Acessibilidade / Reportar erro

Direito a saúde: o papel de diferentes sujeitos sociais no exercício da cidadania

Resumos

Além de poder refletir sobre a questão da cidadania e do poder institucional pretendo, neste trabalho, retratar as diferentes percepções que diferentes sujeitos sociais/institucionais, vinculados a uma unidade básica de saúde, têm sobre a saúde na perspectiva de contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto caminho para a Reforma Sanitária. Neste sentido, a teoria da problematização-ação foi aplicada à comunidade usuária do Centro de Saúde Escola Jardim Campos Elíseos, visando à eleição de determinadas ações para resolver parte dos problemas existentes. Este trabalho mostra que é possível manter a luta contra-hegemônica na busca da igualdade social mesmo em cenários não favoráveis.

Direito à saúde; exercício de cidadania; teoria da problematização-ação; percepção de sujeitos sociais


The present paper aims at both reflecting upon the citizenship and institutional power and depicting the different perceptions of health held by different social/institutional subjects linked to a basic health unit in order to search for ways of contributing to the consolidation of the National Public Health System (SUS) and thus the Sanitary Reform. In this way the theory of problematization-action was applied to the users of the School Health Centre Jardim Campos Eliseos for the selection of certain actions to solve part of the existing problems. This paper shows the possibility of keeping the counter-hegemonic struggle in search for social equality even in unfavourable scenarios.

right to health; exercise of citizenship; theory of problematization-action; social


ARTIGOS

Direito a saúde: o papel de diferentes sujeitos sociais no exercício da cidadania* * Trabalho desenvolvido junto à equipe do Centro de Saúde Escola Jardim Campos Elíseos, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), enquanto coordenadora da unidade, e apresentado à disciplina Elementos Teóricos de Saúde e Sociedade I, Curso de Pós Graduação em Saúde Coletiva, Departamento de Medicina Preventiva e Social, FCM, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 1992.

Erly Catarina Moura

Nutricionista-Sanitarista, Mestre em Ciência da Nutrição, Doutora em Saúde Coletiva, Professora Titular do Departamento de Nutrição, FCM, PUCCAMP

RESUMO

Além de poder refletir sobre a questão da cidadania e do poder institucional pretendo, neste trabalho, retratar as diferentes percepções que diferentes sujeitos sociais/institucionais, vinculados a uma unidade básica de saúde, têm sobre a saúde na perspectiva de contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto caminho para a Reforma Sanitária. Neste sentido, a teoria da problematização-ação foi aplicada à comunidade usuária do Centro de Saúde Escola Jardim Campos Elíseos, visando à eleição de determinadas ações para resolver parte dos problemas existentes. Este trabalho mostra que é possível manter a luta contra-hegemônica na busca da igualdade social mesmo em cenários não favoráveis.

Palavras-chave: Direito à saúde; exercício de cidadania; teoria da problematização-ação; percepção de sujeitos sociais/institucionais

SUMMARY

The present paper aims at both reflecting upon the citizenship and institutional power and depicting the different perceptions of health held by different social/institutional subjects linked to a basic health unit in order to search for ways of contributing to the consolidation of the National Public Health System (SUS) and thus the Sanitary Reform. In this way the theory of problematization-action was applied to the users of the School Health Centre Jardim Campos Eliseos for the selection of certain actions to solve part of the existing problems. This paper shows the possibility of keeping the counter-hegemonic struggle in search for social equality even in unfavourable scenarios.

Key words: right to health; exercise of citizenship; theory of problematization-action; social/institutional perception

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • ALBUQUERQUE, J.A.G. Metáforas da desordem. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978. p.69-80: Elementos para uma análise da prática institucional.
  • ALBUQUERQUE, J.A.G. & RIBEIRO, A.E. Da assistência à disciplina: o programa de saúde comunitária. São Paulo, USP, 1979. [mimeografado]
  • BERLINGUER, G. Os direitos do doente. In: BERLINGUER, G. et al. Reforma sanitária: Itália e Brasil. São Paulo, Hucitec/CEBES, 1988. p. 132-56.
  • BOLDSTEIN, R.C.A. Estado de bem-estar social e cidadania: questões para o debate sobre políticas sociais. Saúde em Debate (30):21-5,1990.
  • BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo. Imprensa Oficial do Estado, 1988.
  • CAMPOS, G.W.S. A saúde pública e a defesa da vida. São Paulo, Hucitec, 1991. p.107-27: A gestão enquanto componente estratégico para a implantação de um sistema público de saúde.
  • CECÍLIO, L. A construção de urna cultura institucional de planejamento: contribuição do município. Saúde em Debate. (31):67-72, 1991.
  • COHN, A. et al. A saúde como direito e como serviço. São Paulo, Cortez, 1991.
  • COSTA, N. R. Transição e movimentos sociais: contribuição ao debate da reforma sanitária. In: COSTA, N. R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes, 1989, Vol. I, p.45-66.
  • GAWRYSZEWSKI, V. O sistema de planejamento e seus métodos nos serviços de saúde do estado do Rio de Janeiro. Saúde em Debate. (32):43-7, 1991.
  • GOULART, F. A. A. Construção local do modelo assistencial de saúde, a luz do planejamento estratégico. Saúde em Debate. (28):56-9, 1990.
  • JACOBI, P. R. Movimentos Sociais e Estado: efeitos político-institucionais da ação coletiva. In: COSTA, N. R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes, 1989, Vol. 2, p.13-35.
  • L'ABBATE, S. O direito à saúde: da reivindicação à realização. Projetos de política de saúde em Campinas. São Paulo, 1990. [Tese de Doutorado apresentada à FFLCH-USP]
  • LUZ, M. As instituições médicas no Brasil. Rio de Janeiro. Graal, 1979. p. 23-47: Estratégia de hegemonia e análise política de instituições.
  • MARSHALL, T. H. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro, Zahar, 1967. p.57-114: Cidadania e classe social.
  • MINAYO, M. C. S. & SOUZA, H. O. Na dor do corpo, o grito da vida. In: COSTA, N. R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes, 1989, Vol. 2, p.75-101.
  • MOURA, D. Saúde não se dá: conquistase. São Paulo, Hucitec, 1989.
  • NEPP/UNICAMP. Brasil 1987. Relatório sobre a situação social do país. Campinas, UNICAMP, 1989.
  • PETRINI, J. C. CEB's: um novo sujeito popular. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984.
  • RAMOS, C. L. et al. Quem educa quem? Repensando a relação médico-paciente. In: COSTA, N. R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes, 1989, Vol. 2, p.145-64.
  • RAMOS, C. L. et al. Introdução. In: Costa, N. R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes, 1989, Vol. 2, p.7-12.
  • REZENDE, A. L. M. Saúde: dialética do pensar e do fazer. São Paulo, Cortez, 1989.
  • RIVERA, F. J. U. org. Planejamento e programação em saúde - um enfoque estratégico. São Paulo, Cortez, 1989. p. 22-55: Planificação em saúde na América Latina: histórico e análise da doutrina e dos enfoques metodológicos.
  • SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena: experiências e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-1980. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988. p. 25-60: Idéias e questões.
  • SMEKE, E. L. Saúde e Democracia: experiência de gestão popular: um estudo de caso. Campinas, 1989. [Tese de Doutorado - UNICAMP]
  • TAVEIRA, M. Planejamento e programação: aproximações diferenciadas ao problema. Saúde em Debate. (32):38-43,1991.
  • TEIXEIRA, S. M. F. (org.) Reforma Sanitária: em busca de uma teoria. São Paulo, Cortez/ ABRASCO, 1989. p. 17-46: Reflexões teóricas sobre democracia e Reforma Sanitária.
  • TESTA, M. O diagnóstico de saúde. In: RIVERA, F. J. U. et al (org.) Planejamento e programação em saúde - um enfoque estratégico. São Paulo, Cortez, 1989. p. 59-76.
  • *
    Trabalho desenvolvido junto à equipe do Centro de Saúde Escola Jardim Campos Elíseos, Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), enquanto coordenadora da unidade, e apresentado à disciplina Elementos Teóricos de Saúde e Sociedade I, Curso de Pós Graduação em Saúde Coletiva, Departamento de Medicina Preventiva e Social, FCM, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 1992.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Jun 2008
    • Data do Fascículo
      1996
    Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. Av. dr. Arnaldo, 715, Prédio da Biblioteca, 2º andar sala 2, 01246-904 São Paulo - SP - Brasil, Tel./Fax: +55 11 3061-7880 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: saudesoc@usp.br