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Hiperinsuflação manual em crianças

RESUMO

A hiperinsuflação manual é utilizada em unidades de terapia intensiva neonatal e pediátrica para promover um flow bias expiratório, porém não há consenso sobre os benefícios da técnica. Assim faz-se necessária uma revisão que apresente suas evidências. Este estudo objetiva revisar a literatura sobre a manobra de hiperinsuflação manual em unidades de terapia intensiva neonatal e pediátrica, para analisar as evidências dessa técnica em relação às formas de aplicação (associadas ou não a outras técnicas), sua segurança, o desempenho dos ressuscitadores manuais e a influência da experiência do fisioterapeuta, além de avaliar a qualidade metodológica dos artigos encontrados. Realizou-se uma busca nas bases de dados: Web of Science, ScienceDirect, PubMedⓇ, Scopus, CINAHL e SciELO. Dois pesquisadores selecionaram os artigos de forma independente. Verificaram-se os estudos duplicados, avaliados por títulos, resumos e, então, leitura na íntegra. Analisou-se a qualidade dos artigos pela escala PEDro. Foram incluídos seis artigos, sendo dois com alta qualidade metodológica. Os principais resultados trouxeram informações sobre a contribuição da válvula de pressão positiva expiratória final no aumento dos volumes pulmonares e a utilização das compressões torácicas para otimizar o flow bias expiratório, a influência negativa da experiência do operador no aumento do pico de fluxo inspiratório, o desempenho de diferentes ressuscitadores manuais durante a realização da técnica e a segurança na aplicação, com manutenção da estabilidade hemodinâmica e aumento da saturação periférica de oxigênio. Os estudos disponíveis apontam para um efeito positivo da manobra de hiperinsuflação manual realizada em crianças internadas em unidades de terapia intensiva.

Registro PROSPERO: CRD42018108056.

Descritores:
Modalidades de fisioterapia; Respiração artificial; Terapia respiratória; Mecânica respiratória; Ventiladores mecânicos; Unidades de terapia intensiva pediátrica; Criança; Recém-nascido

ABSTRACT

Manual hyperinflation is used in neonatal and pediatric intensive care units to promote expiratory flow bias, but there is no consensus on the benefits of the technique. Thus, a review that presents supporting evidence is necessary. This study aims to review the literature on the manual hyperinflation maneuver in neonatal and pediatric intensive care units to analyze the evidence for this technique in terms of the forms of application (associated with other techniques or not), its safety, the performance of manual resuscitators and the influence of the physical therapist’s experience, in addition to evaluating the methodological quality of the identified articles. A search was performed in the following databases: Web of Science, ScienceDirect, PubMedⓇ, Scopus, CINAHL and SciELO. Two researchers independently selected the articles. Duplicate studies were assessed, evaluated by title and abstract and then read in full. The quality of the articles was analyzed using the PEDro scale. Six articles were included, two of which had high methodological quality. The main results provided information on the contribution of the positive end-expiratory pressure valve to increasing lung volumes and the use of chest compressions to optimize expiratory flow bias, the negative influence of operator experience on the increase in peak inspiratory flow, the performance of different manual resuscitators when used with the technique and the safety of application in terms of maintaining hemodynamic stability and increasing peripheral oxygen saturation. The available studies point to a positive effect of the manual hyperinflation maneuver in children who are admitted to intensive care units.

Registration PROSPERO: CRD42018108056.

Keywords:
Physical therapy modalities; Respiration; artificial; Respiratory therapy; Respiratory mechanics; Ventilators; mechanical; Intensive care units; pediatric; Child; Infant; newborn

INTRODUÇÃO

Em unidades de terapia intensiva (UTIs) pediátricas, muitos pacientes necessitam de ventilação mecânica invasiva (VMI), que consiste em um método que oferece à criança um suporte ventilatório adequado, em condições de insuficiência respiratória decorrente de complicações respiratórias de origem pulmonar e não pulmonar.(11 Anjos ES, Oliveira AC. Influência da aspiração endotraqueal por sistema aberto e fechado nos sinais vitais de recém-nascidos submetidos à ventilação mecânica invasiva. Rev Soc Bras Clin Med. 2017;15(2):103-8.) Seu objetivo é manter as trocas gasosas adequadas e diminuir o trabalho da musculatura respiratória e o consumo de oxigênio.(22 Adorna EL, Vieira FN, Naue WS, Dias AS, Vieira SR. Hyperinflation with mechanical ventilation as a bronchial hygiene maneuver. Clin Biomed Res. 2016;36(4):242-7.)

Apesar de necessário, esse suporte pode levar o paciente a algumas complicações, devido à dificuldade em eliminar as secreções brônquicas.(11 Anjos ES, Oliveira AC. Influência da aspiração endotraqueal por sistema aberto e fechado nos sinais vitais de recém-nascidos submetidos à ventilação mecânica invasiva. Rev Soc Bras Clin Med. 2017;15(2):103-8.) Isso ocorre por alterações nos mecanismos naturais de depuração das secreções em vias aéreas, como o transporte mucociliar e o reflexo de tosse. Os componentes que dificultam esses mecanismos envolvem a inadequada umidificação, o uso de sedativos e/ou anestésicos, altas frações inspiradas de oxigênio, doenças pulmonares basais e a presença de uma via aérea artificial. Além disso, o tubo orotraqueal (TOT) pode causar microtraumas na parede da traqueia, favorecendo a retenção de secreção pulmonar.(33 Branson RD. Secretion management in the mechanically ventilated patient. Respir Care. 2007;52(10):1328-42; discussion 1342-7.

4 Dias CM, Siqueira TM, Faccio TR, Gontijo LC, Salge JA, Volpe MS. Bronchial hygiene technique with manual hyperinflation and thoracic compression: effectiveness and safety. Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(2):190-8.
-55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.)

Uma importante complicação comum na população pediátrica é a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). No grupo de infecções associadas aos cuidados em saúde, ela aparece em segundo lugar em UTIs pediátricas, está intimamente ligada ao tempo de VMI e tem como repercussão o aumento no período de internação hospitalar.(66 Isguder R, Ceylan G, Agin H, Gulfidan G, Ayhan Y, Devrim I. New parameters for childhood ventilator associated pneumonia diagnosis. Pediatr Pulmonol. 2017;52(1):119-28.) Segundo Willson et al., a frequência de PAV pediátrica varia de 2,9 a 45,1 por 1.000 dias de ventilação e é um problema que está relacionado à morbidade e à mortalidade das crianças.(77 Willson DF, Hoot M, Khemani R, Carrol C, Kirby A, Schwarz A, Gedeit R, Nett ST, Erickson S, Flori H, Hays S, Hall M; Ventilator-Associated INfection (VAIN) Investigators and the Pediatric Acute Lung Injury and Sepsis Investigator’s (PALISI) Network. Pediatric Ventilator-Associated Infections: The Ventilator-Associated INfection Study. Pediatr Crit Care Med. 2017;18(1):e24-e34.)

Neste contexto, a fisioterapia respiratória tem como objetivo promover adequada higiene brônquica, além de diminuir o trabalho respiratório, manter a permeabilidade das vias aéreas e melhorar a ventilação pulmonar e as trocas gasosas.(88 Vasconcelos GA, Almeida RC, Bezerra AL. Repercussões da fisioterapia na unidade de terapia intensiva neonatal. Fisioter Mov. 2011;24(1):65-73.,99 Hawkins E, Jones A. What is the role of the physiotherapist in paediatric intensive care units? A systematic review of the evidence for respiratory and rehabilitation interventions for mechanically ventilated patients. Physiotherapy. 2015;101(4):303-9.) Existem algumas técnicas que são conhecidas como de desobstrução de vias aéreas, as quais evitam, previnem e tratam a obstrução dessa região, contribuindo para a redução de infecções, do risco de mortalidade e do tempo de internação hospitalar. Diversas técnicas utilizadas por fisioterapeutas em UTI pediátricas já foram documentadas na literatura, dentre elas a hiperinsuflação manual (HM) é utilizada rotineiramente neste ambiente.(1010 Johnston C, Zanetti NM, Comaru T, Ribeiro SN, Andrade LB, Santos SL. I Brazilian guidelines for respiratory physiotherapy in pediatric and neonatal intensive care units. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):119-29.)

Essa técnica tem como objetivo promover a remoção de secreção pulmonar mediante o aumento do pico de fluxo expiratório (PFE). Ela consiste no manuseio de um ressuscitador manual (RM) autoinflável, popularmente conhecido como AMBU (artificial manual breathing unit - unidade manual de repiração artificial), por meio de uma inspiração lenta com pausa inspiratória, seguida de uma expiração rápida, que pode estar associada ou não à compressão torácica. Seu propósito é expandir o pulmão, aumentando a pressão de distensão pulmonar (pressão transpulmonar), o que favorece o aumento do fluxo aéreo para as regiões atelectasiadas pelos canais colaterais e pela redistribuição e renovação de surfactante nos alvéolos.(1111 Guimarães FS, Lemes DA. Hiperinsuflação terapêutica em terapia intensiva. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Guimarães FS, Martins JA, organizadores: PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2010. p. 139-51. (Sistema de Educação Continuada a Distância).)

Sabe-se que a HM é largamente utilizada por fisioterapeutas de diversos países e está associada à desobstrução das vias aéreas. No estudo de Volpe et al.,(1212 Volpe MS, Naves JM, Ribeiro GG, Ruas G, Tucci MR. Effects of manual hyperinflation, clinical practice versus expert recommendation, on displacement of mucus simulant: A laboratory study. PLoS One. 2018;13(2):e0191787.) os autores concluem que a técnica promove aumento da complacência pulmonar e oxigenação por gerar um flow bias expiratório. Este é descrito como a diferença média do PFE pelo pico de fluxo inspiratório (PFI) de 33L/minuto (PFE-PFI > 33L/minuto), ou seja, o fluxo expiratório deve exceder o inspiratório, para promover a movimentação cefálica do muco.(1212 Volpe MS, Naves JM, Ribeiro GG, Ruas G, Tucci MR. Effects of manual hyperinflation, clinical practice versus expert recommendation, on displacement of mucus simulant: A laboratory study. PLoS One. 2018;13(2):e0191787.

13 Li Bassi G, Saucedo L, Marti JD, Rigol M, Esperatti M, Luque N, et al. Effects of duty cycle and positive end-expiratory pressure on mucus clearance during mechanical ventilation. Crit Care Med. 2012;40(3):895-902.
-1414 Ortiz TA, Forti G, Volpe MS, Carvalho CR, Amato MB, Tucci MR. Experimental study on the efficiency and safety of the manual hyperinflation maneuver as a secretion clearance technique. J Bras Pneumol. 2013;39(2):205-13.)

As evidências científicas sobre a aplicação da HM na população adulta são bem estabelecidas, porém há poucos estudos na população pediátrica. Dessa forma, este estudo teve por objetivo realizar uma revisão integrativa sobre a literatura disponível acerca da manobra de HM em UTIs pediátricas e neonatais, além de analisar as evidências da manobra de HM em relação às formas de aplicação - associadas ou não a outras técnicas, sua segurança, o desempenho dos ressuscitadores manuais autoinfláveis e a influência da experiência do fisioterapeuta, bem como avaliar a qualidade metodológica dos artigos encontrados.

MÉTODOS

Foi realizado o registro do protocolo da revisão pela International Prospective Register of Systematic Reviews - PROSPERO, com o número CRD42018108056.

Os critérios de elegibilidade foram: estudos realizados em UTIs pediátricas e neonatais nos últimos 8 anos, utilizando a técnica de HM, artigos com textos completos e originais, publicados nos idiomas português e inglês, caracterizados como ensaios clínicos, estudos longitudinais e cross-over.

Os critérios de exclusão foram estudos com amostras que incluíssem UTI adulto, artigos de revisão, duplicados, artigos de conferência, editoriais, comentários ou suplementar, que não abordassem o tema proposto ou não estivessem disponíveis na íntegra e nos idiomas determinados.

A busca ocorreu em seis bases de dados: Web of Science, ScienceDirect, PubMed®, Scopus, Cummulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), sendo realizada de junho a setembro de 2018. Foram utilizados três descritores “Manual HyperinflationAND Pediatrics AND “Mechanical Ventilations” associados a operadores “AND” para formar a string de busca.

Os desfechos analisados foram formas de aplicação da manobra de HM (associadas ou não a outras técnicas), sua segurança, o desempenho dos ressuscitadores manuais autoinfláveis e a influência da experiência do fisioterapeuta.

Primeiramente, foi verificado se existiam estudos duplicados; depois, foram avaliados por títulos, resumos e, então, leitura na íntegra.

Foi utilizada uma ferramenta computacional para apoio ao processo de revisão sistemática, chamada State of the Art through Systematic Review (StArt). A ferramenta pode atuar em três etapas: no planejamento, por meio do preenchimento de um protocolo; na execução, em que pode adicionar e avaliar os artigos, além de extrair informações daqueles que são relevantes, e na sumarização dos dados, com gráficos e tabelas.(1515 Zamboni AB, Thommazo AD, Hernandes EC, Fabbri SC. StArt uma ferramenta computacional de apoio à revisão sistemática. In: Brazilian Conference on Software: Theory and Practice - Tools session. UFBA; 2010.)

A qualidade dos artigos inseridos foi analisada por meio da escala PEDro, que é utilizada para avaliar a qualidade de ensaios clínicos controlados. Em revisões sistemáticas, a escala PEDro, por meio do seu escore total, caracteriza a confiabilidade do estudo em “moderada” a “boa”. É composta de 11 itens, sendo que, quanto maior o valor, melhor a qualidade do artigo.(1616 Maher CG, Sherrington C, Herbert RD, Moseley AM, Elkins M. Reliability of the PEDro scale for rating quality of randomized controlled trials. Phys Ther. 2003;83(8):713-21.)

As etapas de seleção dos estudos (leitura de títulos, de resumos e da íntegra do material) foram feitas por dois pesquisadores independentes, e a discrepância entre eles foi analisada por um terceiro pesquisador. O mesmo processo foi feito para a pontuação da escala PEDro de qualidade metodológica.

RESULTADOS

Foram encontrados 294 estudos; destes, cem foram extraídos da base de dados Web of Science, 59 da Scopus, 105 da ScienceDirect, 14 da PubMedⓇ e 16 da CINAHL. Nenhum artigo foi detectado na base SciELO. Desse total, dez eram duplicados, permanecendo 284 potencialmente relevantes.

Na segunda etapa, foi realizada a leitura dos títulos e dos resumos, sendo excluídos 229 e 30 artigos, respectivamente. Após essa etapa, foi realizada a leitura na íntegra de 25 artigos, com 19 sendo excluídos por conterem algum critério de exclusão. Desta forma, seis artigos foram incluídos nesta revisão (Figura 1).

Na tabela 1, estão descritas as características dos estudos incluídos, como tipo de estudo, amostra, cálculo amostral e intervenção realizada. Foram incluídos seis ensaios clínicos. Destes, um foi do tipo randomizado e dois cruzados e randomizados.

A população-alvo envolveu crianças internadas tanto em UTIs neonatais quanto pediátricas, bem como fisioterapeutas que se propuseram a testar a manobra de HM em modelos de pulmões neonatais e pediátricos. A amostra variou de 9 a 105 indivíduos. Apenas o estudo de Viana et al.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.) realizou cálculo amostral. Soudararajan et al.(1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) obtiveram amostra de conveniência, Novais de Oliveira et al.(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.) basearam-se em estudos prévios, e os outros estudos (Gregson et al., de Oliveira et al. e Koop et al.) não mencionaram esse quesito.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.,2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.,2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.)

Resumidamente, as intervenções realizadas envolveram a aplicação da HM com ou sem o uso da válvula de pressão positiva expiratória final (PEEP);(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.) a HM com vibrocompressão torácica (VCT);(1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) e a análise do desempenho de três ressuscitadores manuais de fabricantes diferentes sobre os dados ventilatórios de dois pulmões-teste (neonatais e pediátricos) com diferentes taxas de fluxo de oxigênio.(2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Além disso, a influência da experiência profissional sobre o desempenho na HM,(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.) a contribuição da VCT para o aumento de fluxo expiratório durante a HM(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.) e as variáveis clínicas após a realização da HM, foram analisados.(2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.)

Figura 1
Seleção dos estudos.
Tabela 1
Características dos estudos incluídos: tipo de estudo, amostra, cálculo amostral e intervenção realizada

Sobre a forma de aplicação da manobra, quatro estudos mencionaram realizar uma insuflação lenta, com pausa inspiratória, que variou de 2 a 3 segundos, seguida de liberação rápida na fase expiratória.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.

20 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.
-2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.) Três estudos referiram fazer a compressão torácica no momento da expiração.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.,2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.) Apenas um estudo não mencionou a forma de aplicação da HM.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.)

Quanto às variáveis analisadas, apenas o estudo de Koop et al. avaliou os dados vitais dos pacientes, como frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e saturação periférica de oxigênio (SpO2).(2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.) Já Soudararajan et al. analisaram a pressão de oxigênio (PaO2) de gasometrias arteriais e a radiografias de tórax 30 minutos após a HM.(1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) Gregson et al., Viana et al., Novais de Oliveira et al. e de Oliveira et al. se dedicaram em avaliar principalmente dados ventilatórios, como volume pulmonar inspiratório (VPinsp), volume pulmonar expiratório (VPexp), resistência pulmonar inspiratória (RPinsp), resistência pulmonar expiratória (RPexp), volume corrente (VC), pico de pressão inspiratória, PFI, PFE e tempo inspiratório (Tinsp).(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.,1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.,2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Somente Gregson et al. avaliaram a força aplicada pelo operador durante as compressões torácicas na HM.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.)

Em relação aos resultados, no geral, houve efeito positivo da HM sobre as variáveis analisadas. Os estudos mostraram aumento dos volumes pulmonares durante a HM com e sem válvula de PEEP, aumento da PaO2 e melhora da radiografia de tórax em crianças com colapso pulmonar após cirurgia cardíaca.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) Além disso, houve diferença no desempenho entre os RMs neonatais e pediátricos e aumento dos parâmetros ventilatórios, de acordo com o aumento da vazão de fluxo de oxigênio.(2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Houve também maior PFI, quando realizado por fisioterapeutas experientes, e aumento no flow bias expiratório, quando a HM foi associada à VCT.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.,1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.,2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Por fim, observou-se aumento dos parâmetros de FC e FR no primeiro minuto após a HM e aumento, em média, de 0,76% na SpO2 a cada minuto avaliado.(2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.)

Para análise da qualidade metodológica de cada artigo inserido nesta revisão, utilizou-se a escala PEDro, descrita na tabela 2. Cada item que consta nos estudos foi sinalizado, sendo contabilizada uma pontuação final. O escore máximo dessa escala é 11, porém, nos estudos inseridos, a pontuação máxima foi de nove e a mínima, quatro.

Tabela 2
Escala PEDro

DISCUSSÃO

A HM é uma técnica amplamente conhecida e utilizada em UTIs neonatais e pediátricas, especificamente em crianças sob VMI. Neste sentido, buscou-se, por meio de levantamento realizado nas bases de dados mencionadas, reunir informações sobre as principais evidências que demonstram o efeito do uso dessa técnica na referida população.

Poucos ainda são os estudos envolvendo a HM nesse âmbito e, dentre aqueles inseridos nesta revisão, pode-se notar que a HM foi utilizada para a investigação de diferentes desfechos. Enquanto Viana et al. se interessaram em pesquisar o uso da válvula de PEEP durante a HM, Soudararajan et al. analisaram os dados de gasometria e radiografia de tórax.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) Novais de Oliveira et al. dedicaram-se a comparar a HM realizada por fisioterapeutas experientes e inexperientes, e de Oliveira et al. averiguaram o desempenho de RMs neonatais e pediátricos.(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.,2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Já Gregson et al. analisaram o efeito da compressão torácica durante a HM e Koop et al., os dados vitais após a referida manobra.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.,2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.)

Sobre a forma de aplicação da HM, quatro estudos mencionaram uma realização semelhante ao que é descrito na literatura.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.,1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.

20 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.
-2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.) Desde sua criação, há o interesse em detalhar corretamente a técnica, para que seu objetivo de remover secreção seja alcançado. Especialistas recomendam realizar a manobra da seguinte maneira: primeiro, insuflação lenta do ressuscitador, com volume 50% maior do que o fornecido pelo ventilador; seguida de uma pausa inspiratória de 2 segundos e rápida liberação da pressão, associada ou não à compressão torácica, na intenção de promover alto fluxo expiratório, deslocando a secreção para vias aéreas centrais e simulando o efeito da tosse.(1212 Volpe MS, Naves JM, Ribeiro GG, Ruas G, Tucci MR. Effects of manual hyperinflation, clinical practice versus expert recommendation, on displacement of mucus simulant: A laboratory study. PLoS One. 2018;13(2):e0191787.,2222 Roehr CC, Kelm M, Fischer HS, Bührer C, Schmalisch G, Proquitté H. Manual ventilation devices in neonatal resuscitation: tidal volume and positive pressure-provision. Resuscitation. 2010;81(2):202-5.

23 Paulus F, Binnekade JM, Schultz MJ. Manual hyperinflation: positive end-expiratory pressure to recruit or rapid release for clearance of airway secretions? Heart Lung. 2011;40(3):270-1; author reply 271-2.

24 Paulus F, Binnekade JM, Vroom MB, Schultz MJ. Benefits and risks of manual hyperinflation in intubated and mechanically ventilated intensive care unit patients: a systematic review. Crit Care. 2012;16(4):R145.
-2525 Godoy VC, Zanetti NM, Johnston C. Manual hyperinflation in airway clearance in pediatric patients: a systematic review. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):258-62.)

A respeito do uso da válvula de PEEP, Viana et al. apontaram que não houve diferença estatística na comparação da HM com e sem a referida válvula. Porém, mencionaram evidências clínicas benéficas, como aumento dos volumes pulmonares ao utilizá-la.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.) Outro estudo, de Santos et al., também associou a HM com válvula de PEEP, obtendo o mesmo resultado de incremento dos volumes inspiratórios e expiratórios, além do aumento da complacência estática.(2626 Santos LJ, Blattner CN, Micol CA, Pinto FA, Renon A, Pletsch R. Effects of manual hyperinflation maneuver associated with positive end expiratory pressure in patients within coronary artery bypass grafting. Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(1):40-6.) Já para Savian et al., os níveis de PEEP impostos durante a HM podem alterar o PFE, mencionando que, dependendo do tipo de circuito utilizado com PEEP acima de 10cmH2O, há queda do PFE.(2727 Savian C, Chan P, Paratz J. The effect of positive end-expiratory pressure level on peak expiratory flow during manual hyperinflation. Anesth Analg. 2005;100(4):1112-6.) Dessa forma, quando o paciente não necessita de altos valores de PEEP, observa-se a repercussão positiva dessa válvula durante a HM, podendo reduzir os efeitos deletérios da desconexão do paciente do ventilador mecânico, relacionados à abertura e ao fechamento cíclicos das unidades pulmonares.(1717 Viana CC, Nicolau CM, Juliani RC, Carvalho WB, Krebs VLJ. Effects of manual hyperinflation in preterm newborns under mechanical ventilation. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):341-7.)

Quanto ao desempenho dos RMs, a presente revisão apontou para a diferença de parâmetros ventilatórios encontrados em dispositivos de três marcas diferentes, tanto neonatais quanto pediátricos; e quanto ao fluxo de oxigênio, houve aumento dos parâmetros ventilatórios, de acordo com aumento da vazão, nas taxas de fluxo de oxigênio de zero e 15L/minuto.(2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) Nesse mesmo sentido de comparação de desempenho dos RMs, o estudo de Jones et al. dedicou-se a analisar a diferença entre dois circuitos de RM, (Mapleson-CⓇ e MagillⓇ) em termos de mobilização de secreções pulmonares por meio das medidas de PFE e relação inspiratória e expiratória, e obteve, entre outros resultados, que, apesar dos dois circuitos atingirem fluxos ideais para remoção de secreção, o PFE produzido pelo circuito Mapleson-CⓇ foi significativamente maior e, portanto, este seria o circuito mais eficaz para o desfecho investigado.(2828 Jones AM, Thomas PJ, Paratz JD. Comparison of flow rates produced by two frequently used manual hyperinflation circuits: a benchtop study. Heart Lung. 2009;38(6):513-6.) Esses resultados mostram a importância de testes e estudos realizados com os RMs, a fim de identificar os mais qualificados em atingir o propósito da manobra de HM, trazendo benefícios para a prática clínica.

Em relação à compressão torácica realizada durante a HM, Gregson et al. comprovaram que esse fator contribui de forma significativa para gerar um flow bias expiratório que favorece o deslocamento de secreções pulmonares para vias aéreas centrais.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.) Além disso, Novais de Oliveira et al. mencionam que o uso da HM sozinha parece não conferir qualquer vantagem terapêutica em termos de clerance mucociliar das vias aéreas, mas pode contribuir de forma útil para seu recrutamento.(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.) Neste mesmo sentido, outro estudo dedicou-se em pesquisar tal fator, obtendo o resultado oposto: de que a HM com compressão torácica é segura hemodinamicamente, mas não acrescentou nenhum benefício em termos de otimização da oxigenação, da mecânica respiratória e da depuração de secreções brônquicas quando realizada por um único profissional, com uma mão responsável pela HM e outra pela compressão torácica.(44 Dias CM, Siqueira TM, Faccio TR, Gontijo LC, Salge JA, Volpe MS. Bronchial hygiene technique with manual hyperinflation and thoracic compression: effectiveness and safety. Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(2):190-8.) Porém, esse mesmo estudo menciona que, provavelmente, foram administrados volumes correntes abaixo do preconizado, e a relação entre os fluxos expiratório e inspiratório gerados durante a execução da manobra foi subótima. Por fim, os autores destacam que, quanto menor o VC, menores a expansão torácica, o recrutamento de unidades colapsadas e o PFE gerado, tornando a técnica ineficaz.

Sobre a experiência do fisioterapeuta, houve significativo aumento do PFI durante a HM realizada pelos profissionais com maior experiência com essa manobra. Esse resultado não está atrelado às características físicas do operador, mas à maior confiança dele que, por muitas vezes, não executa a manobra com cautela e acaba por não promover os benefícios por ela propostos.(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.,2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) O estudo de Volpe et al.,(1212 Volpe MS, Naves JM, Ribeiro GG, Ruas G, Tucci MR. Effects of manual hyperinflation, clinical practice versus expert recommendation, on displacement of mucus simulant: A laboratory study. PLoS One. 2018;13(2):e0191787.) realizado com 12 fisioterapeutas, com média 5 ± 3 anos de experiência em UTI adulto, estimulados a executar a HM da forma como praticam no seu dia a dia e após instruções segundo recomendações, constatou que, antes de receberem as instruções de como efetuar a manobra, os profissionais também tenderam a realizá-la com PFI alto. Esse resultado pode ocasionar um flow bias expiratório insuficiente, promovendo um flow bias inspiratório; as secreções, ao invés de atingirem as vias aéreas centrais, podem migrar mais profundamente nos pulmões, caso o paciente se apresente completamente sedado e não tenha reflexo de tosse. O estudo de Ortiz et al.,(1414 Ortiz TA, Forti G, Volpe MS, Carvalho CR, Amato MB, Tucci MR. Experimental study on the efficiency and safety of the manual hyperinflation maneuver as a secretion clearance technique. J Bras Pneumol. 2013;39(2):205-13.) realizado com oito fisioterapeutas com média de 2,6 anos de prática em UTI mencionou que a maioria dos profissionais executou a HM igualmente com PFI alto. As hipóteses que podem explicar esse achado envolvem os fatos de a orientação dos fisioterapeutas em HM não enfatizar a necessidade de um flow bias expiratório e os profissionais personalizaram a manobra ao longo de sua prática clínica, de acordo com a impressão de que aplicar PFI alto (com duas a três compressões rápidas) estimula a tosse e aumenta o clerance mucociliar. Essas informações devem chamar a atenção dos fisioterapeutas para o modo como aplicam a HM e destacam a importância de programas de treinamento que ensinem os profissionais a realizá-la de acordo com as recomendações de especialistas, para favorecer a remoção de secreções pulmonares.(1212 Volpe MS, Naves JM, Ribeiro GG, Ruas G, Tucci MR. Effects of manual hyperinflation, clinical practice versus expert recommendation, on displacement of mucus simulant: A laboratory study. PLoS One. 2018;13(2):e0191787.,1414 Ortiz TA, Forti G, Volpe MS, Carvalho CR, Amato MB, Tucci MR. Experimental study on the efficiency and safety of the manual hyperinflation maneuver as a secretion clearance technique. J Bras Pneumol. 2013;39(2):205-13.)

Acerca dos dados de gasometria arterial, como PaO2, e também com relação à radiografia de tórax e aos dados vitais, como FC, FR e SpO2, pode-se observar, no presente estudo, que a HM mostrou efeitos positivos sobre esses fatores na população de crianças internadas em UTI. Comparando com estudos da literatura realizados em diversas populações, observou-se que, após a realização da HM em pacientes com atelectasia, houve melhora dos sinais radiográficos, além do VC e da relação entre PaO2 e fração inspirada de oxigênio (FiO2).(2929 Maa SH, Hung TJ, Hsu KH, Hsieh YI, Wang KY, Wang CH, et al. Manual hyperinflation improves alveolar recruitment in difficult-to-wean patients. Chest. 2005;128(4):2714-21.) Para Blattner et al., houve aumento tanto da PaO2 como da complacência estática, reduzindo o tempo de desmame da VMI.(3030 Blattner C, Guaragna JC, Saadi E. Oxygenation and static compliance is improved immediately after early manual hyperinflation following myocardial revascularisation: a randomised controlled trial. Aust J Physiother. 2008;54(3):173-8.) Já sobre os dados de hemodinâmica, estudados já há algumas décadas, a literatura aponta para a não alteração da pressão arterial e da FC(3131 Singer M, Vermaat J, Hall G, Latter G, Patel M. Hemodynamic effects of manual hyperinflation in critically ill mechanically ventilated patients. Chest. 1994;106(4):1182-7.

32 Jellema WT, Groeneveld AB, van Goudoever J, Wesseling KH, Westerhof N, Lubbers MJ, et al. Hemodynamic effects of intermittent manual lung hyperinflation in patients with septic shock. Heart Lung. 2000;29(5):356-66.

33 Paratz J, Lipman J, McAuliffe M. Effect of manual hyperinflation on hemodynamics, gas exchange, and respiratory mechanics in ventilated patients. J Intensive Care Med. 2002;17(6):317-24.
-3434 Hodgson C, Denehy L, Ntoumenopoulos G, Santamaria J, Carroll S. An investigation of the early effects of manual lung hyperinflation in critically ill patients. Anaesth Intensive Care. 2000;28(3):255-61.) e para o aumento da oxigenação arterial,(2424 Paulus F, Binnekade JM, Vroom MB, Schultz MJ. Benefits and risks of manual hyperinflation in intubated and mechanically ventilated intensive care unit patients: a systematic review. Crit Care. 2012;16(4):R145.) porém pode haver redução do débito cardíaco após a realização da HM.(3131 Singer M, Vermaat J, Hall G, Latter G, Patel M. Hemodynamic effects of manual hyperinflation in critically ill mechanically ventilated patients. Chest. 1994;106(4):1182-7.,3333 Paratz J, Lipman J, McAuliffe M. Effect of manual hyperinflation on hemodynamics, gas exchange, and respiratory mechanics in ventilated patients. J Intensive Care Med. 2002;17(6):317-24.)

Ao analisar a qualidade metodológica dos artigos inseridos, apenas um estudo obteve pontuação alta no escore total - nove de 11 pontos.(1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.) de Oliveira et al.(2020 de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Neonatal and pediatric manual hyperinflation: Influence of oxygen flow rates on ventilatory parameters. Respir Care. 2013;58(12):2127-33.) pontuaram seis, enquanto Novais de Oliveira et al.(1919 Novais de Oliveira PM, Almeida-Junior AA, Almeida CC, Gonçalves de Oliveira Ribeiro MA, Ribeiro JD. Does experience influence the performance of neonatal and pediatric manual hyperinflation? Respir Care. 2012;57(11):1908-13.) e Gregson et al.(55 Gregson RK, Shannon H, Stocks J, Cole TJ, Peters MJ, Main E. The unique contribution of manual chest compression-vibrations to airflow during physiotherapy in sedated, fully ventilated children. Pediatr Crit Care Med. 2012;13(2):e97-e102.) atingiram cinco pontos. Por fim, Soudararajan et al. e Koop et al. alcançaram quatro pontos, sendo considerados como de baixa qualidade metodológica.(1818 Soundararajan LR, Thankappan SM. Effect of manual hyperinflation on arterial oxygenation in paediatric patients with upper lobe collapse after cardiac surgery. Eur J Gen Med. 2015;12(4):313-8.,2121 Koop L, Antunes VP. Avaliação das variáveis clínicas em recém-nascidos pré-termo submetidos à ventilação mecânica pré e pós hiperinsuflação manual. Rev Inspirar Mov Saude. 2011;3(4):50-3.) Dessa forma, apenas dois estudos possuem alta qualidade metodológica (pontuação ≥ 6), sendo a maioria (quatro deles) possui baixa qualidade metodológica (pontuação < 6), de acordo com Moseley et al.(3535 Moseley AM, Herbert RD, Sherrington C, Maher CG. Evidence for physiotherapy practice: a survey of the Physiotherapy Evidence Database (PEDro). Aust J Physiother. 2002;48(1):43-9.) Além disso, todos os artigos contemplaram os itens 8 e 9 da escala, que correspondem à medição de pelo menos um resultado-chave em mais de 85% dos sujeitos inicialmente distribuídos pelos grupos e ao tratamento de todos os sujeitos ou da condição de controle, conforme a alocação, respectivamente.

Em relação às limitações da presente revisão, pode-se observar um escasso número de estudos sobre o tema delimitado. Cada artigo apresentado investigou diferentes desfechos, o que tornou restrita a comparação de seus resultados. Além disso, verificou-se um défice na qualidade metodológica de grande parte dos artigos, o que compromete sua reprodução na prática clínica.

CONCLUSÃO

Foram incluídos seis estudos sobre o tema; destes, apenas dois possuem alta qualidade metodológica. Os principais resultados trouxeram informações sobre a contribuição da válvula de pressão positiva expiratória final no aumento dos volumes pulmonares e a utilização das compressões torácicas para otimizar o flow bias expiratório, com aumento do pico de fluxo expiratório; a influência negativa da experiência do operador sobre o aumento do pico de fluxo inspiratório; o desempenho de diferentes ressuscitadores manuais durante a realização da técnica e a segurança na sua aplicação, com a manutenção da estabilidade hemodinâmica e o aumento da saturação periférica de oxigênio. Desta forma, os estudos atualmente disponíveis apontam para um efeito positivo da manobra de hiperinsuflação manual realizada em crianças internadas em unidades de terapia intensiva.

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Editor responsável: Arnaldo Prata-Barbosa

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jan 2022
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    17 Dez 2020
  • Aceito
    10 Mar 2021
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