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Green Supply Chain Management: uma análise da produção científica recente (2001-2012)

Green Supply Chain Management: a review of recent scientific production (2001-2012)

Resumos

O objetivo deste estudo foi analisar a produção científica internacional na área de Green Supply Chain Management constante de produções da base de dados Business Source Complete (EBSCO Host) no período de 2001 a 2012. Pôde-se verificar a estrutura de cooperação entre autores e instituições, os autores entrantes, as categorias de produção e continuidade, a regularidade de publicação e a distribuição das publicações ao longo do tempo. Noventa artigos compuseram a amostra e os resultados evidenciaram que o número de autores que publicam é reduzido, concentrados na categoria one-timers, com 68,90%. A maior produção foi 10 artigos por autor e o periódico mais prolífico foi o Journal of Cleaner Production, com 12 artigos publicados sobre o assunto. A Clark University (USA) destaca-se com 12 autores filiados. Conclui-se que a temática teve uma ascensão expressiva nos últimos anos.

Green Supply Chain Management; Gestão verde da cadeia de suprimentos; Bibliometria; Categorias de produção e continuidade


The goal of this study was to analyze international scientific production in the area of constant-production green supply chain management from 2001 to 2012 using the Business Source Complete database (EBSC0 Host). The database was checked for cooperation between authors and institutions, author entrants, production and continuity categories, regularity of publication and distribution of publications over time. Ninety articles were included in the sample, and the results showed a reduction in the number of publishing authors, concentrated in one-timers category with 68.90%. The highest yield for a single author was 10 articles, and the most prolific periodical was the Journal of Cleaner Production, with 12 articles published on the subject. Clark University (USA) stood out in terms of output, with 12 affiliated authors. It was concluded that the subject had experienced a significant rise in published literature over that time period.

Green Supply Chain Management; Management of green supply chains; Bibliometrics; Categories of production and continuity


1. Introdução

A eficácia de uma cadeia de suprimentos tradicional é mensurada com base em seu custo total e em sua rentabilidade, ignorado-se, geralmente, o impacto de sua operação sobre o meio ambiente. Entretanto, esse fenômeno está mudando rapidamente, pois os problemas ambientais decorrentes do aquecimento global e das degradações ambientais estão afetando as condições de vida da população do mundo mais severamente (Wang & Gupta, 2011Wang, H., & Gupta, S. M. (2011). Green Supply Chain Management: Product Life Cycle Approach. McGraw Hill.). Governos estão impondo aos fabricantes rígidas normas ambientais e diretrizes para lidarem com esses problemas. Na China, destacam-se novas legislações ambientais, como a Política para Economia Circular e, no Brasil, a Nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305, de 2 de Agosto de 2010) (Brasil, 2010Brasil. (2010). Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. (Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010). Diário Oficial da República Federativa do Brasil.). Além disso, mais conscientes das questões ambientais, os consumidores exigem produtos ecologicamente corretos, levando os fabricantes a integrarem práticas de negócios ecológicas no design do produto (oeco-design), na gestão de materiais, nos processos de fabricação, na logística, bem como em alternativas de reprocessamento dos produtos. Conforme argumentam Lai & Wong (2012)Lai, K., & Wong, C. W. Y. (2012). Green logistics management and performance: Some empirical evidence from Chinese manufacturing exporters.Omega, 40, 267-282. http://dx.doi.org/10.1016/j.omega.2011.07.002
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, essa crescente pressão institucional está fazendo avançar a adoção de perspectivas ambientalmente pró-ativas em temas relacionados à cadeia de suprimentos.

Nesse processo de integração de práticas e ferramentas de minimização do impacto ambiental e de tornar os produtos ecologicamente mais corretos são empregadas várias metodologias para quantificar o impacto ambiental na cadeia de fornecimento e identificar oportunidades para implantar melhorias. Dentre essas abordagens, destaca-se a Green Supply Chain Management. Wang & Gupta (2011)Wang, H., & Gupta, S. M. (2011). Green Supply Chain Management: Product Life Cycle Approach. McGraw Hill. consideram essa metodologia fundamental para o êxito da integração dos princípios verdes em cadeias de fornecimento.

Nesse contexto, o triple bottom line passa a ser uma perspectiva observada pelas organizações em sua gestão. A ideia do paradigma triple bottom line é que uma corporação será bem-sucedida não apenas se tiver bom desempenho econômico-financeiro mas também pela sua função social, ética e pelo desempenho ambiental. Uma expressão muito aplicada nesse âmbito é responsabilidade social empresarial, que deve ser expressa na missão da empresa e na sua declaração dos valores. Igualmente, conforme Govindan et al. (2012)Azevedo, S. G., Govindan, K., Carvalho, H., & Cruz-Machado, V. (2012). Ecosilient Index to assess the greenness and resilience of the upstream automotive supply chain. Journal of Cleaner Production, 1-16., as organizações percebem que cada vez mais suas ações em compras e em gestão da cadeia de suprimentos afetam a reputação e o sucesso no longo prazo.

A seleção dos fornecedores também desempenha um papel importante na gestão da cadeia de fornecimento. Tradicionalmente, as empresas consideram critérios como preço, qualidade, agilidade e flexibilidade para avaliar o fornecedor. Mas, atualmente, os fatores de sustentabilidade desempenham um papel importante no sucesso de uma cadeia de fornecimento e do processo de compra (Govindan et al., 2012Azevedo, S. G., Govindan, K., Carvalho, H., & Cruz-Machado, V. (2012). Ecosilient Index to assess the greenness and resilience of the upstream automotive supply chain. Journal of Cleaner Production, 1-16.). O contexto acima mencionado diz respeito à incorporação dos aspectos ambientais na gestão da cadeia de suprimentos, um dos temas mais importantes da gestão organizacional contemporânea (Gunasekaran & Spalanzani, 2012Gunasekaran, A., & Spalanzani, A. (2012). Sustainability of manufacturing and services: Investigations for research and applications.International Journal of Production Economics,140(1), 35-47. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpe.2011.05.011
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).

A Green Supply Chain Management tem se tornado foco de estudo de pesquisadores em diversos países. O trabalho pioneiro de Zhu & Sakis, publicado noJOM é datado de 2004. Entretanto, de forma mais acentuada, a pesquisa nessa temática tem-se intensificado nos últimos três anos. Baseado nessa realidade, a pergunta que guiou esta pesquisa pode ser assim descrita: Como a produção científica na área de Green Supply Chain Management tem se configurado no tocante à inserção de pesquisadores na realização de pesquisas sobre essa temática? O objetivo do presente artigo foi analisar o papel desempenhado pelos autores no desenvolvimento da produção científica na área de Green Supply Chain Management. Quanto aos objetivos específicos, foram assim descritos: a) identificar a quantidade de artigos publicados segundo a data de publicação e por categoria de análise; b) classificar os autores dos artigos de acordo com as categorias de produção e as categorias de continuidade; c) avaliar o número de autores, a produtividade e as coautorias de cada categoria identificada; d) avaliar quais foram as instituições mais prolíficas; e) identificar os principais temas estudados pelos pesquisadores mapeados.

A originalidade desta pesquisa é dupla. Primeiramente, nela é abordado um tema recente, que vem recebendo significativa atenção internacional, inclusive com a organização de special issues (Gunasekaran & Spalanzani, 2012Gunasekaran, A., & Spalanzani, A. (2012). Sustainability of manufacturing and services: Investigations for research and applications.International Journal of Production Economics,140(1), 35-47. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpe.2011.05.011
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), mas que ainda não foi suficientemente abordado no Brasil. Não obstante, a sistematização do estado da arte aqui empreendida não encontra similar, até o momento, nos periódicos nacionais.

A seção 2 apresenta aspectos teóricos relacionados à gestão da cadeia de suprimentos verde. Na seção 3 é descrita a metodologia do estudo, apresentando-se a delimitação e o delineamento da pesquisa, as categorias e variáveis de análise, as técnicas de tabulação e a análise dos dados. Em seguida (seção 4), são apresentados e discutidos os resultados e apresentadas as implicações do estudo para a teoria e para a prática. Na seção 5 apresentam-se conclusões, limitações da pesquisa e sugestões para futuros estudos na área.

2. Green Supply Chain Management (GSCM)

Muduli et al. (2012)Muduli, K., Govindan, K., Barve, A., & Yong, G. (2012). Barriers to Green Supply Chain Management in Indian Mining Industries: A Graph Theoretic Approach. Journal of Cleaner Production. mencionam que a gestão da cadeia de suprimentos verde integra princípios de gestão ambiental com as atividades da cadeia de suprimentos a fim de melhorar ou preservar o ambiente, atendendo aos regulamentos ambientais e requisitos legais e sem sacrificar, como complementa Srivastava (2007)Srivastava, S. K. (2007). Green supply-chain management: A state-of the-art literature review. International Journal of Management Reviews, 9(1), 53-80. http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.2007.00202.x
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, a qualidade, o custo, a confiabilidade, o desempenho e a eficiência no uso de energia. Além disso,Vachon & Klassen (2006)Vachon, S., & Klassen, R. D. (2006). Extending green practices across the supply chain: the impact of upstream and downstream integration.International Journal of Operations and Production Management, 26(7), 795-821. http://dx.doi.org/10.1108/01443570610672248
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destacam que ser verde tornou-se uma prática comum para retratar a imagem ambiental dos produtos, processos, sistemas e tecnologias, bem como é considerado o caminho mais adequado para a condução dos negócios.

O conceito Green Supply Chain (GSC) foi proposto pela primeira vez em 1970 (Chen & Liang, 2012Chen, C. C., Shih, H. S., Shyur, H., & Wu, K. (2012). A business strategy selection of green supply chain management via an analytic network process. Computers and Mathematics with Applications,64, 2544-2557. http://dx.doi.org/10.1016/j.camwa.2012.06.013
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). Sarkis et al., (2011)Sarkis, J., Zhu, Q., & Lai, K. (2011). An organizational theoretic review of green supply chain management literature.International Journal of Production Economics,130(1), 1-15. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpe.2010.11.010
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destacam que tudo começou com a logística reversa. No ano de 1990, a ênfase dos estudos na área foi de ordem conceitual. O conceito surgiu com a finalidade de proteger o meio ambiente por meio da criação de uma cultura de aprendizado na empresa, a qual deve ser assimilada com o apoio da sociedade (Chen & Liang, 2012Chen, C. C., Shih, H. S., Shyur, H., & Wu, K. (2012). A business strategy selection of green supply chain management via an analytic network process. Computers and Mathematics with Applications,64, 2544-2557. http://dx.doi.org/10.1016/j.camwa.2012.06.013
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). Ganhou notoriedade a partir da publicação de Zhu & Sarkis (2004a)Zhu, Q., & Sarkis, J. (2004a). The Link between Quality Management and Environmental Management in Firms of Differing Size: An Analysis of Organizations in China. Environmental Quality Management,13(3), 53-64. http://dx.doi.org/10.1002/tqem.20004
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. Entretanto, essa consciência está diretamente relacionada à renda das pessoas que, à medida que aumenta, as torna mais sensíveis e preocupadas com a deterioração ambiental (Dowell et al., 2000Zhu, Q., & Dou, Y. (2007). Evolutionary Game Model between Governments and Core Enterprises in Greening Supply Chains. Systems Engineering - Theory & Practice,27(12).). Com vistas a reduzir o tempo que levaria a mudança de postura das empresas de forma voluntária, requisitos coercitivos têm-se formulados na legislação governamental na Europa, Ásia e América do Norte, para induzir a indústria a reduzir a poluição, por exemplo, ao exigir dos fabricantes procedimentos de logística reversa e reciclagem dos produtos verdes, práticas ampliadas com o advento da responsabilidade compartilhada com o produtor (Sheu & Chen, 2011Sheu, J., & Talley, W. (2011). Green supply chain management: trends, challenges, and solutions. Transportation Research Part E, 47(6), 791-792. http://dx.doi.org/10.1016/j.tre.2011.05.014
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). Assim, os integrantes da cadeia de produção devem gerenciar de modo cooperativo, integrado e eficiente a cadeia de suprimentos. Empresas como IBM, Hewlett–Packard, Xerox e Body Shop International têm se envolvido com funções relacionadas a manufatura verde, remanufatura,marketing verde, logística verde e logística reversa. Kuo et al. (2010)Kuo, R. J., Wang, Y. C., & Tien, F. C. (2010). Integration of artificial neural network and MADA methods for green supplier selection.Journal of Cleaner Production, 18, 1161-1170. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2010.03.020
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afirmam que a seleção de fornecedores em GSCM é uma atividade fundamental na gestão de compras, porque a sustentabilidade ambiental de uma empresa e o seu desempenho ecológico podem ser demonstrados pelo desempenho dos fornecedores. Portanto, o fornecedor deve se comprometer ambientalmente também, para cooperar no alcance do desempenho almejado pela indústria e para o desenvolvimento de produtos verdes e de inovações sustentáveis.

No entanto, Sheu & Talley (2011)Sheu, J., & Talley, W. (2011). Green supply chain management: trends, challenges, and solutions. Transportation Research Part E, 47(6), 791-792. http://dx.doi.org/10.1016/j.tre.2011.05.014
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e Sarkis et al., (2011)Sarkis, J., Zhu, Q., & Lai, K. (2011). An organizational theoretic review of green supply chain management literature.International Journal of Production Economics,130(1), 1-15. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpe.2010.11.010
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asseveram que as questões relacionadas à GSCM permanecem desafiadoras, exigindo maiores investigações. Citam como exemplo: o planejamento estratégico da GSCM e os modelos operacionais; configuração de redes em logística verde e estratégias de alocação de recursos; GSCM multilateral e canais de gestão de relacionamento; condução e promoção de incentivos para a sustentabilidade na GSCM; casos práticos de GSCM, problemas e soluções. Ruiz-Torrers et al. (2012)Ruiz-Torres, A. J., Mahmoodi, F., & Ayala-Cruz, J. (2012). Supply Chain Management Research in Latin America: a Review. Supply Chain Forum: An International Journal,13(1). corroboram destacando que embora não exista um consenso em termos de classificação e/ou em uma taxonomia na área de Supply Chain Management (SCM), a maioria das pesquisas tem se centrado nas seguintes perspectivas: desenvolvimento de métodos e técnicas para estudar os processos de SCM; mensuração dos resultados do fornecimento de táticas e estratégias para a cadeia; alinhamento de prioridades competitivas para a cadeia de abastecimento; SCM verde, integrando alternativas ambientais responsáveis dentro da cadeia de suprimentos; resiliência da cadeia de suprimentos e cobertura operacional; metodologias explicativas com base na dinâmica do sistema e perspectivas multidisciplinares, considerando complexidade de interação e modelando holisticamente a cadeia de suprimentos e os sistemas logísticos.

Muduli et al. (2012)Muduli, K., Govindan, K., Barve, A., & Yong, G. (2012). Barriers to Green Supply Chain Management in Indian Mining Industries: A Graph Theoretic Approach. Journal of Cleaner Production. destacam que a GSCM concentra-se em uma redução dos impactos adversos das atividades da cadeia de abastecimento, assim como prima pela minimização do consumo de energia e materiais. Algumas filosofias industriais e práticas ambientais que a GSCM apoia são: sistemas de gestão ambiental, avaliação do ciclo de vida, ecologia industrial e simbiose, gestão dos produtos e responsabilidade na destinação final do produto estendida ao produtor (Muduli et al., 2012Muduli, K., Govindan, K., Barve, A., & Yong, G. (2012). Barriers to Green Supply Chain Management in Indian Mining Industries: A Graph Theoretic Approach. Journal of Cleaner Production.).

Ruiz-Torres et al. (2012)Ruiz-Torres, A. J., Mahmoodi, F., & Ayala-Cruz, J. (2012). Supply Chain Management Research in Latin America: a Review. Supply Chain Forum: An International Journal,13(1). destacam que na América Latina os desafios da cadeia de suprimentos são numerosos e complexos. Existem evidências de que as cadeias de suprimentos de muitas empresas dessa região têm vulnerabilidades internas que podem se sobrepor aos seus esforços de participar do mercado global.

Azevedo et al. (2012)Azevedo, S. G., Govindan, K., Carvalho, H., & Cruz-Machado, V. (2012). Ecosilient Index to assess the greenness and resilience of the upstream automotive supply chain. Journal of Cleaner Production, 1-16. mencionam que as práticas verdes são classificadas em três níveis de análise na cadeia de suprimentos, quais sejam: a) práticas verdes desenvolvidas a montante associadas com interações ambientais com as empresas e seus fornecedores; b) práticas verdes implantadas por empresas no seu cotidiano, nas operações internas; c) práticas verdes desenvolvidas a jusante entre as empresas e seus parceiros. Zhu & Sarkis (2004b)Zhu, Q., & Sarkis, J. (2004b). Relationships between operational practices and performance among early adopters of green supply chain management practices in Chinese manufacturing enterprises. Journal of Operations Management, 22, 265-289. http://dx.doi.org/10.1016/j.jom.2004.01.005
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, Zhu et al. (2011Sarkis, J., Zhu, Q., & Lai, K. (2011). An organizational theoretic review of green supply chain management literature.International Journal of Production Economics,130(1), 1-15. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijpe.2010.11.010
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, 2012) salientam que os tipos de prática de GSCM existentes consistem em: gestão ambiental interna, compras verdes, colaboração com fornecedores, produção mais limpa, programas de auditoria e certificação ambiental, eco-design e recuperação de investimentos.

Portanto, estudar o conceito de Green Supply Chain Management (GSCM) aplicado no contexto organizacional torna-se um desafio para a academia, no intuito de contribuir para a geração de insights que contribuam para a melhoria da eficiência da cadeia de abastecimento.

3. Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido utilizando a base de dados Business Source Complete (EBSCO Host) abrangendo o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2012, com vistas a verificar a estrutura de cooperação entre autores e instituições, os autores entrantes e as categorias de produção e continuidade, a regularidade de publicação e a distribuição de suas publicações ao longo do tempo.

As palavras-chave de busca foram "Green Supply Chain Management" e "gestão da cadeia de suprimentos verde". Foram mapeados 113 artigos. Desses, os resultados foram limitados a texto completo, tipo de publicação – academic journal, tipo de documento – artigo, idioma inglês e português, sendo que restaram 90 artigos científicos que compuseram a amostra analisada. Classificaram-se os autores em continuantes, transientes, entrantes, one-timers e retirantes.

A escolha artigos publicados em uma base de dados internacional foi feita devido à disponibilidade da mesma na instituição de ensino a que os pesquisadores estão vinculados. Outros estudos já foram desenvolvidos utilizando essa base, a exemplo deCoelho et al. (2009)Coelho, A. L. A. L., Pavão, Y. M. P., & Bandeira-De-Mello, R. (2009). A Produção Científica Direcionada a Visão Baseada em Recursos (RESOURCE-BASED VIEW - RBV) no Brasil e no Exterior. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração,1, 177-207.. Outra razão foi o fato de ser possível obter-se um maior número de publicações para a amostra num mesmo padrão de características e informações disponíveis, já que tal base de dados possui um número significativo de periódicos indexados disponíveis. Destaca-se também a sua importância no cenário acadêmico no que diz respeito à publicação de pesquisas científicas. Foram mapeados todos os artigos encontrados considerando-se os critérios pré-estabelecidos e supramencionados. Posteriormente, a amostra selecionada foi caracterizada em termos de linguagem e país de origem dos pesquisadores.

Para a análise dos dados, observaram-se o ano de publicação do artigo, o periódico no qual foram publicados, os autores e as instituições às quais eles se encontravam vinculados na ocasião da publicação. Quanto à identificação do vínculo institucional dos autores, ressalta-se que a obtenção de tal informação deu-se por meio dos dados constantes nos artigos científicos analisados.

Para realizar a classificação dos pesquisadores conforme as categorias de produção e continuidade utilizaram-se as tipologias mencionadas por Guarido Filho et al. (2009, 2010)Guarido Filho, E. R., Machado-Da-Silva, C. L., & Rossoni, L. (2010). The Social and Intellectual Dimensions in The Construction of Scientific Knowledge: The Institutional Theory in Organization Studies in Brazil. BAR.Brazilian Administration Review, 7, 136-154. http://dx.doi.org/10.1590/S1807-76922010000200003
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, que valeram da base teórica de Braun et al. (2001)Braun, T., Glänzel, W., & Schubert, A. (2001). Publication and cooperation patterns of the authors of neuroscience journals.Scientometrics, 51(3), 499-510. http://dx.doi.org/10.1023/A:1019643002560
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e Gordon (2007)Gordon, A. (2007). Transient and continuant authors in a research field: the case of terrorism. Scientometrics,72(2), 213-224. http://dx.doi.org/10.1007/s11192-007-1714-z
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. Essa análise resultou na classificação dos autores nas seguintes categorias: (a) entrantes; (b) transientes; (c) continuantes; (d) one-timers; e (e) retirantes. A definição e os critérios de cada categoria encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1
Definição e critérios para classificação dos autores nas categorias de produção e continuidade.

De posse dos artigos selecionados nessa primeira etapa, foi efetuada a tabulação dos dados e foram efetuadas as análises do estreitamento de laços entre pesquisadores.

Foram identificados quantitativamente o volume (absoluto e relativo) de artigos, de pesquisadores e de autorias presentes em cada ano e categoria. Os aspectos analisados foram: a) quantidade de artigos publicados por categoria e em quais periódicos; b) distribuição de pesquisadores segundo categorias de produção e de continuidade e coautorias relacionadas a cada categoria de produção e de continuidade; c) instituições mais prolíficas; d) autores e periódicos que publicaram sobre o tema Green Supply Chain Management.

4. Análises e resultados

Esta sessão encontra-se dividida em três etapas. A primeira apresenta o sumário de caracterização dos artigos analisados. A segunda, as estatísticas descritivas a respeito das cinco categorias de produção e continuidade. Na terceira destacam-se a análise bibliométrica dos temas empregados nos estudos publicados pelos autores da área de Green Supply Chain Management.

4.1. Sumário da caracterização dos artigos

A Tabela 2 apresenta a caracterização da amostra de artigos pesquisada.

Tabela 2
Caracterização dos artigos consultados.

A Tabela 2 permite constatar que a maioria dos artigos analisados foram escritos na língua inglesa e com predomínio de coautorias de múltiplos países. Destacaram-se as parcerias entre China e Estados Unidos, China, Estados Unidos e Hong Kong, Taiwan e Estados Unidos, Reino Unido e Estados Unidos, entre outras. Com menor representatividade observam-se os artigos publicados por Canadá, Índia, Japão, Alemanha, Suécia, entre outros. Sobretudo observa-se que os escritos foram elaborados em sua maioria por dois (32,22%) ou três (30%) autores.

4.2. Categorias de produção e de continuidade

A Tabela 3 apresenta a quantidade de artigos publicados por ano e por categoria.

Tabela 3
Quantidade de artigos publicados por ano e por categoria (considerando o número de publicações).

Por meio da Tabela 3 é possível constatar que o número total de publicações sobre a temática GSCM tem aumentado ao longo do tempo. A importância que a GSCM tem nos negócios globais é certamente o fator chave que explica o aumento do número de publicações nessa área. Outra possível explicação para o aumento da produção científica na área é o recente lançamento de diversos special issues sobre o tema por periódicos de significativo impacto. A categoria de destaque é a de autoresone-timers, que corresponde a 68,90% (62 artigos) da amostra de artigos analisados neste estudo (90 artigos). Em seguida apresentam-se os entrantes e continuantes, cada qual com 11 artigos publicados, o que corresponde a 12,22% para cada categoria supramencionada. Tais dados evidenciam que a temática GSCM foi recentemente incorporada no círculo de interesse da academia internacional. Ou, ainda, que os autores que publicam nesse assunto não delimitam a expressão Green Supply Chain Management ou gestão da cadeia de suprimentos verde nas palavras-chave, no título, no resumo, restringindo a sua localização por meio da base de dados EBSCO Host. Corroborando essa possibilidade, Trierweiller et al. (2013)Walker, H., Sisto, L. D., & McBain, D. (2008). Drivers and barriers to environmental supply chain management practices: Lessons from the public and private sectors. Journal of Purchasing & Supply Management, 14, 69-85. http://dx.doi.org/10.1016/j.pursup.2008.01.007
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verificaram em um levantamento da produção científica brasileira em periódicos de Engenharia de Produção que alguns autores, apesar de estudarem a gestão ambiental e, inclusive, apresentarem sua definição no corpo do artigo, não o fazem em tópicos relevantes como: título, resumo e palavras-chave, campos os quais costumam ser alvo de busca em uma bibliometria. Sobremaneira, GSCM é uma área que carece, em termos internacionais, de autores entrantes, continuantes e transientes. É uma lacuna de pesquisa que pode ser preenchida inclusive por pesquisadores brasileiros que tenham interesse em aprofundar seus estudos voltados à cadeia de suprimentos alinhada aos princípios da sustentabilidade.

Considerando que a maioria dos artigos possui mais de um autor, existe a possibilidade de os autores de um mesmo artigo se enquadrarem em diferentes categorias. Para fins de esclarecimento, foram adotados critérios de quantificação, a seguir explicitados:
  1. Consiste no número de autores que podem ser classificados em cada categoria sem repetição do autor, isto é, cada autor é contabilizado apenas uma vez (independentemente do número de publicações). O percentual é obtido em relação ao número total de autores diferentes no período (75);

  2. Consiste no número de vezes que os autores classificados em cada categoria publicaram, isto é, admite repetição do mesmo autor conforme o número de publicações suas no período;

  3. Consiste no número de artigos em que os autores classificados em cada categoria contribuíram como autores ou coautores. A obtenção do percentual ocorre em relação ao número de artigos na amostra (91);

  4. Consiste no número de anos (de 2001 a 2012) em que houve artigo(s) publicado(s) pelos autores classificados em cada categoria. Obtém-se o percentual em relação ao número total de anos no período (12).

Na sequência, a Tabela 4 procura explicitar a distribuição dos pesquisadores pautando-se nas categorias de produção e de continuidade.

Tabela 4
Distribuição dos pesquisadores segundo as categorias de produção e de continuidade.

A Tabela 4 permite verificar que os autores one-timers independentemente do número de publicações correspondem a 92,09% do total de autores que publicaram no período. Esses autores podem ser ingressantes na área, configurando um processo de iniciação e "oxigenação" no campo. Em seguida encontram-se os autores entrantes, que correspondem a 3,39% do total de autores que publicaram no período.

A tabela também permite verificar que o número de autores que publicaram é reduzido, perfazendo um total de 177 autores distintos, e que a maioria dos artigos foram redigidos por dois pesquisadores (29 artigos). Outros 27 artigos foram redigidos por parcerias de três autores. Vinte artigos foram escritos por apenas um autor; 11 artigos por quatro autores parceiros; dois artigos por cinco autores e um artigo por seis autores.

Além disso, a Tabela 4 permite concluir que 62 artigos foram redigidos por autores one-timers e 11, por autores entrantes e por igual quantidade por autores continuantes, sendo que esses últimos redigiram seus escritos no período de 2003 a 2012 e osone-timers, por sua vez, estiveram presentes continuamente ao longo do período analisado, com um gap sem publicações nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005. No Brasil, em específico, o tema não era difundido. Esse alto índice de fragmentação de autorias e publicações não permite a consolidação de parcerias de publicação entre pares. Um dos possíveis motivos disso é que os artigos que compuseram essa amostra podem advir de dissertações de mestrado, teses de doutorado sob orientação de autores migrados de outras áreas, como publicações resultantes de participação temporária em grupos de pesquisa, o que se reflete na transição das temáticas de interesse de pesquisa em consonância com as tendências mundiais e a difusão da informação acerca da sustentabilidade.

4.3. Origem dos autores que publicaram na área de Green Supply Chain Management no período de 2001 a 2012

A Tabela 5 apresenta a origem dos autores que publicaram na área de Green Supply Chain Management no período de 2001 a 2012.

Tabela 5
Instituições mais prolíficas em relação a autores entrantes.

Foi possível constatar na Tabela 5 que o país que se destacou em termos de instituições de ensino àsquais os autores que publicam sobre Green Supply Chain Management estão filiados são Taiwan, Estados Unidos (USA), China e Índia. São países menos expressivos nesseranking o Reino Unido (UK), o Brasil, a Alemanha, o Canadá, a Suécia, a Espanha, a Dinamarca, a Finlândia, Portugal, Hong Kong, Nova Zelândia, Emirados Árabes, França, Malásia, Filipinas, Japão, Austrália, Itália, Suécia, Coréia do Sul, Filipinas, Espanha, Bélgica, Irã e Turquia. Isso permite evidenciar que países europeus publicam sobremaneira sobre a temática Green Supply Chain Management e que nas Américas apresenta maior representatividade a América do Norte.

4.4. Autores e periódicos (mais prolíficos) que publicaram sobre Green Supply Chain Management

Na sequência, a Tabela 6 apresenta oranking dos periódicos mais prolíficos no período analisado.

Tabela 6
Periódicos mais prolíficos.

No total, foram publicados 121 artigos completos no período analisado. Desses, 90 foram publicados em periódicos qualis A1 para a área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo (atualização 2012). Dessa amostra e conforme evidencia aTabela 4 tiveram destaqueJournal of Cleaner Production e International Journal of Production Economics, com 12 e oito artigos publicados, respectivamente, sobre Green Supply Chain Management e com fatores de impacto de 2,425 e 1,988, respectivamente. Nelas, houve maior concentração de artigos publicados nos anos de 2010, 2011 e 2012. O que é muito interessante é que todos essesjournals promoveram special issues calls for papers sobre GSCM e isso pode explicar os resultados. Na sequência, o periódico Transportation Research Part E, IJPR e PSBC publicaram cada um deles cinco artigos no período analisado. Em seguida, as revistas IJBIT, Industrial Marketing Management, Procedia - Social and Behavioral Sciences e Business Strategy and the Environment publicaram cada uma quatro artigos no período analisado (2001-2012). Sobretudo o ano de 2012 foi referência em publicações sobre a temática analisada, com 31 artigos divulgados sobre o assunto GSCM. Entretanto, 14 artigos foram publicados em periódicos distintos, que não apresentaram uma concentração representativa, ou seja, publicaram um ou dois artigos por ano analisado e, por isso, foram considerados e contabilizados na categoria Outros (periódicos).

No que se refere ao número de referências consultadas para elaborar os artigos científicos publicados houve uma variação significativa. Em alguns artigos houve apenas quatro obras consultadas. Mas houve também um artigo que consultou e referenciou 227 obras distintas para elaborar a sua publicação: o trabalho deSrivastava (2007)Srivastava, S. K. (2007). Green supply-chain management: A state-of the-art literature review. International Journal of Management Reviews, 9(1), 53-80. http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.2007.00202.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.20...
– um estudo bibliométrico. Na média foram consultadas 56 referências para elaborar cada artigo científico. Desconsiderando-se os 28 trabalhos discrepantes, ou seja, aqueles artigos analisados que citaram poucas referências e os que referenciaram muitos materiais, constatou-se que, dos 90 artigos, 30 artigos citaram entre 40 e 60 materiais distintos para elaborar a sua publicação. E outros 25 artigos referenciaram entre 61 e 100 obras diferentes para elaborar o seu escrito. E, ainda, sete artigos analisados referenciaram entre 108 e 227 referências distintas para elaborar a sua redação. Isso evidencia que há uma preocupação em fundamentar de forma sólida os artigos, de modo a evidenciar o estado da arte do assunto no momento em que se gera uma nova publicação.

Em seguida, a Tabela 7 apresenta as universidades consideradas mais prolíficas e às quais os autores que publicam sobre GSCM estão filiados.

Tabela 7
Universidades mais prolíficas.

A universidade mais prolífica é a Clark University, dos USA, com 12 autores filiados, seguida pelas universidade chinesas Dalian University of Technology e Hong Kong Polytechnic University, cada uma com 10 autores filiados. Tal constatação permite a realização da inferência de que a temática GSCM tem despertado o interesse de pesquisadores chineses, taiwaneses e americanos, o que pode estar associado à realidade fabril, produtiva, de recursos disponíveis nesses países e ao nível tecnológico demandado pela cadeia de suprimentos.

Quanto aos autores que elaboraram os artigos analisados: 29 (Tabela 8) foram escritos por dois autores; 27 artigos foram elaborados por três autores; 20 foram elaborados por um autor; 11 por quatro autores distintos; um artigo por cinco autores e dois artigos por seis. Totalizando as autorias, foram mapeados 177 autores distintos para os artigos que compuseram a amostra analisada. Dentre eles, destacaram-se os autores Joseph Sarkis e Qinghua Zhu, cada qual autor e/ou coautor de 10 artigos distintos.

Tabela 8
Autores, ano de publicação e temas estudados nas publicações científicas mapeadas.

O autor Kee-Hung Lai foi autor e/ou coautor de seis artigos e o autor Ming-Lang Tseng, de cinco artigos. Jiuh Bung Sheu auxiliou na elaboração de quatro obras distintas. Nicolle Darnall, Dun-Ji Chen, Jiu-Biing Sheu, Kannan Govindan, Stefan Seuring e Yenming Chen também foram autores e/ou coautores de dois artigos cada um no período analisado.

4.5 Temas estudados pelos autores mapeados

A Tabela 8 apresenta os temas estudados pelos autores mapeados.

Constata-se a partir da Tabela 1 que os estudos mapeados acerca de Green Supply Chain Management versam sobre assuntos teóricos e teórico-empíricos. Os estudos teóricos foram elaborados por meio de meta-análise, elaboração de frameworks, revisões teóricas que se coadunam com Green Supply Chain Management e estruturação de taxonomias.

Já os estudos teórico-empíricos abordam as iniciativas e barreiras da adoção de Green Supply Chain Management (GSCM), Green Supply Chain Management associado ao desempenho e vantagem competitiva, Green Supply Chain Management como variável importante na decisão estratégica, políticas de ecologização nas estruturas da cadeia de suprimentos, técnicas estatísticas mais sofisticadas associadas a GSCM, a exemplo da lógica fuzzy e covariância, entre outras, difusão da inovação na GSCM e o relacionamento com a melhoria organizacional.

As empresas e/ou setores nos quais os estudos mapeados foram desenvolvidos consistem em: cadeia de fornos poliéster, indústria automotiva, empresas químicas, empresas públicas e privadas, pequenas e médias empresas de diferentes setores, setor energético, indústria de celulares, agroindústria canavieira, fabricantes de computadores, stakeholders agrícolas etc.

Os principais assuntos abordados podem ser sistematizados nos seguintes tópicos:
  • Gestão de custos em cadeias de produção específicas;

  • Impactos da GSCM na redução de custos de processos de produção;

  • GSCM associado à avaliação do ciclo de vida dos produtos;

  • Práticas operacionais de GSCM, desempenho e vantagem competitiva;

  • Logística operacional para GSCM;

  • Produção enxuta e GSCM;

  • Iniciativas, barreiras e resultados da adoção de GSCM em indústrias de manufatura;

  • Como fazer a gestão da cadeia de suprimentos verde;

  • GSCM e inovação verde;

  • Desenvolvimento da logística de produtos na perspectiva da cadeia de suprimentos verde;

  • GSCM e produção sustentável: práticas e fatores determinantes;

  • Logística reversa e GSCM;

  • Reciclagem e GSCM;

  • Responsabilidade ambiental corporativa e GSCM;

  • Sustentabilidade por meio do design verde e GSCM;

  • Teoria dos jogos versus riscos ambientais versus redução das emissões de carbono na cadeia de suprimentos verde;

  • GSCM e o papel da confiança e da gestão em B2B (business to business) e B2C (business to consumer);

  • Aquisição verde – fornecedores verdes;

  • Tecnologia de informação na GSCM;

  • Tomada de decisão na GSCM;

  • Fatores determinantes que afetam a implantação de GSCM;

  • GSCM sob a perspectiva da modernização ecológica;

  • Sistema de gestão ambiental e GSCM – complementaridades para a sustentabilidade;

  • Norma 1SO 14.001 e GSCM;

  • Impactos ambientais e GSCM;

  • GSCM e criação de valor para o acionista;

  • Estratégia de preços para a GSCM.

Portanto, conclui-se que os estudos sobre GSCM em sua maioria estão associados às práticas para sua adoção e disseminação ao longo da cadeia de abastecimento, com ênfase muitas vezes no elo manufatura. E, sobretudo, associados ao desempenho das organizações.

4.6 Discussão dos resultados

Foi possível verificar, pela análise de dados, que a produção científica que versa sobre Green Supply Chain Management era pouco expressiva no período de 2001 a 2009, sendo que no ano de 2001 foram publicados dois artigos, no ano de 2003 apenas um, no ano de 2004 dois, em 2005, um, em 2006, dois, em 2007, seis, em 2008, oito e, no ano de 2009, seis artigos. Houve um aumento no número de publicações no ano de 2010: passaram a 11 artigos publicados. Em 2011 houve novo crescimento, passando os artigos publicados sobre a temática Green Supply Chain Management para 20 e, em 2012, houve maior volume de publicações, com 31 artigos científicos sobre o assunto.

Ficou evidenciado que a maioria dos artigos escritos sobre a temática GSCM foi elaborada por poucos autores, sendo eles de autoria solitária, de duplas ou trios. Ainda, evidenciou-se que há redes sociais interuniversidades (por exemplo, instituições de ensino da China-USA; China-USA-Hong Hong) que estão se estabelecendo nessa área, inclusive interpaíses.

Essa constatação vai ao encontro dos dizeres de Jabbour et al. (2008)Jabbour, C. J. C., Santos, F. C. A., & Barbieri, J. C. (2008). Gestão Ambiental Empresarial: um Levantamento da Produção Científica Brasileira Divulgada em Periódicos da Área de Administração entre 1996 e 2005. RAC - Revista de Administração Contemporânea, 12(3), 689-715. que, ao analisarem a produção científica sobre gestão ambiental empresarial divulgada em periódicos de administração no Brasil, no período de 1996 a 2005, constataram que há baixa quantidade de trabalhos publicados e que a falta de diversidade de autoria também se revela preocupante. Porquanto, além de haver concentração da massa crítica em gestão ambiental em determinados centros de ensino e pesquisa, grande parte da produção é relativa a um restrito número de pesquisadores. Apenas cinco instituições de ensino e pesquisa são responsáveis por quase 60% da produção observada (EAESP/FGV, USP, UFRGS, UFBA e UFSC), que se mostra, no todo ou em parte, atrelada a quatro pesquisadores (José Carlos Barbieri, Luiz Felipe Machado do Nascimento, Carmem Silva Sanches e José Célio Andrade) que, tomados em conjunto, respondem por 32% das pesquisas em gestão ambiental empresarial publicadas nos periódicos examinados.

Outro ponto de destaque foram os países de origem das publicações, com destaque para Taiwan, Estados Unidos, China e Reino Unido e apresentando como ponto diferencial a publicação multipaíses. Sobremaneira, a gestão da cadeia de suprimentos verde é um assunto que demanda a incorporação de ferramentas e técnicas de melhoria contínua, de redução dos desperdícios e minimização do impacto ambiental das atividades de produção. Geralmente, é incorporada nas organizações associada à implantação de um sistema de gestão ambiental.

Baseado no mapeamento efetuado foi feito um diagnóstico do perfil das publicações na área de GSCM. O que essas informações implicam para a teoria? E para a prática da área empresarial, na gestão e na área universitária? Considera-se que o mapeamento da configuração da publicação em uma área temática em específico permite conhecer em que estágio se encontra a pesquisa naquele assunto. Isso gera oportunidades para novos estudos na área e mapeia o perfil de quem publica, das parcerias e dos vínculos.

Nesse estudo específico, além dessas informações, podem ser estabelecidas algumas análises mais gerais como, por exemplo: Por que Taiwan, Estados Unidos, China e Reino Unidos são os países que mais publicam sobre GSCM? Qual o perfil dos sistemas produtivos desses países e por que demandam sistemas de gestão e especialização para a cadeia de suprimentos? Ou será que a população desses países é mais consciente se comparada com a de outros países? Ou, ainda, o estágio da pesquisa nesses países é mais avançado em relação aos demais?

Esses são alguns questionamentos que surgem diante do cenário mapeado e que podem suscitar novos estudos.

5. Conclusão

O objetivo do presente artigo consiste em analisar o papel desempenhado pelos autores no desenvolvimento da produção científica na área de Green Supply Chain Management. Na amostra e período analisado (2001 a 2012) foram publicados 90 artigos que envolveram 177 autores. Dos 90 artigos analisados, 11 artigos foram escritos por autores enquadrados na categoria entrantes; igual número o foi na categoria continuantes; três na categoria transientes; e o número mais representativo, 62 artigos, foi de artigos escritos por autores da categoriaone-timers. Apenas 13 autores foram enquadrados em categorias diferentes da one-timers. O autor mais produtivo foi Joseph Sarkis, seguido por Qinghua Zhu, cada um sendo autor e/ou coautor de 10 artigos distintos. O autor Kee-Hung Lai foi autor e/ou coautor de seis artigos e o autor Ming-Lang Tseng, de cinco artigos. Jiuh Bung Sheu auxiliou a elaborar quatro obras distintas. Houve uma ascensão nas publicações na área no período de 2010 a 2012.

Os periódicos mais prolíficos foram o Journal of Cleaner Productione o International Journal of Production Economics, com 12 e oito artigos publicados, respectivamente, sobre Green Supply Chain Management. Na sequência, o periódico Transportation Research Part E publicou cinco artigos no período analisado. Em seguida, as revistas IJBIT,Industrial Marketing Management, Procedia – Social and Behavioral Sciences e Business Strategy and the Environmentpublicaram cada uma quatro artigos no período analisado (2001-2012). Deve-se notar que os periódicos mais prolíficos na área foram também aqueles que promoveram, no período de análise, calls for special issues papers que, direta ou indiretamente, exploraram a temática Green Supply Chain Management.

A universidade mais prolífica foi a Clark University, à qual 12 autores estão filiados. Dentre as americanas, ocupou posição de destaque a Dalian University of Tecnology, com nove autores filiados a ela. Entre as universidades de Taiwan, a National Taiwan University apresenta quatro filiações.

Dentre os temas pesquisados destacaram-se frameworks conceituais sobre práticas de GSCM; barreiras e motivações para adoção de GSCM; GSCM e sustentabilidade organizacional; GSCM e desempenho organizacional; logística reversa e gestão de operações no âmbito da GSCM; práticas lean e GSCM; inovação sustentável e GSCM; marketing verde e GSCM; desempenho ambiental e GSCM; e GSCM e desempenho corporativo.

Recomenda-se que estudos vindouros verifiquem a evolução do campo científico em Green Supply Chain Management na realidade dos periódicos nacionais e, além disso, ampliem a análise, tanto no âmbito brasileiro como internacional, para além dos temas aqui abordados, inclusive a abordagem metodológica dos trabalhos, os setores industriais mais retratados nos estudos sobre o tema e as tendências em GSCM. Também seria recomendável que fossem utilizadas outras bases de dados (Scopus e ISI) em estudos semelhantes para verificar se os resultados coincidem.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2015
  • Data do Fascículo
    July-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    22 Fev 2013
  • Aceito
    30 Abr 2013
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