., Luiz, A., & Zulian, M. A. R. (2003). Reflexões sobre as possíveis contribuições da terapia ocupacional nos processos de inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 14(2), 72-78. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p72-78.
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; Ghedini, Mancini, & Brandão, 2010Ghedini, L. S. L., Mancini, M. C., Brandão, M. de B. (2010). Participação de alunos com deficiência física no contexto da escola regular- Revisão de Literatura. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 21(1), 1-9. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i1p1-9.
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); b) o acompanhamento de alunos encaminhados aos serviços de Educação Especial, envolvendo avaliação periódica do desenvolvimento de crianças com deficiência (Ide et al., 2011Ide, M. G., Yamamoto, B. T., Silva, C. C. B. (2011). Identificando possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional na inclusão escolar. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 19(3), 323-332.; Lourenço & Cid, 2010Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179.; Bombarda & Palhares, 2015Bombarda, T. B., & Palhares, M. S. (2015). O registro de práticas interventivas da Terapia Ocupacional na educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 23(2), 285-294. Doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0496.
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; C. C. B. Silva, Jurdi, & Pontes, 2012Silva, C. C. B., Jurdi, A. P. S., & Pontes, F. V. (2012). Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: Possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional em contextos educacionais. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(3), 283-288. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i3p283-288.
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); c) o suporte técnico e a formação continuada dos docentes, assim como a orientação à todos os envolvidos no cotidiano escolar (professores, famílias e comunidade) (Ide et al., 2011Ide, M. G., Yamamoto, B. T., Silva, C. C. B. (2011). Identificando possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional na inclusão escolar. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 19(3), 323-332.; Bombarda & Palhares, 2015Bombarda, T. B., & Palhares, M. S. (2015). O registro de práticas interventivas da Terapia Ocupacional na educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 23(2), 285-294. Doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0496.
https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0...
; Santos & Libra, 2016Santos, A. R., & Libra, S. L. (2016). Terapia ocupacional e consultoria colaborativa. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 27(1), 94-99. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v27i1p94-99.
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; Folha & Carvalho, 2017Folha, D. R. S. C., & Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, 1(2), 202-220.; Oliveira et al., 2015Oliveira, P. M. R., Dutra, L. R., Melo, P. P. T., & Rezende, M. T. (2015). Facilitadores e barreiras no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades educativas especiais: A percepção das educadoras. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 26(2), 186-193. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i2p186-193.
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; C. C. B. Silva et al., 2012Silva, A. C. B. (2012). Educação inclusiva: Contribuições para o desenvolvimento de um compromisso ético em sua efetivação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(2), 163-168. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i2p163-168.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; E. F. Rocha, 2007Rocha, E. F. (2007). A Terapia Ocupacional e as ações na educação: Aprofundando interfaces. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 18(3), 122-127. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p122-127.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; E. F. Rocha et al., 2003Rocha, E. F., Luiz, A., & Zulian, M. A. R. (2003). Reflexões sobre as possíveis contribuições da terapia ocupacional nos processos de inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 14(2), 72-78. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p72-78.
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); e d) o favorecimento e a mediação da realização de Atividades de Vida Diária (AVD) pelas crianças público-alvo da Educação Especial (E. F. Rocha et al., 2003Rocha, E. F., Luiz, A., & Zulian, M. A. R. (2003). Reflexões sobre as possíveis contribuições da terapia ocupacional nos processos de inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 14(2), 72-78. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p72-78.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; Costabile & Brunello, 2005Costabile, C., & Brunello, M. I. B. (2005). Repercussões da inclusão escolar sobre o cotidiano de crianças com deficiência: Um estudo a partir do relato das famílias. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 16(3), 124-130. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v16i3p124-130.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; Pelosi & Nunes, 2011Pelosi, M. B., & Nunes, L. R. D. P. (2011). A ação conjunta dos profissionais da saúde e da educação na escola inclusiva. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 22(1), 52-59. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v22i1p52-59.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
).

Outras questões não diretamente relacionadas exclusivamente à Educação Especial, mas que também foram identificadas nos resultados, referem-se à necessidade permanente de um trabalho colaborativo do terapeuta ocupacional com professores e equipe escolar (E. F. Rocha et al., 2003Rocha, E. F., Luiz, A., & Zulian, M. A. R. (2003). Reflexões sobre as possíveis contribuições da terapia ocupacional nos processos de inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 14(2), 72-78. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p72-78.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; Folha & Carvalho, 2017Folha, D. R. S. C., & Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, 1(2), 202-220.; A. C. B. Silva, 2012Silva, C. C. B., Jurdi, A. P. S., & Pontes, F. V. (2012). Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: Possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional em contextos educacionais. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(3), 283-288. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i3p283-288.
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), à possibilidade do desenvolvimento de intervenções preventivas e de promoção do desenvolvimento de todas as crianças (Lourenço & Cid, 2010Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179.; Oliveira et al., 2015Oliveira, P. M. R., Dutra, L. R., Melo, P. P. T., & Rezende, M. T. (2015). Facilitadores e barreiras no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades educativas especiais: A percepção das educadoras. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 26(2), 186-193. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i2p186-193.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; Van Schaik & Brunello, 2012Van Schaik, E. E., & Brunello, M. I. B. (2012). Propostas de inclusão escolar de crianças com deficiência no município de Holambra-SP: Um estudo exploratório. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(3), 274-282. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i3p274-282.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
; E. F. Rocha, 2007Rocha, E. F. (2007). A Terapia Ocupacional e as ações na educação: Aprofundando interfaces. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 18(3), 122-127. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p122-127.
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) e à necessidade de ampliação da inserção do terapeuta ocupacional nos espaços educacionais (Cardoso & Matsukura, 2012Cardoso, P. T., & Matsukura, T. S. (2012). Práticas e perspectivas da terapia ocupacional na inclusão escolar. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 23(1), 7-15. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v23i1p7-15.
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149....
).

Em resposta à questão norteadora deste estudo, "como a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial no contexto brasileiro?", os resultados sugerem um possível lugar que o terapeuta ocupacional ocupa no âmbito da Educação Especial, sendo este um lugar de apoio, de suporte aos processos educacionais inclusivos, sempre em colaboração com o professor, o qual é o maior conhecedor das demandas que essa perspectiva engendra nas práticas educacionais. Outros estudos mencionaram resultados compatíveis com estes (Gebrael & Martinez, 2011Gebrael, T. L. R., & Martinez, C. M. S. (2011). Consultoria colaborativa em terapia ocupacional para professores de crianças pré-escolares com baixa visão. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, 17(1), 101-120. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382011000100008.
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; Jurdi et al., 2004Jurdi, A. P. S., Brunello, M. I. B., & Honda, M. (2004). Terapia ocupacional e propostas de intervenção na rede pública de ensino. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 15(1), 26-32.; Lourenço & Cid, 2010Lourenço, G. F., & Cid, M. F. B. (2010). Possibilidades de ação do terapeuta ocupacional na educação infantil: Congruência com a proposta da educação inclusiva. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 18(2), 169-179.; Folha & Monteiro, 2017Folha, D. R. S. C., & Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, 1(2), 202-220.; Simões, Sousa, & Folha, 2015Simões, S. H. S. C., Sousa, T. S., & Folha, D. R. S. C. (2015). Tecnologias assistivas e inclusão escolar: Contribuições da Terapia Ocupacional para a formação de professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Belém (PA). Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, (33), 223-255. Doi: https://doi.org/10.26694/5874.
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).

No que se refere às interfaces entre Educação Especial e Terapia Ocupacional no âmbito da acessibilidade, outros estudos encontraram resultados semelhantes aos obtidos nesta revisão, os quais referem intervenções de terapeutas ocupacionais no campo da utilização da Tecnologia Assistiva com vistas a apoiar práticas de Educação Especial na perspectiva inclusiva (Marins & Palhares, 2007Marins, S. C. F., & Palhares, M. S. (2007). Educação inclusiva: Relato de experiência a partir da visão dos gestores municipais. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 14(1), 69-89.; Rosa & E. F. Rocha, 2006Rosa, V. C. & Rocha, E. F. (2006). Terapia ocupacional e a inclusão digital de pessoas com deficiência. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 99-107, 2006. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v17i3p99-107
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; Simões et al., 2015Simões, S. H. S. C., Sousa, T. S., & Folha, D. R. S. C. (2015). Tecnologias assistivas e inclusão escolar: Contribuições da Terapia Ocupacional para a formação de professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Belém (PA). Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, (33), 223-255. Doi: https://doi.org/10.26694/5874.
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). Do mesmo modo, pesquisadores já destacaram contribuições desse profissional para a minimização e a eliminação de barreiras arquitetônicas e atitudinais nos contextos educacionais, visando a potencialização da participação de crianças com deficiências nos espaços escolares (Larrieta, 2008Larrieta, C. B. (2008). Ámbito escolar. In B. P. López, M. C. C. Ortega, & I. V. Moldes (Orgs.), Terapia Ocupacional em la infancia: Teoría e práctica (pp. 291-302). Buenos Aires: Médica Panamericana.; Munguba, 2007Munguba, M. C. (2007). Inclusão escolar. In A. Cavalcanti, & C. Galvão (Orgs.), Terapia Ocupacional: Fundamentação e prática (pp. 519-525). Rio de Janeiro: Guanabara.).

As interfaces alusivas ao acompanhamento específico de alunos encaminhados aos serviços de Educação Especial também já foram abordadas em outros estudos que situam o terapeuta ocupacional como um profissional da equipe de apoio às práticas inclusivas (Bartalotti & De Carlo, 2001Bartalotti, C., & De Carlo, M. (2001). Terapia Ocupacional e os processos educacionais. In M. De Carlo, & C. Bartalotti. (Orgs.), Terapia Ocupacional no Brasil: Fundamentos e perspectivas (pp. 99-116). São Paulo: Plexus.; Jurdi et al., 2004Jurdi, A. P. S., Brunello, M. I. B., & Honda, M. (2004). Terapia ocupacional e propostas de intervenção na rede pública de ensino. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, 15(1), 26-32.), junto a públicos com deficiência intelectual (Jurdi & Amiralian, 2006Jurdi, A., & Amiralian, M. L. (2006). A inclusão escolar de alunos com deficiência mental: Uma proposta de intervenção do terapeuta ocupacional no cotidiano escolar. Estudos de Psicologia, Campinas, 23(2), 191-202.) e autismo (Della Barba & Minatel, 2013Della Barba, P. C. S., & Minatel, M. (2013). Contribuições da Terapia Ocupacional para a inclusão escolar de crianças com autismo. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 21(3), 601-608.).

No que se refere às interfaces relacionadas ao suporte docente, familiar e comunitário, outros estudos já desenvolveram pesquisas empíricas sobre o desenvolvimento de formação continuada por terapeutas ocupacionais para professores da Educação Básica, assim como sobre a estratégia de consultoria colaborativa entre terapeutas ocupacionais e professores, referindo resultados satisfatórios nos processos inclusivos de crianças público-alvo da Educação Especial (Gebrael & Martinez, 2011Gebrael, T. L. R., & Martinez, C. M. S. (2011). Consultoria colaborativa em terapia ocupacional para professores de crianças pré-escolares com baixa visão. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, 17(1), 101-120. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382011000100008.
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; Folha & Monteiro, 2017Folha, D. R. S. C., & Monteiro, G. S. (2017). Terapia ocupacional na atenção primária à saúde do escolar visando a inclusão escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, 1(2), 202-220.).

Já a interface relacionada à mediação da realização de Atividades de Vida Diária (AVD) pelas crianças público-alvo da Educação Especial, possivelmente deve-se ao fato de o terapeuta ocupacional ser o profissional apto para essa intervenção, visto que, segundo a Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) Nº 316/2006, é de exclusiva competência do terapeuta ocupacional executar o treinamento funcional visando desenvolver habilidades para a plena realização das Atividades de Vida Diária (AVD) (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional [COFFITO], 2006Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2006). Resolução n.º 316, de 19 de julho de 2006. Dispõe sobre a prática de Atividades de Vida Diária, de Atividades Instrumentais da Vida Diária e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta Ocupacional e dá outras providências. Brasília: COFFITO. Recuperado em 10 de Outubro de 2018 de https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074.
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074...
; Cazeiro, Bastos, Santos, Almeida, & Chagas, 2011Cazeiro, A. P. M., Bastos, S. M. de, Santos, E. A. do, Almeida, M. V. M. de, & Chagas, J. N. de M. (2011). Estudos sobre as atividades de vida diária, atividades instrumentais da vida diária e tecnologia assistiva. Fortaleza: ABRATO.). Insere-se, nesse aspecto, também, o fato de que um dos principais objetivos da Terapia Ocupacional diz respeito à promoção de autonomia e independência para que as pessoas possam envolver-se nas diversas atividades do dia a dia que elas precisem ou desejem, permitindo a elas desempenharem ocupações e participarem de variados ambientes como escola, trabalho, lazer e domicílio (Trevisan & Della Barba, 2012Trevisan, J. G., & Della Barba, P. C. S. D. (2012). Reflexões acerca da atuação do terapeuta ocupacional no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades educacionais especiais. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 20(1), 89-94. Doi: http://dx.doi.org/10.4322/cto.2012.010.
http://dx.doi.org/10.4322/cto.2012.010....
).

Isso permite constatar o que a American Occupational Therapy Association [AOTA] (2015)Associação Americana de Terapia Ocupacional (2015). Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: Domínio & processo (Tradução). Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 26 (ed. espec.), 1-49. menciona a respeito do domínio da Terapia Ocupacional, o qual se configura em apoiar o envolvimento, a participação e a saúde das pessoas em ocupações que sejam significativas em seus contextos de vida. Com base nisso, podemos considerar fundamental, para essa profissão, a premissa de promoção do envolvimento e da participação plena das pessoas na educação a partir de uma perspectiva ocupacional.

5 Considerações finais

Este estudo objetivou analisar como a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial no contexto brasileiro e permitiu identificar e analisar formas pelas quais a Terapia Ocupacional tem se vinculado ao campo da Educação Especial no contexto brasileiro. Essa vinculação diz respeito a um caráter eminentemente colaborativo entre terapeutas ocupacionais e professores, assim como demais atores que compõem o cotidiano escolar, visando o fornecimento de condições e oportunidades de aprendizado e participação para crianças cujo desempenho escolar encontre-se afetado por situações limitantes ou deficiências. Os principais eixos de intervenção referidos nos resultados deste estudo envolvem: prescrição e provimento da Tecnologia Assistiva; adaptações ambientais, de brinquedos e materiais; e formação continuada para professores.

Embora os estudos encontrados tenham sido derivados, predominantemente, da região Sudeste do país, já são identificadas pesquisas e práticas neste campo também nas demais regiões, o que sinaliza a presença da Terapia Ocupacional no suporte às práticas da Educação Especial em desenvolvimento. Destaca-se a necessidade de divulgação dessas práticas, visando fornecer subsídios para retroalimentar as intervenções já realizadas e estimular a implementação de novos serviços, visto que os maiores beneficiados dessa intervenção são os alunos e a comunidade escolar (professores e familiares).

Vale ressaltar que a opção metodológica das autoras correspondeu à busca em periódicos específicos da profissão dos terapeutas ocupacionais, porém outros potenciais estudos na interface Terapia Ocupacional e Educação/Educação Especial podem ser encontrados e veiculados em periódicos do campo da Educação e da Educação Especial. Por isso, sugere-se, para estudos futuros, a ampliação das buscas de modo a envolver periódicos não específicos da profissão. Apesar dessa restrição, observou-se que existe uma produção de conhecimento acerca da Terapia Ocupacional no campo da Educação Especial, a qual aponta para a constatação de que os terapeutas ocupacionais têm se vinculado a esse campo de forma específica, com o intuito maior de compor a equipe interdisciplinar que promove práticas inclusivas em ambientes educacionais, tendo, na interface com a Educação Especial, um lugar expresso e delimitado, que visa corroborar com práticas que forneçam condições de participação e aprendizado aos alunos público-alvo da Educação Especial, promovendo sua inclusão efetiva nos ambientes educacionais (Munguba, 2007Munguba, M. C. (2007). Inclusão escolar. In A. Cavalcanti, & C. Galvão (Orgs.), Terapia Ocupacional: Fundamentação e prática (pp. 519-525). Rio de Janeiro: Guanabara.; Marins & Palhares, 2007Marins, S. C. F., & Palhares, M. S. (2007). Educação inclusiva: Relato de experiência a partir da visão dos gestores municipais. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 14(1), 69-89.).

Sendo essa intervenção eminentemente colaborativa com os professores e a equipe escolar, o terapeuta ocupacional se mostra como um potente parceiro para a implementação de práticas educacionais inclusivas.

  • 5
    Para efeitos deste estudo, aborda-se a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, tal como prevê a legislação vigente (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, 2008Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008). Recuperado em 10 de Outubro de 2018 de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192.
    http://portal.mec.gov.br/index.php?optio...
    ). E, quando utilizado o termo Educação Inclusiva, baseia-se no conceito adotado a partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (1994). Declaração de Salamanca sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais. Salamanca: UNESCO.).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2018

Histórico

  • Recebido
    26 Abr 2018
  • Revisado
    09 Jul 2018
  • Aceito
    27 Jul 2018
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