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Reforma Sanitária e saúde do trabalhador

Resumo

Contemporânea do Movimento Sanitário brasileiro, a luta dos trabalhadores pela melhoria das condições e defesa da saúde no trabalho, não tem sido motivo de preocupação dos estudiosos da Reforma Sanitária. Por tratar-se de uma ação que envolve importantes categorias do movimento sindical e que aproximou setores intelectuais, técnicos, lideranças sindicais e trabalhadores, inspirada em influências do Modelo Operário Italiano que teve real importância na luta pela Reforma Sanitária naquele país, procura-se, neste ensaio, discutir criticamente a ausência da análise desta questão dentro da Reforma Sanitária, atentando para sua importância no que se refere à ampliação das suas bases sociais na medida em que, ao introduzir o elemento dos atores sociais, isto pode permitir pensar a superação de um "certo esgotamento" que hoje se aponta com respeito ao movimento pela Reforma Sanitária no Brasil.


ARTIGOS

Reforma Sanitária e saúde do trabalhador

Francisco Antonio de Castro Lacaz

Professor Assistente do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina. Médico Sanitarista, Diretor de Divisão do Centro de Vigilância Sanitária da SES-SP

RESUMO

Contemporânea do Movimento Sanitário brasileiro, a luta dos trabalhadores pela melhoria das condições e defesa da saúde no trabalho, não tem sido motivo de preocupação dos estudiosos da Reforma Sanitária. Por tratar-se de uma ação que envolve importantes categorias do movimento sindical e que aproximou setores intelectuais, técnicos, lideranças sindicais e trabalhadores, inspirada em influências do Modelo Operário Italiano que teve real importância na luta pela Reforma Sanitária naquele país, procura-se, neste ensaio, discutir criticamente a ausência da análise desta questão dentro da Reforma Sanitária, atentando para sua importância no que se refere à ampliação das suas bases sociais na medida em que, ao introduzir o elemento dos atores sociais, isto pode permitir pensar a superação de um "certo esgotamento" que hoje se aponta com respeito ao movimento pela Reforma Sanitária no Brasil.

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  • 1. TEIXEIRA, S.F. et al. - Antecedentes da reforma sanitária, Rio de Janeiro, FIOCRUZ/ENSP, 1988a. [mimeo]
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  • 22. FLEURY op. cit., p. 10.
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  • 27. LACAZ, F.A.C. O Programa de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo:a agonia de uma proposta, Saúde em Deb. 36: 41-7, 1992.
  • 28. OLIVEIRA op. cit.
  • 29. TEIXEIRA op. cit. 1988a.
  • 30. ESCOREL, S. Saúde uma questão nacional, In Teixeira, S.F., org. Reforma sanitária: em busca de uma teoria. São Paulo, Cortez Editora/ABRASCO, 1989.
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  • 32. BERLINGUER op. cit. 1988a.
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  • 34. BERLINGUER, G. Medicina e política. São Paulo, HUCITEC/CEBES, 1978.
  • 35. FLEURY op. cit. p.10.
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  • 37. STOTZ, E.N. & CRUZ NETO, O. Processo de trabalho e saúde: o caso dos trabalhadores em curtume, In Costa, N.R. et al. Demandas populares, políticas públicas e saúde. Petrópolis, Vozes/ABRASCO, 1989. v.2
  • 38. CAMPOS op.cit.
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  • 40. MENDES, E.V. org. Distrito sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde, São Paulo, HUCITEC/ABRASCO, 1993
  • 41. COSTA op. cit., p. 62.
  • 42. BERLINGUER op. cit., 1978.
  • 43. ODDONE, I. et al. Ambiente de trabalho: a luta dos trabalhadores pela saúde. São Paulo, HUCITEC, 1986.
  • 44. DIESAT op. cit.
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  • 53. HEIMANN op. cit.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2008
  • Data do Fascículo
    Jul 1994
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