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Comparação do desempenho do rastreamento por mamografia, exame físico e ultra-sonografia de mama e avaliação dos fatores que os influenciam: uma análise de 27.825 pacientes

RESUMOS DE ARTIGOS

Comparação do desempenho do rastreamento por mamografia, exame físico e ultra-sonografia de mama e avaliação dos fatores que os influenciam: uma análise de 27.825 pacientes

Aline Serfaty Pozes

Médica Residente do Departamento de Radiologia da UFF

Kolb TM, Lichy J, Newhouse JH. Comparison of the performance of screening mammography, physical examination, and breast US and evaluation of factors that influence them: an analysis of 27,825 patient evaluations. Chest 2001; 120:1735–8.

OBJETIVOS: Avaliar a mamografia, a ultra-sonografia (US) e o exame físico no diagnóstico do câncer de mama. Analisar a influência da idade, do estado hormonal e da densidade mamária, comparar o tamanho, estadiar os tumores e determinar qual ou quais modalidades otimizam o diagnóstico desta doença.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foram realizadas 27.825 avaliações por meio de estudos mamográficos e exame físico em 11.130 mulheres assintomáticas. As pacientes com mamas densas eram submetidas a US complementar. Foram consideradas alterações positivas os achados de biópsia que revelaram malignidade.

RESULTADOS: Em 221 mulheres encontraram-se 246 alterações. A US aumentou o número de diagnósticos de lesões malignas não-palpáveis em 42%. A sensibilidade da mamografia caiu significativamente com o aumento da densidade mamária. A utilização conjunta da mamografia e da US revelou aumento importante na sensibilidade quando comparada com a utilização conjunta da mamografia com o exame físico. Os tumores descobertos pela mamografia e/ou US eram menores e apresentavam melhor estadiamento do que aqueles detectados pelo exame físico.

CONCLUSÃO: A sensibilidade da mamografia para o diagnóstico do câncer de mama diminuiu no caso de mamas com alta densidade. A associação da ultra-sonografia aumenta de maneira importante a descoberta de lesões malignas menores e com melhor estadiamento. O exame físico sozinho tem baixa sensibilidade. O estado hormonal não tem efeito relevante na eficácia dos exames.

O aspecto mamográfico do câncer de mama não-palpável reflete suas características patológicas

Aline Guimarães Pessoa

Médica Pós-graduanda do Departamento de Radiologia da UFF

Gajdos C, Tartter PI, Bleiweiss IJ, et al. Mammographic appearance of nonpalpable breast cancer reflects pathologic characteristics. Ann Surg 2002;235:246–51.

OBJETIVO: Estudar a relação entre o aspecto mamográfico do câncer de mama não-palpável e suas características patológicas. O aspecto mamográfico do câncer de mama não-palpável pode ser associado às variáveis patológicas, tendo significado prognóstico, que poderia influenciar no seu manejo clínico.

MATERIAL E MÉTODO: Os autores correlacionaram o aspecto mamográfico e as características patológicas de 543 malignidades não-palpáveis diagnosticadas em uma única instituição, entre julho de 1993 e julho de 1999. Os cânceres foram divididos em quatro grupos, baseados na apresentação mamográfica: massa, calcificação, massa com calcificação e distorção arquitetural.

RESULTADOS: A maioria das massas (95%), as massas com calcificações (68%) e as distorções arquiteturais (79%) se deviam a cânceres invasivos. A maioria das calcificações (68%) era conseqüente ao carcinoma ductal in situ (CDIS). Entre os cânceres invasivos, as calcificações estavam associadas com carcinoma intraductal mais extensivo, imunorreatividade do Her2/Neu, e mais necrose no CDIS (se este estivesse associado). A invasão linfática era mais comum nos cânceres que se apresentaram como massa com calcificações. Sessenta e nove por cento dos CDIS que estavam associados aos cânceres invasivos e que se apresentaram como calcificações eram de alto grau, de acordo com a Organização Européia para a Pesquisa e o Tratamento do Câncer. As calcificações em tumores não-invasivos foram associadas à necrose no CDIS. Dois terços dos cânceres que se apresentaram como distorção arquitetural tiveram margens positivas (65%), comparadas com 35% a 37% nas outras apresentações. A apresentação mamográfica não foi significativamente relacionada à diferenciação do tumor ou ao status do receptor de estrogênio ou progesterona. A relação entre malignidades invasivas e não-invasivas aumentou progressivamente com a idade: de 1:1 nos pacientes com menos de 50 anos a 3:1 nos pacientes com mais de 70 anos. A porcentagem dos cânceres que se apresentaram como calcificações caiu de 63% nos pacientes com menos de 50 anos para 26% nos pacientes com mais 70 anos.

CONCLUSÕES: As malignidades que se apresentaram como calcificações na mamografia são mais comumente CDIS. Quando cânceres invasivos se apresentaram como calcificações, estas foram associadas à presença concomitante de CDIS de alto grau. Além disso, os cânceres invasivos eram freqüentemente Her2/Neu positivo. As massas com calcificações foram associadas à invasão linfática. As margens da biópsia excisional eram mais comumente positivas nas distorções arquiteturais. O aspecto mamográfico das malignidades não-palpáveis está relacionado com as características patológicas com alto valor prognóstico, que varia de acordo com a idade da paciente e influencia o manejo clínico.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2003
  • Data do Fascículo
    Jun 2003
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