Acessibilidade / Reportar erro

Presença de "Linha Morgan" como indicador de displasia coxofemoral em cães da raça Pastor-Alemão

Presence of Morgan-Line as an indicator of canine hip dysplasia in German Shepherd dogs

Resumo

The aim of this study was to determine the relationship between the presence of Morgan line and hip dysplasia. From June, 1986 to October, 1993, 190 X-ray plates of German Shepherd dogs, from both sexes were collected and analyzed. The results showed that out of the 190 dogs evaluated, 136 (71.6%) had hip dysplasia, 43 (22.6%) presented Morgan line and 41 (21.5%) showed both of them. Just two (1.1%) dogs presented Morgan line without hip dysplasia. No statistically significant difference was found between males (21.8%) and females (23.3%). From this study it can be concluded that the presence of the Morgan line can be considered indicative to hip dysplasia diagnosis, even though the absence of the line does not exclude the possibility of hip dysplasia.

Dog; hip dysplasia; radiology; Morgan line


Dog; hip dysplasia; radiology; Morgan line

COMUNICAÇÃO

(Communication)

Presença de "Linha Morgan" como indicador de displasia coxofemoral em cães da raça Pastor-Alemão

(Presence of Morgan-Line as an indicator of canine hip dysplasia in German Shepherd dogs)

R.C.S. Tôrres1, P.M. Ferreira1, R.B. Araújo1, A.S. Martins2

1Escola de Veterinária da UFMG

Caixa Postal 567

30123-970, Belo Horizonte, MG

2Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária

A displasia coxofemoral (DCF) tem sido definida como uma doença representada pela disparidade entre a massa muscular pélvica e o rápido crescimento do esqueleto, o que altera significativamente a biomecânica das articulações. As alterações ósseas ocorrem devido à incapacidade da massa muscular em manter a congruência entre as superfícies articulares. O grau de envolvimento varia de mínimas alterações até uma destruição total da articulação (Riser & Shirer, 1967; Alexander, 1992).

A instabilidade articular resulta no relaxamento do ligamento redondo e isso levará ao deslocamento da cabeça do fêmur dorsolateralmente. Portanto, o lado medial da cabeça do fêmur e a margem dorsal do acetábulo sustentarão mais peso do que nas condições normais. Aos quatro meses de idade, mudanças patológicas freqüentemente são observadas na cartilagem articular, tanto na cabeça do fêmur quanto no acetábulo. Ainda que a subluxação seja pouco evidente, ocorrem alterações das cartilagens articulares que resultam em uma formação óssea periarticular anormal. Devido à perda do contorno normal da superfície articular, ocorrem modificações na biomecânica, levando a alterações da densidade óssea na porção mediocaudal do colo do fêmur. Quando essa nova formação óssea se desenvolve, adquire densidade que permite sua identificação na radiografia, sendo conhecida como linha segundo Morgan (Morgan, 1987; Klimt et al., 1992).

Morgan (1987), num estudo retrospectivo, reavaliando 605 radiografias de cães, observou que 54% considerados displásicos apresentavam formações ósseas anormais na região mediocaudal do colo do fêmur e que 15% dos cães considerados normais também as apresentavam. Considerou esses percentuais significativos o suficiente para se usar esta alteração como auxílio no diagnóstico de DCF.

Neste estudo foram utilizadas 190 radiografias de cães da raça Pastor-Alemão (103 de fêmeas e 87 de machos), com idade igual ou superior a 12 meses. As radiografias foram obtidas de animais encaminhados à Escola de Veterinária da UFMG, por intermédio da Sociedade Mineira de Criadores de Cães Pastores Alemães, no período de junho de 1986 a outubro de 1993, por exigência da referida Associação que determina aos seus associados o controle radiológico da DCF.

Os resultados mostraram que das 190 radiografias reavaliadas 136 (71,6%) apresentavam DCF, 43 (22,6%) evidenciaram a "Linha Morgan", sendo 41 (21,5%) encontradas entre os cães displásicos e somente 2 (1,1%) nos classificados como normais. Os percentuais entre machos (21,8%) e fêmeas (23,3%) foram equivalentes. A Fig. 1 ilustra a formação da "Linha Morgan".


Assim, tendo em vista o percentual encontrado, a visualização radiográfica da "Linha Morgan" pode ser utilizada como indicativo para o diagnóstico de DCF, embora a ausência dessa alteração não indique que o cão esteja livre de displasia.

Palavras-Chave: Cão, displasia coxofemoral, radiologia, linha Morgan

ABSTRACT

The aim of this study was to determine the relationship between the presence of Morgan line and hip dysplasia. From June, 1986 to October, 1993, 190 X-ray plates of German Shepherd dogs, from both sexes were collected and analyzed. The results showed that out of the 190 dogs evaluated, 136 (71.6%) had hip dysplasia, 43 (22.6%) presented Morgan line and 41 (21.5%) showed both of them. Just two (1.1%) dogs presented Morgan line without hip dysplasia. No statistically significant difference was found between males (21.8%) and females (23.3%). From this study it can be concluded that the presence of the Morgan line can be considered indicative to hip dysplasia diagnosis, even though the absence of the line does not exclude the possibility of hip dysplasia.

Keywords: Dog, hip dysplasia, radiology, Morgan line

  • ALEXANDER, J.W. The pathogenesis of canine hip dysplasia. Vet. Clin. North Am.: Small Anim. Pract., v.22, p.503-511, 1992.
  • KLIMT, U., TELLHELM, B., FRITSCH, R. Die bedeutung der, "Morgan-linie" für die untersuchung auf HD beim hund. Kleinteirpraxis, v.4, p.211-214, 1992.
  • MORGAN, J.P. Canine hip dysplasia: significance of early bony spurring. Vet. Radiol., v.28, p.2-5, 1987.
  • RISER, W.H., SHIRER, J.F. Correlation between canine hip dysplasia and pelvic muscle mass: a study of 95 days. Am. J. Vet. Res., v.28, p.769-777, 1967.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2001
  • Data do Fascículo
    Abr 1999
Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária Caixa Postal 567, 30123-970 Belo Horizonte MG - Brazil, Tel.: (55 31) 3409-2041, Tel.: (55 31) 3409-2042 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: abmvz.artigo@gmail.com