Acessibilidade / Reportar erro

Desenvolvimento de forma farmacêutica líquida de uso oral, isenta de substâncias glicogênicas, com extrato fluido de Mikania glomerata Sprengel - Asteraceae (guaco)

Resumos

Mikania glomerata Sprengel, Asteraceae (guaco) é tradicionalmente empregado como expectorante na forma de infusão, extrato fluido, tintura e xarope. Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma forma farmacêutica líquida, isenta de substâncias glicogênicas, veiculando o extrato fluido desta, como substituto do xarope de guaco para pessoas, que por alguma restrição não possam ingerir sacarose ou açúcar invertido, componente dos xaropes em geral. Desenvolveu-se uma formulação líquida, definindo-se as concentrações de conservantes, agentes umectantes, edulcorantes e flavorizantes, testaram-se polímeros, espessantes usuais em processos tecnológicos, para reproduzir a viscosidade fornecida pelos xaropes. Analisou-se o comportamento reológico e uma avaliação preliminar das características físicas do produto. Dos polímeros testados, o alginato de sódio (1%) foi o que apresentou melhores resultados frente aos parâmetros analisados, com comportamento reológico semelhante ao dos fluidos Newtonianos, e pH adequado ao uso oral, além da compatibilidade frente ao extrato fluido de guaco.


Mikania glomerata Sprengel, Asteraceae (guaco), is traditionally used against cough as an infusion, a fluid-extract, a tincture or a syrup. The present investigation had as objective the development of a sugarless pharmaceutical liquid form to carry the guaco fluid extract, a substitute to the guaco syrup, it would specially help those who cannot ingest the glycogenic substances found in syrups. Liquid formulation was developed, in which the preservants concentration, the humectants agents, and sweeteners and flavors were defined, thickening polymers commonly used in technological processes in order to reduce the syrups viscosity were tested. The rheological behavior was analyzed and the preliminary evaluation of physical characteristic was done. Of all the tested polymers, the sodium alginate (1%) showed itself the most stable, regarding the analyzed parameters. It had a rheological behavior similar to the Newtonian fluids and has adequate pH of oral use, as well as compatibility to the fluid guaco extract.


Desenvolvimento de forma farmacêutica líquida de uso oral, isenta de substâncias glicogênicas, com extrato fluido de Mikania glomerata Sprengel - Asteraceae (guaco)

Lubi, N.C.I; Sato, M.E.O.II,* * Autor para correspondência: Profa. Dra. Mayumi Eliza Otsuka Sato Laboratório de Tecnologia Farmacêutica Departamento de Farmácia Rua: Prefeito Lothário Meissner, 3400 - Jardim Botânico CEP 80210-170 - Curitiba (PR) E-mail: mayumi@ufpr.br ; Gaensly, F.III

IPrograma de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Paraná

IIDepartamento de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná

IIIPrograma de Iniciação Científica, Universidade Federal do Paraná

RESUMO

Mikania glomerata Sprengel, Asteraceae (guaco) é tradicionalmente empregado como expectorante na forma de infusão, extrato fluido, tintura e xarope. Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma forma farmacêutica líquida, isenta de substâncias glicogênicas, veiculando o extrato fluido desta, como substituto do xarope de guaco para pessoas, que por alguma restrição não possam ingerir sacarose ou açúcar invertido, componente dos xaropes em geral. Desenvolveu-se uma formulação líquida, definindo-se as concentrações de conservantes, agentes umectantes, edulcorantes e flavorizantes, testaram-se polímeros, espessantes usuais em processos tecnológicos, para reproduzir a viscosidade fornecida pelos xaropes. Analisou-se o comportamento reológico e uma avaliação preliminar das características físicas do produto. Dos polímeros testados, o alginato de sódio (1%) foi o que apresentou melhores resultados frente aos parâmetros analisados, com comportamento reológico semelhante ao dos fluidos Newtonianos, e pH adequado ao uso oral, além da compatibilidade frente ao extrato fluido de guaco.

ABSTRACT

Mikania glomerata Sprengel, Asteraceae (guaco), is traditionally used against cough as an infusion, a fluid-extract, a tincture or a syrup. The present investigation had as objective the development of a sugarless pharmaceutical liquid form to carry the guaco fluid extract, a substitute to the guaco syrup, it would specially help those who cannot ingest the glycogenic substances found in syrups. Liquid formulation was developed, in which the preservants concentration, the humectants agents, and sweeteners and flavors were defined, thickening polymers commonly used in technological processes in order to reduce the syrups viscosity were tested. The rheological behavior was analyzed and the preliminary evaluation of physical characteristic was done. Of all the tested polymers, the sodium alginate (1%) showed itself the most stable, regarding the analyzed parameters. It had a rheological behavior similar to the Newtonian fluids and has adequate pH of oral use, as well as compatibility to the fluid guaco extract.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1 Oliveira, F.; Oga, S.; Akisue, G.; Akisue, M.K. Parâmetros físicos e químicos e efeito antiedema dos extratos fluidos de guaco (Mikania glomerata Sprengel) e de guaco do mato (Mikania laevigata Schultz Bip .ex Baker). Rev. Farm. Bioquím. USP, v. 25, p. 50-54, 1985.
  • 2 Leite, R.M.G.; Leite, M.G.R.; de Souza, C.L.; da Silva, M.A.M.; Moreira, L.K.A.; Matos, F.J.A; Viana, G.S.B. Estudo farmacológico comparativo de Mikania glomerata Sprengel (guaco) e Justicia pectoralis Jacq. (anador) e Torresea cearensis Fr. (cumarú). Rev. Bras. Farm. v. 74, p. 12-15, 1993.
  • 3 Fierro, I.M.S.; Lopes, C.S.; Moura, R.S.; Fidalgo, C.B. Studies on the anti-allergic activity of Mikania glomerata J.Ethnopharmacol., v. 66, p. 19-24, 1999.
  • 4 Ansel, H.; Allen, J.R.; Popovich, N.G. Farmacotécnica-formas farmacêuticas e sistemas de liberaçăo de fármacos. Săo Paulo: Premier, 6. ed., 2000.
  • 5 LeBlanc, P.P., et al. In:Buri, P. Disponibilizaçăo dos princípios activos no organismo, a partir das formas farmacêuticas destinadas à administraçăo por via oral. Tratado de Biofarmácia e farmacocinética. Lisboa: Instituto Piaget, p. 61, 1999.
  • 6 Prista, L.; Alves, A.; Morgado, R. Técnica farmacêutica e farmácia galênica. Lisboa: Fundaçăo Calouste Gulbekian, 3. ed., v. 12, 1990.
  • 7 Ansel, H.; Allen, J.R.; Popovich, N.G.; Pharmaceutical dosage forms and drug delivery systems. U.S.A.: Williams and Wilkins, 6. ed.,1995.
  • 8 Lachman, L.; Lieberman, J.L.; Kanig, J.L. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Fundaçăo Calouste Gullbekian, 2. ed., v. 2, 2001.
  • 9 Allen, J.R. Agentes de viscosidade para sistemas aquosos. International Journal Pharmaceutical Compounding, Brasileira,v. 6, 2000.
  • 10 Laba, D. Reological properties of cosmetics and toiletries. New York: Marcel Dekker, p. 9-31, 1993.
  • 11 Franchi, S.M. Contribuiçăo ao estudo farmacognóstico da folha de Mikania glomerata Sprengel, Asteraceae. Dissertaçăo Mestrado, Botânica, Setor de Ciências Biológicas, UFPR, Curitiba, 2000.
  • 12 Gennaro, A.R. Remington: The science and practice of pharmacy. 19Ş Ed. Pennsylvania: Mack Publishing Company, 19. ed., v. 2, p. 1447-995, 1995.
  • 13 Carstensen, J.T. Drug stability: principles and practices, New YorK: Marcel Dekker, 2. ed., v. 68, 1995.
  • 14 Jato, J.L.V. Tecnologia farmacêutica, formas farmacêuticas. Barcelona: Editorial Síntese, v. 2, 1997.
  • 15 Wade, A.; Weller, P. Handbook of pharmaceutical excipients. London: The Pharmaceutical Press, 2. ed. 1994.
  • 16
    The United States Pharmacopea, XXIV, The National Formulary, Rockville, p.19, 1999.
  • 17 Silva, R.A.D. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. Săo Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1929.
  • *
    Autor para correspondência:
    Profa. Dra. Mayumi Eliza Otsuka Sato
    Laboratório de Tecnologia Farmacêutica
    Departamento de Farmácia
    Rua: Prefeito Lothário Meissner, 3400 - Jardim Botânico
    CEP 80210-170 - Curitiba (PR)
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Set 2009
    • Data do Fascículo
      2003
    Sociedade Brasileira de Farmacognosia Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Farmacognosia, Rua Pref. Lothario Meissner, 632 - Jd. Botânico, 80210-170, Curitiba, PR, Brasil, Tel/FAX (41) 3360-4062 - Curitiba - PR - Brazil
    E-mail: revista@sbfgnosia.org.br