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Uma revista em suas proposições: a Revista da Faculdade de Educação da Unicamp1 1 Normalização, preparação e revisão textual: Leda Farah (farahledamaria@gmail.com) e Vera Bonilha(verabonilha@yahoo.com.br) 2 2 Texto integrante do dossiê especial: “Pro-Posições 30 anos”, organizado pelo Prof. Dr. André Luiz Paulilo. Editor responsável: Prof. Dr. Silvio Donizetti de Oliveira Gallo.

Resumo

O artigo analisa os ciclos de vida da Pro-Posições. O propósito é discutir os momentos em que a revista repensou seu funcionamento e celebrou os resultados. A maneira, então, de tratar a questão ficou organizada em função de três movimentos. O primeiro compreende os testemunhos de celebração. Depois, a análise considera as mudanças na composição da equipe editorial para estudar as reformulações de escopo e layout. Finalmente, o estudo foca as mudanças editoriais anunciadas pela revista como parâmetro de comparação para compreender o trabalho dos responsáveis pela publicação desta revista nos diversos períodos do seu ciclo de vida.

Palavras-chave
Pro-Posições; história; educação; periódicos acadêmicos

Abstract

The paper analyzes the life cycles of the journal Pro-Posições. The purpose is to discuss the moments when the journal rethought its operation and celebrated the results. This matter is addressed in three movements. The first comprises the testimonies of celebration. Then, the analysis considers the changes in the composition of the editorial team to study the reformulations of the journal’s scope and layout. Finally, the paper focuses on the editorial changes announced by the journal as a comparison parameter to understand the work of those responsible for the publication of this journal in the various periods of its life cycle.

Keywords
Pro-Posições; history; education; academic journals

Desde março de 1990, a Faculdade de Educação da Unicamp publica a revista Pro-Posições. Hoje, essa iniciativa, que já reúne 89 números em 30 volumes, está indexada em bases de referência prestigiadas e faz parte dos periódicos científicos disponíveis no portal SciELO. Nas três décadas em que circula já se consolidou como periódico científico. Manteve-se uma revista quadrimestral por todo esse período. A contar de 2008, circula também de modo online, e, em 2015, passou a ser editada somente no formato digital e, a partir de 2019, vem publicada de forma contínua, em volume de número único.

A Pro-Posições foi criada, como convém a um periódico institucional, com o propósito de “ter a cara e o jeito” do órgão que a editava e, assim, ser prospectiva e afirmar suas posições, propondo uma “forma de interveniência na prática educativa” (Dias Sobrinho, 1990Dias Sobrinho, J. (1990, mar.). Editorial. Pro-Posições, 1(5)., p. 5). Assim, alguns professores da Faculdade de Educação – José Camilo dos Santos Filho, Ezequiel Theodoro da Silva, Milton José de Almeida, Marcia Regina Ferreira de Brito, Lucia Mercês de Avelar e Newton Aquiles von Zuben – prepararam o terreno para o lançamento do primeiro número. Volume editado e publicado em conjunto com a Cortez trazia dois pares de artigos e não chegava a 100 páginas, entre artigos, entrevista, resenhas e o resumo das teses e das dissertações defendidas na instituição.

Já o seu último número impresso, v. 26, nº 01 (76), de 2015, contou com 11 artigos, somando pouco mais de duas centenas e meia de páginas em seções bem consolidadas e então num formato diverso. As diferenças, em relação ao início da revista, não eram só formais. A própria dinâmica da produção acadêmica havia mudado e, mesmo, especialmente vinculada aos docentes da FE/Unicamp, a Pro-Posições reunia autores de outras instituições de ensino e pesquisa do País e do exterior. Sem deixar de ser uma publicação da Faculdade de Educação, consolidou-se como um periódico de Educação reconhecido pelos pesquisadores dessa área e capaz de veicular uma produção acadêmica tão variada quanto o é o campo de conhecimento no interior do qual circula.

As mudanças pelas quais a revista Pro-Posições tem passado nessas três décadas, principalmente, atestam seus ciclos de trabalho e as formas como constituiu um lugar de produção editorial e de difusão de ideias. Assim, além do que revela acerca dos processos de construção dos discursos sobre educação em suas articulações com as ciências humanas, deixa entrever algo do que se passa, ou não, entre a produção escrita e a edição do texto. Conforme lembram aqueles que se dedicaram à história do livro e da leitura, no espaço em que se constrói o sentido, as formas tipográficas importam. Segundo Chartier (1991, p. 187)Chartier, R. (1991). O mundo como representação. Estudos Avançados, 11(5), 173-191. sugeriu a propósito dos livros, as formas através das quais um texto é proposto à leitura cria novos públicos e usos. Também se percebe, no modo como Darnton (1990)Darnton, R. (1990). O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras. se detém nos objetos que contêm a comunicação do escrito, a grande empreitada que é uma publicação. Trata-se de “um circuito de comunicação que vai do autor ao editor, ao impressor, ao distribuidor, ao vendedor e, chega ao leitor” (p. 112). Antes das plataformas de acesso livre, o ciclo de produção e consumo das revistas científicas não era diferente. As marcas de produção, circulação e uso dos impressos de destinação escolar que Marta Carvalho (1998)Carvalho, M. (1998). Por uma história cultural dos saberes pedagógicos. In C. P. de Sousa, & D. Catani (Org.), Práticas educativas, culturas escolares, profissão docente (pp. 31-40). São Paulo: Escritura. privilegia para identificar as estratégias editoriais através da sua materialidade afirmam um circuito do mesmo tipo:

Determinar a apropriação que educadores, editores e autores fazem dos saberes pedagógicos que põem em circulação, em suas estratégias de difusão e imposição desses saberes é questão de interesse para uma história cultural dos saberes pedagógicos. Pelo menos no caso brasileiro, essa questão é fundamental, pois as políticas editoriais na área da educação foram, até muito recentemente, largamente dependentes da iniciativa de intelectuais que de algum modo se empenharam na difusão de saberes pedagógicos, como autores, editores, organizadores de coleções, tradutores, professores e reformadores dos sistemas públicos de ensino. (p. 40)

Os estágios de funcionamento e estruturação de um campo do conhecimento, os movimentos de grupos de professores e cientistas, as disputas e atuações que Catani e Sousa (1999)Catani, D. B., & Sousa, C. P.(1999). O Catálogo da Imprensa Periódica Educacional Paulista (1890-1996): um instrumento de pesquisa. In D. B. Catani, & C. P. Sousa (Orgs.), Imprensa Periódica Paulista (1890-1996). (Catálogo, pp. 9-23). São Paulo: Plêiade. se ocuparam em destacar, quando publicaram o repertório da Imprensa Periódica Paulista, também reconhecem esse circuito tão repleto de produtores, de colaboradores e de leitores. Na ocasião, empreenderam o levantamento de 456 periódicos educacionais e, entre eles, a revista Pro-Posições foi encontrada completa na PUC-SP e mais cinco exemplares na FEUSP e outros cinco na Biblioteca Mário de Andrade. Então, contava 19 números e, conforme sugere o repertório da Imprensa, tinha uma presença não mais que irregular nas bibliotecas da capital do Estado. Como também se vê no repertório organizado por Catani e Sousa, a revista da FE/Unicamp somava-se às iniciativas em torno das quais, desde o século XIX, se pretendia dar a ler aos professores o que se consideravam os conhecimentos fundamentais às boas práticas do ofício.

Por outro lado, o momento em que apareceu o primeiro número da revista Pro-Posições era já o de estabilização dos periódicos científicos editados no interior do sistema universitário. Desse ponto de vista, as principais congêneres da Pro-Posições em São Paulo já contavam alguns anos de circulação. Criadas ainda nos anos 1970, os Cadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas; a Educação & Sociedade, do CEDES (Centro de Estudos Educação e Sociedade); ou a Revista da Faculdade de Educação, da Universidade de São Paulo, consolidavam eixos demarcadores de recortes disciplinares, grupos e propostas de investigação e intervenção. De lá para cá a importância dos periódicos científicos na divulgação dos resultados de pesquisa firmou tanto um modo específico de trabalho acadêmico como as formas da sua avaliação. Nesse sentido, a compreensão do ciclo de vida de publicações dessa natureza, das suas estratégias editoriais e dos discursos que visam instaurar não só contribui para a apreensão dos modos de funcionamento do debate acadêmico como também permite acompanhar as lutas que se travam por legitimidade no seu interior.

Nas três décadas em que circula, a revista Pro-Posições também é expressão dos seus agentes produtores e daquilo que pretenderam expor ou instaurar como práticas exemplares na área educacional. Especialmente, os ciclos de trabalho deixam ver parte das inventivas através das quais as histórias de uma revista são feitas. Na tentativa de compreender os ciclos de vida da Pro-Posições, o propósito aqui foi discutir os momentos em que a revista repensou seu funcionamento e celebrou os resultados. Nesse exercício de entendimento, logo se notou que a periodização das fases da revista apresenta desafios ao ímpeto de classificação. A maneira, então, de tratar a questão ficou organizada em função de três movimentos: um que se fia nos testemunhos de celebração, outro que considera as mudanças na composição da equipe editorial e outro, ainda, que toma as mudanças editoriais anunciadas pela revista como parâmetro da análise.

Os testemunhos de celebração

Quando a revista Pro-Posições completou dez anos, em 1999, não houve, na própria revista, nenhuma nota ou menção para celebrar a data. Pelo relato que Agueda Bittencourt e Elizabeth Mercuri (2009)Banks Leite, L. (2009, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 20(3)/60), 9-13. publicaram por ocasião da comemoração do 20º aniversário do periódico, pode-se saber o porquê:

A trajetória da revista foi marcada por um período de forte crise, entre o número 22 e o 34, de 1997 a 2002, revelado na perda de periodicidade, com atraso que chegou a cinco números. Foi quando se deu uma mudança quase total dos membros da comissão editorial e do editor.

Era uma crise de caráter econômico, de falta de estrutura operacional, de ausência de pessoal especializado para a sua produção. Estes eram problemas comuns a todas as revistas da área. A Educação e Pesquisa, da Faculdade de Educação da USP, por exemplo, quase fechou nessa época. Teve uma interrupção de circulação e foi completamente reformulada. A Pro-Posições, entretanto, reformulou-se sem interromper a circulação. A comissão editorial, apoiada pela nova equipe dirigente da Faculdade, assumiu a responsabilidade de produzir, no mais breve tempo possível, os cinco números que estavam atrasados. Por essa razão, não apenas os cinco, mas os dez números seguintes foram organizados na forma possível, para garantir que o periódico não fechasse. (p. 167)

Quando publicou esse testemunho, Agueda Bittencourt tinha concluído em 2008 um período de oito anos como editora da Revista e era ainda editora associada. Elizabeth Mercuri havia sido editora associada entre 2002 e 2008. Nesse sentido, como reconhecem, protagonizaram os acontecimentos em torno da revista, participando da definição da política editorial e do rumo do periódico (Bittencourt & Mercuri, 2009Bittencourt, A., & Mercuri, E. (2009, set./dez.). Entre capas e letras, embates e crenças. 20 anos de Pro-Posições. Pro-Posições, 20(3)/60), 161-178., p. 162). As memórias das experiências vividas resultaram em uma compreensão de que o período foi de estabilização dos padrões e das estratégias editoriais:

Estabeleceu-se um formato estável que associou quatro seções: Artigos, Dossiê, Diverso e Prosa e Resenha. A seção Artigos constituiu-se no espaço reservado ao pensamento elaborado pela comunidade acadêmica da área e submetido livremente pelos seus autores, para publicação segundo os padrões de qualidade e relevância estabelecidos pela comissão editorial, após a avaliação de referees; os Dossiês, encomendados ou propostos por pesquisadores da área e de responsabilidade do proponente ou do convidado, são avaliados pela comissão editorial. É o Dossiê que nomeia o número da revista e responde por 50% de suas páginas. Ao examinar em detalhe os dossiês temáticos publicados, pode-se afirmar que a revista Pro-Posições acolhe um maior número de autores externos à Faculdade de Educação da Unicamp, sem, contudo, perder a direção da política editorial, marcada, em boa medida, por esses dossiês, coordenados pelos pesquisadores da casa. São estes que trazem para a revista os componentes de suas redes nacionais e internacionais.

A tradicional seção Resenhas, mantida desde a criação, é talvez a única que não sofreu alteração alguma, a não ser, recentemente uma pequena alteração no nome, passando a chamar-se: Leituras e Resenhas, sem que isso tenha significado alteração do conteúdo ou mesmo da forma. A seção Diverso e Prosa foi projetada como um espaço para publicação de artigos esgotados, documento inéditos, ..., cartas, entrevistas ou outros documentos de interesse dos educadores e dos pesquisadores. Tem-se mantido como um espaço de expressão da própria comissão editorial, assim como o próprio Editorial, que expõe a posição política da revista, discutindo um tema da atualidade.

A consolidação do modelo de periódico com um dossiê temático é tributário, em certa medida, também do movimento do campo de pesquisa em educação, hoje organizado em grupos regulamentados pelo CNPq e pela Capes, que sustentam academicamente os programas de pós-graduação e os grupos de trabalho da Anped e que alimentam as revistas. Eles fazem circular as reflexões realizadas na área de educação e demonstram as redes de cooperação nacionais e internacionais. (p. 169)

Entre 2000 e 2004, Agueda Bittencourt acumulou a direção da Faculdade de Educação ao trabalho de editora da revista Pro-Posições. No mesmo número de comemoração dos 20 anos de criação da revista, Luci Banks-Leite (2009)Banks Leite, L. (2009, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 20(3)/60), 9-13. reconheceu que essa condição permitiu, além de colocar em dia a produção do periódico, criar uma outra estrutura para seu funcionamento:

Em meio a mudanças na política da Faculdade de Educação com a diretoria eleita em 1996, formada pelos professores Luiz Carlos de Freitas e Ana Luiza B. Smolka, imprimiram-se novos rumos a essa unidade. Com a preocupação em regularizar a publicação dos números atrasados, a nova direção priorizou, naquele momento, verbas destinadas a esse fim.

Entretanto, as mudanças deram-se pouco a pouco, em vários âmbitos, e a situação foi plenamente regularizada quando a direção da Faculdade de Educação passou às mãos da Profa. Dra. Agueda Bernardete Bittencourt, que assumiu a editoria da revista. Além de colocar em dia a produção do periódico, mudanças importantes foram introduzidas, como, por exemplo, a proposta de reformulação da Comissão Editorial. Foi também no período no qual a Professora Agueda esteve a frente da revista – 2000 a 2008 – que o Conselho Editorial se ampliou consideravelmente, com representantes do Brasil e do Exterior. Ao mesmo tempo, foi sendo criada uma importante infra-estrutura, o que tornou possível a introdução de novas formas de produção e divulgação da revista, com a contratação de pessoal especializado. Claro está que esse conjunto de reformulações procurou também levar em conta as exigências dos órgãos responsáveis pela avaliação de periódicos, em particular da Capes e do CNPq, que foram se tornando mais rigorosos devido ao grande aumento de publicações nos últimos anos e à necessidade de criar meios para distingui-las. (pp. 10-11)

Desde 2008 como editora da Pro-Posições, Luci Banks-Leite (2009)Banks Leite, L. (2009, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 20(3)/60), 9-13. foi quem atestou o reconhecimento da política editorial da gestão anterior da revista que, de fato, reunia em 2008 os principais indicativos de reconhecimento da sua qualidade pelos pares:

Se a revista ocupa hoje, um lugar de destaque, uma vez que é das cinco da área de educação a ter sido avaliada, no início do presente ano, como pertencente à categoria A1 pelo Qualis-Capes e se, desde o ano de 2008, foi incluída no prestigioso portal SciELO, sua consolidação constituiu-se, pouco a pouco, ao longo do tempo. (p. 9)

Entre o silêncio acerca da primeira década da efeméride e o júbilo pelos resultados que então se podia reunir em 2009, Luci Banks-Leite notou, talvez, o principal dos resultados então celebrados. Ao longo de duas décadas, a Pro-Posições se constituiu como um elemento importante do patrimônio da Faculdade de Educação e, como tal, reconhecia, “merece um tratamento cuidadoso por parte dos responsáveis por sua produção e divulgação” (Banks-Leite, 2009Banks Leite, L. (2009, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 20(3)/60), 9-13., p. 12).

Pouco antes de encerrar seu mandato como editora da revista, a própria Agueda Bittencourt (2008, p. 10)Banks Leite, L. (2009, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 20(3)/60), 9-13. pôde comunicar que a Pro-Posições havia sido recomendada para a coleção SciELO onde passou a ser publicada desde o volume 18, nº 02 (53) de maio/ago. 2007. Tratava-se, então, de expandir o nível de circulação da revista e a possibilidade de divulgação do seu conteúdo na versão online. Era outro reconhecimento da qualidade do trabalho editorial vivenciado como conquista e lembrado, mais tarde, por Ana Maria Fonseca de Almeida (2013)Almeida, A. M. F. de. (2013, jan./abr.). Editorial. Pro-Posições, 24(1)/70), 13-15. em editorial que escreveu para o nº 01 (70) do volume 24, reiterando o compromisso da equipe editorial da Pro-Posições com a política de acesso livre do portal da SciELO em 2013: “única alternativa aceitável, quando se trata de pesquisa produzida com recursos públicos” (p. 14).

Entre 2002 e 2008 a Pro-Posições reuniu os principais indicativos pelos quais, ainda atualmente, reconhecemos a qualidade de um periódico científico: a periodicidade, o principal conceito da avaliação Qualis/Capes e a recomendação para a coleção SciELO. Assim, amealhou reputação e recursos nas agências de financiamento. Foi a partir do nº 45, de set./dez. 2004, que teve início o financiamento da revista com recursos do CNPq e, depois, em 2007, também da CAPES. De lá para cá, esses recursos serviram para fazer frente aos custos que constrangem as dinâmicas da publicação e as exigências da circulação do conhecimento científico.

Depois de 5 anos e passados 18 números desde a celebração das duas décadas de circulação da Pro-Posições, Ana Maria Fonseca Almeida (2015)Almeida, A. M. F. de. (2015, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 26(3)/78), 15-18., em novo editorial que se debruçou sobre a efeméride, testemunhou a respeito do contínuo aperfeiçoamento dos processos de produção da revista:

A entrada da revista na coleção SciELO, em 2008, significou participar desse projeto instigante de construir uma plataforma original para “preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico”, o que tem implicado em uma interlocução sustentada e em apoio constante na busca por modos de organização do trabalho que melhor sirvam às especificidades da revista e da comunidade de pesquisadores que dela se utiliza. A adoção, em 2013, do sistema de gestão de manuscritos ScholarOne, disponibilizado pelo SciELO, é um dos exemplos dos ganhos obtidos com essa parceria, tendo permitido agilizar o processamento do número crescente de textos submetidos à revista, aumentar a confiabilidade dos procedimentos e otimizar a gestão das avaliações. Tudo isso contribui para que a revista venha recebendo boa avaliação da CAPES, o que, sem dúvida, serve como um aval para os autores, fomentando um círculo virtuoso do qual nos orgulhamos. (p. 17)

Em 2015, a atenção ao número de acessos e aos índices que avaliam o impacto da revista entre os pares fez o trabalho editorial ser repensado sob o ponto de vista dos processos de gestão dos tramites e da avaliação dos manuscritos. A qualificação dos pareceres, o respeito aos prazos de processamento dos manuscritos, a transparência do processo de avaliação, resultaram de esforços dos quais a comissão editorial já podia se orgulhar.

O passado da revista conheceu outros motivos de orgulho e celebração. Mais modestos no início, a criação da Pro-Posições foi anunciada por José Dias Sobrinho (1990)Dias Sobrinho, J. (1990, mar.). Editorial. Pro-Posições, 1(5)., diretor da Faculdade de Educação à época, como uma contribuição a “um dos momentos mais férteis de um mais ou menos longo e difícil processo de reflexão, discussões e intercâmbios” (p. 5). Também o primeiro número temático da Pro-Posições foi apresentado como forma de dar registro a “aspectos que ainda se constituem merecedores de uma ampla investigação científico-filosófica” (Sanfelice, 1990Sanfelice, J. L.(1990, jul.). Editorial. Pro-Posições, 2, 5-6., p. 5). Tornava disponíveis as contribuições dos participantes do Seminário Um século de educação republica. Viriam outros 53 até aqui. Numa fase inicial, 5 números temáticos esporádicos e, a partir de 2001, outros 49 regularmente publicados sob a forma de dossiês.

Em todo caso, a celebração de 20 anos da revista Pro-Posições define-se muito em função de uma fase anterior e outra posterior à crise entre 1997 e 2000 e a consequente quebra da sua periodicidade. De fato, os primeiros 7 anos da revista, e seus 22 números, conservam uma estabilidade de formato e um mesmo editor responsável, o prof. José Camilo dos Santos Filho. Apesar de editados no formato original da revista, os números 23 e 24 foram publicados com importante atraso e já sob a responsabilidade editorial de Agueda Bitencourt. Entre os números 25 (mar. 1998) e 57 (set./dez. 2008), a chefia editorial permaneceu a mesma, mas o formato da revista e a comissão editorial não. O primeiro número dessa nova série já apresentava novo layout e configuração editorial e a edição 34, de março de 2001, informava uma significativa mudança da comissão editorial. Novos layouts das versões impressas a partir de 2005 e 2012, a circulação da versão apenas digital a partir de 2015 e as mudanças de editora em 2009, 2013 e 2016 sugerem ter havido outras fases ainda no ciclo de vida da Pro-Posições.

Os ciclos de gestão

Conforme afirma Catani (1996)Catani, D. B. (1996, jul./dez.). A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação & Filosofia, 10(20), 115-130., acompanhar o aparecimento e os ciclos de vida de uma revista é diretriz de trabalho que se configura “pelo estudo específico e interno ao próprio periódico e sua produção, a partir do qual é possível reconstruir, num momento dado estágios de funcionamento e estruturação do campo educacional, movimentos de grupos de professores, disputas e tensões” (p.118). Tendo em vista que a Pro-Posições é uma revista institucional, qualquer tentativa de explicitar algo de seus modos de construir e divulgar o discurso legitimo sobre as questões de ensino ou de sua pesquisa passa pela atenção aos diferentes períodos da gestão editorial. Ainda de acordo com Catani (1996, p. 127)Catani, D. B. (1996, jul./dez.). A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação & Filosofia, 10(20), 115-130., em casos assim, estabelecer o ciclo de vida da revista, ao par das análises temáticas, contribui para a compreensão da própria dinâmica do campo educacional.

Como adiantei anteriormente, entre a criação da revista e a crise de 1997, José Camilo dos Santos Filho editou 22 números da Pro-Posições num formato estável, padronizado nas dimensões de 18 x 26 cm com capa em 4 cores que se pode identificar como a primeira fase da revista. Publicou os dez primeiros números pela Editora Cortez e os demais por gráficas próprias da universidade – na Gráfica ASE Unicamp os nº 11 e 12 e na Gráfica da FE/Unicamp os restantes. Da comissão de redação que elaborou o primeiro número, Newton Aquiles Von Zuben e Marcia Regina Ferreira de Brito só deixaram a editoria na reestruturação de 2001, Lucia Mercês de Avelar e Ezequiel Theodoro da Silva saíram mais precocemente. Fermino Fernandes Sisto e Mara Regina Lemes de Sordi entraram posteriormente e findaram participação na reestruturação do número 34, em 2001. Além do próprio editor desse primeiro ciclo da publicação, Ana Lúcia Goulart de Farias e Pedro Goergen, na comissão desde novembro de 1994, e Agueda Bittencourt, na revista a partir de julho de 1996 e responsável pela reorganização de 2001, continuaram atuando como editores. Pedro Goergen, no entanto, somente até novembro daquele ano.

A nova configuração da comissão editorial atuou de forma estável entre 2001 e 2008, quando outra reestruturação incorporou a figura do editor associado. Luci Banks, Maria Helena Salgado Bagnato e Vicente Rodriguez permaneceram todo o período, trabalhando com Joaquim Brasil, até novembro de 2001; com Maria Inês Rosa, até abril de 2004; e com Eliana Ayoub, Ana Angélica Medeiros Albano e Elisabete Nogueira Gomes da Silva Mercuri, a partir de 2002; e Ana Luiza Bustamente Smolka, desde 2007. A partir de 2005 até o fim desse período, Alejandra Corbalan, da Argentina; Martha Cecília Herrera Cortez, da Colômbia; Renata Grassioto, do Canadá; e Roberto Carvalho de Magalhães, da Itália, contribuíram com a comissão editorial. Após publicar uma dezena de números na transição entre um grupo editorial e outro, Agueda Bittencourt editou outros 23 números juntamente com a equipe que então formou. Ainda na transição, o número 25, de março de 1998, recebeu nova orientação temática e novo tratamento editorial. Passou então a ser publicado em formato 16 x 23 cm e com projeto gráfico de capa produzido por Milton José de Almeida durante todo o período. Variações de layout após o número 45, a partir de 2005, formam um segundo conjunto de mais 11 números até 2008.

Quando Luci Banks-Leite substitui Agueda Bittencourt na função de editora-chefe em 2008, manteve-se o mesmo formato editorial. Com pequenas variações na diagramação foram editados 13 números entre fins de 2008 até 2012. O último número de 2012 e do período de gestão de Luci Banks-Leite apareceu com projeto gráfico inteiramente novo. O trabalho desenvolvido por Daniel Bueno e Carol Grespan redefiniu as dimensões do formato, a partir de então de 17,5 x 25 cm, os tipos gráficos das letras, o layout interno das páginas e a capa. Também foi o período em que a ideia de editor associado se sobrepôs como compreensão do trabalho realizado pela comissão editorial. De fato, a partir do nº 57, de setembro/dezembro de 2008, o colegiado responsável por auxiliar o trabalho da editora científica passou a ser identificado por Editores Associados. Além de a própria Luci Banks-Leite assumir a chefia editorial no lugar de Agueda Bittencourt que permaneceu junto ao corpo editorial da Pro-Posições, também Ana Smolka, Maria Helena Salgado Bagnato, Vicente Rodriguez, Ana Lucia Goulart de Farias e Eliane Ayoub se mantiveram como comissão, então, na qualidade de editores associados.

Portanto, as mudanças que ocorreram entre 2008 e 2012 foram produzidas no interior de um grupo advindo da gestão anterior da revista, assegurando a continuidade de propósitos e a estabilidade dos processos de produção. Diferentemente da reestruturação de 2001, a transição não refez inteiramente a equipe de trabalho, e a sucessão de Luci Banks-Leite decorreu do fim do mandato e, como em 2008, pouco afetou a composição da editoria. Em seu lugar, assumiu Ana Maria Fonseca de Almeida, editora associada desde 2008 e mantiveram-se, além da ex-editora-chefe, Ana Smolka, Maria Helena Salgado Bagnato e Vicente Rodriguez. Com o fim das participações de Agueda Bittencourt, Ana Lucia Goulart de Faria e Eliana Ayoub, recompôs-se, a partir do nº 70, de jan./abr. 2013, o grupo de Editores Associados. Entre 2013 e 2015, integraram-se à revista como editores associados Débora Jeffrey, Silvio Gallo e Helena Sampaio já em 2013 e, no ano seguinte, Norma Sandra de Almeida Ferreira, Elisabete Monteiro de Aguiar Pereira e Soely Polidoro.

Ana Maria Fonseca de Almeida editou os últimos 7 números impressos da Pro-Posições no mesmo padrão gráfico desenvolvido pela gestão anterior e outros 2 números exclusivamente em formato digital. Em 2013, ao adotar o sistema de gestão de manuscritos ScholarOne, modificaram-se o processo de submissão à revista e o acompanhamento dos originais. Dois anos mais tarde, aderindo a novos critérios de indexação do SciELO, a Pro-Posições adotou a licença CC-BY3 3 Licença do Creative Commons que permite download e utilização irrestrita de artigos, com citação da fonte. , como padrão de atribuição de acesso aberto, visando maximizar a disseminação dos seus artigos (Sampaio, 2015Sampaio, H. (2015, maio/ago.). Editorial. Pro-Posições, 26(2)/77), 15-20., p. 20). Também se deu a ampliação do número de editores associados com a inclusão de membros externos à Faculdade de Educação da Unicamp. Em torno de 8 entre 2001 e 2013, chegou a 16 depois de 2015. À época, Almeida (2015)Almeida, A. M. F. de. (2015, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 26(3)/78), 15-18. reiterou em editorial o compromisso da revista com as práticas que “levam os periódicos a se tornarem, de fato, ferramentas de produção do conhecimento” (p. 16). O período envolveu, ainda no entendimento de Almeida, “a qualificação dos pareceres, o respeito aos prazos de processamento dos manuscritos, a transparência dos processos de avaliação”(p. 16) e, também, o aumento de custos.

No último quadriênio, a revista circulou exclusivamente na versão online. Esse período já reúne 13 números e constitui outra fase da circulação da Pro-Posições. A exceção dos nºs 77 e 78, Silvio Gallo encarregou-se da edição dos volumes a partir daí. O padrão gráfico do projeto editorial impresso foi alterado, e o número de artigos publicados por número aumentado. Entre 11 e 14 artigos desde que a revista se reorganizou em 2001, o nº 84, de jan./abr. de 2018, chegou a 20 artigos, e o nº 88, de set./dez. de 2018, publicou 28 artigos. O período de consolidação do gerenciamento dos manuscritos pelo sistema ScholarOne e dos padrões de qualidade definidos tanto pela CAPES quanto pelo SciELO também foi de forte restrição orçamentária em meio a crescimento constante de custos e de novos desafios editoriais em tempos de discussões acerca de práticas como do preprint e da publicação contínua de artigos ou de ideias como a “ciência aberta” (Packer et al., 2018Packer, A. L., Sales, D. P., Santos, S., Mendonça, A., & Meneghini, R. (2018). Os critérios de indexação do SciELO alinham-se com a comunicação na ciência aberta. SciELO em Perspectiva, 2018. Recuperado em 27 de março de 2018, de http://blog.scielo.org/blog/2018/01/10/os-criterios-de-indexacao-do-scielo-alinham-se-com-a-comunicacao-na-ciencia-aberta/.
http://blog.scielo.org/blog/2018/01/10/o...
)

De todo modo, da perspectiva da gestão da revista, a criação, a reorganização e a consolidação, o aperfeiçoamento do processamento dos manuscritos e a atualização dos protocolos e expedientes editoriais, além de etapas, distinguem diferentes iniciativas e estratégias editoriais. Inicialmente, o diálogo com a sociedade que José Dias Sobrinho, José Camilo dos Santos Filho, Ezequiel T. da Silva, Milton José de Almeida, Márcia Brito, Lucia Mercês de Avelar e Newton Aquiles von Zuben buscavam, ao criar a Pro-Posições, fez dela um meio de os docentes da faculdade se expressarem e de a própria faculdade publicar os resultados dos debates e dos eventos que então promovia. Nesse período, predominou a presença de docentes da FE e dos eventos que, na época, promoveram. A reorganização da revista e a revigoração das suas mudanças entre 2001 e 2012 alcançaram outras redes de pesquisadores, internacionalizaram suas páginas com a publicação de autores estrangeiros e contribuíram para consolidar temas de pesquisa nacionais sem desfazer o vínculo institucional da comissão editorial com a própria Faculdade de Educação. O aperfeiçoamento do processamento dos manuscritos e dos demais expedientes de editoria envolveu e permitiu incluir editores associados de outras universidades, estrangeiras inclusive, no trabalho de gerenciamento do fluxo editorial. Enfim, atualmente, conservar o prestígio junto aos órgãos de avaliação e a confiança dos pesquisadores exige continuar criando, aperfeiçoando e articulando inventivas de aferição da qualidade, garantia da lisura ética dos processos de avaliação e, também, dos resultados da pesquisa publicada.

As etapas que as diferentes gestões delimitam não se circunscrevem apenas por decisões internas ao comitê editorial. Há dinâmicas institucionais e conjunturais que precipitam a mudança de gestão, como na fase mais inicial, ou dos expedientes do processamento editorial, tão marcante nos últimos períodos da Pro-Posições. Assim, do primeiro tipo de dinâmica, a situação política da Faculdade e a maneira como a direção apoiou seu periódico entre 1990 e 1997 e, depois, entre 1997 e 2001, até confundir-se com a própria editoria da revista entre 2001 e 2004, conforme o caso, beneficiaram a produção da revista com insumos próprios, favoreceram novos modos de estruturação editorial ou conservaram padrões e equipe. Do outro tipo, os padrões impostos pela CAPES ou as exigências do SciELO, as injunções da política científica, as transformações da pós-graduação ou os ciclos de maior escassez de recursos afetam os expedientes editoriais de um periódico com as vicissitudes próprias das disputas por recursos e prestígio, do fomento, das condições da pesquisa na universidade e do crescimento dos custos. Sobretudo, a adoção do sistema ScholarOne e da licença CC-BY, o encerramento da edição impressa, a ampliação e a diversificação da comissão editorial e o aperfeiçoamento dos processos avaliativos responderam a diferentes tipos de demandas ou a pressões dos quais, não poucas vezes, dependeu a própria continuidade da revista, sua confiabilidade e sua qualidade.

As mudanças que a revista enunciou

Além dos testemunhos de celebração e dos ciclos de gestão, as mudanças editoriais que a própria revista enuncia e reconhece também contribuíram para a compreensão do trabalho dos responsáveis por sua publicação. Em três décadas de circulação da Pro-Posições, cinco editoriais registraram as alterações de formato. Dois deles assinados por Luci Banks-Leite, um por Agueda Bittencourt, outro por Letícia Bicalho e um outro por Ana Maria Fonseca de Almeida. Além dos editoriais, uma mesma menção na folha de rosto dos nºs 23 e 24 anunciaram mudanças para o número 25 na orientação temática, no formato e na capa. Embora, de fato, o nº 25 tenha aparecido reformulado, Letícia Bicalho preferiu apenas informar a mudança de escopo e anunciou a introdução de duas novas sessões, uma de ensaios e outra de cinema. Os editoriais dos números 35/36 e 69, de Luci Banks-Leite, informaram as mudanças do modelo editorial impresso que ocorreram, respectivamente, em 2001 e 2012. Na edição de número 49, de 2006, Agueda Bittencourt noticiou o início da circulação online da revista. Em menos de uma década, Ana Maria Almeida Fonseca anunciou no editorial do número 78, de 2015, o encerramento da produção da versão impressa da Pro-Posições.

Diferentemente das comemorações das efemérides de 20 e 25 anos de publicação, os editoriais que se detiveram nas mudanças de formato e no projeto gráfico da revista não marcaram um antes e um depois na sua gestão ou escopo, embora anunciassem mudanças. Em meio à crise que interrompeu a regularidade de publicação do periódico da Faculdade, no editorial do nº 25, de 1998, a profunda alteração de identidade visual da Revista não mereceu nenhuma menção. Seguiram-se dez números até que, em 2001, quando a Pro-Posições retomou sua periodicidade e iniciou uma nova sequência estável de uma dezena de números, entre o 35/36 e o 45, Luci Banks-Leite (2001)Banks Leite, L. (2001, jul./nov.). Editorial. Pro-Posições, 12(2-3)/35-36), 7-10. ocupou-se das mudanças:

A revista Pro-Posições surge, a partir deste número, em um novo modelo editorial: inclui um dossiê temático, ou seja, um conjunto de textos sobre um assunto atual e relevante, escrito por pesquisadores reconhecidos por sua competência na área relativa à questão abordado e, além disso, apresenta artigos e resenhas conforme o formato anterior. Decidimos escolher o tema Educação especial e políticas inclusivas para inaugurar essa nova etapa da revista, por se tratar de uma questão polêmica, de grande importância na atualidade. (p. 7)

As diferenças entre o conjunto produzido desde então até 2001 e o que foi publicado a partir daí são pequenas e estão em detalhes de enquadramento de capa e tipo e tamanho da fonte. Novas mudanças gráficas sutis passaram sem menção no primeiro número de 2005. A partir do nº 46 a disposição das informações mudou na capa e na lombada da edição e houve um novo pequeno aumento da fonte. Também foi quando a revista começou a informar as datas de recebimento e publicação de cada artigo. Esse novo padrão permaneceu até 2012 e reuniu 23 números. Foi o período quando a versão digital da revista iniciou a circular, fato que Agueda Bittencourt (2006)Bittencourt, A. (2006, jan./abr.). Editorial. Pro-Posições, 17(1)/49), 7-9. anunciou assim:

Este número inaugura a nova forma de circulação da revista, sem deixar de circular no formato impresso, no site da Faculdade de Educação da Unicamp. Entendemos que as publicações periódicas são instrumentos de veiculação ágil de resultados de pesquisa, de estudos em andamento, de debates estabelecidos por grupos de estudiosos. Portanto, vemos com alegria a ampliação da divulgação deste trabalho. (p. 8)

Em 2015, Ana Maria Fonseca de Almeida (2015)Almeida, A. M. F. de. (2015, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 26(3)/78), 15-18. escreveu sobre o encerramento da produção da versão impressa da revista:

reconhecendo que os pesquisadores cada vez mais recorrem às versões digitais para entrar em contato com produção da área, o que é documentado, inclusive pela legitimidade alcançada pela versão online da Pro-Posições, cujo número de acessos tem crescido exponencialmente, a comissão editorial considerou que este é o momento de encerrar a versão impressa da revista. (p. 7)

Entre 2006 e 2015, a publicação online consolidou a comunicação científica por meio da web e cresceu em importância. Como testemunhou Almeida para o caso da Pro-Posições, também os estudos sobre a produção científica em acesso aberto, os repositórios digitais ou a comunicação científica acusaram aumento do número de acessos dos conteúdos digitais dos periódicos (Packer, 2014Packer, A. L. (2014, abr./jun.). A eclosão dos periódicos do Brasil e cenários para o seu porvir. Educação e Pesquisa, 40(2), 301-323.; Santos & Rodrigues Jr, 2017Santos, G. C., & Rodrigues Jr, D. M. (2017). Identidade editorial na construção consolidada dos periódicos científicos na Universidade. Blog PPEC. 2017. Recuperado em 30 de setembro de 2017, de https://periodicos.sbu.unicamp.br/blog/index.php/2017/06.
https://periodicos.sbu.unicamp.br/blog/i...
). O estudo de Abel Laerte Packer (2014)Packer, A. L. (2014, abr./jun.). A eclosão dos periódicos do Brasil e cenários para o seu porvir. Educação e Pesquisa, 40(2), 301-323. reconhece que o indicador mais direto do uso dos periódicos do Brasil é o número de downloads de textos completos de artigo. Considerando a coleção SciELO, Packer (2014, p. 314) afirma que os periódicos correntes tiveram, no segundo semestre de 2013, uma média mensal de 51 mil downloads por periódico e de 62 mil por artigo.

Como o ciclo de gestões, os anúncios das mudanças no projeto gráfico ou no suporte de circulação distinguem diferentes iniciativas e estratégias editoriais. No entanto, em vez de estabelecerem a política editorial como marco cronológico do ciclo de vida da revista, registram as alterações de formato e diagramação por que passou o miolo, a capa ou todo o conjunto gráfico. A principal mudança foi a que ocorreu no último número de 2012, com projeto gráfico encomendado e substituição completa da identidade visual da revista. Era também o último número do mandato de Lucy Banks-Leite (2012)Banks Leite, L. (2012, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 23(3)/69), 13-17. como editora-chefe da Pro-Posições, que notificou do seguinte modo a reconfiguração da versão impressa do periódico:

A revista encerra o ano de 2012 em um novo formato, tanto da capa como da parte interna. Após um longo período de estudo, tendo em vista a implantação de um novo projeto gráfico, partilhamos com nossos leitores o resultado desse trabalho, levado a cabo por Daniel Bueno e Carol Grespan. (p. 17)

A versão digital acompanhou as mudanças e reproduziu a diagramação do miolo da revista impressa nos arquivos disponibilizados. Com o fim da edição impressa a partir do nº 77, essa situação não perdurou muito. Já na publicação do número 80, em 2016, abandonou-se o modelo criado quatro anos antes. Livre da encadernação que tornava visível a unidade da proposta editorial de cada novo número, os textos passaram a ostentar então o logotipo da revista no cabeçalho das páginas.

O mundo digital, no entendimento de Chartier (2014)Chartier, R. (2014). A mão do autor e a mente do editor. São Paulo: Unesp., é feito de “fragmentos descontextualizados, justapostos e indefinidamente recompostos, livres de qualquer necessidade ou desejo de compreensão da relação que os inscreve dentro das obras das quais foram extraídas” (p. 124), não parece de todo desapropriado para artigos científicos isolados como aqueles publicados pelas revistas acadêmicas. Entretanto e apesar da insistência em se conservarem na textualidade digital os mecanismos de coerência editorial da qual faz parte o conteúdo dos arquivos, tanto os desafios quanto as possibilidades desse novo formato apenas começaram a ser compreendidos e experimentados.

Também nesse caso, o editorial não se ocupou da transição de formato e suas implicações na recomposição da versão digital. Parte corrente do trabalho da equipe envolvida na produção editorial, mudanças, adequações e ajustes na identidade visual do periódico subsomem diante de tantos outros protocolos editoriais. De modo que, por um lado, quando enunciados em editorial, demarcam etapas no ciclo de vida da revista que se buscou explicitar visualmente. Nessa direção, a retomada da periodicidade da Revista entre os números 35/36 e o 45, o início da circulação online a partir do número 49, a completa reconfiguração visual do número 69 e a publicação apenas da versão digital a partir do número 77 distinguem iniciativas e estratégias editoriais por meio das quais se transformaram procedimentos de composição e escopo da Pro-Posições e o seu próprio formato.

Por outro lado, as mudanças de formato que a revista deixou de enunciar não prescindem de significado, pois também apontam pistas férteis. A mudança de escopo e a introdução de duas novas sessões do nº 25 foram acompanhadas de nova capa e formato, conforme anunciado na folha de rosto dos números 23 e 24. Já as pequenas e sutis diferenças entre o conjunto publicado a partir daí e o que foi produzido entre 2001 e 2004 e, depois, entre 2005 e 2012, se deram como desdobramentos de um período de uma década e meia de estabilidade editorial e apoio institucional. Em todos os casos, carregam as marcas das vicissitudes por que passou a produção da revista e testemunham sobre seus ciclos de vida. As indicações acerca da editora onde o periódico foi impresso, das agências financiadoras dos seus custos e da equipe responsável pelos seus expedientes, conferem alguma expressão ao silencioso trabalho de publicar os resultados de pesquisa em uma área específica do conhecimento. As mudanças que, ao longo do tempo, ocorreram nesse trabalho, são aquilo que o estudo dos ciclos de vida de um periódico auxilia compreender.

Para as pesquisas que fazem dos periódicos sua fonte e, também, objeto de análise, a compreensão dos ciclos de vida é um recurso profícuo. Ao se caracterizarem a recorrência de temas ou as redes de pesquisadores numa área ou num periódico, a consideração das condições específicas de produção nas quais os discursos foram gerados favorece o estudo da dinâmica da sua circulação. Ainda que, como adverte Catani (1996)Catani, D. B. (1996, jul./dez.). A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação & Filosofia, 10(20), 115-130., se possa tratar das condições gerais de um campo no momento da emergência de certos discursos, “a especificidade na qual essas condições se configuram e a maneira pela qual se infiltram na produção é melhor entrevista a partir da investigação sobre os próprios suportes matérias de circulação” (pp. 121-122).

Considerações finais

Os testemunhos de celebração, os ciclos de gestão e as mudanças no suporte de circulação da Pro-Posições, cujo estudo potencializa a utilização dessa revista como fonte de pesquisa, merecem ainda outras incursões. Trazem pistas das diferentes fases de produção e trabalho que, ao longo de 30 anos, articularam editores, pesquisadores e também representações do modo de operar no campo educacional. De modo que, como já apontaram Carvalho (1998)Carvalho, M. (1998). Por uma história cultural dos saberes pedagógicos. In C. P. de Sousa, & D. Catani (Org.), Práticas educativas, culturas escolares, profissão docente (pp. 31-40). São Paulo: Escritura. e Catani (1996)Catani, D. B. (1996, jul./dez.). A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação & Filosofia, 10(20), 115-130. a propósito da pesquisa em periódicos e impressos educacionais, permitem tanto encontrar redes de relações tecidas nos itinerários intelectuais dos responsáveis pela sua publicação quanto interrogar as representações sociais e institucionais do exercício da docência e do trabalho de formação e os propósitos da investigação educativa que afiançaram editores ou autores. Sobretudo dessa perspectiva, também a revista Pro-Posições é não só fonte para a compreensão de discursos, de relações e práticas que modelaram a discussão sobre educação nas últimas três décadas como objeto que explicita algo do funcionamento do próprio campo educacional. Acompanhar o seu aparecimento e ciclo de vida, então, possibilita perceber a participação do periódico e dos seus agentes produtores na elaboração dos discursos que visam a instaurar práticas exemplares.

Por um lado, conforme reconheceram Bittencourt e Mercuri (2009)Bittencourt, A., & Mercuri, E. (2009, set./dez.). Entre capas e letras, embates e crenças. 20 anos de Pro-Posições. Pro-Posições, 20(3)/60), 161-178., “estudar uma revista pode ser o acompanhar dos movimentos de rede que se tecem e se desmancham, suas fantasias e suas crenças, os embates pelos poderes” (p. 161). E não foram poucas as marcas que grupos de pesquisa e, também, grupos de outras naturezas, deixaram das afinidades entre seus membros, das estruturas elementares das suas sociabilidades e das suas predileções por certos temas nos dossiês publicados na revista. Por outro lado, o estudo de um periódico ainda corrente como é a Pro-Posições pode contribuir para a compreensão dos modos como mudaram as representações sobre a prática docente, as estratégias para sua formação ou as formas de produção, circulação e apropriação dos saberes pedagógicos. Como dispositivo de conformação das práticas escolares, na forma de Marta Carvalho (1998)Carvalho, M. (1998). Por uma história cultural dos saberes pedagógicos. In C. P. de Sousa, & D. Catani (Org.), Práticas educativas, culturas escolares, profissão docente (pp. 31-40). São Paulo: Escritura. perceber esses saberes, os impressos dão registro às “representações que agentes determinados fazem de si mesmos, de suas práticas, das práticas de outros agentes, de instituições – como a escola – e dos processos que as constituem” (p. 38). Ainda, como as análises de Faria (2009)Faria, G. G. G. de. (2009, jan./jun.). O fracasso escolar nas páginas de Cadernos de Pesquisa: um percurso de investigação. Educativa, 12(01), 171-189., Galvão et al. (2008)Galvão, A. M., Gonçalves, J. G., Biccas, M. de S., & Moraes, D. Z. (2008, jan./abr.). Difusão, apropriação e produção do saber histórico: a Revista Brasileira de História da Educação (2001-2007). Revista Brasileira de História da Educação, 16, 171-234., Gandini (1995)Gandini, R. (1995). Intelectuais, estado e educação. Revista Brasileia de Estudos pedagógicos 1944-1952. Campinas: Unicamp., Lüdke e Boing (2007)Lüdke, M., & Boing, L. A. (2007, out.). O trabalho docente nas páginas de Educação & Sociedade em seus (quase) 100 números. Educação & Sociedade, 28(100), 645-650. já mostraram para outros periódicos, eixos demarcadores de recortes bastante específicos podem ser examinados nas formas pelas quais circulam nos periódicos. O uso social da educação, o trabalho docente ou o fracasso escolar, entre balanços de tantas outras questões da educação brasileira, exemplificam alguns temas em que o estudo das revistas da área contribuiu para a problematização.

Também as mudanças no campo da editoração científica nas últimas três décadas têm na revista Pro-Posições alguns vestígios conservados. De uma parte, o modelo avaliativo dos periódicos acadêmicos organizado e conduzido pela Coordenação de Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior – Capes a partir de 1998 e, por outra, a criação do portal SciELO, em 1997, consubstanciaram padronizações de critérios de qualidade e exigências de procedimento com forte impacto na política editorial das revistas científicas. Atualmente, os parâmetros para o controle da endogenia da produção no interior da revista, o acesso aberto ou o esforço de internacionalização da pesquisa brasileira pautam as discussões de qualquer comissão editorial de um periódico bem ou mal avaliado pela Capes e pertencente ou não à coleção SciELO. Ademais, há a questão dos custos da produção. E considerar o impacto que os serviços que enviar a revista em linguagem XML, emitir um DOI, utilizar programas antiplágio, demandam dos editores calcular os custos. Como bem notou Kuhlmann Jr (2015)Kuhlmann Jr., M. (2015, out./dez.). Produtivismo acadêmico, publicação em periódicos e qualidade das pesquisas. Cadernos de Pesquisa, 45(158), 838-855., “mesmo na produção do acesso aberto, demandas e lucros de empresas constrangem a dinâmica da publicação” (p. 847).

Por fim, trata-se de um tipo de publicação que diz respeito ao esforço cotidiano de cada um de nós para publicar os resultados das nossas pesquisas e atividades e, assim, igualmente, mostra-nos algo das vicissitudes do campo no qual trabalhamos. Desta perspectiva, a discussão em torno da qualidade e da relevância das pesquisas, da publicação em periódicos e do produtivismo acadêmico envolve a trajetória das revistas científicas nas questões éticas e de generalização de boas práticas de investigação. Também a integridade científica se tornou um tema relevante nas comissões editoriais e, assim, um elemento do atual ciclo de vida dos periódicos em que, hoje, divulgamos os resultados de nossas pesquisas. As relações que os processos de divulgação do conhecimento científico mantêm com a atual política de avaliação da pós-graduação no Brasil avolumam os desafios inerentes aos procedimentos de avaliação e publicação efetivados pelos editores. Atestam-no tanto editoriais, como os da Revista de Sociologia e Política (Os Editores, 2015Os Editores. (2015, jun.). Editorial. Revista de Sociologia e Política, 23(54), 03-08.), Trabalho, Educação e Saúde (Fonseca, 2015Fonseca, A. F. (2015, set./dez.). Elaboração de parecer: uma atividade na interface entre ensino e pesquisa. Editorial. Trabalho, Educação e Saúde, 13(3), 555-563.) e da própria Pro-Posições (Almeida, 2015Almeida, A. M. F. de. (2015, set./dez.). Editorial. Pro-Posições, 26(3)/78), 15-18.), quanto as análises que editores, como Kuhlmann Jr (2014Kuhlmann Jr., M. (2014, jan./mar.). Publicação em periódicos científicos: ética, qualidade e avaliação da pesquisa. Cadernos de Pesquisa, 44(151), 6-32., 2015)Kuhlmann Jr., M. (2015, out./dez.). Produtivismo acadêmico, publicação em periódicos e qualidade das pesquisas. Cadernos de Pesquisa, 45(158), 838-855. e Rego (2014)Rego, T. C. (2014, abr./jun.). Produtivismo, pesquisa e comunicação científica: entre o veneno e o remédio. Educação e Pesquisa, 40(2), 325-346., já publicaram acerca das condições de atuação nesse campo. Na maneira como estabelecem conexões e articulam “representações sociais e institucionais do trabalho docente e da formação e as propostas de investigação e intervenção” (Catani, 1996Catani, D. B. (1996, jul./dez.). A imprensa periódica educacional: as revistas de ensino e o estudo do campo educacional. Educação & Filosofia, 10(20), 115-130., p. 127), parecem dar razão à afirmação de que “o estudo dos periódicos correntes contribui significativamente para a elucidação dos modos de organização e da dinâmica do campo educacional” (p. 127).

Para além das inventivas dos editores responsáveis pelo processo de gestão e avaliação dos manuscritos, dos cinco ou seis diferentes ciclos de produção e de quase uma centena de editoriais, é em meio aos artigos e seus autores e autoras, aos muitos dossiês temáticos, às capas veiculadas em cada nova edição e todos os demais tipos textuais organizados em diferentes seções da revista que se pode explorar essas outras dimensões da história de três décadas da circulação da Pro-Posições. Afinal, na tentativa de estudo e análise da trajetória e ciclos de vida de um periódico nem tudo é ordenação, classificação e generalização. Conforme adverte Tânia de Luca (2011)Luca, T. R. de. (2011). Leituras, projetos e (re)vista(s) do Brasil (1916-1944). São Paulo: Unesp., ao lidar com a Revista do Brasil, é preciso “admitir que a experiência vivida se revela muito mais multifacetada e complexa” (p. 345). Ainda que fecunda, a compreensão das condições de circulação da Pro-Posições e do modo como se tornou peça importante do projeto editorial da Faculdade de Educação é tão somente uma pista da intrincada trama de fazeres e movimentações em torno da publicação de um periódico acadêmico de três décadas de circulação. Um começo, portanto.

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    Normalização, preparação e revisão textual: Leda Farah (farahledamaria@gmail.com) e Vera Bonilha(verabonilha@yahoo.com.br)
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    Texto integrante do dossiê especial: “Pro-Posições 30 anos”, organizado pelo Prof. Dr. André Luiz Paulilo. Editor responsável: Prof. Dr. Silvio Donizetti de Oliveira Gallo.
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    Licença do Creative Commons que permite download e utilização irrestrita de artigos, com citação da fonte.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Nov 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    03 Jul 2019
  • Aceito
    16 Ago 2019
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