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Avaliação da qualidade de vida em docentes brasileiros: uma revisão sistemática1 1 Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ nº 408398/2013-2); PUCRS (Edital BPA/2014)

Evaluation of Brazilian teachers' quality of life: a systematic review

Resumo

O objetivo desta revisão sistemática foi conhecer características e qualidades metodológicas das pesquisas sobre a avaliação da qualidade de vida (QV) com professores brasileiros. Bases de dados eletrônicas (Scielo, Lilacs, Pepsic) foram consultadas a partir do ano 2000, usando o descritor QV combinado com palavras-chave para buscas em periódicos avaliados por pares. Os 12 artigos selecionados foram avaliados por dois pesquisadores, de acordo com indicadores predefinidos. Os resultados evidenciaram maior concentração de publicações a partir de 2012 e no Ensino Superior; preponderância de estudos quantitativos, transversais, utilizando instrumentos padronizados. No entanto, a apresentação dos resultados e das conclusões e a caracterização das amostras pesquisadas revelaram questões que demandam atenção metodológica. O impacto dessas questões nas pesquisas futuras e as limitações do presente estudo corroboram a relevância da revisão sistemática para a pesquisa científica.

Palavras-chave:
qualidade de vida; docência; avaliação; revisão sistemática

Abstract

The aim of this systematic review was to identify characteristics and methodological qualities of studies evaluating quality of life (QOL) of Brazilian teachers. Electronic databases (SciELO, Lilacs, Pepsic) were consulted from the year 2000, using the descriptor combined with QOL keywords professors, teachers and education, restricting the search to publications in peerreviewed journals. The 12 studies that met inclusion criteria for the final sample were evaluated by two researchers, according to predefined indicators. The results showed a greater concentration of publications from 2012 and focusing on college education; preponderance of quantitative, cross-sectional studies, using standardized instruments. However, the presentation of results and conclusions, and the characterization of the studied samples revealed methodological issues that require attention. The impact of these issues in future research and the limitations of this study confirm the importance of the systematic review for scientific research.

Keywords:
quality of life; teaching; evaluation; systematic review

Os dados sobre sistemas educacionais exitosos, divulgados no relatório da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2006)Organização de cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE). (2006). Professores são importantes: atraindo, desenvolvendo e retendo professores eficazes. São Paulo: Moderna. 252p., de modo unânime, ressaltam a importância dos professores para a qualidade na educação. A Conferência Mundial de Educação para Todos, a se realizar em 2015, com foco na universalização da educação, é outra evidência de que, nas últimas décadas, a profissão docente tem sido observada em suas potencialidades e limitações, com especial atenção ao sujeito professor. Nessa perspectiva, o desafio emergente para a qualidade da educação, pautado na busca de equilíbrio entre metas quantitativas e qualitativas, aponta a necessidade de "cuidar (mais e melhor) dos professores, sujeitos nucleares dos processos educativos, sem cuja contribuição, as iniciativas de expansão e melhoria dos sistemas escolares estão fadadas ao insucesso" (p.120).

Como profissão, a docência configura-se como atividade complexa, interativa e multidimensional, envolvendo diversidade de tarefas e atuações, agrupadas em quatro grandes categorias: (1) essenciais (quase sempre obrigatórias e de caráter não quantificável) que giram em torno da relação com os alunos e com o processo de ensino e aprendizagem; (2) relação com pares; (3) formação e desenvolvimento pro-fissional, (4) participação na gestão e organização escolar (Tardif & Lessard, 2007Tardif, M., & Lessard, C. (2007). O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. (J. B. Kreuch. trad., 3a. ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.). Portanto, não está fundamentada apenas pela lógica racional, mas mantém especial ênfase na interação humana e em todas as especificidades dela decorrentes, demandando dos professores equilíbrio contínuo, tanto físico como psíquico, social e espiritual, refletindo-se na sua percepção de qualidade de vida.

A qualidade de vida (QV) vem ocupando crescente espaço nas pesquisas empíricas, especialmente nas últimas décadas. No entanto, tomar a QV como objeto da ciência não é simples, implicando em dois grandes desafios ainda antes do início da pesquisa científica propriamente: (1) defini-la como construto conceitual e operacional, a partir de sua natureza latente e (2) buscar formas de mensurá-la por meio de metodologias adequadas. Reconhecer a QV como um construto científico demanda o abandono da compreensão intuitiva do seu significado, típica do senso comum, visando à busca de uma conceituação, senão unânime, ao menos aceita pelas diferentes áreas do conhecimento que a utilizam.

Na atualidade, o conceito de QV mais disseminado e universalmente conhecido é descrito pela Organização Mundial da Saúde por meio do Grupo de Qualidade de Vida (WHOQOL):

Qualidade de vida é definida como uma percepção individual da posição do indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito de alcance abrangente, afetado de forma complexa pela saúde física, estado psicológico, nível de independência, relações sociais e relações com as características do meio ambiente do indivíduo (World Health Organization; WHO, 1993World Health Organization - WHO. (1993). WHOQOL Focus Group Work. Retirado em 02 de maio de 2014, de http://www.who.int/mas/mnh/mhp/ql.htm
http://www.who.int/mas/mnh/mhp/ql.htm...
).

Ainda que outras definições tenham sido cunhadas para a QV, a maioria reconhece a relevância de dois aspectos teóricos. O primeiro relaciona-se à subjetividade implícita ao construto, o que permite a distinção de QV da noção objetiva de "padrão de vida". Assim, a percepção do próprio indivíduo sobre sua existência assume mais valoração à QV do que aquilo que é observável a partir da realidade externa. O segundo aspecto relevante é a abordagem multidimensional do construto, o que leva a reconhecer a diferença entre examinar a QV do ponto de vista global e a QV relacionada à saúde ou a uma doença específica, fazendo-se também clara distinção entre o conceito de saúde e o de QV.

A QV global parte, epistemologicamente, do social, permitindo a compreensão de diferentes domínios da existência, abrangendo relações familiares, motivações, desejos, recursos e oportunidades disponíveis para a satisfação e o bem-estar, independente ou não da presença de um problema de saúde ou uma doença. Já a QV relacionada à saúde se foca no estado funcional e no senso de bem-estar implicado nas limitações decorrentes de problemas ou doenças físicas ou psíquicas (Gill & Feinstein, 1994Gill, T., & Feinstein, A. (1994, agosto). A critical appraisal of the quality of quality-oflife measurements. JAMA, 272(8), 619-626. doi: 10.1001/jama.1994. 03520080061045
https://doi.org/10.1001/jama.1994.035200...
; Leplege & Hunt, 1997Leplege, A., & Hunt, S. (1997, julho). The problem of quality of life in medicine. JAMA, 278(1), 47-50. doi:10.1001/jama.1997.03550010061041
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).

Entende-se, a partir dessas conceituações, que as metodologias para avaliar a QV não são unitárias, sendo classificadas como medidas específicas e medidas genéricas. As medidas específicas, como o nome já evidencia, são recomendadas para avaliar a QV em determinadas populações (crianças, idosos, gestantes, trabalhadores) ou em grupos com um determinado diagnóstico de doença ou condição específica, como HIV, dor lombar, depressão, etc. Já as genéricas são utilizadas para estabelecer comparações e associações entre diferentes populações ou aspectos determinados, como hábitos e estilos de vida, tipos de profissões, tipos de transtornos ou patologias, grupos demográficos, entre outros (Patrick & Deyo, 1989Patrick, D. A., & Deyo, R. A. (1989). Generic and Disease-Specific Measures in Assessing Health Status and Quality of Life. Medical Care, 27(3), 217-232.). Além disso, as medidas genéricas implicam, mais amplamente, no uso de recursos que se agrupam em psicométricos e descritivos (Guyatt, Feeny, & Patrick, 1993Guyatt, G., Feeney, D., & Patrick, D. (1993, abril). Measuring health-realted quality of life. Ann Intern Med, 188(8), 622-629. doi:10.7326/0003-4819-118-8-19930415000009
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) objetivando medir todos os aspectos relevantes da QV. São exemplos de instrumentos genéricos/psicométricos de avaliação de QV o SF-36 e o WHOQOL-Bref. Contudo, obviamente, a escolha do instrumento de medida adequado depende dos objetivos da pesquisa e do período destinado à avaliação.

No contexto nacional, a qualidade de vida tem sido foco de estudo apenas nas últimas décadas, sendo um campo ainda incipiente, especialmente quando associado à área da Educação. Este estudo, portanto, teve por objetivo realizar uma revisão sistemática das pesquisas empíricas sobre a avaliação da QV de professores brasileiros, publicadas a partir do ano 2000 até 30 de abril de 2014, visando conhecer as características e as qualidades metodológicas dos estudos selecionados. Integra uma pesquisa mais ampla sobre a educação frente às demandas contemporâneas, realizada com docentes brasileiros2 2 Programa de Pós-Graduação em Educação/PUCRS; Grupo de Pesquisa Psicologia Aplicada: Pessoa e Contextos. .

Método

Trata-se de uma revisão sistemática de dados publicados na literatura, visando disponibilizar uma síntese das evidências relacionadas à temática, por meio da apli cação de métodos explícitos e sistematizados de busca, análise crítica e integração da informação selecionada. Seu valor científico decorre da possibilidade de avaliação da consistência e da generalização de um espectro maior de resultados relevantes. É fundamental que os artigos importantes ou que tenham impacto sobre as conclusões sejam incluídos entre as fontes. No entanto, por ser uma pesquisa retrospectiva e secundária (ou seja, usualmente planejada e conduzida após a publicação de muitos estudos empíricos sobre um tema), a revisão depende, substancialmente, da qualidade das fontes primárias disponíveis para consulta (Sampaio & Mancini, 2007Sampaio, R.F., & Mancini, M. C. (2007, jan./fev.). Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, 11(1), 83-89. Doi:10.1590/S1413-35552007000100013
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).

Neste estudo, o processo de busca das evidências envolveu dois examinadores que avaliaram de modo independente cada artigo selecionado, de acordo com critérios previamente definidos. Para tanto, seguiu-se um protocolo de pesquisa, iniciado pela identificação das bases de dados a serem pesquisadas, definição das palavras-chave e estratégias de buscas. Foram consultadas as bases eletrônicas Scielo, Lilacs e Pepsic, utilizando-se os descritores em língua portuguesa "Qualidade de Vida e Professores/docentes" e "Qualidade de Vida e Educação". Foram considerados somente artigos publicados em periódicos indexados e avaliados por pares, a partir de 2000 até 30 de abril de 2014. Em seguida, definiu-se a seleção preliminar dos artigos. O critério de inclusão aplicado sobre a busca delimitou a seleção aos es tudos empíricos e específicos sobre a avaliação da QV de professores de qualquer nível de ensino, realizados com amostras brasileiras e redigidos em língua portuguesa.

Foram, inicialmente, captados 220 artigos, dos quais, a partir do refinamento pelo critério de inclusão e, retirando-se os que se repetiam nas bases de dados, retiveram-se 55 artigos. Como critério de exclusão aplicado a essa amostra preliminar, eliminaram-se os artigos com foco prioritário na investigação de problemas de saúde específicos (tais como, síndrome de Burnout, transtornos da voz e problemas musculoesqueléticos). Leplege e Hunt (1997)Leplege, A., & Hunt, S. (1997, julho). The problem of quality of life in medicine. JAMA, 278(1), 47-50. doi:10.1001/jama.1997.03550010061041
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justificam tal cuidado metodológico, levando em conta que o estado de saúde de um indivíduo pode ser afetado por estressores diversos, como situação socioeconômica, profissional e pelo modo de lidar com a realidade, e não apenas pela presença de um quadro clínico, podendo-se produzir resultados enviesados ou não conclusivos, ao não considerar tais pressupostos. Da mesma forma, foram excluídas pesquisas focadas em instrumentos de QV para grupos específicos (por exemplo, professores de Educação Física).

A amostra final reteve 12 artigos, os quais foram examinados, independentemente, por dois pesquisadores, destacando-se as seguintes variáveis: (a) identificação das pesquisas (ano, local, tipo de instituição e nível de ensino); (b) objetivo das pesquisas; (c) características metodológicas das pesquisas; (d) características das amostras; (e) instrumentos usados para avaliar/mensurar a qualidade de vida; (f) resultados encontrados.

Resultados

Nos 12 artigos utilizados para a revisão sistemática, constatou-se que as publicações se concentraram apenas nos últimos sete anos, com frequência maior em 2012 e 2013. Desses estudos, 7 foram realizados com professores que atuavam no Ensino Superior e 5 com professores do Ensino Básico, incluindo, em ambos os níveis, instituições privadas e públicas, tanto federais, quanto estaduais e municipais. Os métodos quantitativos de pesquisa, de delineamento transversal, foram preponderantes, havendo apenas 3 publicações utilizando metodologias qualitativas, baseadas em entrevistas. As outras 9 pesquisas utilizaram dois instrumentos padronizados para a mensuração da QV: o MOS-SF-36 (Ensino Básico) e o WHOQOL-Bref (2 pesquisas no Ensino Básico e 4 no Ensino Superior). Quanto aos objetivos, constatou-se que as pesquisas tenderam a estabelecer descrições, correlações e associações da QV com outras variáveis, mais do que investigar/mensurar a QV propriamente. De modo geral, os resultados das pesquisas apresentados em relação à QV evidenciaram-se insuficientes para o estabelecimento de comparações entre os estudos, tipicamente encontradas em revisão sistemática. O Quadro 1, apresenta o resumo das variáveis analisadas.

Quadro 1
Artigos selecionados e respectivas variáveis analisadas

No Quadro 2, observa-se a caracterização das amostras pesquisadas, revelando questões que demandam atenção metodológica. O tamanho amostral descrito nos artigos variou bastante (n=19 a n =293), quase sempre, mas não exclusivamente, em função do objetivo/método de pesquisa adotado. Observa-se também, que os dados sociodemográficos dos professores pesquisados foram coletados e/ou publicados de modo insuficiente, não incluindo, por exemplo, informações quanto à remuneração.

Quadro 2
Caracterização das amostras pesquisadas nos artigos analisados

Discussão dos resultados

a - identificação das pesquisas

Na amostra analisada, as publicações concentraram-se a partir do ano de 2008, com maior frequência nos últimos dois anos (2012 e 2013), apontando que a pesquisa que visa avaliar a QV em amostras docentes é ainda incipiente no País. Embora as pesquisas, inicialmente, tenham se concentrado no Ensino Superior, com três publicações até 2010, nos anos mais recentes há distribuição equilibrada entre os estudos nos diversos níveis de ensino. Entende-se haver um avanço relevante e necessário na pesquisa, ao incluir todos os níveis de ensino na investigação da QV, pelas peculiaridades e demandas que caracterizam e distinguem a docência no Ensino Básico e no Superior, apresentando, por exemplo, diferentes graus de cansaço físico, diversidade de tarefas extraclasse ou número de alunos em sala de aula.

Os artigos registraram pesquisas realizadas nas diferentes regiões do Brasil, com exceção da região Norte. No entanto, as regiões Sul e Sudeste mantêm concentração das amostras (oito artigos), sugerindo maior investimento acadêmico na temática em questão.

Por outro lado, as pesquisas sobre QV envolvendo docentes de instituições públicas foram predominantes (cinco artigos), seguidas das realizadas tanto em públicas como privadas (quatro artigos) e das privadas (dois artigos). Uma das publicações não especificou o tipo de instituição onde os docentes atuavam. De maneira geral, a profissão docente, especialmente no setor público, tem sido alvo de estudos que investigam a precariedade da educação versus a saúde do professor, a qual tem sofrido com as inúmeras ocorrências no ambiente educacional (violência, excesso de atividades, desrespeito, desvalorização, etc.). É, portanto, de interesse científico compreender se o enfrentamento diário da profissão docente pode estar interferindo de forma negativa na qualidade de vida do professor.

b - Objetivos das pesquisas

Embora o objetivo direto de todas as pesquisas analisadas tenha sido investigar a QV dos docentes, elas apresentaram diferenciações nos objetivos mais amplos. Cinco das 12 pesquisas (artigos 1, 6, 7, 10, 12) investigaram especificamente a multidimensionalidade do construto, explorando elementos psicométricos e fatores latentes já conhecidos e as prováveis correlações entre eles, porém apenas uma (artigo 7) vi-sou estabelecer comparações entre subgrupos docentes. Resultados de pesquisas empíricas que visam melhor compreender e definir as dimensões intrínsecas da QV, bem como as especificidades psicométricas dos instrumentos, são fundamentais para trazer avanços e/ou confirmações teóricas/conceituais ao construto, além de explorá-las em diferentes populações, consolidando a validade das metodologias e dos instrumentos de pesquisa empregados.

Três pesquisas (artigos 2, 3 e 9) focaram-se na QV associada às condições de trabalho, considerando a sua organização/estruturação e da instituição, bem como aspectos socioculturais, gênero e idade. Justifica-se a relevância de pesquisas com tais objetivos diante da complexidade e da alta exigência do trabalho docente, tanto em aspectos tangíveis (administrativos, ergonômicos, etc.) como em aspectos subjetivos (relações interpessoais, de poder, de prestígio, etc.). Sabe-se que o impacto desses elementos difere entre os contextos e entre os sujeitos, de acordo com seus recursos psicossociais e a intensidade e cronicidade das reações adversas, tendo implicações sobre a QV percebida, as quais devem ser mapeadas continuamente (Margis, Picon, Cosner, & Silveira, 2003Margis, R., Picon, P., Cosner, A. F., Silveira, R. O. (2003, abril). Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Revista de Psiquiatria, 25(1), 65-74. doi: 10.1590/S0101-81082003000400008.
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; Sadir, Bignotto, & Lipp, 2010Sadir, M. A., Bignotto, M. M., & Lipp, M. E. N. (2010, jan./abr.). Stress e qualidade de vida: Influência de algumas variáveis pessoais. Paidéia (Ribeirão Preto), 20(45),73-81. doi:10.1590/S0103-863X2010000100010
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).

Ressalta-se que a QV como objeto da pesquisa científica permite e, algumas vezes, demanda que muitas outras variáveis e indicadores possam ser investigados conjuntamente. Dos três artigos (4, 5 e 8) que investigaram a associação da QV com a saúde, um deles (4) considerou as repercussões do processo de ensino-aprendizagem e outro (8), a incidência de fatores de risco modificáveis. No entanto, apenas uma pesquisa (artigo 11) explorou as interações entre QV e outros construtos específicos, como o sentido de vida e o bem-estar psicológico.

c- Características metodológicas das pesquisas

Os métodos quantitativos de pesquisa foram preponderantes nesta revisão, ten-do apenas três delas (artigos 2, 4 e 9) utilizado metodologias qualitativas, baseadas em entrevistas, e uma pesquisa (artigo 12) utilizado o método misto (quanti e quali). As outras nove utilizaram dois instrumentos padronizados para a mensuração da QV: o MOS-SF-36 (três pesquisas no Ensino Básico) e o WHOQOL-Bref (duas pesquisas no Ensino Básico e 4 no Ensino Superior). Evidenciou-se, portanto, que a utilização de instrumentos específicos é majoritária nas publicações mais recentes: das nove que usaram, sete encontravam-se nos anos de 2012 e 2013.

Se a avaliação da QV por meio de metodologias quantitativas possibilita a comparação e a generalização de resultados que podem ser úteis para um mapeamento do construto nas populações pesquisadas, relevante às políticas públicas e às estratégias institucionais de médio e longo prazo, as metodologias qualitativas oferecem informações de outra natureza, porém não menos relevantes. Pode-se observar que a metodologia qualitativa permite, por exemplo, identificar concepções específicas de QV na percepção do docente, tais como apresentadas no estudo 6 (Silvério et al, 2010Silvério, M. R., Patrício, Z. M., Brodbeck, I. M., & Grosseman, S. (2010, jan./mar.). O ensino na área da saúde e sua repercussão na qualidade de vida docente. Revista Brasileira de Educação Médica, 34(1), 65-73. doi:10.1590/S010055022010000100008
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): "gostar da vida", "levar a vida com tranquilidade", "ter paz de espírito", "estar em equilíbrio", "sentir-se realizado, satisfeito e de bem consigo mesmo e com os outros" (p. 67).

Quanto ao tamanho amostral, houve variações significativas entre os estudos (n=19 a n=293), por razões diversas, às vezes, chegando a comprometer os objetivos propostos, como a comparação de resultados entre grupos, a qual demanda por uma amostra pareada e quantitativamente relevante para as análises pretendidas. Dos sete artigos que trabalharam com amostras próximas ou acima de 100 participantes, todos usaram o método quantitativo com os instrumentos SF-36 ou WHOQOL-Bref. É relevante, porém, salientar que as pesquisas que envolveram instrumentos autoaplicáveis tiveram baixas taxas declaradas de retorno, revelando perdas amostrais ou não adesões significativas, confirmando o que a literatura afirma a respeito. Das quatro pesquisas do Ensino Superior usando o WHOQOL, três, artigos 3, 8 e 12, declararam taxas de retorno de 46%, 26,6% e 17%, respectivamente; dos dois do Ensino Básico, um declarou retorno de 58% (artigo 10). Das três pesquisas usando SF-36, apenas uma declarou taxa de retorno (26%). Considera-se ainda que a maioria dos artigos apresentou pesquisas que não utilizaram amostras randomizadas, em benefício de amostras por conveniência, limitando assim as conclusões ou as generalizações dos achados.

Todos os artigos analisados basearam-se em estudos de delineamento transversal. O delineamento transversal é certamente o mais utilizado nas pesquisas empíricas do País, tendo em vista uma gama de vantagens, entre elas o investimento de recursos humanos e financeiros, os quais contribuem substancialmente para a sua exequibilidade. No entanto, construtos como a QV, que possuem gênese multifatorial e sofrem variações individuais no tempo/contexto, ganham qualidade e rigor metodológico com a pesquisa longitudinal, a qual, tanto quanto possível, deveria ser vislumbrada.

Ainda do ponto de vista metodológico, um aspecto positivo observado em todos os artigos analisados diz respeito à preocupação como o cumprimento dos protocolos éticos recomendados à pesquisa com seres humanos. Desse modo, os 12 artigos referem ter feito a submissão dos projetos aos comitês científicos e de ética e ter usado consentimento informado e tratamento adequado às informações confidenciais.

d. Características das amostras

Embora a maioria dos artigos analisados tenha dado destaque na discussão dos resultados às características sociodemográficas das amostras, nem todos apresentaram as informações pertinentes, como o Quadro 2 evidenciou. Dos 12 artigos, apenas 9 incluíram informações sobre gênero e idade dos participantes, 6 sobre estado civil e 3 sobre a titulação. Além disso, somente 7 deles informaram o tempo de carreira docente dos participantes e 4 as horas semanais ou regime de trabalho. Ainda que a remuneração seja frequentemente apontada como fator relevante na carreira docente, implicando na QV, nenhum dos 12 artigos apontou a média salarial dos professores participantes. Apenas um artigo indicou que 50% de sua amostra recebe entre 1 e 3 salários mínimos no Ensino Básico.

Esses dados apontam a necessidade de incluir, com maior rigor, a coleta e a descrição de dados sociodemográficos das amostras pesquisadas, independentemente da natureza qualitativa ou quantitativa dos estudos. Dentre os artigos analisados, diversos fazem referência a estes aspectos sociodemográficos como elementos significativos para a QV, porém, na maioria deles, não foram sequer coletados. Considerando-se as taxas de retorno das pesquisas que apontam a dificuldade de acessar a população, bem como as defasagens entre o tempo de coleta e a divulgação dos resultados apresentados nos relatórios governamentais/oficiais, as contribuições sociodemográficas oriundas das pesquisas acadêmicas são valiosas para compor o perfil dos docentes e, quase sempre, cruciais para interpretar os resultados específicos de cada pesquisa.

e. instrumentos utilizados

Entre as pesquisas quantitativas incluídas nesta revisão, dois instrumentos genéricos para a avaliação da QV dos docentes foram utilizados, o WHOQOL-Bref e o SF-36, confirmando as tendências observadas nas pesquisas com outras populações.

O WHOQOL-Bref, instrumento criado pela World Health Organization Quality of Life, derivado de uma versão mais longa, é considerado a medida psicométrica mais relevante para a avaliação da QV em uma perspectiva transcultural, multidimensional e subjetiva. Já está traduzido e validado para o Brasil (Fleck et al., 2000Fleck, M., Louzada, S., Xavier, M., Chachamovich, E., Vieira, G., Santos, L., & Pinzon, V. (2000, abril). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida "WHOQOL-bref". Revista Saúde Pública, 34(2), 178-183. doi:10.1590/S0034-89102000000200012
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). É composto por 2 questões (uma referente à satisfação com a QV e outra à satisfação com a saúde), que representam a QV geral ou global, e mais 24 questões relativas aos quatro domínios: físico, psicológico, social e ambiental. Os 26 itens são pontuados de modo autoaplicável, em uma escala Likert de 5 pontos, medindo intensidade (nada/extremamente), capacidade (nada/completamente), frequência (nada/sempre) e avaliação (muito insatisfeito/muito satisfeito; muito ruim/muito bom). A avaliação dos resultados deve ser realizada por meio de uma sintaxe própria, utilizando-se recursos estatísticos e informatizados, sendo possível calcular o escore do domínio a partir do escore médio dos itens que o compõem. Porém, observou-se, nas pesquisas analisadas nesta revisão, que a análise e as interpretações dos resultados do WHOQOL-Bref nem sempre seguiram as recomendações dos autores, levando a conclusões pouco fidedignas.

O Medical Outcomes Study (MOS) Short Form (SF-36) é um questionário multidimensional de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde, especialmente útil para fazer comparações de grupos em populações com doenças específicas ou na população em geral, e do impacto relativo das doenças ou dos benefícios produzidos por diversos tratamentos, além de ser usado para rastreamento para pacientes individuais (Ware Jr., 2000Ware Jr, J. E. (2000). SF-36 health survey update. Spine (Phila Pa 1976).25(24),3130-3139. Retirado em 13 de março de 2013, de http://journals.lww.com/spinejournal/Citation/2000/12150/SF_36_Health_Survey_Update.8.aspx
http://journals.lww.com/spinejournal/Cit...
). É composto por 36 itens, distribuídos em 8 dimensões: capacidade funcional (dez itens), aspectos físicos (quatro itens), dor (dois itens), estado geral de saúde (cinco itens), vitalidade (quatro itens), aspectos sociais (dois itens), aspectos emocionais (três itens), saúde mental (cinco itens) e mais uma questão independente para avaliação comparativa entre as condições da saúde atual e a de um ano antes. A escala dos escores em cada dimensão vai de 0 (estado de saúde menos favorável) a 100 (mais favorável), sendo obtidos pela soma das pontuações, considerando a inversão da pontuação de 9 itens. O SF-36 está traduzido e validado para a população brasileira, por meio de uma amostra de pacientes portadores de artrite reumatóide (Ciconelli, Ferraz, Campolina, & Bortoluzzo, 1999Ciconelli, R. M., Ferraz, M. B., Campolina, A. G., & Bortoluzzo, A. B. (1999, maio/junho). Tradução para língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Revista Brasileira de Reumatologia, 39(3), 143-150.), sendo possível várias formas de aplicação: autoaplicável, aplicação informatizada, por entrevistador treinado, ou por telefone.

Embora um dos objetivos do uso de instrumentos de avaliação padronizados na pesquisa quantitativa seja a comparação de resultados entre populações amostrais, os estudos com dados normativos do WHOQOL-Bref e do SF-36 para a população geral são escassos, mesmo internacionalmente, e quase inexistentes para o Brasil, o que dificulta a interpretação dos resultados dos estudos. Além disso, a maioria dos estudos quantitativos analisados nesta revisão desconsiderou a atenção para o uso de alguma padronização/sistematização na apresentação dos resultados obtidos com os instrumentos, tendo em vista possíveis análises comparativas entre as pesquisas.

Os três estudos qualitativos analisados, por outro lado, mantiveram a tradição do uso de entrevistas semiestruturadas e gravadas para coleta de dados sobre a QV e posterior análise de conteúdo/discurso. A pesquisa qualitativa sobre construtos multifatoriais, como a QV, continua sendo uma abordagem metodológica relevante, apesar dos avanços no desenvolvimento de medidas padronizadas. Especialmente quando embasada por subsídios advindos da pesquisa quantitativa, a metodologia qualitativa, centrada em pequenos grupos populacionais, revela-se eficaz no aprofundamento de hipóteses ou aspectos mais característicos do fenômeno pesquisado.

f. Resultados obtidos pelas pesquisas selecionadas

Entre as pesquisas quantitativas que utilizaram o SF-36 (artigos 1, 5, 6), todas com amostras do Ensino Básico, apenas duas apresentaram os resultados dos escores dos domínios da QV avaliadas pelo instrumento. Tais resultados apontaram que os domínios que evidenciaram escores mais baixos na QV dos professores, nos dois estudos, foram vitalidade, dor e saúde mental, corroborando o que já vem sendo apontado pela literatura. Em um dos artigos (artigo1; n=91), nenhum domínio apresentou escore acima de 70, evidenciando comprometimentos gerais na QV. Nota-se, contudo, que o tamanho amostral destas pesquisas, especialmente do artigo 1, que encontrou diferenças nos domínios do SF-36 de professores do noturno e do diurno, compromete a generalização das interpretações feitas sobre os resultados.

Os resultados encontrados com o uso do WHOQOL-Bref em amostras do Ensino Básico, artigos 10 e 11 (os quais apresentam caraterísticas metodológicas adequadas, tais como, tamanho amostral, informações sobre escores), evidenciaram o escore mais baixo no domínio ambiental e o mais elevado no domínio relações sociais, ainda que as diferenças percentuais das médias sejam pequenas. O domínio ambiental refere-se às questões de segurança física e proteção, recursos financeiros, transporte, moradia, entre outros. E o domínio social investiga as relações interpessoais e redes de apoio social. Porém, em termos de percepção da QV geral, que engloba a satisfação com a saúde e QV global, os escores médios obtidos nos dois estudos (60,2%; 74,5%, respectivamente) apontam que há um índice considerável de professores com QV geral abaixo do satisfatório (em torno de 20%).

Dentre os artigos (3, 7, 8, 12) que apresentam pesquisas com o uso do WHOQOL-Bref no Ensino Superior, nem todos trazem os resultados sistematizados de acordo com princípios metodológicos esperados, por exemplo: todos os dados sociodemográficos analisados são apresentados; os escores das dimensões estão calculados de acordo com as instruções dos autores e manuais técnicos; os resultados e as análises correspondem aos objetivos propostos; os resultados são suficientes para gerar as conclusões obtidas. Assim, embora a relevância do instrumento e das pesquisas, os resultados publicados poderiam trazer contribuições mais específicas, ao atender integralmente premissas metodológicas.

No que tange às pesquisas qualitativas (artigos 2, 4, 9), todas realizadas com amostras do Ensino Superior, predominantemente femininas, os resultados foram, segundo os autores, submetidos à análise de conteúdo. Desse modo, um dos artigos apresenta fatores que interferem na QV, em duas categorias: (1) repercussão do trabalho nas demais relações sociais e (2) condições e organização do trabalho. Outro artigo não apresentou categorias, mas aponta que as situações que se relacionam com ambiente organizacional como um todo e mais intensamente com as interações sociais (tais como conflitos entre alunos, entre professor-aluno e aluno-coordenação) interferem de modo mais significativo na QV e na saúde dos professores. E o terceiro artigo, ao avaliar as condições de trabalho que interferem na QV e na saúde dos professores, aponta três categorias, que evidenciam que (1) o lazer, o descanso e a saúde são insuficientes; com isso, (2) há sentimentos de perda da interação social e familiar e (3) a qualidade de vida é percebida negativamente.

De modo geral, as dificuldades para comparar os resultados dos 12 artigos não permitiram conclusões substanciais a respeito do construto investigado. Embora as contribuições individuais dos artigos sejam, em alguma medida, relevantes e indiquem que a QV dos professores está aquém do desejado, são frágeis para permitir maiores conclusões acerca dos fatores implicados.

Considerações finais

As primeiras evidências sobre as buscas realizadas nas bases de dados indicaram que a expressão "qualidade de vida" é frequentemente citada em títulos, resumos e resultados de estudos publicados, muitas vezes, sem que eles tenham, de fato, pesquisado o construto. Infere-se, assim, que o uso da expressão em publicações acadêmicas nem sempre guarda relação com as atuais definições científicas para a QV, sendo utilizada, talvez mais do que o recomendado, na perspectiva do senso comum. Além disso, constatou-se que muitas pesquisas sobre QV estão disponíveis apenas no formato de dissertações ou teses acadêmicas, o que limitou a sua inclusão nesta revisão.

Por outro lado, optou-se, na presente pesquisa, por admitir como critério de exclusão os estudos que focaram aspectos de saúde/doença específicos, tais como síndrome de Burnout, transtornos ou problemas de voz e musculoesqueléticos, ainda que se propusessem a mensurar também a QV. Entende-se, assim, que avaliar de modo distinto a QV global e a QV relacionada à saúde consiste em uma estratégia metodológica recomendada na pesquisa empírica focada na QV, a fim de se obterem resultados mais fidedignos sobre o construto.

Nas pesquisas quantitativas, as quais se propõem a comparações e generalizações, houve uniformidade na escolha de instrumentos padronizados (WHOQOL-Bref e SF-36). No entanto, a pouca sistematização dos achados e a qualidade metodológica da maioria dificultaram a compreensão das interpretações feitas pelos autores e a consequente comparação dos estudos. As pesquisas qualitativas, por sua vez, apontaram categorias que levam à reflexão sobre fatores envolvidos na QV dos professores, porém, são pontuais e não integram resultados umas das outras, trazendo a dificuldade da continuidade e a ausência de inferências acumuladas ao longo do tempo.

Assim, ressalta-se a importância da qualidade das pesquisas, cujo maior ou me-nor impacto dos resultados depende do rigor metodológico e de publicações consistentes. Nesse sentido, aponta-se a relevância de revisões sistemáticas para a pesquisa científica, que contribuam para produzir conhecimento e reflexão crítica sobre essas questões.

Diante dos resultados apresentados, pode-se observar que os artigos sobre QV docente têm, nesses últimos anos, se disseminado em todos os níveis de ensino, demonstrando a importância do aprofundamento desse construto para o campo educacional. Além disso, de modo geral e independentemente de opções metodológicas, as pesquisas analisadas denunciam que a percepção negativa sobre a qualidade de vida está presente em uma parcela considerável de docentes.

Se, por um lado, de acordo com as projeções da Unesco (Portal Educação, 2013Portal Educação. Retirado em 03 de novembro de 2013, de http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/51071
http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/...
), haverá demanda por mais de cinco milhões de novos professores, em todo mundo, até o ano de 2030, considerando apenas o Ensino Básico, por outro lado, são preocupantes os indicadores que podem influenciar a escolha e a ação dessa profissão. Com isso, ressalta-se a relevância de políticas e proposições para melhorar a QV de professores.

Este estudo limitou-se à busca de publicações em periódicos indexados e em língua portuguesa. É possível que, ampliando-se os critérios de busca, para incluir outros formatos de publicações e idiomas variados, obtenham-se mais subsídios para novas revisões sistemáticas sobre a qualidade de vida docente.

  • 1
    Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ nº 408398/2013-2); PUCRS (Edital BPA/2014)
  • 2
    Programa de Pós-Graduação em Educação/PUCRS; Grupo de Pesquisa Psicologia Aplicada: Pessoa e Contextos.
  • Legislação
    Relatório Educação para todos no Brasil 2000-2015. Versão Preliminar. Ministério de Educação e Cultura. Retirado em 30 de junho de 2014, de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=15774&Itemid.

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Legislação

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    02 Out 2014
  • Aceito
    16 Dez 2014
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