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O livro e o selo: editoras católicas no Brasil

The book and the label: catholic publishers in Brazil

Resumos

Neste artigo, estuda-se o livro católico, partindo de uma pesquisa exploratória nos sites das mais conhecidas editoras e de entrevistas com editores. Tem-se, como finalidade, examinar os efeitos da circulação internacional das congregações religiosas na produção editorial no Brasil, buscando compreender as estratégias e os investimentos do clero e de leigos dedicados à produção de livros, revistas e jornais católicos. E, assim, seguir os movimentos de diferentes grupos, dentro das fileiras católicas, que têm se interessado pela produção de livros, procurando definir os espaços por eles ocupados na sociedade; interpretar seus vínculos, suas redes de solidariedade e suas redes sociais; comparar políticas, investimentos e estratégias com os momentos históricos da Igreja e da própria sociedade onde se inserem. Isto, sem perder de vista as relações das editoras católicas com o mercado do livro, suas inovações e seus desafios.

Livro; editoras católicas; congregações religiosas; circulação internacional


In this paper we aim at studying the edition of Catholic books through an exploratory survey on publishers' websites as well as through interviews with book editors. We examine the effects of the international circulation of religious congregations in the editorial production in Brazil during the 20th century. We intend to understand the strategies and investments made by the clergy and the laymen involved in the production of Catholic books, magazines and journals, by following the movements of different groups within the Catholic ranks. We specifically try to: define the places these groups occupy in the society; interpret their bonds, their solidarity and social networks; compare policies, investments and strategies to the historical moments of the Church and the society in which they are present. This perspective also includes the study of the relationships between the Catholic publishers and the book market as well as the innovations and challenges posed by the competition among the different Catholic lines or between Catholicism and other religions.

Catholic Publishers; book; congregations religions; international circulation


DOSSIÊ: CATOLICISMO E FORMAÇO CULTURAL

O livro e o selo: editoras católicas no Brasil1 1 . Este artigo é resultado dos estudos realizados com a bolsa produtividade do CNPq no "Projeto editorial católico", que se insere no "Projeto Temático: Congregações católicas, Educação e Estado Nacional", financiado pela FAPESP, processo n. 11/51829-0.

The book and the label: catholic publishers in Brazil

Agueda Bernardete Bittencourt

Professora da Faculdade de Educação da Unicamp, pesquisadora do FOCUS e do CNPq, Campinas, SP, Brasil. agueda@unicamp.br

RESUMO

Neste artigo, estuda-se o livro católico, partindo de uma pesquisa exploratória nos sites das mais conhecidas editoras e de entrevistas com editores. Tem-se, como finalidade, examinar os efeitos da circulação internacional das congregações religiosas na produção editorial no Brasil, buscando compreender as estratégias e os investimentos do clero e de leigos dedicados à produção de livros, revistas e jornais católicos. E, assim, seguir os movimentos de diferentes grupos, dentro das fileiras católicas, que têm se interessado pela produção de livros, procurando definir os espaços por eles ocupados na sociedade; interpretar seus vínculos, suas redes de solidariedade e suas redes sociais; comparar políticas, investimentos e estratégias com os momentos históricos da Igreja e da própria sociedade onde se inserem. Isto, sem perder de vista as relações das editoras católicas com o mercado do livro, suas inovações e seus desafios.

Palavras-chave: Livro, editoras católicas, congregações religiosas, circulação internacional.

ABSTRACT

In this paper we aim at studying the edition of Catholic books through an exploratory survey on publishers' websites as well as through interviews with book editors. We examine the effects of the international circulation of religious congregations in the editorial production in Brazil during the 20th century. We intend to understand the strategies and investments made by the clergy and the laymen involved in the production of Catholic books, magazines and journals, by following the movements of different groups within the Catholic ranks. We specifically try to: define the places these groups occupy in the society; interpret their bonds, their solidarity and social networks; compare policies, investments and strategies to the historical moments of the Church and the society in which they are present. This perspective also includes the study of the relationships between the Catholic publishers and the book market as well as the innovations and challenges posed by the competition among the different Catholic lines or between Catholicism and other religions.

Keywords: Catholic Publishers, book, congregations religions, international circulation.

1- Introdução

Estudos sobre a história do livro e da leitura constituem-se em um campo de pesquisa relativamente novo no Brasil e mesmo nos centros acadêmicos mais avançados da Europa e dos EUA. Expandem-se pelas distintas áreas do conhecimento, expressando fertilidade crescente. Somam-se às pesquisas monográficas sobre livros e autores do passado, livreiros, casas editoriais, gráficas, livrarias e revistas que marcaram ou marcam as culturas (Chartier, 2009; Darnton, 2009).

Com longa história de analfabetismo e de elites voltadas para as metrópoles, o livro em nossa terra entra aos poucos pelos portos durante a Colônia e o Império, estabelecendo-se no final do século XIX. Poucos estudos, entre os quais a História da Imprensa, de Werneck Sodré, e O livro, o jornal e a tipografia, de Rizzini, antecedem a obra já clássica de Hallewell, O livro no Brasil. Estes, somados ao Guia das livrarias brasileiras, de Ubiratan Machado, constituem referência obrigatória para quem deseja compreender a história da produção livresca que resultará na formação de leitores e escritores (Hallewell, 2005; Machado, 2008; Rizzini, 1988; Sodré, 1994).

De não menos importância são os estudos monográficos sobre editoras e seus editores (Martini, 1995; Nunes, 2000; Paiva, 1995; Sorá, 2010) aliados às obras comemorativas das grandes corporações centenárias (100 anos da FTD, 2003; Andrades, 2001). Novas referências começaram a surgir na área, com as pesquisas em grupo sobre a história do livro, da leitura e dos impressos2 2 . As instituições de fomento: FAPESP, CAPES e CNPq têm financiado pesquisas abrangentes sobre temas ainda pouco explorados; esse é o caso da história do livro. 3 . As informações constantes neste quadro foram retiradas dos sites das editoras e das congregações, ordens ou associações responsáveis por elas. (Abreu, 1999; Bittencourt, 2012; Bragança; Abreu, 2010).

As editoras católicas, porém, ainda não mereceram capítulo especial. Rizzini analisa aspectos da censura e do controle dos impressos pelo poder civil, sempre com a participação ostensiva da Igreja Católica. Hallewell dedica capítulos inteiros aos editores e a suas editoras: Lobato, Garnier, Laemmert, Francisco Alves, José Olympio, entre outros; e apenas algumas páginas a Vozes, FTD, Paulinas, Agir, sem tratar da especificidade de editoras católicas. No guia das livrarias, as religiosas e não religiosas ganham verbete padrão. Nas obras coletivas organizadas por Marcia Abreu, os editores católicos aparecem pontualmente, como censores ou como precursores da indústria do livro. Nem mesmo nos estudos sobre o catolicismo, o livro tem sido tomado como objeto.

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Este artigo se insere no estudo mais amplo sobre "Congregações Católicas, Educação e Estado Nacional". Pesquisa que examina a política da Igreja Católica pela análise da imigração das congregações para o Brasil durante o período republicano. Isso porque mais de trezentas congregações imigraram da Europa, trazendo na bagagem seus carismas e suas missões, pessoal especializado e letrado, e o apoio de uma instituição milenar. Recebidos pelo Estado, pela elite eclesiástica e civil, colaboraram na construção do estado nacional, do sistema nacional de educação e na modernização da sociedade dentro dos princípios da Igreja.

Entre os carismas e as missões católicas, estava o de pregar por meio da imprensa. Algumas congregações passaram a manter gráficas ao lado de igrejas e de colégios. Começaram editando seu próprio material escolar e uma revista ou jornal para a comunidade a que serviam. No estudo de Paula Montero, único encontrado sobre o papel das editoras católicas na formação da cultura brasileira, a autora toma três editoras, presentes no mercado na segunda metade do século XX. Analisa o projeto editorial e a expansão de cada uma: Vozes, Paulinas e Loyola, sem deixar de referenciar a Editora FTD, dos Irmãos Maristas (Montero, 1992). São editoras fortemente estabelecidas no cenário nacional e tiveram sua entrada ou restauração no Brasil após o Concílio Plenário Latino-Americano, que marca a sistematização de uma política da Igreja para as "repúblicas católicas" da América Latina (Roux, 2013).

2- Editoras e políticas editoriais. Uma aproximação

Em uma busca pelos sites de editoras e de congregações, pelas pesquisas da Câmara Brasileira do Livro, do Instituto Pró-Livro e pelo último Anuário do CERIS, encontram-se em torno de 80 editoras católicas em funcionamento. Muitas dessas editam folhetos, revistas, jornais, cartões ou santinhos, e poucos livros. Para o Quadro I foram selecionadas as 15 editoras consideradas representativas do campo editorial católico, deixando de fora, neste artigo, as editoras universitárias e aquelas que, embora tenham sido muito importantes, já fecharam suas portas, como a Agir e a Duas Cidades.


Entre as propriedades desses agentes sociais é possível assinalar que seguem a concentração geográfica da indústria do livro no Brasil. Conforme dados da Biblioteca Nacional, a região sudeste mantém 64% das editoras comerciais4 4 . Disponível em: http://www.isbn.bn.br/relatorio-por-pessoa-juridica. Acesso em: 24/08/2013. .

As editoras mapeadas no Quadro I, em sua maioria, possuem a cadeia completa de produção e distribuição do livro; são consideradas de utilidade pública e, portanto, gozam de isenção de impostos; mantêm livrarias virtuais e metade delas já publica e-books.

O quadro mostra uma mudança importante que vem ocorrendo no mundo das editoras católicas. Mais de 60% representam investimentos de grandes congregações de caráter internacional. Outras são criações de pequenos grupos, lideradas por padres estrangeiros imigrados, caso dos jesuítas americanos ligados à Canção Nova e à Raboni. Constata-se que as editoras, até os anos 1960, eram criadas por congregações estrangeiras imigradas da Europa (Alemanha, França, Itália, Espanha). Nas últimas décadas, são inventadas pelas associações leigas, organizações não governamentais ou empresários católicos custodiados por clérigos, como autores, inspiradores ou editores. Realizam o movimento de circulação internacional no sentido inverso: do Brasil para a Europa, a África e o Oriente Médio, além dos países da América Latina5 5 . Sobre circulação internacional e formação das elites brasileiras, ver Letícia Canêdo et al. Estratégias educativas das elites brasileiras na era da globalização. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2013. .

A trajetória das editoras católicas fundadas no começo do século XX não é diferente daquelas primeiras editoras laicas estabelecidas no Rio de Janeiro e em São Paulo, cujos projetos implementados por livreiros estrangeiros se aproveitavam da circulação Europa X Brasil, editando aqui e imprimindo lá, importando e traduzindo. Muitos desses sucumbiram nos períodos de crise mundial. Entretanto, as católicas demonstraram maior capacidade de resistência e de adaptação aos reveses da política e da economia, certamente graças ao poder simbólico e econômico da Igreja e a sua capacidade de fazer alianças no campo do poder.

Editoras custodiadas por grandes congregações usam suas redes internacionais para importação de técnicas e técnicos especializados, além de desfrutarem de fácil acesso a serviços no exterior e aos mercados externos. No momento em que este texto é escrito, a maioria das editoras aqui citadas participa da Feira de Frankfurt, com extensa agenda de negócios6 6 . Conforme notificado pelos três editores entrevistados durante os meses de março e abril de 2013. . Outro fator importante distingue as editoras católicas das demais: a forma de distribuição dos livros. Enquanto Monteiro Lobato usava sua criatividade para colocar seus livros à venda em farmácias, empórios e armazéns de secos e molhados, as editoras católicas dispunham das sacristias e dos colégios espalhados pelo País, das redes de livrarias especializadas em produtos católicos e ainda usavam o sistema de porta em porta. Quase todas iniciaram suas atividades com revistas, folhetos e jornais, e, nas últimas décadas, obtiveram direito de exploração de canais de televisão e rádio. As concessões de um produto altamente cobiçado, como a TV no Brasil, provam a estreita colaboração entre o Estado e a Igreja e a eficiência no manejo do capital social e simbólico pela elite eclesiástica e pelas congregações religiosas.

3- As quatro grandes do livro

Nesta parte do texto são analisadas as quatro editoras católicas que estão há mais tempo no mercado editorial brasileiro: Vozes, FTD, Ave Maria e Santuário.

Mantidas por congregações e ordens emigradas da Europa, as grandes editoras integram a missão de suas mantenedoras: trazem e recriam suas práticas no País. O trabalho de edição de jornais, folhetos e revistas fazia parte da pauta das congregações que chegavam de uma Europa letrada e das novas dioceses criadas após a República, encarregadas do projeto global contra a modernidade liberal e laica.

No caso brasileiro, o desafio de construir a identidade nacional católica implicava atuação em várias frentes: reestruturar a Igreja em termos nacionais, aproveitando a liberalidade do regime político; lutar contra as outras Igrejas que também se beneficiavam da mesma liberdade e passavam a ameaçar a hegemonia católica; lutar contra o catolicismo popular, além de manter os privilégios junto ao Estado. Para isso, algumas estratégias eram indispensáveis: fundação de colégios para classes médias e altas, construção e administração de santuários, criação de órgãos de imprensa, promoção de rituais públicos.

Chegadas por primeira vez ou restauradas nos primeiros anos da República e em pleno processo de adaptação da Igreja Católica à política de romanização, essas congregações/editoras se distribuem pelas tarefas a serem cumpridas com a finalidade de estabelecer o novo estatuto da Instituição na sociedade. Cada uma delas se dedica a um tipo de leitor e de obra. Embora em seus sites, em seus documentos históricos e em seus catálogos, todas afirmem seus compromissos em evangelizar, oferecer educação, cultura e formação ética à sociedade brasileira, o que aparece é o projeto maior, dos guardiões da doutrina, de monopolizar e difundir o discurso de verdade pelos distintos segmentos sociais. Sob a mesma bandeira, cada uma das congregações e ordens constrói sua própria história.

Os franciscanos vinham de um processo de quase extermínio durante o Império, tendo permanecido apenas 7 frades, depois de terem sido mais de 500 religiosos e de mais de 300 anos de missão. Com a República, chegou um grupo de frades alemães, cuja missão era restaurar a velha Ordem. Assim, a criação da gráfica, futura editora, cumpriria um papel fundamental na vida dos franciscanos. Da necessidade de editar manuais para uso nos colégios e seminários, foi criada a gráfica Vozes, ao lado do colégio, em Petrópolis. A missão franciscana, nessa época, contemplava a assistência espiritual aos imigrantes italianos e alemães que viviam nos estados do sul, o que representava uma grande circulação desses imigrantes pelo País.

Segundo frei Clarêncio Neotti, os franciscanos deram especial atenção às elites católicas – a seus colégios e a seu público leitor. A Revista Vozes de Cultura foi criada em 1907, logo depois da editora, em 1901. Circulava com o nome Vozes de Petrópolis: revista católica de cultura e durou quase 100 anos. Sua história conta parte da trajetória da editora.

Tratava-se de produção planejada para professores e intelectuais, clérigos ou não, enquanto os livros eram para os estudantes e professores. O primeiro editor, frei Pedro Sinzig, frade alemão naturalizado brasileiro, era escritor, poeta, jornalista, detentor de sólida cultura e erudição. Exercia seu apostolado com a convicção dos religiosos conservadores. Ele foi, sobretudo, um censor na editora. Tinha como compromisso guiar as consciências, não deixando entrar nas casas dos católicos o que considerava "o lixo literário". Escreveu 65 livros, examinou milhares de obras brasileiras e estrangeiras, na maioria romances, para, no seu Guia para as consciências – uma espécie de index –, classificá-las em três níveis: as de leitura recomendável, as inócuas e as perigosas. Era um editor que não apenas cumpria as orientações do Vaticano, mas assumia missão própria, legitimado pela Igreja, contestado pelos republicanos, chegando a ter que exilar-se na Alemanha no final da Primeira Guerra (Assis, 2008). Foi um intelectual católico, que abraçou o projeto de fazer a "boa imprensa" e combater os escritos mundanos, como rezavam os decretos do Concílio Plenário da América Latina, convocado por Leão XIII. Articulava a ação de distinguidos intelectuais católicos, como Jackson de Figueiredo, fundador do Centro Dom Vital, e o pintor Carlos Oswald nos anos 1920 (Accyoli, 2013).

Nas palavras de Paiva (1995, p. 420): "A contribuição de seu Guia para as consciências seria defender a moralidade social que se fortaleceria por meio de um movimento integrado entre política e cultura, religião e literatura".

A partir dos anos 1930, outros nomes marcariam a editora, como os frades Aurélio Stulzer, Ludovico Gomes de Castro, Clarêncio Neotti e Leonardo Boff. Estes, também intelectuais, escritores comprometidos com o projeto da Igreja, expandiram a editora, remodelaram seu catálogo, traduziram e editaram grandes obras e criaram coleções de livros universitários. Nos anos 1960, pós-Vaticano II, os franciscanos já estavam estabelecidos por todo o Brasil, e a própria editora Vozes se espalhava pelas mais importantes capitais brasileiras, perfilando-se como referência cultural e política.

Se os primeiros anos foram marcados pela mão forte da censura, o período posterior foi marcado pela luta pela liberdade na Igreja e contra a ditadura militar. A posição política da editora pode ser demonstrada pela publicação, na década de 1960, de todos os documentos do Concílio Vaticano II; na década de 1970, de dois livros, símbolos da resistência à opressão: Jesus Cristo, libertador, de Leonardo Boff (1972), e Vigiar e punir, de Michel Foucault (1ª edição brasileira, 1976); e mais tarde: 1964 – a conquista do Estado, de René Armand Dreifuss (1ª edição, 1981), um dos primeiros estudos sobre o golpe de Estado e seus responsáveis, civis e militares, brasileiros e estrangeiros; e Brasil: nunca mais, relatório do projeto desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns, pelo Rabino Henry Sobel e pelo Pastor Jaime Wright (1ª edição, 1985). Este projeto ecumênico realizado clandestinamente gerou importante documentação sobre a história do Brasil e sua ditadura.

Pode-se afirmar, com Neotti, que a editora e a revista enfrentaram os ventos políticos das ditaduras brasileiras, encontrando estratégias para driblar os censores. Nos períodos mais duros, seus editores pesquisavam palavras e expressões que pudessem estar fora do catálogo dos militares de plantão. "No Governo Medici [...] a Revista Vozes estava fichada no SNI como Revista filosófica de esquerda, não panfletária" (Neotti, 2007, p. 50). A revista, fechada em 2003, era atenta aos movimentos no interior da sociedade e no interior da Igreja, como a editora, que sempre tomou posição política, sendo para moralizar a sociedade – como queria Sinzig – ou sendo para criticar as ditaduras e o autoritarismo na Igreja – como queriam Neotti e Boff. Especialmente depois do Vaticano II, a revista posicionou-se favorável às teses conciliares e, fiel ao seu nome, deu vozes aos diferentes grupos que alimentavam os debates sobre temas polêmicos: celibato, profissionalização dos religiosos, a mulher na Igreja. Assim, nos anos 1990, a revista e a editora – que escaparam ilesas da censura do DIP e SNI – foram atingidas pelo Vaticano. Um de seus editores – Leonardo Boff – foi punido com um ano de silêncio e deixou a Ordem Franciscana. A revista perdeu seu vigor, sendo depois fechada sob o argumento de inviabilidade econômica. A editora deu nova guinada em seu catálogo: os livros religiosos ganharam mais espaço e a linha editorial de autoajuda conquistou centralidade.

Dentre as quase 80 editoras católicas funcionando no País, a Vozes ainda pode ser considerada, ao lado da Loyola, a que se aproxima do que foram a Agir e a Duas Cidades, editoras católicas de cultura.

Outra história têm os maristas, responsáveis pela FTD. Configuram uma das poucas editoras que não trabalham com produtos especificamente religiosos, sequer foi considerada como editora católica na monografia escrita por Negrão e Brüschke: "As editoras católicas e o mercado". É conhecida como editora de livro didático. Nasceu com a missão de fazer a boa educação, entendida como a instrução científica, a formação moral e a incitação cultural e artística. Herdou da matriz francesa não apenas a marca – FTD –, mas a missão, a arte e a técnica de produção do livro escolar católico. Seu idealizador, FrèreThéophane Durand, cujas iniciais dão nome à editora, está na raiz da rede internacional marista formada a partir do final do século XIX. O religioso colocou os investimentos da congregação na escrita e na edição de livros escolares de "caráter laico", numa França que se secularizava e implantava a escola pública independente da Igreja Católica (Negrão; Brüschke, 2005).

Com a missão de educar e evangelizar, a congregação optou por produzir somente obras didáticas, nas quais viria acondicionada a formação cristã. O estudo realizado por Ana Elizabeth Santos Alves e Ivana Teixeira Silveira sobre o livro Elementos de História Natural segundo Os Programas Officiais, Collecção FTD, 1923, demonstra como os princípios do catolicismo compunham as teorias científicas dos Irmãos Maristas.

Por exemplo, para explicar a origem dos seres humanos, o livro traz:

A materia cosmica, destinada à composição dos planetas, do sol e das estrellas, formava a principio um chaos, ou abysmo escuro e confuso,sem energia actual; começava porém a receber a energia virtual do effluvio divino, que ia organisal-a fecundal-a e vivifical-a (apud Alves; Silveira, 2009, p. 262).

Para explicar o cérebro e o pensamento humano:

O cerebro é o centro onde vêm ter todas as sensações para serem percebidas pela alma, e donde partem as excitações que determinam os movimentos voluntários; é sobretudo a sêde da intelligencia, o orgam manifestador do pensamento.- Todavia, não se deve acreditar com os materialistas, que o cérebro produza o pensamento, de algum modo como as glandulas segregam os diversos liquidos do organismo... (apud Alves; Silveira, 2009, p. 262).

Essas obras destinadas aos professores e aos alunos dos colégios maristas e dos colégios católicos mantidos por grupos leigos ou religiosos ofereciam a visão de mundo católica. Na pauta das primeiras publicações da editora estavam também a literatura clássica e as disciplinas científicas, entre elas a História Sagrada e o Latim, de interesse religioso e católico.

Os maristas da FTD estabeleceram-se em vários países da América Latina, além do Brasil. A todas as nações para onde imigraram, carregaram seus professores, tradutores e escritores. Com eles adaptaram os livros, sem alterar o modelo francês que conheciam e no qual acreditavam. Aprenderam e cultuaram as línguas das nações receptoras, sem necessariamente assumir seus projetos nacionais (Alves; Silveira, 2009; Barone, 2008). Aqui caberia discutir se com a evangelização não se fazia a própria colonização, prestando também um serviço ao país de origem7 7 . Sobre esse assunto, ver o artigo de Rebecca Rogers neste mesmo volume. .

As estratégias de produção editorial das duas primeiras décadas da FTD não se diferenciavam da maioria das casas editoriais estabelecidas no Brasil nesse período. Seus livros eram preparados no País, muitos deles traduções de obras usadas na França e impressos na Editora Emmanuel Vitte, em Lyon, cidade de origem da congregação. Por longo tempo os autores das obras não apareciam, elas eram assinadas por uma comissão de professores ou pela FTD. Eram obras escritas, produzidas e editadas pelos irmãos maristas e traziam o imprimatur atribuído pela Igreja, sinal da aprovação oficial do livro.

Com a Segunda Guerra Mundial e as dificuldades enfrentadas pelos países europeus, com a expansão da escolarização e da indústria do livro no Brasil, os maristas começaram a imprimir suas obras em gráficas brasileiras, especialmente na Tipographia Siqueira. Era o período em que a editora fazia circular o boletim O Bibliógrapho, ao mesmo tempo informativo e veículo de propaganda dos livros da editora. A rede de colégios maristas crescia, como a de outras congregações católicas, beneficiando-se das políticas oficiais que deixavam à Igreja ou aos grupos privados a oferta do ensino secundário. Aumentava a demanda por livros didáticos, mas a gestão da empresa pelos maristas não ia bem.

Entre as soluções buscadas para impulsionar o negócio do livro didático, antes de montar a moderna indústria que possui hoje, a FTD ensaiou políticas de coedição ou de cooperação para distribuição com a Editora Francisco Alves, a maior do setor de livros escolares, e com a Editora do Brasil S.A. Essas parcerias não resultaram em superação dos problemas enfrentados pela empresa, o que a levou a um pedido de concordata preventiva (FTD, 2003).

O Brasil vivia um período de expressiva movimentação pela educação nacional: deu-se a renovação do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais – INEP –, a fundação da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES –, e do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais – CBPE –; e a discussão e a produção do livro escolar passaram ao centro dos debates. Por outro lado, nesse mesmo período, a intelectualidade católica do Rio de Janeiro, ligada ao Centro Dom Vital e liderada por Alceu Amoroso Lima, fez sua autocrítica a propósito da submissão da escolarização e das letras à moral católica, ao passo que os bispos conservadores do Rio Grande do Sul lideravam campanha contra os educadores liberais do grupo de Anísio Teixeira (Bittencourt, 2011; Schincariol, 2006).

Foi também o momento em que religiosos e leigos católicos engajaram-se na militância pela educação dos pobres. Encontravam-se franciscanos, dominicanos, padres seculares coordenados por bispos e leigos no Movimento de Educação de Base – MEB –, que tratava da educação popular e da educação de adultos, e acabou desmontado pelo Golpe de 1964 (Paiva, 1987).

A FTD parecia não ter sido atingida pela repressão militar, podendo até ter sido beneficiada pelo regime. Uma forte reestruturação empresarial ocorreria nos anos 1970, atribuída à mudança de gestão e profissionalização do negócio. Encontra-se, nesse projeto de modernização, a eleição do Estado como cliente preferencial. A editora, que já fornecia livros didáticos para escolas públicas e privadas, trabalhou muito para chegar ao posto de maior editora de livro didático do País. As bases desse império foram plantadas durante o período de expansão da escolarização pelos governos autoritários (FTD, 2003, p. 71)8 8 . A narrativa histórica constante do livro FTD 100 anos fazendo o amanhã não fornece datas precisas das reformas sofridas pela editora. As datas referem-se, em geral, a alterações de sede, a mudanças de prédios e não de linha editorial. .

Hoje, entre as disciplinas atendidas pelos livros didáticos da FTD, está, além das disciplinas tradicionais dos currículos do Ensino Fundamental e do Médio, a de Ensino Religioso, para o qual são editados livros com histórias moralizantes.

Uma análise rápida das capas dos livros permitiria identificar as transformações estéticas que expressam o peso atribuído à filosofia cristã, à mariologia, ao carisma da congregação e ao gosto do mercado.


Um exame detalhado dos catálogos da Editora Vozes e da FTD, ao longo do tempo, o que não é possível neste artigo, mostraria as opções políticas das duas organizações religiosas. Durante os anos de ditadura, a Vozes, dos franciscanos, apoiou as teses do Vaticano II, acolheu os intelectuais ligados à Teologia da Libertação, posicionou-se contra o regime dos militares e contra as políticas ultraconservadoras da Igreja. No mesmo período, a FTD, dos maristas, construiu o seu império do livro didático.

As editoras Santuário e Ave Maria também compõem o grupo das primeiras no Brasil, mantidas por congregações nascidas na Europa que emigraram para cuidar da evangelização dos brasileiros. Criaram complexos de comunicação integrados por gráficas, jornais, revistas, editoras, distribuidoras, livrarias, rádio e televisão. Hoje produzem livros eletrônicos e fazem vendas on-line. São empresas de gestão e tecnologia avançadas, cuja filosofia configura o tradicional projeto religioso de evangelização. Nas duas editoras, os catálogos restringem-se às obras de espiritualidade, evangelização, catequese, de devoção, formação moral, liturgia, teologia, mariologia e autoajuda. Ambas apresentam vínculos fortes com a Renovação Carismática Católica (Benedetti, 2000; Carranza, 2000, 2009). Os investimentos de cada uma delas são distintos, mas a tônica de seus catálogos é a doutrinação. Editam obras a favor do casamento, contra o divórcio, contra o aborto, a favor da família, contra dogmas e crenças de outras religiões como espiritismo ou evangélicos recentes. São fortes divulgadoras das obras de autoajuda.

A editora Ave Maria pertence à Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Fundada na Espanha por Antonio Maria Claret, intelectual bem-nascido, que representou os interesses da Igreja espanhola em Cuba e foi confessor da rainha Isabel II, deposta pela Revolução de 1868. Com a derrota da monarquia, os missionários claretianos exilaram-se na França, onde se consolidaram como congregação evangelizadora e educadora e iniciaram a expansão pelo mundo. Ainda na Espanha, Antônio Claret deu início à missão de pregar pela palavra escrita, criando a Editora Livraria Religiosa, que ainda hoje edita livros, revistas e folhetos.

No Brasil, a Congregação dedicou-se à gestão de paróquias, criou colégios e faculdades, além de especializar-se na arte da comunicação, diversificando as práticas iniciadas no país de origem. Mantém no complexo de comunicação: editoras, rádios, TV e hoje expande seus negócios com a educação a distância pela internet.

A Editora Ave Maria publica, desde a década de 1950, a primeira Bíblia traduzida para o português do Brasil – livro carro-chefe da editora. Um projeto de fôlego, desejado por toda editora cristã. Além de ser objeto de valor simbólico, é o livro mais lido em todo mundo.

Sendo empresários modernos, os claretianos adotaram como estratégia empresarial a criação de um catálogo infantil, destinado a professores do ensino religioso, a crianças e a escolas. Em convênio com o cartunista Maurício de Souza, editam uma coleção de livros religiosos com a Turma da Mônica, aproveitando, para evangelização, a reconhecida popularidade dessa turminha. Esse catálogo infantil, chamado Mundo Mirim, é apresentado no site da editora Ave Maria como uma coleção entre outras e, em site próprio, como editora de livro infantil, sem qualquer destaque como livro católico. Trata-se de uma estratégia comercial para a ampliação de seu público consumidor.

A Editora Santuário, estabelecida em Aparecida, no interior do estado de São Paulo, mantida pelos redentoristas que administram a Basílica da Padroeira do Brasil, beneficia-se de uma distribuição especial de seus produtos: os 10 milhões de visitantes por ano são potenciais consumidores de artigos religiosos, de Bíblias e demais livros. Fazem parte do negócio religioso em Aparecida: a gestão do santuário e das romarias, a editora, as livrarias, uma rádio de alcance nacional e um canal de TV.

Os padres redentoristas responsáveis pela editora chegaram ao Brasil em 1894, a convite do bispo Dom Eduardo Duarte Silva, vindos da Baviera, Alemanha, para ajudar a diocese de Goiás, que enfrentava problemas econômicos, de legitimidade e de domínio sobre as manifestações do catolicismo popular expresso nas romarias ao Santuário de Trindade. O bispo disputava com coronéis da região a administração do Santuário e da maior festa religiosa do estado, dispondo apenas de uma pequena equipe de padres malformados, herança das restrições impostas pelo Império. Na Alemanha, a congregação do Santíssimo Senhor Redentor vivia um período de profunda crise desde 1873, quando, durante a chamada Kultur Kampf (a luta cultural), Bismark expulsou os religiosos redentoristas do país (Gomes Filho, 2011, p. 901 ). Os interesses do bispo e da congregação encontraram-se e a imigração teve início.

Os 14 padres dessa primeira missão dividiram-se entre Goiás, então sede da subprovíncia bávaro-brasileira, Rio de Janeiro e São Paulo. Os de São Paulo estabeleceram-se em Guaratinguetá e assumiram a administração do Santuário de Aparecida, configurando-se na maior província do Brasil.

Logo na primeira década, começaram a editar o Jornal Santuário de Aparecida e alguns anos mais tarde o mesmo redator-chefe e editor, Pe. João Batista Kiermaier, fez circular em Goiás o jornal Santuário da Trindade. Assim teve início o complexo de comunicação composto de imprensa escrita, falada, televisionada e eletrônica.

A trajetória da editora dos redentoristas mostra-se absolutamente coerente com o projeto da Congregação e do Vaticano para o Brasil. Insere-se na construção, na ampliação e no controle dos símbolos do catolicismo brasileiro: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em mãos redentoristas, se transformou na Padroeira do Brasil, e seu santuário, no maior santuário católico. Esses dois símbolos, associados ao monumento ao Cristo Redentor no Rio de Janeiro, formam os ícones do catolicismo brasileiro (Berto, 2010; Gomes Filho, 2011; Miyahira, 2013).

O catálogo da editora Santuário cresceu a partir de publicações periódicas. Ao jornal Santuário de Aparecida juntam-se os folhetos litúrgicos, o Ecos Mariano, criado em 1927 e, mais recentemente, o livreto mensal Deus conosco dia a dia – uma publicação também litúrgica. São publicações dirigidas ao leitor popular, de poucas letras. A Bíblia, em seus diferentes formatos, e os fragmentos e estudos bíblicos completam as publicações mais vendidas.

Recentemente, em 2003, a Santuário criou um novo selo: "Ideias & Letras", para publicar literatura e livros universitários. A nova editora, com muitas obras traduzidas, coleção de clássicos de filosofia e literatura no catálogo, surge com um projeto de distribuição baseado em livrarias próprias. O novo selo, como a livraria, não faz nenhuma referência à sua filiação católica, contrastando com as obras editadas no Movimento Carismático Católico.

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Esta breve aproximação das mais conhecidas editoras católicas no Brasil autoriza afirmar que, com a circulação das congregações da Europa para o Brasil, deu-se a importação e a exportação de práticas e técnicas não apenas de edição, mas de escrita, revisão, tradução, ilustração, uma vez que as congregações trazem e formam suas próprias equipes. O processo de circulação de ideias e intelectuais da Igreja Católica, entretanto, não pode ser pensado como transposição direta. As diferenças entre a realidade histórica dos países europeus – língua, nível de instrução, grau de desenvolvimento tecnológico e a própria relação da Igreja com a sociedade e o Estado – e a situação política e cultural do Brasil fizeram com que os grupos imigrantes adaptassem suas missões, seus projetos e seus carismas. Isso exigiu negociações constantes entre os grupos religiosos, os poderes políticos e as elites locais.

As congregações, que já detinham alto grau de profissionalização no campo da edição, conseguiram encontrar soluções mesmo em realidade adversa. Exemplos, nesse caso, são as congregações Maristas, Claretianos e Paulinas. Ordens e congregações tradicionais apoiadas nacional e internacionalmente foram capazes de manejar grandes projetos, como é o caso de franciscanos, redentoristas e jesuítas. Por outro lado, alguns projetos de pequenos grupos alcançaram sucesso, graças ao encontro de interesses entre os imigrados, o clero local e o poder público, demandante da legitimidade do conhecimento aportado pelos recém-chegados.

Ao concluir, cabe assinalar que o fenômeno novo no campo da edição de livros religiosos católicos está na entrada das associações, de empresários e organizações não governamentais, com supervisão da Igreja, em substituição às congregações e ordens. Empresas que surgem e rapidamente implantam processos de exportação. Se ainda não se conhecem suficientemente as editoras tradicionais de propriedade das congregações religiosas, mais estudos são necessários para compreensão dos novos agentes presentes no espaço religioso.

Endereço eletrônico das editoras consultadas

http://www.universovozes.com.br/

http://www.franciscanos.org.br/

http://editorasantuario.com.br/

http://www.redentoristas.com.br/redent_brasil.htm

http://www.avemaria.com.br/

http://www.claretianos.com.br/

http://www.ftd.com.br/

http://www.pucpr.br/memoria/marista.php

http://www.olutador.com.br/

https://www.paulus.com.br/

https://www.paulinas.org.br/

http//www.loyola.com.br/

http://edbbrasil.org.br/

http//www.editora.cancaonova.com/www.quadrante.com.br/

www.cidadenova.org.br/

http://www.raboni.com.br/

http://www.cleofas.com.br/

http//www.editoraapartilha.com.br/

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  • 1
    . Este artigo é resultado dos estudos realizados com a bolsa produtividade do CNPq no "Projeto editorial católico", que se insere no "Projeto Temático: Congregações católicas, Educação e Estado Nacional", financiado pela FAPESP, processo n. 11/51829-0.
  • 2
    . As instituições de fomento: FAPESP, CAPES e CNPq têm financiado pesquisas abrangentes sobre temas ainda pouco explorados; esse é o caso da história do livro.
    3 . As informações constantes neste quadro foram retiradas dos
    sites das editoras e das congregações, ordens ou associações responsáveis por elas.
  • 4
    . Disponível em:
  • 5
    . Sobre circulação internacional e formação das elites brasileiras, ver Letícia Canêdo et al.
    Estratégias educativas das elites brasileiras na era da globalização. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2013.
  • 6
    . Conforme notificado pelos três editores entrevistados durante os meses de março e abril de 2013.
  • 7
    . Sobre esse assunto, ver o artigo de Rebecca Rogers neste mesmo volume.
  • 8
    . A narrativa histórica constante do livro
    FTD 100 anos fazendo o amanhã não fornece datas precisas das reformas sofridas pela editora. As datas referem-se, em geral, a alterações de sede, a mudanças de prédios e não de linha editorial.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Maio 2014
    • Data do Fascículo
      Abr 2014
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