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RESENHA

A Scholar´s Guide to Getting Published in English: Critical Choices and Practical Strategies. Bristol: Buffalo, Toronto: Multilingual Matters, 2013

No ano de 2013, o mercado editorial anglófono foi contemplado com a obra A Scholar's Guide to Getting Published in English: critical choices and practical strategies 1 1 Não tendo sido traduzido até o momento para a língua portuguesa, poderia ser definido, entre outras possibilidades, como Um guia acadêmico para começar a publicar em inglês: escolhas críticas e estratégias práticas. elaborado pela já notória dupla de pesquisadoras Mary Jane Curry e Theresa Lillis e lançado pela editora Multiligual Matters.

Trata-se de fruto de vasta pesquisa etnográfica desenvolvida pelas autoras por vários anos com acadêmicos multilíngues espalhados por diversas instituições da Europa central e meridional e denominada de Professional Academic Writing in a Global Context (PAW), ou seja, Escrita Acadêmica Profissional em um Contexto Global.

Nos últimos anos, atuando em países e em instituições diferentes, Curry e Lillis são conhecidas por trabalhos colaborativos nos quais abordam temas relativos à escrita acadêmica e a práticas letradas envolvidas nos processos de produções científicas para publicação, principalmente, em inglês. A primeira é professora associada na University of Rochester (Estados Unidos), enquanto a segunda é professora na Open University (Reino Unido).

Essa parceria foi antecedida por artigos como Multilingual scholars and the imperative to publish in English: negotiating interests, demands, and rewards (2004),2 2 CURRY, M. J.; LILLIS, T. Multilingual scholars and the imperative to publish in English: negotiating interests, demands, and rewards. TESOL Quarterly, v. 38, n. 4, p. 663-688, 2004. Reframing notions of competence in scholarly writing: from individual to network activity (2006)3 3 LILLIS, T.; CURRY, M. J. Reframing notions of competence in scholarly writing: from individual to network activity. Revista Canaria de Estudios Ingleses, v.53, p. 63-78, 2006. e pelo livro Academic Writing in a Global Context: the politics and practices of publishing in English(2010).4 4 LILLIS, T.; CURRY, M. J. Academic Writing in a Global Context: the politics and practices of publishing in English. London: Routledge, 2010. 203p. Na obra ora resenhada, a inovação estaria na apresentação de análises de dados inéditos, privilegiando o debate em torno da escrita acadêmica de artigos e em alguns casos de capítulos de livros.

No trabalho em questão, a primeira sentença já exprime toda a problemática que será abordada nele: "publicar ou perecer" ("publishing or perish"), preferencialmente, em inglês. Tal lema parece ter se tornado mandatório frente à pressão por produtividade acadêmica pela qual passam pesquisadores em todo o mundo, a despeito, muitas vezes, dos escassos recursos e do tempo limitado de que dispõem em meio a várias atividades que têm de desempenhar, como ministrar aulas, orientar/desenvolver pesquisas e participar de eventos científicos.

Assim, diante dessa notável realidade, o volume propõe ser um guia utilitário, com o oferecimento, segundo as próprias autoras de "orientações, informações e sugestões práticas para qualquer um que busca publicar ou auxiliar outros a publicarem"5 5 No original: "The main goal of this guide is to offer guidance, information and pratical suggestions to anyone seeking to publish or to support others to publish" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 2). (CURRY; LILLIS, 2013CURRY, M. J.; LILLIS, T. A Scholar´s Guide to Getting Published in English: Critical Choices and Practical Strategies. Bristol: Buffalo: Toronto: Multilingual Matters, 2013.174p., p. 2, tradução minha), sendo direcionado, em especial, àqueles acadêmicos fora do contexto centro anglófono, os quais têm de publicar na língua inglesa (e em outras, incluindo sua língua materna) interessando, portanto, a muitos de nós, linguístas aplicados, no Brasil.

Contudo, antes de obra doutrinária ou que se presta a simples manual de instruções para nortear publicações, o livro mostra-se como relevante às comunidades acadêmico-científicas à medida que, ao entender o processo de publicação e a escrita acadêmica como práticas sociais, traz à luz níveis intrínsecos a esse movimento da valorização de publicações no idioma inglês e em periódicos bem classificados nos índices de referência internacionais (revistas indexadas), a saber, questões de poder, política, identidade, ideologia e institucionais, entre outras.

Com efeito, é um trabalho que pode fomentar escolhas mais críticas aos pesquisadores que refletem a partir dos debates suscitados, propiciando também sólida discussão teórica para a Linguística Aplicada nesses tempos de globalização (KUMARAVADIVELU, 2006KUMARAVADIVELU, B. Linguística aplicada na era da globalização. In: MOITA-LOPES, L. P. (Org.). Por uma lingüística Aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 129- 147), Open Access e de expansão dos estudos em Letramentos Acadêmicos (LEA; STREET, 1998LEA, M.; STREET, B. Student Writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education, London, v. 23, n. 2, p. 157- 171, 1998.).

Constituída de dezessete capítulos curtos que seguem, basicamente, a mesma estrutura organizacional ("Foco do capítulo"; "Dados, questões e comentários"; "Pensando sobre sua prática"; "Sugestões para ações futuras"; "Fontes úteis"; "Pesquisas relacionadas" e "Boxes" informativos)6 6 No original as denominações são "Chapter focus", "Data, questions and comment", "Thinking about your practice", "Suggestion for future action", "Useful resources", "Related research" e "Information box". , a obra pode ser lida em ordem não linear e de acordo com o interesse da audiência, convertendo-se em espécie de híbrido entre livro teórico que pode ser usado em estudos individuais, cursos e disciplinas relacionadas à escrita acadêmica - por fornecer, inclusive, indicações de bibliografias correlacionadas - e guia prático para orientar, tanto a atividade didática de professores, como a escrita de autores na esfera acadêmica.

Logo na introdução, Curry e Lillis, além de apresentarem seus pressupostos e os tópicos a serem abordados, reconhecem que falam de um lugar privilegiado por estarem dentro de um contexto centro anglófono e possuírem o idioma inglês como primeira língua. Entretanto, advertem que, dentro do próprio "centro", as oportunidades para se publicar são desiguais, uma vez que "muitas das práticas de escrita para publicação acadêmica são escondidas ou opacas e envolvem ideologias que discriminam alguns pesquisadores mais do que outros"7 7 No original: "We consider that many of the practices of writing for academic publishing are hidden or opaque and involve ideologies that discriminate against some scholars more than others" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 5). (CURRY, LILLIS, 2013, p. 5, tradução minha), demandando discussões urgentes sobre o assunto.

Nessa linha de pensamento, reivindicam por acessos mais igualitários à publicação acadêmica ao redor do mundo e explicam terem pensado em dois tipos de leitores para seu trabalho: os leitores individuais que buscam auxílio para tomar lugar nessa esfera acadêmica de publicação global e aqueles que auxiliam outros na escrita acadêmica, como professores, consultores, especialistas etc. Ainda assim, seja qual for o tipo de leitor, já nos dois primeiros capítulos, estes são levados a refletir sobre seus interesses pessoais de publicação e sobre as exigências de critérios de produtividade e de avaliação dos textos que, não raramente, geram situações conflituosas.

No primeiro capítulo, (Chapter 1: Identifying your personal interests and commitments to publishing), as autoras levantam discussão em torno dos interesses pessoais e dos compromissos de publicação com os quais pesquisadores têm de lidar; enquanto, no segundo capítulo (Chapter 2: Making sense of institucional evaluation criteria) refletem acerca dos diferentes critérios de avaliação de publicações acadêmicas, indicando que a produção linguístico-textual em si não seria o único elemento avaliado, mas que haveria itens implícitos que variam de contexto para contexto e que determinam as publicações a partir de interesses estratégicos.

Nos próximos cinco capítulos que seguem, os pensamentos são direcionados para o entendimento desses diferentes critérios de avaliação existentes para as publicações acadêmicas, a fim de incitar os leitores - que são ou serão autores acadêmicos - a se prepararem para responderem a tal situação e, particularmente, à alta pressão para se publicar em língua inglesa, mesmo que possam não ser nativos.

No terceiro capítulo (Chapter 3: Responding to different institutional pressures to publish) é evidenciada a complexa dinâmica dos critérios de avaliação para publicação acadêmica que podem se modificar de acordo com exigências institucionais e interesses pessoais dos pesquisadores, sendo importante, portanto, (re)conhecê-los. Ao passo que, nos quatro capítulos seguintes, as autoras valem-se do conceito, advindo de Bazerman (1980BAZERMAN, C. A relationship between reading and writing. The conversational model. College English, 41, 656-661, 1980. apud CURRY; LILLIS, 2013), de conversations (conversas) que se instauram dentro das disciplinas por meio de debates, metodologias, teorias etc. como base para os tópicos a enfocarem.

Dessa forma, no quarto capítulo (Chapter 4: Entering academic 'conversation' - finding out about scholarly conferences), buscam comprovar a importância da participação em eventos científicos para a construção de redes de pesquisa locais e transnacionais; no quinto capítulo (Chapter 5: Identifying conversations of academic journals) alertam sobre a necessidade de os acadêmicos se apropriarem de meios para identificar os interesses dos periódicos a fim de decidirem em quais "diálogos" desejam tomar parte quando publicam em um deles.

No sexto capítulo (Chapter 6: Joining academic conversations in a competitive marketplace), levantam a questão da competitividade na publicação de artigos com base na experiência de pesquisadores que submeteram seus trabalhos para avaliação de relevantes periódicos de um modo geral; e no sétimo capítulo (Chapter 7: Locating your work and forging conversations - whose work to cite and why?) de modo mais específico, focalizam o conteúdo dos trabalhos avaliados. Neste capítulo ainda, Curry e Lillis (2013) chamam a atenção para incorporação de outras "vozes" no texto por meio de citações e alertam sobre as escolhas a serem feitas, tendo em vista a localização dos trabalhos no vasto diálogo da esfera acadêmica.

Já o oitavo e o nono capítulos problematizam gêneros a serem publicados na esfera acadêmica em termos de benefícios e de dificuldades em práticas de produção e o foco é dado a artigos e a capítulos de livros. Naquele (Chapter 8: Publishing articles or book chapters?), as autoras tratam de questões relativas ao rigor na avaliação e repercussão dos textos publicados, comparando os gêneros artigo e capítulo de livro. Neste último (Chapter 9: Understanding trajectories and time in the publishing process), enfocam o papel do tempo no processo de publicação das produções acadêmicas.

O décimo capítulo (Chapter 10: Accessing resources for writing for publication), por sua vez, vai além de tópicos inerentes à escrita e à avaliação dos textos em si, tematizando a materialidade que integra a publicação acadêmica, como precisão de financiamentos para pesquisas, fundos para participação de pesquisadores em eventos científicos e altas taxas cobradas para submissão em revistas internacionais indexadas.

No décimo primeiro capítulo (Chapter 11: Doing the work of writing in multiple languages), as autoras enfocam a relação entre a língua de publicação dos trabalhos acadêmicos e a língua em que os pesquisadores desenvolvem suas pesquisas, levantando diversos meios de que se valem os autores para publicar em múltiplas línguas e as dificuldades encontradas por eles, por exemplo, na tradução e na polêmica que versões equivalentes de um mesmo texto poderiam gerar.

Se nos primeiros capítulos, Curry e Lillis (2013) lançam vários questionamentos, levantando problemáticas que tangenciam a escrita acadêmica para publicação, nos últimos capítulos da obra, promovem o debate acerca da prática de publicação como um todo, englobando, por exemplo, estratégias usadas pelos pesquisadores para obter sucesso, ainda que não as apresentem de maneira neutra ou ingênua.

Desse modo, no décimo segundo capítulo (Chapter 12: Participating in academic research networks), caracterizam a participação em redes acadêmicas como profícua fonte facilitadora para que acadêmicos consigam de fato publicar seus textos, assim como tratam, no décimo terceiro capítulo (Chapter 13: Collaborating on texts for publication), da escrita colaborativa, apontando para o trabalho em co-autoria como eficiente, porém, também potencial a desenvolver conflitos.

Nesse sentido, a presença da interação com o "outro" no processo de escrita, que pode modificar a versão final, também é trazida como mote no décimo quarto capítulo (Chapter 14: Getting help from literacy brokers), quando exploram a presença de mediadores na escrita e retomam um interessante conceito que já vieram desenvolvendo em trabalhos anteriores, a saber, literacy brokers, ou seja, mediadores da escrita/letramento que participam tanto dos momentos anteriores à submissão, como do processo de publicação de artigos em revistas ou capítulos de livros.

Na sequência (Chapter 15: Communication with publishinggatekeepers) trazem à luz uma prática, segundo observam, algumas vezes subvalorizada, que é o diálogo com os "porteiros" das instituições de publicação acadêmica, isto é, aqueles que decidem o quê ou quem pode ou não publicar, como os editores de revistas e discutem sobre o quanto isso se reflete na escrita dos textos submetidos à publicação e dos textos publicados.

Ainda contemplando toda a ampla prática de publicação, no décimo sexto capítulo (Chapter 16: Producing a journal: taking on reviewing and editing roles), as autoras trazem à cena razões para um acadêmico tornar-se revisor de periódicos destinados à publicação, mostrando outro lado do processo, além do ponto de vista do autor e que pode se voltar à escrita acadêmica, posto que, muitas vezes, os revisores são também autores que submetem, frequentemente, seus textos a esses tipos de revistas.

No último capítulo (Chapter 17: Concluding thoughts - critical choices and practical strategies for global publishing), há breve síntese sobre o que foi abordado no conjunto da obra, reforçando-se a ideia de que a prática de produção acadêmica apresenta desafios que mudam rapidamente e que podem ser trabalhados a partir das reflexões propiciadas pelas autoras que pretendem levar seus leitores a realizarem ações e escolhas mais críticas em suas práticas de produção acadêmica para publicação.

Em suma, em cada capítulo do livro emergem elementos e/ou momentos principais, ainda que hajam outros não observados, sobre o grande processo que é a prática de produção acadêmica no cenário atual ao redor do mundo todo, a partir da apresentação de histórias, conflitos e vozes - inclusive com excertos de entrevistas com os acadêmicos - de pesquisadores reais e da explicitação de aspectos específicos dessa prática.

Esta visão de escrita como prática social (ou de letramento, como também podemos chamar) é o grande ponto que aproxima a obra da Linguística Aplicada e a diferencia de outros guias acadêmicos. Inclusive, a tradução da palavra guidedo título, como "guia", parece inadequada e impertinente no sentido que o termo apresenta em português, pois o trabalho não visa prescrever ao leitor receitas prontas para se ter sucesso na escrita acadêmica, mas se presta a ser um facilitador na promoção de pensamentos críticos sobre a grande prática de produção para publicação, os atores envolvidos e, fundamentalmente, a sublinhar a importância de pesquisadores serem agentes nesse processo.

Finalmente, as questões que são levantadas pelas autoras contribuem para o grande debate acerca de práticas letradas e os conflitos que se dão nelas. A escolha pela discussão majoritária sobre a pressão por se publicar em outras línguas, como a inglesa, é relevante diante da demanda atual, e cada vez mais urgente, de pesquisadores se conscientizarem de que as práticas de letramento são várias e, portanto, a proficiência em alguma delas - no caso específico, da escrita acadêmica para publicação - ultrapassa a aquisição de habilidades linguísticas isoladas, como o uso do idioma inglês. Tal consciência pode ser desenvolvida à medida que se compreende o funcionamento do "mundo acadêmico" e suas constantes mudanças para entender "o que ele é e o que nós gostaríamos que fosse" 8 8 No original "what it [world of writing for academic publication] is and what we might want it to be" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 161). (CURRY; LILLIS, 2013, p. 161, tradução minha). A leitura do livro, assim, insere-nos nessa ampla e necessária reflexão.

Referências

  • BAZERMAN, C. A relationship between reading and writing. The conversational model. College English, 41, 656-661, 1980.
  • CURRY, M. J.; LILLIS, T. A Scholar´s Guide to Getting Published in English: Critical Choices and Practical Strategies. Bristol: Buffalo: Toronto: Multilingual Matters, 2013.174p.
  • KUMARAVADIVELU, B. Linguística aplicada na era da globalização. In: MOITA-LOPES, L. P. (Org.). Por uma lingüística Aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 129- 147
  • LEA, M.; STREET, B. Student Writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education, London, v. 23, n. 2, p. 157- 171, 1998.
  • 1
    Não tendo sido traduzido até o momento para a língua portuguesa, poderia ser definido, entre outras possibilidades, como Um guia acadêmico para começar a publicar em inglês: escolhas críticas e estratégias práticas.
  • 2
    CURRY, M. J.; LILLIS, T. Multilingual scholars and the imperative to publish in English: negotiating interests, demands, and rewards. TESOL Quarterly, v. 38, n. 4, p. 663-688, 2004.
  • 3
    LILLIS, T.; CURRY, M. J. Reframing notions of competence in scholarly writing: from individual to network activity. Revista Canaria de Estudios Ingleses, v.53, p. 63-78, 2006.
  • 4
    LILLIS, T.; CURRY, M. J. Academic Writing in a Global Context: the politics and practices of publishing in English. London: Routledge, 2010. 203p.
  • 5
    No original: "The main goal of this guide is to offer guidance, information and pratical suggestions to anyone seeking to publish or to support others to publish" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 2).
  • 6
    No original as denominações são "Chapter focus", "Data, questions and comment", "Thinking about your practice", "Suggestion for future action", "Useful resources", "Related research" e "Information box".
  • 7
    No original: "We consider that many of the practices of writing for academic publishing are hidden or opaque and involve ideologies that discriminate against some scholars more than others" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 5).
  • 8
    No original "what it [world of writing for academic publication] is and what we might want it to be" (CURRY; LILLIS, 2013, p. 161).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    15 Maio 2015
  • Aceito
    14 Ago 2015
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