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Tipo de conhecimento sobre inclusão produzido pelas pesquisas

Type of knowledge about inclusion produced by research

Resumos

As pesquisas brasileiras sobre produção de conhecimento no campo da Educação Especial iniciaram-se há mais de 15 anos. No presente objetivou-se analisar o tipo de conhecimento produzido nessa área frente à metodologia empregada nas dissertações e teses financiadas pelo Programa de Apoio a Educação Especial. Os trabalhos de conclusão de curso analisados referiam-se àqueles projetos aprovados pelo Proesp no âmbito do Estado de São Paulo. O período de análise ficou compreendido entre 2004 e 2008. Vinte e sete estudos foram localizados. A análise dos estudos foi realizada por meio de cinco categorias: 1) pesquisas que apresentaram generalização e aplicação imediata dos resultados; 2) pesquisas que apresentaram resultados imediatos para um grupo específico de participantes; 3) pesquisas descritivas com achados inovadores; 4) pesquisas de intervenção com achados inovadores; 5) pesquisas descritivas que corroboraram outras pesquisas. Foi possível concluir que os estudos avançaram nos conhecimentos sobre a inclusão e que o uso de metodologias pouco utilizadas no campo da educação serviu de subsídio para obter os resultados.

Educação Especial; Produção de Conhecimento; Inclusão


The Brazilian research on knowledge production in the field of Special Education began more than 15 years ago. The objective was to analyze the type of knowledge produced in the area before the methodology used in dissertations funded by the "Programa de Apoio a Educação Especial - PROESP". The final paper analyzed referred to those projects approved by PROESP within the State of São Paulo. The analysis period was between 2004 and 2008. Twenty-seven studies were found. The review was conducted through five categories: 1) studies that showed generalization and immediate application of the results, 2) research that showed immediate results for a specific group of participants, 3) descriptive research with innovative findings, 4) intervention research with innovative findings and 5) descriptive research that corroborated other studies. It was concluded that the studies advance in knowledge on inclusion and the use of some infrequent methodologies in education served as a subsidy to get the results.

Special Education; Trends Research; Inclusion


RELATO DE PESQUISA

Tipo de conhecimento sobre inclusão produzido pelas pesquisas

Type of knowledge about inclusion produced by research

Eduardo José Manzini

Docente do Departamento de Educação Especial e do Programa de Pós-graduação em Educação da Unesp de Marília. manzini@marilia.unesp.br - Apoio CNPq

RESUMO

As pesquisas brasileiras sobre produção de conhecimento no campo da Educação Especial iniciaram-se há mais de 15 anos. No presente objetivou-se analisar o tipo de conhecimento produzido nessa área frente à metodologia empregada nas dissertações e teses financiadas pelo Programa de Apoio a Educação Especial. Os trabalhos de conclusão de curso analisados referiam-se àqueles projetos aprovados pelo Proesp no âmbito do Estado de São Paulo. O período de análise ficou compreendido entre 2004 e 2008. Vinte e sete estudos foram localizados. A análise dos estudos foi realizada por meio de cinco categorias: 1) pesquisas que apresentaram generalização e aplicação imediata dos resultados; 2) pesquisas que apresentaram resultados imediatos para um grupo específico de participantes; 3) pesquisas descritivas com achados inovadores; 4) pesquisas de intervenção com achados inovadores; 5) pesquisas descritivas que corroboraram outras pesquisas. Foi possível concluir que os estudos avançaram nos conhecimentos sobre a inclusão e que o uso de metodologias pouco utilizadas no campo da educação serviu de subsídio para obter os resultados.

Palavras-chave: Educação Especial. Produção de Conhecimento. Inclusão

ABSTRACT

The Brazilian research on knowledge production in the field of Special Education began more than 15 years ago. The objective was to analyze the type of knowledge produced in the area before the methodology used in dissertations funded by the "Programa de Apoio a Educação Especial - PROESP". The final paper analyzed referred to those projects approved by PROESP within the State of São Paulo. The analysis period was between 2004 and 2008. Twenty-seven studies were found. The review was conducted through five categories: 1) studies that showed generalization and immediate application of the results, 2) research that showed immediate results for a specific group of participants, 3) descriptive research with innovative findings, 4) intervention research with innovative findings and 5) descriptive research that corroborated other studies. It was concluded that the studies advance in knowledge on inclusion and the use of some infrequent methodologies in education served as a subsidy to get the results.

Keywords: Special Education. Trends Research. Inclusion.

1 Introdução

Os pesquisadores brasileiros que trabalham com Educação Especial assumiram, em tempos passados, o compromisso de trabalhar com a inclusão de alunos com deficiência no meio educacional. Um número grande de estudos tem proporcionado corpo teórico para discussão e reflexão sobre pesquisas que trabalham com o tema inclusão. Esse conjunto de conhecimento tem sido apresentado em congressos, seminários, encontros, específicos ou não, no campo da Educação Especial.

O corpus teórico no campo da Educação Especial começou ser publicado, no Brasil, a partir de 1994 (NUNES; FERREIRA, 1994). Posteriormente, outros estudos vieram a incrementar as pesquisas específicas sobre produção de conhecimento em Educação Especial (NUNES et al., 1998; FERREIRA, 2002; NUNES et al., 2003; NUNES; FERREIRA; MENDES, 2003; MANZINI, 2003; 2006; MARQUES et al., 2008).

Vislumbrando o montante de pesquisas sobre o conhecimento produzido no campo da Educação Especial, é possível uma divisão em dois conjuntos com variáveis de análise diferentes. Num primeiro conjunto, é possível uma classificação das pesquisas que tem como variáveis de análise o conteúdo temático, as metodologias empregadas e os resultados encontrados. Nesse conjunto, podem ser classificados, por exemplo, os estudos de Nunes et al. (2003); Nunes, Ferreira e Mendes (2003); Manzini (2003) e Manzini (2006).

No segundo conjunto, é possível classificar as pesquisas segundo as tendências e pressupostos teóricos que dão sustentação às pesquisas. Esse tipo de análise foi relatado no estudo de Marques et al. (2008). Naquele estudo, os autores analisaram a relação lógica entre o problema de pesquisa e a proposição teórico-metodológica. O corpus documental abrangeu pesquisas produzidas em Programas de Pós-graduação em Educação e Psicologia dentre o período de 2001 e 2002. Os autores utilizaram como variáveis de análise os pressupostos das tendências: empírico-analítica, fenomenológica-hermenêutica, crítico-dialético e do paradigma da complexidade. Os autores concluíram que existe a necessidade de melhorar qualidade das dissertações e teses para que a produção de conhecimento em Educação Especial possa avançar.

O presente estudo pretendeu abrir uma terceira forma de abordar as pesquisas, não necessariamente melhor ou mais avançada que os estudos indicados, mas uma análise com outro enfoque, que se refere à qualidade e o tipo de conhecimento produzido em Educação Especial frente à metodologia empregada nas dissertações e teses. As perguntas geradoras do problema de pesquisa foram: até aonde será possível chegar com as metodologias utilizadas? Que tipo de conhecimento se está produzindo sobre inclusão? Afinal, quanto se está conseguindo avançar no conhecimento sobre inclusão?

Para responder a essas perguntas, deve-se, primeiramente pensar na relevância social das pesquisas.

A literatura da área indica que as pesquisas podem ser classificadas como: descritiva, intervenção, experimental, quase-experimental. Além disso, podemos classificá-las, quanto à metodologia, como, por exemplo, estudo de caso, pesquisa - ação, pesquisa participante. Ou ainda como pesquisa básica, aplicada, teórica, e pesquisa de opinião (BENZE, 2001; BAUER; GASKELL, 2002; MAY, 2004; TURATO, 2003).

A relevância científica e social dos conhecimentos produzidos parece não ser determinada pelo tipo de pesquisa realizada.

Assim, é possível deparar-se com um problema de pesquisa com grande relevância social, mas que não apresenta relevância cientifica, porque os procedimentos metodológicos utilizados não permitem revelar ou desvendar um novo conhecimento, ou seja, como aponta Luna (2000), o conhecimento pode ser novo para o pesquisador e não para a área.

Um dos indicativos da literatura nos diversos trabalhos que estudaram a produção de conhecimento em Educação Especial é que as pesquisas descritivas são maioria. A segunda conclusão é que a entrevista tem sido o procedimento de coleta mais largamente utilizado. Esse dado também foi recentemente apontado por Bueno (2005).

Focando nossa atenção para os trabalhos sobre inclusão, essa tendência não é diferente. Tomando como amostra os 15 trabalhos que abordam inclusão e concepção sobre inclusão (MANZINI, 2006), pôde-se verificar que nove utilizaram a entrevista para coletar os dados e 6 se referiam a estudos de casos com situações de observação. Dos 15 trabalhos, apenas um referiu-se a pesquisa com intervenção e 14 eram descritivos.

O fato de os trabalhos serem predominantemente descritivos, na realidade, não é um problema, mas deve-se observar o que eles descrevem, ou seja, os resultados apontados são novos para a área? Os trabalhos têm sido replicados ou reaplicados?

Aqui cabe uma diferenciação. A replicação trata de estudar um conhecimento novo por meio de outras pesquisas para verificar a empregabilidade e generalização dos resultados. A reaplicação está relacionada com pesquisas que usam os mesmos procedimentos de coleta, mas que se percebe que aquele conhecimento já está disponível.

Um exemplo disso se refere às dissertações e teses cujas conclusões finais indicam, por exemplo: 1) "os professores precisam de melhor formação para lidar com a inclusão"; 2) "uma das maiores queixas dos professores é que não se sentem preparados para trabalhar com a inclusão"; 3) "a inclusão depende de diversos fatores e grande parte dos alunos com necessidades especiais não recebem serviços adequados ou estão fora da escola".

Numa leitura crítica dos trabalhos sobre inclusão, pode-se verificar que uma grande parte dos trabalhos entrevista pessoas sobre o tema inclusão, cujos resultados são previstos. A partir desses resultados, é possível pontuar que é necessário que haja um avanço para atender a uma demanda urgente que vá ao encontro dos princípios que regem a inclusão de alunos com deficiência no sistema de ensino. Afinal, com o tipo de conhecimento produzido pelas pesquisas está sendo possível avançar no conhecimento sobre inclusão?

2 Desenvolvimento do estudo

Para analisar o tipo de conhecimento produzido sobre inclusão em educação foram realizados dois recortes temporais.

No primeiro, foram analisadas todas as dissertações e teses sobre inclusão/integração produzidas num Programa de Pós-graduação em Educação do interior do Estado de São Paulo, no período de 1993 até 2008. Identificou-se o total de 55 dissertações e teses sobre educação especial. Esse primeiro estudo foi importante para definir as categorias de análise para a presente pesquisa. Tendo como parâmetro a pergunta para que servem as pesquisas produzidas, chegou-se, após a análise desse conjunto de dissertações e teses, a cinco categorias:

1) pesquisas que trazem generalização e aplicação imediata dos achados;

2) pesquisas que podem trazem generalização de alguns aspectos e que trazem resultados imediatos para um grupo específico de participantes;

3) pesquisas que não trazem generalização dos resultados, mas que corroboram resultados de outras pesquisas e tem caráter descritivo;

4) pesquisas descritivas que apresentam achados inovadores e que apontam para a necessidade de outras pesquisas dentro do tema estudado;

5) pesquisas descritivas que não ampliam o conhecimento da área.

O segundo recorte temporal, tema do presente estudo, ocorreu entre os anos de 2004 a 2008, período em que foram aprovados, em nível nacional, dez projetos financiados pela Capes/MEC/Seesp pela linha de financiamento designada PROESP - Programas de Apoio a Educação Especial. O recorde temporal coincide com o período de desenvolvimentos dos projetos (2004 a 2008), que será objeto de análise deste estudo.

Uma vez que o PROESP teve como objetivo financiar pesquisas sobre inclusão, principalmente para "capacitar professores para atendimento às necessidades educacionais especiais de todos os alunos", uma análise das dissertações e teses produzidas a partir desses projetos poderá apresentar um importante parâmetro sobre o tipo de conhecimento produzido sobre inclusão.

O recorte geográfico dos projetos recaiu sobre o Estado de São Paulo, onde quatros projetos foram financiados em quatro universidades públicas.

As dissertações e teses foram localizadas a partir do Banco de Teses da Capes (2010) e os originais foram baixados dos sites das quatro universidades.

As dissertações e teses digitais foram armazenadas em computador. Aqueles trabalhos que não puderem ser armazenados em meio digital foram xerocopiadas para leitura e análise. A análise das dissertações e teses obedeceu dois princípios: fichamento e inclusão em banco de dados.

No fichamento, foi analisada a estrutura do trabalho de conclusão. Trata-se de um resumo dos principais conteúdos da dissertação ou tese, mas priorizando já análise frente ao objetivo do estudo.

O total de dissertações e teses localizadas foi de 28, porém, uma delas foi excluída da análise por não se enquadrar dentro do tema inclusão. Como o objetivo de estudo não é realizar comparação entre as instituições, os dados serão tratados como um conjunto único.

3 Resultados

Após a análise das 27 dissertações e teses foi possível enquadrá-las em cinco categorias de análise: 1) Pesquisas que apresentavam generalização e aplicação imediata dos resultados; 2) Pesquisas que apresentam resultados imediatos para um grupo específico de participantes; 3) Pesquisas descritivas com achados inovadores; 4) Pesquisas de intervenção com achados inovadores; 5) Pesquisas descritivas que corroboram outras pesquisas.

3.1 Pesquisas que apresentavam generalização e aplicação imediata dos resultados

Dentre o grupo de pesquisas que apresenta aplicação imediata dos achados, constatou-se a presença de 10 estudos, sendo que oito elaboraram ou validaram instrumentos de avaliação para alunos com deficiência ou instrumentos que avaliavam o entorno escolar (AUDI, 2004; BRUNO, 2005; GIACOMET, 2007; MAZZA, 2007; TANAKA, 2007; DELAGRACIA, 2007; PAULA, 2007; LOURENÇO; 2008).

Audi (2004) desenvolveu um protocolo para avaliação da acessibilidade física em escolas do ensino fundamental. O desenvolvimento do instrumento contou com três fases: 1) composição inicial e apreciação por juízes; 2) reformulação do instrumento e aplicação; 3) análise da aplicação, reformulação conceitual e reaplicação. Para validar o protocolo, a última versão foi aplicada em três escolas que ofereciam concepções arquitetônicas diferenciadas. O protocolo, posteriormente, foi publicado na forma de livro.

Bruno (2005) desenvolveu instrumento para avaliar alunos com baixa visão e múltipla deficiência na educação infantil. Os objetivos da pesquisa foram adequar e adaptar instrumentos para estudar as funções visuais, as necessidades educacionais especiais e suas inter-relações com o processo de desenvolvimento e aprendizagem e elaborar instrumentos de avaliação pedagógica para permitir ao professor especializado, em conjunto com a família, detectar as habilidades funcionais, as competências, as necessidades específicas e educacionais especiais de alunos com baixa visão. Os resultados foram efetivados e os instrumentos constituídos foram: 1) um formulário estruturado de entrevista para pais e professores composto por itens sobre a criança, sobre estratégias e adaptações consideradas importantes para a criança e sobre os desejos e expectativas dos pais; 2) um ludodiagnóstico, composto por quatro cenas lúdicas representando ações funcionais e brincadeiras do cotidiano em diferentes níveis de complexidade e 3) um kit, composto por objetos significativos da realidade e da cultura brasileira, contendo brinquedos, jogos e materiais adaptados às necessidades visuais e motoras dessa população.

Giacomet (2007) e Mazza (2007) trabalharam, respectivamente, com o Teste de Nomeação de Sinais por Escrita (TNS-Escrita) e o Teste de Nomeação de Sinais por Escolha de palavras escritas (TNS-Escolha). Os instrumentos fazem parte de uma bateria de 11 testes de desenvolvimento da linguagem de sinais e de competência de leitura e escrita, desenvolvida pela equipe coordenada pelo Dr. Fernando Capovilla no Laboratório de Neuropsicolingüística Cognitiva Experimental da USP - São Paulo, destinado à população escolar surda brasileira, e validada e normatizada com uma amostra de 5.365 escolares surdos. Os resultados aperfeiçoaram a versão dos instrumentos. Principalmente no estudo de Mazza (2007), foram utilizadas duas análises de fidedignidade, gerando dois tipos de coeficiente, o coeficiente Alfa de Cronbach, e o coeficiente de Spearman-Brown para análise split-half.

Tanaka (2007), em sua pesquisa, teve como objetivo desenvolver uma escala de atitudes sociais em relação ao trabalho da pessoa com deficiência. Para tanto foram realizados dois estudos. O primeiro teve como finalidade identificar a concepção, por meio de entrevista, dos empregadores sobre a pessoa com deficiência, o seu trabalho e a sua inserção no quadro de funcionários. Os dados da entrevista forneceram subsídios para delimitar o universo de conteúdo da escala de atitudes sociais e abstrair os enunciados. Os enunciados foram apresentados a um grupo de 234 estudantes universitários. As respostas foram tratadas estatisticamente por meio do teste t de Student e do coeficiente alfa de Cronbach para analisar a consistência interna da escala e verificar o poder de discriminação dos enunciados. Para a verificação da sua fidedignidade foram utilizados os métodos do teste-reteste e split half ou das metades. A versão final da escala foi aplicada em uma amostra de 53 alunos de um curso de Serviço Social.

Delagracia (2007) e Paula (2007) trabalharam no desenvolvimento de um protocolo para avaliação de habilidades comunicativas para alunos não-falantes em situação familiar e em ambiente escolar. Ambos os estudos apresentaram os mesmos procedimentos metodológicos: 1) elaboração inicial, avaliação e modificação de lay out do instrumento; 2) aplicação em grupo de professores (e de mães) que lecionavam para alunos não-falantes; 3) análise da aplicação e nova reformulação; 4) reaplicação em outro grupo de professores (e de mães); 5) avaliação final do instrumento realizada com professores e mães.

Lourenço (2008) teve como objetivo realizar a tradução de um instrumento norte-americano e sistematizar essa ferramenta com procedimentos específicos para verificar a elegibilidade de recursos computacionais de alta tecnologia assistiva a alunos com paralisia cerebral. Para atingir o objetivo, foram realizadas a tradução, a adaptação transcultural do instrumento e a construção de um roteiro suplementar para uso adicional em contexto educacional. Os procedimentos contaram com análise de conteúdo e semântica, e foram auxiliadas com a participação de profissionais especialistas na área de educação especial que tiveram o papel de juízes.

Ainda dentro do grupo de pesquisas que apresenta aplicação imediata dos achados, puderam ser identificados os estudos de Herculiani (2007) e Seabra Junior (2008).

Herculiani (2007) desenvolveu um software de autoria para alunos com deficiência não-falantes para realizar atividades de contos e recontos de histórias. Para elaborar o software, foram realizados dois estudos. O primeiro o estudo contou com a participação de 20 alunos de três classes especiais de uma escola estadual, e teve como procedimentos a identificação do vocabulário e das atividades escolares necessárias para a elaboração do software. Foram realizadas reuniões com as professores, identificação de softwares utilizados, observação dos alunos nas salas e nas atividades sociais e entrevistas com as professoras e com seis alunos não-falantes. O segundo estudo referiu-se ao desenvolvimento do software de autoria, que foi realizado com os seis participantes selecionados no primeiro.

Seabra Junior (2008) realizou pesquisa bibliográfica sobre o que a literatura indicava em relação a estratégias de ensino e recursos pedagógicos para o ensino do aluno com deficiência visual na atividade física adaptada. A partir desse levantamento, foi produzido e publicado um manual que pode ser utilizado pelo professor em aulas de educação física. Posteriormente, o manual foi publicado na forma de livro.

Pôde-se constatar que, no grupo de pesquisas que apresentou generalização e aplicação imediata dos resultados, a análise dos dados foi realizada ou por meio de juízes para garantir fidedignidade dos estudos ou por meio de análise estatística. Salienta-se que, na área da educação, a análise estatística parece ser um mito que ainda necessita ser superado. Imperam, nas pesquisas de educação, as análises qualitativas, provavelmente pelo pouco uso de ferramentas de estatísticas. As pesquisas dentro desse grupo demonstram a necessidade de avançar em metodologias pouco utilizadas na área de educação.

3.2 Pesquisas que apresentam resultados imediatos para um grupo específico de participantes

Dentre o grupo de pesquisas que apresentam resultados imediatos para um grupo específico de participantes puderam-se identificar oito estudos. Salienta-se que tais estudos apresentam generalização de alguns aspectos dos resultados ou dos procedimentos de pesquisa.

Vieira (2006) desenvolveu um programa informativo sobre deficiência mental e inclusão para um grupo de crianças da primeira série do estudo fundamental. O estudo apresentou dois objetivos. O primeiro descreveu concepções e atitudes sociais de crianças não-deficientes acerca da deficiência mental e da inclusão. O segundo analisou os efeitos de um programa informativo. O estudo norteou-se, metodologicamente, por grupo de controle, que não foi submetido ao programa. Os procedimentos de coleta foram a entrevista e a aplicação de uma escala infantil de atitudes sociais em relação à inclusão. A análise das entrevistas e os escores individuais obtidos na escala foram tratados estatisticamente. Para o autor, o resultado indicou que o programa informativo proporcionou um maior entendimento da deficiência mental, incluindo uma visão mais realista das possíveis limitações, das habilidades de pessoas deficientes e das necessidades de apoio e transformações do meio para atender às suas necessidades.

Silva (2006) analisou os componentes da parceria colaborativa na escola entre família de crianças com deficiência e profissionais. O objetivo foi identificar e descrever os comportamentos propiciadores e mantenedores de uma parceria colaborativa efetiva e bem sucedida na perspectiva de profissionais que trabalhavam em uma escola e familiares de crianças com deficiência. O procedimento de coleta foi realizado por meio de grupos focais que totalizaram 16 encontros. Os resultados indicaram comportamentos esperados e desejados por profissionais e familiares para aumentar a probabilidade de sucesso e efetividade de uma parceria colaborativa.

Ferreira (2006) desenvolveu um programa de educação familiar continuada em linguagem. O objetivo do estudo foi elaborar um programa de orientação em linguagem, em formato escrito e ilustrado, destinado a famílias de crianças com atrasos globais do desenvolvimento. A pesquisa foi realizada por meio de três estudos: 1) check list preenchido por 26 famílias sobre temas de interesse levantados a partir de análise de guias e manuais já publicados; 2) elaboração de fascículos de orientação a respeito do desenvolvimento da linguagem, destinados às referidas famílias e discussão dos componentes dos fascículos por grupo focal com quatro mães; 3) avaliação dos fascículos realizada por meio de relatos verbais de mães/pais que não haviam participado do grupo focal e que havia recebido todos os fascículos. Com esse procedimento foi possível elaborar seis fascículos orientadores sendo que as famílias tiveram importante papel de agente de escolha e desenvolvimento dos materiais.

Alves (2006) analisou modalidades expressivas de um aluno não-falante frente a diferentes interlocutores durante situação de jogo. Também verificou o papel da pasta e diário de comunicação alternativa na comunicação com os interlocutores. Fizeram parte do estudo um aluno não-falante e cinco interlocutores: a mãe, a terapeuta, a professora do aluno, e dois interlocutores desconhecidos para o aluno, sendo um com conhecimento de Comunicação Alternativa e o outro não. O autor indicou várias categorias de análise em relação às modalidades expressivas. A pasta de comunicação foi utilizada com todos os interlocutores, e a maior freqüência ocorreu com os interlocutores desconhecidos. Quando não foi entendido pelos gestos ou expressões faciais e corporais na interação com a mãe, professora e terapeuta, o aluno fez uso dos recursos de comunicação alternativa. O estudo comprova que os interlocutores são de extrema importância para o uso de recursos suplementares e alternativos de comunicação com alunos não falantes.

Sameshima (2006) analisou habilidades expressivas de um grupo de alunos não-falantes durante atividades de jogos. Participaram do estudo três alunos com paralisia cerebral, do sexo masculino, com idades entre 13 e 16 anos, com severos distúrbios na comunicação oral, sem déficit visual, auditivo e cognitivo. A coleta foi realizada em laboratório, foi filmada e consistiu na realização de seis jogos: jogo de botão, jogo da mímica, contagem e recontagem de histórias, construção da maquete, jogo de corrida e cara a cara. Os resultados indicaram a que os alunos usaram expressões verbais, não-verbais, vocais, não-vocais e expressões combinadas para se comunicar, sendo que as expressões verbais/vocais e não-verbais/não-vocais estiveram presentes em todas as situações de comunicação. Foram também utilizados recursos de comunicação alternativa como: figuras, fotos, objetos e pranchas de comunicação. Todos os recursos foram facilitadores para a interação, compreensão e expressão do grupo.

Guarda (2007) realizou uma caracterização de enunciados de um aluno não-falante com paralisia cerebral durante o reconto de 16 histórias com e sem o tabuleiro de comunicação suplementar. Participaram do estudo um aluno com onze anos de idade, com paralisia cerebral e severo distúrbio da expressão oral. O registro da coleta do reconto das histórias ocorreu por meio de duas filmadoras, com dois focos distintos, e de um caderno para registro contínuo. Análise da caracterização dos enunciados foi realizada por meio de análise de conteúdo que foi submetida a juízes. Essa análise indicou que os enunciados puderam ser classificados como: a) modalidades expressivas dos enunciados (gesto representativo, olhar, símbolo gráfico, vocalização e objeto); b) extensão dos enunciados (simples ou composto e relação sintática); c) classes gramaticais de palavras dos elementos dos enunciados (substantivo, artigo, verbo, adjetivo, advérbio, numeral e preposição). Concluiu o autor que os enunciados produzidos pelo aluno caracterizaram-se em um aglomerado de significantes coesos entre si, porém, sem pausas entre enunciados simples e compostos e com a repetição de um significante em um mesmo enunciado por diversas vezes.

Carrico (2008) teve como objetivo identificar e discutir as posições de sujeito que os alunos assumiam na trama das interações em uma universidade. Por meio de uma oficina e de um fórum de discussão na WEB, criou-se ambientes propícios para a reflexão sobre as diferenças na universidade. O resultado da pesquisa é apresentado em forma de crônicas sobre os assuntos discutidos.

Imamura (2008) desenvolveu uma intervenção junto a um professor para uso de recursos de informática em uma sala especial para alunos com deficiências físicas. A pesquisa-ação foi o enfoque metodológico e o estudo foi desenvolvido em três fases: 1) na fase exploratória foi realizada entrevista com a professora, observou-se a dinâmica da sala de aula e os recursos de informática da escola; 2) na fase de planejamento foram indicadas as ações para o procedimento de intervenção com a professora junto aos alunos; 3) na intervenção foi adquirido um computador para a sala e realizada a capacitação da professora em relação às funções básicas do computador e em relação ao uso de dois softwares. Após o treinamento, foi realizado, junto com a professora, um planejamento para o uso dos recursos de informática e o acompanhamento, durante duas semanas, da implementação das atividades planejadas. Concluiu o autor que para favorecer a mudança da prática docente, faz-se necessário não apenas envolver o professor em todos os procedimentos adotados, mas também identificar e intervir nas diversas variáveis que podem influenciar a manutenção de velhas práticas de ensino.

Nesse conjunto de pesquisas pôde-se constatar o uso de procedimentos diversificados, como o grupo focal, fórum de discussão na Web e uso de recursos facilitadores para a comunicação. Tais pesquisas já trazem um benefício direto ao grupo de participantes e indicam que diferentes temas e problemas de pesquisas requerem abordagens diversas.

3.3 Pesquisas descritivas com achados inovadores

Nesta categoria de análise, as pesquisas descritivas com achados inovadores foram compostas por quatro estudos (SILVA, 2005; REGANHAN, 2006; MONTEIRO, 2006; GONÇALVES, 2006).

Silva (2005) teve como objetivo analisar a percepção do professor de educação especial a respeito da atuação e formação de educadores no contexto da comunicação alternativa. Participaram do estudo 12 professores da rede municipal de Londrina que atendiam na área da educação especial. Os dados foram coletados por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada. O pesquisador seguir procedimentos indicados para utilização de entrevista semiestruturada: 1) elaboração de roteiro e apreciação por juízes com experiência; 2) estudo-piloto para avaliar a necessidade de adequação das questões; 3) realização das entrevistas, transcrição e submissão dos dados a novos juízes. Os resultados demonstraram a necessidade de programas e de pesquisas direcionados à formação dos educadores na área de educação especial, em virtude das necessidades específicas dos alunos com deficiência.

Reganhan (2006) realizou pesquisa descritiva que teve como objetivo identificar a percepção do professor do ensino regular da cidade de Marília sobre recursos e estratégias para o ensino do aluno com deficiência e sua relação com o processo de ensino e aprendizagem. Dois estudos compuseram a pesquisa. No primeiro foi desenvolvido um questionário com perguntas fechadas tipo escala likert que foi aplicado a um grupo de 68 professores. No segundo, foram coletados dados por meio de entrevista não-estruturada com 12 professores. Concluiu o autor que os professores participantes percebiam a necessidade de introduzir modificações na aula a fim de promover a aprendizagem do aluno com deficiência. Apesar dessa percepção por parte dos sujeitos da pesquisa, evidenciou-se que as mudanças, na prática pedagógica, não eram realizadas regularmente.

Monteiro (2006) teve como problemática de pesquisa a seguinte pergunta: após a inserção de alunos com deficiência no ensino fundamental, há mudanças nas concepções do professor do em relação à inclusão? Para responde a indagação, foram selecionados quatro professores que não tinham contato com alunos com deficiência, mas que iriam receber esses alunos em suas salas. Por meio de entrevista não-estruturada e por meio do procedimento designado caderno de conteúdo, os professores foram acompanhados durante um ano. Os dados coletados foram tratados qualitativamente, por meio de análise dos relatos verbais, pela técnica designada como análise da enunciação. Os resultados indicaram que não haver uma tendência definida na mudança de concepções, mas algumas percepções em relação ao medo de receber alunos com deficiência, ritmo de aprendizagem e concepção sobre deficiência modificaram-se em alguns participantes. Concluiu o autor que a entrada, por si só, do aluno com deficiência no ensino regular não garantiu a mudança de concepção dos professores.

Gonçalves (2006) teve como objetivo descrever estratégias pedagógicas inclusivas para crianças com paralisia cerebral na educação infantil. O estudo foi desenvolvido, primeiramente, por meio de 22 observações realizadas em sala de aula e, posteriormente, procuraram-se identificar, por meio de entrevista com três professoras, as percepções sobre as estratégias utilizadas. Os resultaram indicaram que, em relação ao atendimento necessidades educacionais de alunos com paralisia cerebral, as ações das escolas ainda parecem mínimas. O confronto das observações realizadas nas salas de aulas com as percepções dos professores indicou descompasso entre o que os professores diziam fazer e o que se observava em relação à prática das estratégias pedagógicas.

A metodologia das pesquisas descritivas, aqui apresentadas, esteve fundamentada em coletas por meio de entrevistas, questionários e observações. Somente um dos estudos utilizou a entrevista como principal forma para coletar os dados (SILVA, 2005). Os demais estudos utilizaram observação e entrevista e questionário e entrevista para coletar dos dados. Nesses estudos, percebe-se o uso de procedimentos tradicionais utilizados em pesquisas na área de educação.

3.4 Pesquisa de intervenção com achados inovadores

Três estudos compuseram essa categoria de análise. Todos os estudos utilizaram metodologia com suporte de programa de informática de alta tecnologia, como análise cinemática, análise de movimento, análise eletromiográfica, e análise de pressão (AUDI, 2006; PAIVA, 2007; OLIVEIRA, 2007).

Audi (2006) analisou a influência de pulseira de chumbo no ato de apontar de alunos com sequelas de encefalopatias e que apresentavam movimentos involuntários nos membros superiores. A metodologia do estudo envolveu a coleta por meio de estudo cinemático e eletromiográfico do desempenho do movimento de membros superiores na tarefa de apontar um alvo com o uso ou não da pulseira. As variáveis verificadas foram: velocidade escalar, deslocamento, momento de contração muscular, estudadas por meio de análise de dispersão de dados pareados. Os resultados sobre o uso de pulseira de pesos demonstraram respostas mais adequadas de intensidades de contrações musculares e de menor deslocamento escalar. Concluiu o autor que o uso de pulseira com peso favoreceu a realização de um movimento mais adequado e funcional durante o ato de apontar um alvo.

Paiva (2007) pesquisou a influência da textura do recurso pedagógico em atividade de encaixe realizada por alunos com paralisia cerebral. O estudo investigou se a textura do objeto pedagógico influenciava na sua utilização com relação às variáveis: força, atividade eletromiográfica e desempenho do movimento, realizado na execução de uma atividade pedagógica. Seis sujeitos com seqüelas de paralisia cerebral do tipo espástica, diplegia e quadriplegia participaram do estudo. A metodologia de pesquisa contou com um transdutor de força para leitura e captação das forças aplicadas durante a preensão palmar; eletromiógrafo para aquisição de dados eletromiográficos dos principais grupos musculares requisitados durante a execução da tarefa. A partir da filmagem das atividades, foi realizada análise do movimento por meio do programa Kavideo. As conclusões do estudo indicam que 1) a textura áspera foi a que exigiu menor quantidade de força de preensão palmar dos participantes do estudo; 2) a textura lisa requisitou menor atividade eletromiográfica dos músculos estudados, proporcionou uma menor quantidade de tempo para execução da tarefa e, também, foi a que determinou um melhor desempenho dos participantes com relação à trajetória do movimento executado.

O último estudo dentre desse grupo de pesquisa se referiu à pesquisa de Oliveira (2007), que teve como foco a análise de mobiliário escolar durante o desempenho de atividades lúdicas por alunos com paralisia cerebral espástica. Foi utilizado um protocolo de tarefas de controle motor de membros superiores para verificar se o assento utilizado na cadeira influenciava ou não no desempenho manual desses alunos e se a pressão e a área de contato no assento da cadeira se modificavam. A coleta de dados foi realizada em duas situações experimentais. Verificou-se que as atividades sofreram influência pelo tipo de assento usado, porém, não houve um padrão de influência estabelecido. Foram encontrados, também, diferenças no pico de pressão e na área de contato, durante as atividades: o pico de pressão foi maior no assento de madeira e a área de contato foi maior no assento de lona, com exceção de alguns participantes.

Estudos dessa categoria de análise registraram uma metodologia inédita em pesquisas em educação, fazendo interface com a área de saúde e alta tecnologia em informática.

3.5 Pesquisas descritivas que corroboram resultados de outras pesquisas

Dois estudos foram identificados nesta categoria. Em ambos, os estudos tiveram a entrevista como principal forma de coleta de dados (MARTINELLI, 2006; ALCOBA, 2008).

Martinelli (2006) teve como objetivo identificar e analisar a participação social dos adultos com deficiência mental. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada cujas informações foram submetidas a análise de conteúdo. Também participaram da pesquisa os familiares dos adultos com deficiência mental. Os resultados apontaram para a falta de oportunidades no mercado de trabalho e falta de opções de escolhas de adultos com deficiência mental em atividades de lazer. Em relação à família, identificou-se a super-proteção com fator que dificultava a participação e a autonomia dos adultos com deficiência mental no contexto do estudo.

Alcoba (2008) teve como objetivo identificar a opinião de professores de uma universidade sobre a inclusão de alunos com deficiência. Os dados foram coletados por meio de entrevista. Trinta professores, de todas as áreas de conhecimento e com diferentes papéis em suas unidades de ensino, foram entrevistados. As informações advindas das entrevistas indicaram grande diversidade de opiniões. Conclui o autor que é preciso vencer as resistências às diferenciações que os estudantes com deficiência demandam, incentivando o desenvolvimento de uma nova concepção geral do ensino na universidade, com ênfase na flexibilidade curricular.

Os dois estudos aqui apresentados corroboram dados já evidenciados em outras pesquisas com a mesma temática.

3.6 Análise quantitativa dos tipos de estudos

A análise quantitativa, de todas as dissertações e teses, é apresentada na Tabela 1.

Verifica-se, na Tabela 1, que as pesquisas que trazem generalização e aplicação imediata dos resultados destacaram-se na amostra estudada. As pesquisas que apresentaram resultados imediatos a um grupo específico de participantes ficou, hierarquicamente, na segunda posição.

Cabe observar que não foi encontrada na amostra estudada nenhuma pesquisa dentro do grupo "pesquisas descritivas que não ampliam o conhecimento da área", como ocorreu no estudo inicial que serviu para definir as categorias de análise sobre o tema inclusão.

4 Conclusões

Por meio do estudo, pode-se concluir que as pesquisas analisadas e financiadas pelo Programa de Apoio a Educação Especial - Proesp, em sua maioria, produziram conhecimento que podem ser aplicados imediatamente para população a que se destina a inclusão. Salienta-se que os instrumentos de avaliação elaborados e validados podem ser aplicados em diferentes regiões do país, corroborando a questão da generalização dos achados.

Focando a metodologia utilizada, constata-se que o procedimento de entrevista, largamente utilizada nos trabalhos em educação, também foi utilizada em parte dos estudos. Porém, percebe-se nesta amostra que esse procedimento foi utilizado em conjunto com outros procedimentos. Constataram-se metodologias inovadoras e de alta tecnologia para estudar os temas das pesquisas, provavelmente, decorrente da capacidade de investimento dos pesquisadores que foi financiada pelo Proesp.

Em várias pesquisas salienta-se a interface entre educação e outras áreas e disciplinas como: psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, estatística e informática, que foram conhecimentos essenciais para o avanço temático e metodológico dos estudos.

Recebido: 23/06/2010

Reformulado: 13/12/2011

Aprovado em: 04/04/2011

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Maio 2011
  • Data do Fascículo
    Abr 2011

Histórico

  • Recebido
    23 Jun 2010
  • Aceito
    04 Abr 2011
  • Revisado
    13 Dez 2011
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