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É preciso acreditar

EDITORIAL

É preciso acreditar

Muito se tem falado sobre o significado da manutenção de pensamento positivo ou melhor de estruturar a mente de tal forma a acreditar que coisas boas acontecem. O pensamento crítico exacerbado, preocupado exclusivamente em ver defeitos traz em seu bojo o descrédito e, com frequencia, contribui mais para a destruição do que para a edificação. Ao assumirmos a presidência da Sociedade Brasileira de Farmacognosia, acontecimento que não estava em nossa programação, testemunhamos atitude de esperança e credibilidade pelo menos da maior parte dos membros da Assembléia então constituída.

Finda a eleição, que ocorreu de forma não muito tradicional, todos os presentes hipotecaram solidariedade ao novo presidente que, por que não dizer, um tanto assustado, fazia avaliação da responsabilidade assumida. De ante mão não tinha consciência das dificuldades que iria enfrentar. O caixa da sociedade estava praticamente zero. Contava exclusivamente com contribuição voluntária, que os integrantes da assembléia passaram às mãos do novo presidente como um voto de confiança. As idéias a respeito do que seria prioritário para a gestão que se iniciava começavam a aparecer. Por que não materializar a Revista Brasileira de Farmacognosia? Por que não criar uma espécie de jornal (O INFORME-SBF) que possibilitasse a integração, ou pelo menos, a aproximação maior daqueles que realmente se interessavam pela Farmacognosia em nosso meio? A necessidade de formar-se especialistas em Farmacognosia também foi colocada por integrantes do conclave. Cursos de especialização deveriam ser organizados, bem como, esforços no sentido de se criar livro texto da matéria voltados para os interesses do Brasil. O título de “Especialista em Farmacognosia” deveria ser atribuído a militantes da área portadores do título de Farmacêutico, que preenchessem condições a serem estipuladas pela Diretoria da Sociedade. Os anseios da classe estavam cristalizados e tinham sido transmitidos à Diretoria que deveria ser organizada. Ficava assim patente o grande acerto feito ao criar-se a Instituição.

Ao iniciarmos nossos trabalhos, a primeira indagação que fizemos foi a de onde se buscar recursos. A princípio contávamos com a promessa de pelo menos receber as importâncias referentes às anuidades dos professores de Farmacognosia. Era evidente que o total arrecadado não seria suficiente para cobrir todos os encargos. Restava-nos a possibilidade de conseguir fundos junto a órgãos governamentais e empresas privadas. Para isso entretanto a Sociedade deveria estar totalmente regularizada e gozar de certa tradição, o que não tínhamos à nossa disposição. Apesar de todas essas dificuldades, é com prazer que iniciamos a edição da Revista Brasileira de Farmacognosia, cuja periodicidade deverá ser semestral. Este periódico deverá preencher uma lacuna em nosso meio.

A probabilidade da Revista se consolidar é grande. Acreditamos na Sociedade Brasileira de Farmacognosia em seus membros. A responsabilidade por ela é de todos. Por outro lado agora já temos alguma coisa a mais a ofertar que não só o nosso idealismo.

Aqueles que acreditaram, ajudaram a construir, colaboraram com o desenvolvimento da Farmacognosia ao Brasil.

Fernando de Oliveira

Presidente

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Abr 2010
  • Data do Fascículo
    1986
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