Acessibilidade / Reportar erro

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda

Acute myeloid leukemia; FAB classification; Imunophenotyping; Biphenotypic leukemia

Leucemia mielóide aguda; Classificação FAB; Imunofenotipagem; Leucemia bifenotípica

Artigo de Revisão

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda

S.L.R. Martins, R.P. Falcão

Disciplina de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,SP.

UNITERMOS: Leucemia mielóide aguda. Classificação FAB. Imunofenotipagem. Leucemia bifenotípica.

KEY WORDS: Acute myeloid leukemia. FAB classification. Imunophenotyping. Biphenotypic leukemia.

INTRODUÇÃO

A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença clonal do tecido hematopoético que se caracteriza pela proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mielóide, ocasionando produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais. Deste modo a infiltração da medula é frequentemente acompanhada de neutropenia, anemia e plaquetopenia.

O mecanismo que leva a célula progenitora da linhagem mielóide a perder o controle da proliferação celular, ocasionando a expansão do clone leucêmico, permanece incerto. No entanto, ativação de proto-oncogenes1-4 e mutações em genes supressores5-6 que regulam o ciclo celular parecem estar envolvidos na patogênese das leucemias.

A LMA representa cerca de 15-20% das leucemias agudas da infância e 80% de adultos. Na maioria dos casos não há evidência da influência de fatores genéticos, assim como não há diferenças de incidência entre as raças americana, africana e caucasiana7, ao contrário da leucemia linfóide aguda8.

O pleomorfismo da LMA, assim como uma possível diferença de comportamento biológico, motivou o estabelecimento de uma classificação. Em 1975, pela primeira vez, o grupo cooperativo Franco-Americano-Britânico (FAB) propôs a classificação em seis diferentes subtipos, baseado estritamente em aspectos morfológicos e citoquímicos9. Em 1985 esta classificação foi revisada, cinco originando a atual, onde foram acrescentados dois novos subtipos10-11 (Tabela 1).

Se a classificação FAB baseia-se fundamentalmente em critérios morfológicos e citoquímicos, qual seria a importância do estudo imunofenotípico? Além da imunofenotipagem ser uma metodologia ágil, o que a torna atrativa para ser incorporada na prática médica de rotina, o estudo das características imunofenotípicas das LMAs possui também interesse de investigação clínica12. Entre estes podemos destacar:

• determinar a sensibilidade diagnóstica do imunofenótipo e sua relação com os subtipos FAB;

• examinar a relação entre expressão de antígenos, subtipos FAB, anormalidades cromossômicas e características clínicas13;

• avaliar o significado prognóstico dos diferentes achados imunofenotípicos e comparar com outros fatores prognósticos, especialmente a morfologia e a citogenética14-16;

• detectar a doença residual mínima17.

Ademais, a classificação imunofenotípica tem importância diagnóstica e prognóstica em alguns subtipos FAB. Assim, ela é essencial para o diagnóstico das LMA-M0 e LMA-M7, sendo auxiliar no diagnóstico das LMA-M3, LMA-M2v, LMA-M4Eo e LMA-M5.

IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM

O uso sistemático da imunofenotipagem nas leucemias agudas resultou o reconhecimento de alguns subtipos, cuja identificação não era possível apenas pelos critérios morfológicos e citoquímicos9. Assim, foram definidos dois novos subtipos de leucemias mielóides agudas, que são:

1) LMA-M0

Definição: A LMA-M0 é caracterizada pela infiltração da medula óssea por células blásticas, as quais possuem reação citoquímica para mieloperoxidase (MPO) negativa18 e marcação imunológica para antígenos da linhagem mielóide.

Morfologia: Os blastos são pequenos, com cromatina frouxa e nucléolo evidente, apresentando citoplasma agranular, sem bastonete de Auer. Morfologicamente assemelham-se aos blastos linfóides L2 da classificacão FAB, e também apresentam reação citoquímica para MPO negativa.

Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela uma população blástica com relação entre tamanho/grânulo (FSC/SSC) baixa19, com positividade para pelo menos um dos antígenos de linhagem mielóide CD33, CD13 e/ou CD11b. A determinação da MPO por método imunológico20, microscopia eletrônica ou quimioluminescência21 é positiva.Os antígenos de linhagem linfóide geralmente são negativos.

Relevância clínica: Como a abordagem terapêutica das leucemias mielóides diferem das linfóides, é importante a realização da imunofenotipagem para diferenciar a LMA-M0 da LLA-L2, e a conseqüente orientação correta do tratamento.

2) LMA-M7

Definição: Este é outro subtipo de LMA para o qual a imunofenotipagem passou a ter papel fundamental. A LMA-M7 é definida pela presença de >30% de megacarioblastos entre as células nucleadas na medula óssea22.

Morfologia: Os blastos são de tamanhos variáveis, com citoplasma geralmente agranular, podendo apresentar protusões. A medula óssea freqüentemente apresenta aumento das fibras de reticulina, e comumente o aspirado de medula óssea é de difícil obtenção. Em alguns casos, a realização de biópsia de medula óssea é necessária para o diagnóstico.

Imunofenotipagem: Os marcadores de linhagem mielóide CD13 e CD33 freqüentemente estão presentes, e o diagnóstico de LMA-M7 é definido pela positividade para os antígenos de linhagem megacariocítica CD41 (complexo glicoprotéico llb/llla), CD42 (glicoproteína lb) e/ou CD61 (glicoproteína llla)22. Alguns casos podem ser HLA-DR negativo.

Para o estudo imunofenotípico da LMA-M7 deve-se ter o cuidado de coletar o material aspirado de medula óssea em frasco contendo EDTA para minimizar a agregação de plaquetas à superfície dos blastos, que pode ocasionar resultado falso positivo para os antígenos da série plaquetária23.

Relevância clínica: A LMA-M7, pelos critérios morfológicos e citoquímicos, pode ser confundida com as leucemias linfóides agudas e também com a LMA-M0, sendo importante o estudo imunofenotípico para diferenciá-las.

A LMA-M7 tem maior incidência em crianças com síndrome de Down24, que compõem um subgrupo com boa resposta terapêutica, ao contrário dos pacientes sem a trissomia do cromossomo 21, os quais possuem pior prognóstico.

IMPORTÂNCIA PROGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM

Para a caracterização dos demais subtipos FAB de LMA o papel da imunofenotipagem é menos importante, porém corrobora com os achados morfológicos25 e citoquímicos26 para determinação do diagnóstico e fatores prognósticos. Com a melhora do tratamento da LMA, e conseqüente maior tempo de seguimento clínico houve reconhecimento de alguns subtipos de LMA com melhor resposta terapêutica e maior tempo de sobrevida27. Estes subtipos de LMA possuem características citogenéticas e imunofenotípicas especiais, importantes na prática clínica28-30. Os achados imunofenotípicos e a correlação com a alteração cromossômica para cada subtipo (Tabela 2) serão descritos a seguir:

1) LMA-M2v

Definição: A LMA-M2 é um subtipo FAB definido pela presença de pelo menos 30% (na proposta de classificação da Organização Mundial de Saúde- 1999, o valor limítrofe é 20%) de blastos na medula óssea, associados a mais de 10% de maturação da série granulocítica10. A LMA-M2v apresenta achado morfológico, imunológico, citogenético e clínico característicos.

Morfologia: Caracteriza-se por apresentar blastos grandes com abundante citoplasma basofílico, freqüentemente contendo numerosos grânulos azurofílicos. Em alguns casos os blastos podem apresentar grânulos grandes (pseudo-Chediak-Higashi)25. Os bastonetes de Auer são freqüentes. Promielócitos, mielócitos e granulócitos maduros com variados graus de displasia são vistos na medula óssea31. Estas células podem mostrar segmentação nuclear anormal e/ou disgranulopoese32. Os precursores e o sinofílicos freqüentemente estão aumentados, mas não exibem anormalidades citológicas, citoquímicas ou citogenéticas33, ao contrário da LMA-M4Eo, onde os eosinófilos apresentam proliferação clonal. Os eritroblastos e megacariócitos são morfologicamente normais. A reação citoquímica para MPO é positiva em pelo menos 3% dos blastos.

Imunofenotipagem: Na LMA-M2v os blastos são positivos para os antígenos de linhagem mielóide CD13, CD33, CD65w e anti-MPO. No entanto, o achado imunofenotípico característico é a presença dos antígenos de linhagem linfóide (CD19) ou linhagem NK (CD56) associados aos antígenos CD33 e CD3434-36.

Análise Citogenética: Os casos de LMA-M2v que expressam os antígenos CD19 e CD56 têm forte correlação com a translocação t(8;21)37-38.

Relevância clínica: A LMA-M2 t(8;21) tem maior taxa de remissão completa e possui melhor prognóstico em pacientes adultos; em crianças os estudos ainda são inconclusivos.

2) LMA-M3

Definição: Este subtipo é composto por células que há longo tempo eram identificadas como "promielócitos", e que na classificação FAB têm a conotação de blastos "tipo M3"10. Como estas células não têm a aparência dos promielócitos normais, devem ser consideradas como blastos. Do ponto de vista morfológico, são facilmente distinguíveis dos promielócitos detectados na recuperação medular após aplasia induzida por drogas.

Morfologia: Os blastos apresentam núcleo excêntrico e citoplasma com abundante granulação, alguns com numerosos bastonetes de Auer ("faggot cell"). Em alguns casos, os grânulos citoplasmáticos são tão numerosos e grandes que tornam difícil distinguir o núcleo do citoplasma39. Na forma variante hipogranular da LMA-M3 os blastos têm núcleo volumoso e convoluto. O citoplasma é basofílico com granulação escassa40-42. Esta variante é diagnosticada quando as formas hipogranulares constituem >50% dos blastos. Em ambos os casos a reação citoquímica para mieloperoxidase é positiva forte.

Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela relação FSC/SSC alta19. Os blastos apresentam grande auto-fluorescência, e positividade para os marcadores de linhagem mielóide CD13 e CD3343. Caracteristicamente, os antígenos CD34, HLA-DR e CD14 são negativos25.

Análise Citogenética: O achado imunofenotípico descrito acima tem correlação com a translocação t(15;17)44-45. Naqueles casos em que o estudo imunofenotípico não é o habitual (CD13+, CD34- e HLA-DR-) deve-se pesquisar a t(11;17)46.

Relevância clínica: Os pacientes apresentam quadro clínico e alterações laboratoriais compatíveis com coagulação intravascular disseminada (CIVD). Com a terapia clássica para LMA os pacientes freqüentemente evoluem a óbito devido a diáteses hemorrágicas. No entanto, após o advento do tratamento com o ácido trans-retinóico (ATRA) a LMA-M3 passou a apresentar boa resposta clínica e melhor controle da CIVD, tornando-se o subtipo FAB com melhor prognóstico clínico. Em alguns casos, a expressão forte do antígeno CD13 está associada a maior incidência da síndrome do ATRA e pior evolução clínica47.

Caso haja expressão anômala do antígeno CD56 é imperativo a realização de estudo citogenético, pois pode não estar presente a translocação t (15;17), tendo, portanto, pior ou nenhuma resposta terapêutica ao ATRA. A expressão do antígeno CD56 associado ao CD13, na ausência de CD34 e HLA-DR, está associada a uma nova entidade, a "Leucemia Mielóide-Natural Killer", não referida na classificação FAB. Este subtipo apresenta achado morfológico semelhante a LMA-M3 variante, sendo mais comum em pacientes idosos, estando associada a não-resposta ao ATRA e pior prognóstico46.

3) LMA-M4 Eo

Definição: A LMA-M4Eo é definida pela presença de componente monocítico entre 20% e 80% das células blásticas na medula óssea podendo apresentar mais que 5.000 monócitos/mm3 no sangue periférico, associado a um aumento do componente eosinofílico anormal48-49.

Morfologia: Alguns blastos podem ocasionalmente conter bastonete de Auer como na LMA-M4, no entanto, os achados morfológicos típicos são a presença de eosinofilia em variados estágios de maturação. Os grânulos eosinofílicos são maiores que os normalmente observados em precursores eosinófilos normais, têm coloração roxo-violeta, e, em algumas células, são tão densos que podem obscurecer o núcleo. Os eosinófilos maduros ocasionalmente podem apresentar hiposegmentação nuclear (pseudo Pelger-Huet). A série neutrofílica na medula óssea é escassa48. Os blastos apresentam usualmente reação MPO positiva. A reação de cloroacetato-esterase, que normalmente é negativa na série eosinofílica da LMA-M2v, é caracteristicamente positiva nos eosinófilos anormais25.

Imunofenotipagem: LMA-M4Eo apresenta marcação positiva para os antígenos de linhagem mielóide CD13 e CD33, assim como para os antígenos de linhagem monocítica CD14, CD15 e CD11b. Caracteristicamente, há expressão anômala do antígeno de linhagem linfóide CD250.

Análise citogenética: Os casos de LMA-M4Eo que expressam o antígeno CD2 tem correlação com a inversão do cromossomo 1650-51.

Relevância clínica: Em comparação com outros tipos de LMA os pacientes são mais jovens, apresentam leucocitose e organomegalia, respondem favoravelmente a indução quimioterápica e têm melhor prognóstico.

4) LMA-M5

Definição: A LMA-M5 é definida quando 80% ou mais das células não eritróides da medula óssea são compostas por monoblastos, promonócitos ou monócitos9. O subtipo LMA-M5a apresenta >80% de monoblastos, enquanto o subtipo LMA-M5b tem <80% de monoblastos10.

Morfologia: Os monoblastos são células grandes com citoplasma abundante e basofilia acentuada. Finos grânulos azurofílicos e vacúolos podem estar presentes. Freqüentemente o núcleo é redondo com cromatina frouxa e presença de um ou mais nucléolos proeminentes. A presença de bastonete de Auer é incomum. Os promonócitos têm núcleo convoluto e irregular. O citoplasma é menos basofílico e algumas vezes tem grânulos e vacúolos mais evidentes. A reação citoquímica para MPO geralmente é negativa. A reação de esterase é positiva forte, e pode ser inibida pelo fluoreto de sódio, ao contrário das células mielóides não monocíticas26.

Imunofenotipagem: O achado imunofenotípico característico da LMA-M5 é a presença de população blástica com relação FSC/SSC maior que nas LMAs M0 e M119. Os antígenos de linhagem mielóide CD33 são positivos e os CD13, negativos. Os antígenos CD14 e CD15 são positivos. É comum a expressão fraca do antígeno CD4. O marcador CD34 geralmente é negativo. Os antígenos de cadeia leve k e l freqüentemente são positivos devido a ligação inespecífica, sendo importante realizar o bloqueio destes sítios com soro AB ou soro de coelho.

Alteração citogenética: A LMA-M5 CD33+ e CD4+ associados aos CD13-e CD34- correlaciona-se freqüentemente com a t(9;11)52.

Relevância clínica: Pacientes com leucemia monocítica têm maior prevalência de tumor extra-medular, com infiltração em gengiva, pele, tubo digestivo e sistema nervoso central. A presença de hepato-esplenomegalia e hiperleucocitose é mais freqüente em comparação aos outros subtipos FAB.

LEUCEMIAS AGUDAS BIFENOTÍPICAS

A imunofenotipagem tornou-se importante também para o reconhecimento das leucemias bifenotípicas mielóide-linfóide, as quais diferem das leucemias mielóides com marcadores linfóides anômalos53-54. As leucemias bifenotípicas caracterizam-se por apresentar antígenos de superfície, citoplasmáticos ou nucleares tanto das linhagens linfóides como das mielóides, com critérios diagnósticos definidos55-56. Como mostra a Tabela 3, o diagnóstico de leucemia bifenotípico é alcançado quando se tem dois ou mais pontos para duas linhagens específicas. Este grupo de leucemias deve ser tratado como LMA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bos JL, Verhan-de Vries M, Van Der Eb A et al. Mutations in N-ras predominate in acute myeloid leukemia. Blood 1987; 69: 1237-1241.

2. Peters G The D-type cyclins and their role in tumorigenesis. Journal of Cell Science 1994; 18: 89-96.

3. Iida H, Towatari M, Tanimoto M et al. Overexpression of cyclin E in acute myelogenous leukemia. Blood 1997; 90: 3707-3713.

4. Furukawa Y, Terui Y, Sakoe K et al. Overexpression and amplification of the CDC2 gene in leukaemia cells. Br J Haematol 1995; 90: 94-99.

5. Sugimoto K, Toyoshima H, Sakai R et al. Frequent mutations in the p53 gene in human myeloid leukemia cell lines. Blood 1992; 79: 2378-2383.

6. Nakamaki T, Bartram C, Seriu T et al. Phillip.Molecular analysis of the cyclin-dependent kinase inhbitor genes, p15, p16, p18 and p19 in the myelodysplastic syndromes. Leuk Res 1997; 21: 235-240.

7. Linet MS. The leukemias: epidemiologic aspects. Oxford University Press, New York 1985; pág. 20.

8. Rego EM, Garcia BA, Viana RS, Falcão RP. Characterization of acute lymphoblastic leukemia subtypes in Brazilian patients. Leuk Res 1996; 20: 349-355.

9. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposals for the classification of the acute leukemias. Br J Haematol 1976; 33: 451-458.

10. Bennett J M, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposed revised criteria for the classification of acute myeloid leukemia. A report of the French American British Cooperative Group. Ann Int Med 1985; 103: 620-625.

11. Jennings D C e Foon A K. Recent advances in flow cytometry: application to the diagnosis of hematologic malignancy. Blood 1997; 90: 2863-2892.

12. San Miguel JF, Gonzalez M, Canizo MC et al. Surface marker analysis in acute myeloid leukaemia and correlation with FAB classification. Br J Haematol 1986; 64: 547-560

13. Cuneo A, Michaux JL, Ferrant A et al. Correlation of cytogenetic patterns and clinicobiological features in adult acute myeloid leukemia expressing lymphoid markers. Blood 1992; 79: 720-726.

14. Jensen A W, Hokland M, Jorgensen H et al. Solitary expression of CD7 among T-cell antigens in acute myeloid leukemia: identification of a group of patients with similiar T-cell receptor b and d Rearrangements course of disease suggestive of poor prognosis. Blood 1991; 78: 1292-1300.

15. Bradstock K, Matthews J, Benson E, Page F, Bishop J. Prognostic value of immunophenotyping in acute myeloid leukemia. Blood 1994; 84: 1220-1225.

16. Ball E D, Davis R B, Griffin J D et al. Prognostic value of lymphocyte surface markers in acute myeloid leukemia. Blood 1991; 77: 2242-2250.

17. San Miguel JF, Martinez A, Macedo A et al. Immunophenotyping investigation of minimal residual disease is a useful approach for predicting relapse in acute myeloid leukemia patients. Blood 1997; 90: 2465-2470.

18. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposal for the recognition of minimally differentiated acute myeloid leukaemia (AML-M0) Br J Haematol 1991; 78: 325-329.

19. Vidriales M B, Orfao A, Lópes-Berges MC et al. Light scatter characteristics of blasts cells in acute myeloid leukaemia: association with morphology and immunophenotype. J Clin Pathol 1995; 48: 456-462.

20. Buccheri V, Shetty V, Yoshida N et al. The role na anti-myeloperoxidase antibody in the diagnosis and classification of acute leukaemia: a comparison with light and electron microscopy cytochemistry. Br J Haematol 1992; 80: 62-68

21. Da Fonseca LM, Yavo B, Catalani LH et al. Chemiluminescent determination of esterases in monocytes. J Biolumin Chemilumin 1998; 13: 1-6.

22. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Criteria for the diagnosis of acute leukemia of megakarcyte lineage (M7). A report of the French American Bristish Cooperative Group. Ann Inter Med 1985; 103: 406-462.

23. Betz SA, Feuear K, Head DR et al. False-positive flow cytometric platelet glycoprotein IIb/IIIa expression in myeloid leukemias secondary to platelet adherence to blasts. Blood 1992; 79: 2399-2403.

24. Carroll A, Civin C, Schneider N et al. The t(1;22)(p13;q13) is nonrandom and restricted to infants with acute megakaryoblastic leukemia: a pediatric oncology group study. Blood 1991; 78:748-752.

25. Flandrin G. The classification of acute myeloid leukaemias (AML) and myelodisplastic syndromes (MDS). European School of Haematology, 5th Tutorial of Haematopathology, London, September 1995; pág 1-28.

26. Liso V. Diagnosis of acute leukemias: contributory of cytochemistry. Leukemia 1992; 6 suppl.2: 10-12.

27. Cheson B D, Cassileth PA, Head DR et al. Report of the National Cancer Institute-Sponsored Workshop on Definitions of Diagnosis and Response in Acute Myeloid Leukemia. J Clin Oncol 1990; 8:813-819.

28. Creutzig U, Harbott J, Sperling C et al. Clinical significance of surface antigen expression in children with acute myeloid leukemia. Blood 1995; 86: 3097-3108.

29. Kita K, Miwa H, Nakase K et al. Clinical importance of CD7 expression in acute myelocytic leukemia. Blood 1993; 81: 2399-2404.

30. Kuerbitz SJ, Civin CI, Krischer JP et al. Expression of myeloid-associated and lymphoid-associated cell-surface antigens in acute myeloid leukemia of childhood. J Clin Oncol 1992; 10: 1419-1429.

31. Galvani DW, Banghar P, Mekawi L. Early identification of M2 AML with the t(8;21) translocation plus myelodysplastic features. Leuk Res 1995; 2: 145.

32. Swirsky DM, Li YS, Matthews JG et al., (8;21) translocation in acute granulocytic leukaemia:cytological, cytochemical and clinical features. Br J Haematol 1984; 56: 199-213.

33. Trujillo JM, Cork A, Broach Y et al. Hematologic and cytologic characterization of (8;21) translocation acute granulocytic leukemia. Blood 1979; 53: 695-706.

34. Paietta E, Wiernik PH, Andrsen J. Immunophenotypic features of the t(8;21)(q22;q22) acute leukemia in adults. Blood 1993; 7: 1975.

35. Kita K, Nakase K, Masuya M et al. Phenotypical characteristics of acute myelocitic leukemia associated with the t(8;21)(q22;p22) chromosomal abnormality: frequent expression of immature B-cell antigen CD19 together with stem cell antigen CD34. Blood 1992; 80: 470-477.

36. Hurwitz CA, Raimondi SC, Head D et al. Distinctive immunophenotypic features of t(8;21)(q22;p22) acute myeloblastic leukemia in children. Blood 1992; 80:3182-3188.

37. Kozu T, Miyoshi H, Shimizu K et al. Junctions of the AML1/MTG8(ETO) fusion are constant in t(8;21) acute myeloid leukemia detected by reverse transcription polymerase chain reaction. Blood 1993; 82: 1270-1276.

38. Nucifora G, Rowley JD. The AML and ETO genes in acute myeloid leukemia with a t (8;21). Leuk Lymphoma 1994; 14: 353-362.

39. Castoldi GL, Liso V, Specchia G, Tomasi P. Acute promyelocytic leukemia; morphological aspects. Leukemia 1994; 2: S27-S32.

40. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. The French-American-British (FAB) co-operative group. Correspondence: a variant form of hypergranular promyelocytic leukaemia (M3). Br J Haematol 1981; 47: 553-561.

41. Golomb HM, Rowley J, Vardiman JW, Testa JR, Butler A. "Microgranular" variant acute promyelocytic leukemia: a distinct clinical, ultrastructural and cytogenetic entity. Blood 1980; 55:252-259.

42. Mickenna RW, Parkin J, Bloomfield CD, Sundberg RD, Brunning R D. Acute promyelocytic leukaemia a study of 39 cases with identification of a hyperbasophilic microgranular variant. Br J Haematol 1982; 50: 201-214.

43. Venditti A, Del Poeta G, Stasi R et al. Minimally differentiated acute myeloid leukemia (AML-M0): comparison of 25 cases with other French-American-British subtypes. Blood 1997; 89: 621-62.

44. Larson RA, Kondo K, Vardiman JW et al. Evidence for a t(15;17) translocation in every patient with acute promyelocytic leukemia. Am J Med 1984; 76: 824-841.

45. Berger R, Bernheim A, Daniel MT, Flandrin G. t(15;17) in a promyelocytic form of chronic myeloid leukemia blast crisis. Can Gen Cytogen 1983; 8: 149-152.

46. Scott AA, Head DR, Kopecky KJ et al. HLA-DR-, CD33+, CD56+, CD16- myeloid/natural killer cell acute leukemia: a previously unrecognized form of acute leukemia potentially misdiagnosed as French-American-British acute myeloid leukemia-M3. Blood 1994; 84: 244-255.

47. Vahdat L, Maslak P, Miller WH Jr et al. Early mortality and the acid syndrome in acute promyelocitic leukemia: impact of leukocytosis, low-dose chemoterapy, PMN/RAR-a isoform, and CD13 expression in patients treated with all-trans retinoic acid. Blood 1994; 84: 3843-3849.

48. Bitter MA, Le Beau MM, Larson RA et al. A morphological and cytochemical study of acute myelomonocytic leukemia with abnormal marrow eosinophils associated with inv(16) (p13q22). Am J Clin Pathol 1984; 81: 733-739.

49. Le Beau MM, Larson RA, Bitter MA et al. Association of an inversion of chromosome 16 with abnormal marrow eosinofils in acute myelomonocytic leukemia, A unique cytogenetic-clinicopathological association. N Engl J Med 1983; 309:630-636.

50. Adriansen HJ, Boekhorst PAW, Hagemeijer AM et al. Acute myeloid leukemia M4 with bone marrow eosinophilia (M4Eo) and inv(16)(p13q22) exhibits a specific immunophenotype with CD2 expression. Blood 1993; 81: 3043-3051.

51. Poirel H, Radford-Weiss I, Troussard X et al. Detection of the chromosome 16 CBFb-MYH11 fusion transcript in myelomonocytic leukemias. Blood 1995; 85:1313-1322.

52. Ridge SA, Wiedemann LM. Chromosome 11q23 abnormalities in leukaemia. Leuk Lymphoma 1994; 14: 11-17.

53. Reading CL, Estey EH, Huh YO et al. Expression of unusual immunophenotype combinations in acute myelogenous leukemia. Blood 1993; 81: 3083-3090.

54. Pui CH, Raimondi SC, Head DR et al. Characterization of childhood acute leukemia with multiple myeloid and lymphoid markers at diagnosis and at relapse. Blood 1991; 78: 1327-1337.

55. Catovsky D e Matutes E. The classification of acute leukaemia. Leukemia 1992; 6: 1-6.

56. European Group for the Immunological classfication of Leukaemias (EGIL). The value of c-kit in the diagnosis of biphenotypic acute leukemia. Leukemia 1998; 12: 2038.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2000
  • Data do Fascículo
    Mar 2000
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br