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Ocorrência de Trichogramma pretiosum em áreas comerciais de tomate, no Espírito Santo, em regiões de diferentes altitudes

Occurrence of Trichogramma pretiosum in commercial fields of tomato, in Espírito Santo State (Brazil), in areas with different altitudes

Resumos

Foram instalados sete campos experimentais em altitudes entre 200 e 1050 metros, nos municípios de Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante no Espírito Santo, para desenvolvimento de avaliações pré-introdutórias de Trichogramma. Visou-se determinar as espécies nativas e conhecer o índice de parasitismo natural, para utilização em programas de manejo integrado da traça-do-tomateiro. Em todos os campos comerciais de tomateiros foram coletados apenas Trichogramma pretiosum Riley. No primeiro ano de coleta, o número médio de amostras de cartelas com parasitismo, bem como o número médio de ovos parasitados, apresentaram uma relação inversa, quando comparado com as regiões de altitudes entre 200 e 850 metros. Em regiões de menor altitude (200, 380 e 450 metros), foram observadas presença constante desses parasitóides de ovos em todas as áreas amostradas. No segundo ano de coleta não foi observado o mesmo comportamento em relação ao primeiro, tendo os valores médios dos parâmetros sido inferiores, com o número médio de ovos parasitados por cartela reduzido pela metade. Os resultados de dois anos de coleta mostraram que a agressividade das linhagens de T. pretiosum foi diferenciada em função das áreas.

Lycopersicon esculentum; T. pretiosum; controle biológico; Trichogrammatidae; parasitóide de ovos


Seven experimental fields were installed in altitudes varying from 200 to 1050 meters, located in Afonso Cláudio and Venda Nova do Imigrante in Espírito Santo State, Brazil. The evaluations of Trichogramma presence were done to determine the native species, know the natural parasitism rate in order to use the obtained results in programs of pest management of Tuta absoluta. In all commercial tomato fields only Trichogramma pretiosum Riley was collected. In the first year the medium number of egg-cards sample with parasitism, as well as the medium number of parasitized eggs, presented an inverse relationship when compared to the areas of altitude between 200 and 850 meters. In the lower areas (200, 380 and 450 m) a constant presence of parasitoid eggs in all the inspected areas was observed. In the second year the behavior differed from that of the first year. The medium values of the inferior parameters, with the medium number of eggs parasitized by cards, were reduced by half. The two year results showed that the aggressiveness of the T. pretiosum strains was differentiated depending on the area.

Lycopersicon esculentum; T. pretiosum; biological control; Trichogrammatidae; parasitoid eggs


PESQUISA

Ocorrência de Trichogramma pretiosum em áreas comerciais de tomate, no Espírito Santo, em regiões de diferentes altitudes

Occurrence of Trichogramma pretiosum in commercial fields of tomato, in Espírito Santo State (Brazil), in areas with different altitudes

Dirceu PratissoliI; Mauricio J. FornazierII; Anderson M. HoltzIII; José R. GonçalvesIII; Andrea B. ChioramitalIV; Hugo B. ZagoIV

IUFES, C. Postal 16, 29.500-000, Alegre, ES; E-mail: dirceu@npd.ufes.br

IIINCAPER/EEMF, Rod. 262, Km 94, 29.375-000, V.N. do Imigrante-ES

IIIDoutorando em Entomologia, UFV., Depto de Entomologia, 36.570-000, Viçosa-MG

IVAlunos de Iniciação Científica, CAUFES, C. Postal 16, 29.500-000, Alegre-ES

RESUMO

Foram instalados sete campos experimentais em altitudes entre 200 e 1050 metros, nos municípios de Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante no Espírito Santo, para desenvolvimento de avaliações pré-introdutórias de Trichogramma. Visou-se determinar as espécies nativas e conhecer o índice de parasitismo natural, para utilização em programas de manejo integrado da traça-do-tomateiro. Em todos os campos comerciais de tomateiros foram coletados apenas Trichogramma pretiosum Riley. No primeiro ano de coleta, o número médio de amostras de cartelas com parasitismo, bem como o número médio de ovos parasitados, apresentaram uma relação inversa, quando comparado com as regiões de altitudes entre 200 e 850 metros. Em regiões de menor altitude (200, 380 e 450 metros), foram observadas presença constante desses parasitóides de ovos em todas as áreas amostradas. No segundo ano de coleta não foi observado o mesmo comportamento em relação ao primeiro, tendo os valores médios dos parâmetros sido inferiores, com o número médio de ovos parasitados por cartela reduzido pela metade. Os resultados de dois anos de coleta mostraram que a agressividade das linhagens de T. pretiosum foi diferenciada em função das áreas.

Palavras-chave:Lycopersicon esculentum, T. pretiosum, controle biológico, Trichogrammatidae, parasitóide de ovos.

ABSTRACT

Seven experimental fields were installed in altitudes varying from 200 to 1050 meters, located in Afonso Cláudio and Venda Nova do Imigrante in Espírito Santo State, Brazil. The evaluations of Trichogramma presence were done to determine the native species, know the natural parasitism rate in order to use the obtained results in programs of pest management of Tuta absoluta. In all commercial tomato fields only Trichogramma pretiosum Riley was collected. In the first year the medium number of egg-cards sample with parasitism, as well as the medium number of parasitized eggs, presented an inverse relationship when compared to the areas of altitude between 200 and 850 meters. In the lower areas (200, 380 and 450 m) a constant presence of parasitoid eggs in all the inspected areas was observed. In the second year the behavior differed from that of the first year. The medium values of the inferior parameters, with the medium number of eggs parasitized by cards, were reduced by half. The two year results showed that the aggressiveness of the T. pretiosum strains was differentiated depending on the area.

Keywords:Lycopersicon esculentum, T. pretiosum, biological control, Trichogrammatidae, parasitoid eggs.

Um dos entraves para a produção de tomate nas Américas do Sul e Central, é a traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae), que tem se tornando praga-chave dessa Solanácea, pois além de provocar danos como lesões nas folhas e frutos, mantém-se durante todo o ciclo de desenvolvimento da cultura, podendo causar perdas de até 100% das lavouras (Lourenção et al., 1985).

Uma das opções de controle é o biológico, com o uso de parasitóide de ovos do gênero Trichogramma. Este inseto é utilizado no controle biológico de pragas-chaves de 34 culturas em mais de 30 países, onde é liberado de forma inundativa, em cerca de 32 milhões de hectares. Para a cultura do tomateiro, a utilização comercial desse parasitóide tem-se destacado na China, Colômbia, EUA, Inglaterra e Índia (Wajnberg & Hassan, 1994).

A ocorrência natural do gênero Trichogramma, no Brasil, corresponde a 31,8% do registrado em todo continente sul-americano. Zucchi & Monteiro (1997), registraram 14 espécies desse parasitóide de ovos ocorrendo em 17 espécies de pragas, todas pertencentes à ordem Lepidoptera. Estudos tem sido desenvolvidos visando o emprego de espécies de Trichogramma no controle de pragas chaves nas culturas de algodoeiro, cana-de-açucar, milho e tomate (Parra, 1989; Sá et al., 1993; Villas Boas & França, 1996, Resende & Ciociola, 1996; Cruz et al., 1999; Pratissoli & Parra, 2000 e 2001).

Para se ter sucesso na utilização desse parasitóide, devem ser seguidas algumas etapas. Parra (1996), cita como primordiais, a coleta e identificação das linhagens e/ou espécies no campo, manutenção no laboratório, seleção de espécies e/ou linhagens do parasitóide para as pragas visadas, estudo das exigências térmicas e hídricas das linhagens selecionadas, seletividade de produtos químicos aos parasitóides, técnicas de liberação com avaliação da eficiência e modelo da dinâmica do parasitóide, aliado à dinâmica da praga e dos ovos da mesma em campo.

Até bem pouco tempo, os projetos de controle biológico com parasitóides de ovos do gênero Trichogramma eram, em geral, mal fundamentados, pois partiam da premissa de que bastava criar massalmente esse parasitóide e liberá-lo em campo, sem a necessidade de se efetuar uma avaliação pré-introdutória, ou seja, da origem, do hospedeiro em que foi coletado, da cultura e das condições climáticas onde se desenvolveu o mesmo (Hassan, 1997; Fernandes et al., 1999).

A seleção de espécie (s) e/ou linhagem (s) de Trichogramma tem sido um dos fatores amplamente estudados, como características de qualidade nos programas de controle biológico (Hassan, 1997; Botelho, 1997). Esse estudo básico, denominado de avaliação pré-introdutória, visa, baseado em princípios ecológicos, avaliar a agressividade do Trichogramma nativo em função do clima, habitat e condições do hospedeiro (Parra et al., 1987).

O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de avaliações pré-introdutórias do parasitóide do gênero Trichogramma, visando identificar a(s) espécie(s) nativa(s) no estado do Espírito Santo e conhecer o índice de parasitismo natural, para futura utilização em programa de manejo integrado da traça do tomateiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram instalados, em plantações comerciais de tomate, sete campos experimentais, tendo em cada um duas unidades de um hectares, em altitudes de 200 a 1000 metros. Foi denominada Área 1, a localizada no distrito de Rive, município de Alegre, com altitude média de 200 metros. As áreas denominadas 2 e 3, foram localizadas no município de Afonso Cláudio, com altitude média de 380 metros (Área 2), e 450 metros (Área 3), respectivamente. As demais áreas, denominadas de 4, 5, 6 e 7, foram instaladas no município de Venda Nova do Imigrante, com altitudes médias de 650, 750, 850 e 1050 metros, respectivamente.

A coleta das linhagens de Trichogramma pretiosum foi feita por dois anos consecutivos utilizando-se cartelas de 8 x 2,5 cm, com uma área central de 5 cm2, contendo em média, 400 ovos de Anagasta kuehniella (Zeller), inviabilizados por exposição sob lâmpada germicida por 50 minutos. Uma outra cartela, de igual dimensão, foi grampeada sobre os ovos para protegê-los da chuva e insolação. Quinzenalmente, eram feitas amostras compostas de 15 cartelas que foram distribuídas aleatoriamente em cada hectare, em cada uma das altitudes, as quais permaneceram por 3 dias, sendo posteriormente retiradas e levadas ao laboratório, onde foram mantidas em câmaras climatizadas, reguladas com temperatura de 25±1oC, umidade relativa de 70±10% e fotofase de 14 horas, tendo permanecido por uma semana, para observar a ocorrência de parasitismo. As cartelas parasitadas foram isoladas em tubos de vidro de 8,5 x 2,5 cm, fechados com filme plástico de PVC, até a emergência dos parasitóides. Parte dos adultos foi mantida em laboratório para sua multiplicação, e parte foi morta em álcool 70%, sendo posteriormente enviada ao Professor Dr. Roberto A. Zucchi, ESALQ/USP, para a identificação das espécies.

Foram avaliados o número médio de amostras com parasitismo, o número médio de cartelas parasitadas em cada amostra e o número médio de ovos parasitados por cartela.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com esquema fatorial de 7 x 2 x 2, em função das altitudes e do tempo de amostragem e da repetição, que foram as unidades dentro de cada campo experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O parasitóide nativo, nas sete áreas experimentais, foi identificado como Trichogramma pretiosum Riley.

O número médio de amostras com parasitismo, no primeiro ano de coleta, apresentou relação inversa quando comparado entre as regiões com altitudes entre 200 a 850 metros. No entanto, nos plantios localizados entre 200 e 450 metros de altitude, constatou-se os melhores índices, sendo estatisticamente superior aos obtidos nas demais regiões. Na altitude de 850 metros, observou-se ausência desses parasitóides de ovos, fato este que esteve relacionado com o uso excessivo uso de agrotóxicos, principalmente de não seletivos, conforme verificado nesse período de levantamento (Tabela 1).

No segundo ano de avaliação, o número médio de amostras com parasitismo, apresentou os melhores valores à altitudes de 200 e 380 metros, sendo estatisticamente superior em relação às demais regiões. Os menores valores do número médio de amostras com parasitismo continuaram a ser registrados nas regiões de altitudes extremas, porém sem diferir estatisticamente entre si (Tabela 1).

Ao se comparar os dois anos de coleta, constatou-se que, diferenças estatísticas só foram verificadas nas regiões de Guandu e Santa Luzia, com altitudes de 450 e 650 metros, respectivamente, no que se referente ao número médio de amostras com parasitismo (Tabela 1).

Independente do ano de coleta, o número médio de cartelas parasitadas por amostras, nas regiões de altitudes de 200 e 380 metros, foi estatisticamente superior em relação às demais regiões. No entanto, nas demais regiões, apenas no primeiro ano, verificou-se que essa taxa foi significativamente inferior nas duas altitudes extremas, porém sem diferir da altitude de 750 metros.

Os valores do número médio de cartelas com parasitismo, por amostra, nos dois anos de coletas, não apresentaram diferenças significativas, ao serem comparadas.

O número médio de ovos parasitados por cartelas, no primeiro ano de coleta, foi significativamente superior nas regiões de Rive e Afonso Cláudio (200 e 380 metros). Os menores índices foram obtidos nas regiões com altitudes entre 750 e 1050 metros, sendo estatisticamente inferior a 850 metros.

Já no segundo ano de coleta, o número médio de ovos parasitados por cartela, foi estatisticamente superior nas regiões com altitudes de 200, 380 450 e 850 metros (Tabela 1).

Comparando-se os dois anos de coleta, o número médio de ovos parasitados por cartela, nas regiões de 200 e 380 metros de altitudes, foi significativamente superior no primeiro ano, sendo em torno de 50% maior em relação ao segundo ano. No entanto, para a região de Bela Aurora (850 metros), esse índice foi 21 vezes maior no segundo ano de coleta, diferença essa que foi significativa em relação ao primeiro ano (Tabela 1).

A ocorrência de T. pretiosum na cultura do tomateiro, no estado do Espírito Santo, era esperada, uma vez que a espécie está amplamente distribuída em todo continente sul-americano, sendo a mais polífaga, estando associada a 26 hospedeiros, o que corresponde a 63% daqueles parasitados por espécies deste gênero (Zucchi & Monteiro, 1997). No Brasil, T. pretiosum é a espécie predominante, parasitando 18 espécies de hospedeiros (Zucchi & Monteiro, 1997). Sá & Parra (1994) observaram a ocorrência natural de T. pretiosum em ovos de Helicoverpa zea e Spodoptera frugiperda, com parasitismo de 90,1 e 98,3%, respectivamente. Pratissoli & Parra (2001), coletaram esta espécie de Trichogramma em ovos de T. absoluta na cultura do tomateiro nos municípios de Alegre e Jerônimo Monteiro (ES). Já Fernandes et al. (1999), verificaram a ocorrência natural de T. pretiosum em ovos de Alabama argillacea e Heliothis virescens em algodoeiro no estado do Mato Grosso do Sul.

Pelos resultados, pode-se verificar que as linhagens de T. pretiosum apresentaram ocorrência diferenciada em função das áreas e dos períodos de coleta (Tabelas 1). Essas variações são reações comportamentais que ocorrem em função da ação de diversos fatores bióticos e abióticos que interferem na eficiência do parasitismo. Dentre os fatores bióticos pode-se relacionar a adaptabilidade e a capacidade intrínseca da linhagem sob as condições de cada agro-ambiente. Bleicher & Parra (1990) avaliando o potencial de três populações de T. pretiosum, baseado na capacidade de parasitismo e na tabela de vida de fertilidade, verificaram que a população proveniente de Iguatu (CE) foi superior às demais. Pratissoli & Parra (2001) encontraram uma variabilidade comportamental, através das características biológicas, quando comparou seis linhagens de T. pretiosum coletadas em diferentes regiões brasileiras.

O hospedeiro é um outro fator que pode proporcionar alterações comportamentais nesse parasitóide de ovos. A ocorrência natural de Trichogramma tem sido relatada como dependente da densidade, dinâmica populacional e idade do hospedeiro, da localização do habitat e das características qualitativas e quantitativas do hospedeiro (Tironi & Ciociola 1994, Parra 1997, Pratissoli & Oliveira 1999, Pratissoli & Parra 2000).

A competição inter-específica também pode interferir no condicionamento desses parasitóides em campo. Sá et al. (1993) constataram uma correlação inversa entre a porcentagem de parasitismo e a taxa de predação, para T. pretiosum.

Dentre os fatores abióticos, as condições climáticas podem interferir no comportamento dos parasitóides de ovos do gênero Trichogramma (Goodenough & Witz 1985). A temperatura tem sido relatada como o principal fator climático que afeta as características biológicas desses insetos. Anunciada (1983) verificou as melhores taxas de viabilidade, para oito linhagens de Trichogramma, quando foram submetidos às temperaturas na faixa de 20 a 30oC. Cônsoli & Parra (1995), relataram que a temperatura de 18oC reduziu a viabilidade de Trichogramma galloi. No entanto, Tironi (1992) afirmou que para Trichogramma atopovirilia e T. pretiosum, esse comportamento ocorreu já na temperatura de 20oC. Bleicher & Parra (1989) constaram variações na duração do ciclo de desenvolvimento de três populações de Trichogramma. Já Pratissoli & Parra (2000) constataram que T. pretiosum apresenta variações na duração do ciclo de desenvolvimento, viabilidade e razão sexual, quando submetidos as temperaturas de 18; 20,22; 25; 30 e 32oC. Chiu & Chen (1986), verificaram em experimentos de liberação de Trichogramma que a taxa de dispersão do parasitóide, em ambos os sexos, aumentou com a elevação de temperatura. Os machos parecem ser mais sensíveis às altas temperaturas que as fêmeas, embora temperaturas abaixo de 20ºC tenham reduzido a capacidade delas. Resende & Ciociola (1996), constataram que para T. atopovirilia a maior taxa de parasitismo ocorreu a 25oC, e que a menor foi observada nas temperaturas entre 15 e 20oC.

A característica dos cultivos de tomate é um outro fator abiótico que pode determinar variações comportamentais em Trichogramma, uma vez que a arquitetura e altura da planta, espaçamento de plantio, variedade, mudanças fenológicas, entre outros, proporcionarão alterações na massa foliar da cultura, no tamanho da planta e na complexidade de sua arquitetura, o que irá afetar a dispersão bem como a eficiência do parasitismo (Keller et al., 1985; Sá et al., 1993; Salamina, 1997; Almeida et al., 1998, Gingras, 2002).

O impacto ambiental dos agrotóxicos, na cultura do tomateiro, é um outro fator abiótico que pode afetar o condicionamento fisiológico de Trichogramma. Ciociola Jr. et. al. (1999) e Carvalho et al. (2001) submeteram T. pretiosum ao efeito de diversos inseticidas, onde constataram respostas diferenciadas, através do percentual de parasitismo e da viabilidade. Já Suh et al. (2000) constataram uma redução significativa na longevidade dos descendentes fêmeas de Trichogramma exiguum, emergidas de ovos tratados com alguns inseticidas.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 1 de outubro de 2001 e aceito em 10 de outubro de 2002

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2003
  • Data do Fascículo
    Mar 2003

Histórico

  • Recebido
    01 Out 2001
  • Aceito
    10 Out 2002
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