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Mortalidade de estacas enraizadas de Pinus spp. causada por Rhizoctonia solani

Mortality of rooted cuttings of Pinus spp. in Brazil caused by Rhizoctonia solani

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Mortalidade de estacas enraizadas de Pinus spp. causada por Rhizoctonia solani

Mortality of rooted cuttings of Pinus spp. in Brazil caused by Rhizoctonia solani

Francisco A. Ferreira; José Eduardo P. Mendes; José Luis Maia

Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, Viçosa, MG, e-mail: ffff@fv.br

ABSTRACT

This is the first report in Brazil of Rhizoctonia solani causing mortality of rooted cuttings of Pinus caribaea var. hondurensis, P. tecunumanii, and their hybrids. The disease occurred in patches, with affected needles becoming soft and sticky, followed by death of the entire apical tuft of needles, which turned reddish-brown. Tebuconazole or iprodione fungicide sprays have been recommended to control the disease.

O enraizamento de estacas de genótipos silviculturalmente superiores de espécies arbóreas alógamas para a formação de florestas clonais pode trazer benefícios, dentre os quais a maior homogeneidade dos maciços, o controle de doenças abióticas e bióticas por meio da propagação vegetativa de genótipos resistentes e, com isso, ter-se aumento de produtividade de madeira. No Brasil, um dos melhores exemplos dessa estratégia deu-se com a eucaliptocultura, a partir dos anos 80. Nos últimos anos, algumas empresas reflorestadoras brasileiras têm seguido o exemplo da eucaliptocultura, trabalhando, desta feita, com a cultura de Pinus spp. Os resultados de testes que têm sido feitos para se obter o enraizamento de estacas, em larga escala, com algumas espécies de Pinus, têm sido encorajadores, a despeito de problemas abióticos e bióticos que têm surgido. O objetivo desta nota é relatar a ocorrência da única doença biótica, relevante, surgida nesse sistema de produção, no Brasil, causada por linhagem comum (não esclerodial) de Rhizoctonia solani Kühn, que tem ocorrido no Estado de SP, em Pinus caribaea Mor. var. hondurensis Barr.et Golf. e P. tecunumanii (Schwerdtf) Eguiluz & Perry e híbridos entre essas duas espécies. Essa enfermidade é reconhecível por suas reboleiras de até mais de 70 cm diâmetro, nos canteiros das casas de vegetação ou da aclimatação de mudas, onde as plantas enraizadas e em processo de morte têm apresentado tonalidade vinho-amarronzada nas acículas do tufo apical (Figura 1). O início da doença dá-se com uma mela na base das acículas, onde teia hifal de R. solani é observável com o auxílio de lupa de bolso de 10X. Para o isolamento de R. solani, hifas desse fungo desenvolvidas sobre lâminas de vidro (Ferreira, F. A. Metodologia simples para constatação rápida de Rhizoctonia sp. na enfermidade tombamento de mudas de eucalipto. Fitopatol. Bras. 13:143. 1988), após pernoite das acículas doentes em caixa plástica-câmara úmida, foram transferidas para tubos de ensaio com meio de cultura BDA, com o auxilio de binocular estereoscópica e estilete flambado. A prova de patogenicidade de R. solani foi obtida com a deposição de fragmento de cultura do fungo em BDA na base das acículas do tufo apical de cada muda enraizada, sadia, seguindo-se improvisação de câmara úmida durante 72 h, respectivamente para cada quatro mudas inoculadas e não inoculadas (deposição de fragmento de BDA sem fungo), seguindo-se suas transferências para uma bancada sombreada por árvores. Os sintomas da doença evidenciaram-se a partir do quinto dia da inoculação, sendo o patógeno reisolado para o meio de cultura BDA. Para o controle da enfermidade tem-se recomendado a eliminação das plantas afetadas da reboleira, juntamente com os seus recipientes e, em seguida, pulverização de faixa rodeante à reboleira, em cada duas semanas, com tebuconazole (40 ml de i.a./100 litros de água), ou duas vezes por semana com iprodione (120 g de i.a./ 100 litros de água).


Aceito para publicação em 04/11/2004

Autor para correspondência: Francisco A. Ferreira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Maio 2005
  • Data do Fascículo
    Abr 2005
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