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Unxiini, uma nova tribo de Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae)

Unxiini, a new tribe of Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae)

Resumos

Unxiini trib. nov. é proposta para incluir os seguintes gêneros até o momento incluídos em Compsocerini Thomson, 1864: Chariergus White, 1855, Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859, Unxia Thomson, 1860, Ethemon Thomson, 1864, Paromoeocerus Gounelle, 1910, Rierguscha Viana, 1970, Parunxia Napp, 1977 e Allopeba Napp & Reynaud, 1999, nos quais as fêmeas apresentam uma escova de pêlos no sétimo tergito abdominal usada como estratégia de oviposição. A escova de pêlos pigidial é única entre os Cerambycidae. Chaves para gêneros e espécies são fornecidas e todas as espécies são ilustradas.

América do Sul; Neotropical; taxonomia


Unxiini trib. nov. is proposed to include the following genera up to now in Compsocerini Thomson, 1864: Chariergus White, 1855, Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859, Unxia Thomson, 1860, Ethemon Thomson, 1864, Paromoeocerus Gounelle, 1910, Rierguscha Viana, 1970, Parunxia Napp, 1977 and Allopeba Napp & Reynaud, 1999, whose females present a brush on the seventh abdominal tergite used as oviposition strategy. In Cerambycidae, this kind of brush is exclusive to Unxiini. Keys to genera and species are provided and all the species are illustrated.

Neotropical; South America; taxonomy


SISTEMÁTICA, MORFOLOGIA E BIOGEOGRAFIA

Unxiini, uma nova tribo de Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae)11 Contribuição nº 1687 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná.

Unxiini, a new tribe of Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae)

Dilma Solange NappI,II

IDepartamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba-PR, Brasil

IIPesquisador do CNPq

RESUMO

Unxiini trib. nov. é proposta para incluir os seguintes gêneros até o momento incluídos em Compsocerini Thomson, 1864: Chariergus White, 1855, Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859, Unxia Thomson, 1860, Ethemon Thomson, 1864, Paromoeocerus Gounelle, 1910, Rierguscha Viana, 1970, Parunxia Napp, 1977 e Allopeba Napp & Reynaud, 1999, nos quais as fêmeas apresentam uma escova de pêlos no sétimo tergito abdominal usada como estratégia de oviposição. A escova de pêlos pigidial é única entre os Cerambycidae. Chaves para gêneros e espécies são fornecidas e todas as espécies são ilustradas.

PALAVRAS-CHAVE. América do Sul; Neotropical; taxonomia.

ABSTRACT

Unxiini trib. nov. is proposed to include the following genera up to now in Compsocerini Thomson, 1864: Chariergus White, 1855, Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859, Unxia Thomson, 1860, Ethemon Thomson, 1864, Paromoeocerus Gounelle, 1910, Rierguscha Viana, 1970, Parunxia Napp, 1977 and Allopeba Napp & Reynaud, 1999, whose females present a brush on the seventh abdominal tergite used as oviposition strategy. In Cerambycidae, this kind of brush is exclusive to Unxiini. Keys to genera and species are provided and all the species are illustrated.

KEYWORDS. Neotropical; South America; taxonomy.

Unxiini trib. nov., é proposta para abrigar os seguintes gêneros até o momento alocados em Compsocerini Thomson, 1864: Chariergus White, 1855, Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859, Unxia Thomson, 1860, Ethemon Thomson, 1864, Paromoeocerus Gounelle, 1910, Rierguscha Viana, 1970, Parunxia Napp, 1977 e Allopeba Napp & Reynaud, 1999. Além de caracteres morfológicos dos adultos, evidências morfológicas e comportamentais nas larvas e no comportamento de oviposição distinguem este grupo de gêneros dos demais Compsocerini.

A tribo Unxiini é exclusivamente sul-americana e distribui-se predominantemente na região meridional da América do Sul.

As formas imaturas de Paromoeocerus barbicornis (Fabricius, 1792), Unxia gracilior (Burmeister, 1865) e Ethemon lepidum rufofemorale Napp, 1979, foram descritas por Napp (1976a,b, 1977) e as de Chenoderus testaceus (Blanchard, 1851), por Artigas (1970). Estes autores também descreveram as galerias e câmaras pupais e forneceram dados sobre o ciclo biológico e comportamento de postura das fêmeas dessas espécies e Napp (1977) apresentou chave para larvas e pupas. Monné (2001) reuniu as informações sobre plantas hospedeiras de espécies de Paromoeocerus,Chenoderus, Ethemon e Unxia.

Siglas citadas no texto correspondem às seguintes instituições: ACMS, American Coleoptera Museum, San Antonio; BMNH, The Natural History Museum, Londres; DZUP, Coleção de Entomologia Pe. J.S. Moure, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba; IMLA, Fundación y Instituto Miguel Lillo, Universidad Nacional de Tucumán, Tucumán; ISNB, Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Bruxelas; MACN, Museo Argentino de Ciencias Naturales "Bernardino Rivadavia", Buenos Aires; MNHN, Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris; MNRJ, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; MZSP, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo; NHRS, Naturhistoriska Riksmuseet, Estocolmo; NMNH, National Museum of Natural History, Washington; ZMHB, Museum für Naturkunde der Humboldt-Universitat, Berlim.

O material-tipo, exceto quando explicitado, foi examinado e ilustrado nas revisões dos gêneros feitas por Napp (1976a, 1977, 1979a,b) e Napp & Reynaud (1999). Dados de distribuição das espécies seguem esses autores e Monné (2005).

Considerando a recente publicação do catálogo de Monné (2005), as referências sob cada táxon restringem-se à descrição original e ao referido catálogo. Quando pertinente, outras referências são fornecidas.

A seqüência dos táxons no texto segue a ordem das chaves de identificação de gêneros e de espécies em cada gênero.

Unxiini tribo nov.

Gênero-tipo: Unxia Thomson, 1864.

Macho. Fronte transversa, declive a subvertical. Tubérculos anteníferos arredondados ou com espículo no topo. Alvéolo antenal usualmente afastado da inserção da mandíbula, a distância entre ambos pelo menos subigual ao diâmetro do alvéolo (exceto Chenoderus). Olhos finamente granulados, fortemente chanfrados, bem afastados entre si no dorso e na face ventral da cabeça; faixa de ligação entre os lobos estreita e bem afastada do alvéolo antenal; lobos superiores estreitos, com cerca de um terço da largura dos inferiores; estes variáveis. Suturas gulares curtas e convergentes. Submento transverso, pouco projetado entre a inserção das maxilas. Labro transverso, com margem apical emarginada ou sinuosa. Mandíbulas (exceto espécies de Ethemon e Unxia) delgadas, sem dimorfismo sexual, e não angulosas no terço apical; margem interna emarginada, com um dente mediano ou inerme e com franja de pêlos desde próximo à base até quase o ápice. Maxilas: gálea cilíndrico-capitada, alcança o ápice do segundo artículo ou o terço basal do artículo apical do palpo. Lábio: lígula membranosa, chanfrada, os lobos laterais bem desenvolvidos alcançam a base do artículo apical do palpo. Palpos maxilares cerca de um terço mais longos que os labiais, os artículos apicais variáves entre os gêneros.

Antenas filiformes, com onze artículos, desarmadas, mais longas que o corpo em ambos os sexos (exceto espécies de Ethemon). Escapo cilíndrico, sem depressão ou sulco basal, tão longo quanto metade ou dois terços do antenômero III. Antenômeros III-XI cilíndricos, sem sulcos ou carenas (exceto Ethemon) e sem asperosidades.

Protórax tuberculado nos lados (subtuberculado em Parunxia e Chariergus); mais constrito próximo à margem anterior e com projeção lateral à frente da constrição. Prosterno sem pontuação sexual nos machos, com finas rugas transversais em ambos os sexos. Processo prosternal triangular (laminar em Chenoderus). Cavidades procoxais transversas, angulosas nos lados e largamente abertas atrás. Processo mesosternal triangular, sem projeções articulares nos lados, o ápice afilado. Cavidades mesocoxais abertas aos lados.

Élitros, na base, mais largos que a maior largura do protórax e aproximadamente três vezes mais longos que a largura umeral. Úmeros arredondados. Extremidades arredondadas em conjunto, o ângulo sutural inerme a ligeiramente projetado.

Pernas posteriores desde um terço mais longas até mais longas que o dobro das anteriores. Fêmures clavados, sem sulcos ou carenas, desarmados; metafêmures não atingem ou ultrapassam pouco o ápice elitral (exceto Chariergus). Tíbias cilíndrico-deprimidas, sem sulcos ou carenas. Esporões tibiais curtos e subiguais. Tarsos curtos; metatarsômeros desde pouco mais longos até um terço mais longos que os anteriores. Escovas tarsais sem faixa glabra.

Projeção intercoxal do urosternito I estreita, pouco projetada entre as metacoxas. Urosternito V fortemente transverso, sinuoso no ápice; urosternito VI, freqüentemente, visível.

Fêmea. Antenas com espículos nos antenômeros distais.Cinco urosternitos visíveis, o V fortemente transverso, largamente emarginado no ápice. Sétimo tergito (Figs. 1, 7) com densa escova de pêlos avermelhados longos, sedosos, voltados para baixo e para frente; ligado ao oitavo tergito por membrana semicircular recoberta de microcerdas. Oitavo tergito fortemente transverso (Fig. 2), com os lados subparalelos e a margem apical retilínea; a cada lado projetada em lobo provido com pêlos avermelhados, longos e sedosos (Figs. 1, 7). Oitavo esternito (Fig. 3) fortemente transverso, com apófise esternal longa, a margem apical levemente recurva com pêlos mais longos e adensados para as regiões laterais. Ovipositor (Fig. 4) curto e transverso; parte distal tão longa quanto a basal; esta encurtada com as margens fortemente esclerotizadas e projetadas no lado ventral em forma de "Y" invertido; estilos apicais, reduzidos; bolsa copuladora pouco mais longa que o dobro do ovipositor; espermateca reniforme, bem desenvolvida; base do oviduto comum com apódemas delgados.














Discussão. Os gêneros que compõem Unxiini tribo nov. diferem dos de Compsocerini, principalmente: 1) presença de escova no sétimo tergito das fêmeas, utilizada como estratégia de oviposição; 2) oitavo segmento das fêmeas fortemente transverso, o tergito com lobos laterais providos de longos pêlos; 3) ovipositor com a região basal encurtada com as margens fortemente esclerotizadas e estilos reduzidos; 4) machos, usualmente, com seis urosternitos visíveis ou o sexto visível em parte. Outros caracteres são comuns aos gêneros: protórax tuberculado ou subtuberculado nos lados, constrito junto à margem anterior e com projeção lateral à frente da constrição; escapo cilíndrico sem sulco ou depressão basal; prosterno, nos dois sexos, com finas estrias transversais; processos intercoxais triangulares e fêmures clavados.

Entre os Cerambycidae, a presença de escovas nos urosternitos das fêmeas como estratégia para oviposição sobre a casca da planta hospedeira, ocorre exclusivamente em algumas tribos ou grupos de tribos da subfamília Cerambycinae. Em Obriini, Psebiini, Hyboderini, Oxycoloeini, para citar alguns exemplos, as fêmeas apresentam os urosternitos II-V totalmente modificados e providos de escovas; nos Trachyderoinia, a escova localiza-se no oitavo esternito (Monné & Napp 2005). Presença de escova no sétimo tergito, pelos conhecimentos atuais, é exclusivo de Unxiini, em adição à forma do oitavo urotergito e do ovipositor.

Além desses caracteres, as larvas conhecidas de Unxiini apresentam ocelos pigmentados, labro semicircular, lígula reduzida e ampolas abdominais não bilobadas. As larvas de último estágio, antes de elaborarem a verdadeira câmara pupal, fazem uma ampla escavação sob o local da mesma (Fig. 22) (Artigas 1970; Napp 1976a,b, 1977). Nas espécies em que a biologia é conhecida, as fêmeas ovipositam sobre a casca da planta hospedeira e camuflam os ovos com partículas da casca previamente agregadas pela escova do pigídio (Napp 1976a,b, 1977). Os ovos são postos isolados, preferencialmente junto à saliências que os ramos apresentam; nenhum foi constatado nas fendas ou escamações existentes na casca dos ramos.

Nos gêneros de Compsocerini, as fêmeas são desprovidas de escova pigidial, mesmo as que apresentam ovipositor curto (Compsocerus Lepeletier & A.-Serville, 1830, Orthostoma Lepeletier & A.-Serville, 1830 e Aglaoschema Napp, 1994). As informações sobre biologia e estágios imaturos restringem-se a Compsocerus violaceus White, 1853 (Napp 1976a). As fêmeas dessa espécie ovipositam em fendas já existentes na casca da planta hospedeira e vários ovos de diferentes posturas podem ser encontrados no mesmo local; as larvas apresentam ocelos não pigmentados, labro cordiforme, lígula desenvolvida, ampolas dorsais bilobadas e as de último estágio elaboram câmaras pupais simples.

Os caracteres morfológicos e de comportamento das fêmeas e das larvas parecem suficientes para justificar a proposta de uma nova tribo para abrigar esse grupo de gêneros.

Chave para os gêneros de Unxiini

1. Antenas com tufos de pêlos ................................................................. 2 Antenas desprovidas de tufos de pêlos ................................................... 4 2(1). Metatíbias com tufo de pêlos. Metafêmures gradualmente clavados. Protórax subtuberculado nos lados. Antenômero IV com metade do comprimento do III (Fig. 5) ................................................................... Parunxia Napp, 1977 Metatíbias sem tufo de pêlos. Metafêmures distintamente clavados. Protórax bituberculado nos lados. Antenômero IV cerca de um terço mais curto que o III ........................................................................................................ 3 3(2). Antenas, nos dois sexos, com tufo de pêlos no antenômero V (Figs. 6, 8, 9) ............................................................................. Unxia Thomson, 1860 Antenas, nos dois sexos, com tufo de pêlos no antenômero VI (Figs. 10-14) ................................................................. Paromoeocerus Gounelle, 1910 4(1). Protórax mais largo que longo. Olhos pouco desenvolvidos. Genas, pelo menos, tão longas quanto a largura do lobo ocular inferior. Antenas carenadas (exceto E. brevicorne) (Figs. 20, 23-29) ............................. Ethemon Thomson, 1864 Protórax mais longo que largo. Olhos moderadamente desenvolvidos. Genas mais curtas que a largura do lobo ocular inferior. Antenas sem carenas ................ 5 5(4). Processo intercoxal do prosterno reduzido e laminar; procoxas projetadas e contíguas. Fêmures com pedúnculo curto e clavas comprimidas. Fronte reduzida e subvertical, alvéolos antenais próximos da inserção das mandíbulas. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais curtos e cônicos (Figs. 21, 30-32) .......... ....................................................... Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859 Processo intercoxal do prosterno triangular; procoxas não projetadas e não contíguas. Fêmures com pedúnculo pelo menos tão longo quanto as clavas, estas não comprimidas. Fronte declive, transversa, alvéolos antenais afastados da inserção das mandíbulas. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais tão ou mais longos que os dois anteriores somados, cilíndricos ou expandidos para o ápice ............................................................................................... 6 6(5). Pernas longas e delgadas; fêmures pouco e gradualmente clavados, os metafêmures ultrapassam o ápice elitral nos dois sexos, nos machos em cerca de um terço de seu comprimento. Protórax subtuberculado nos lados, gradualmente alargado para trás, a maior largura após o meio. Cabeça projetada em rostro curto. Lobos oculares inferiores ocupam quase toda a região lateral da cabeça. Processo prosternal não afilado entre as procoxas (Figs. 33-34) ..... .......................................................................... Chariergus White, 1853 Pernas pouco alongadas, robustas; fêmures clavados, os posteriores ultrapassam o ápice elitral pela região apical dos metafêmures nos machos, nas fêmeas não alcançam o ápice elitral. Protórax tuberculado nos lados, a maior largura no meio. Cabeça não rostrada. Lobos oculares inferiores pouco desenvolvidos. Processo prosternal afilado entre as procoxas ...................... 7 7(6). Fêmures gradualmente clavados. Escapo cilíndrico, com dois terços do comprimento do antenômero III. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula, um terço maior que o diâmetro do alvéolo antenal. Genas arredondadas e paralelas. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais um pouco dilatados para o ápice, mais curtos que os dois anteriores somados. Processo prosternal não reduzido, o ápice atinge a margem posterior das procoxas. Processo mesosternal com cerca de um terço do diâmetro da mesocoxa, afilado no ápice (Figs. 35-37) ........ Allopeba Napp & Reynaud, 1999 Fêmures pedunculados com clava abrupta. Escapo robusto, tão longo quanto metade do comprimento do antenômero III. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula, menor que o diâmetro do alvéolo. Genas aguçadas e divergentes. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais cilíndricos, mais longos que os dois anteriores somados. Processo prosternal reduzido, o ápice atinge a metade do comprimento das procoxas. Processo mesosternal, na maior largura, subigual à metade do diâmetro da mesocoxa, arredondado no ápice (Figs. 38-40) ........................................................ Rierguscha Viana, 1970


 















Parunxia Napp, 1977

Unxia (Parunxia) Napp, 1977: 134, figs. 6, 9.

Parunxia; Napp & Mermudes, 1999: 80; Monné, 2005: 131.

Espécie-tipo: Callichroma scopiferum Klug, 1825, designação original.

Fronte declive. Genas cerca de dois terços tão longas quanto a largura do lobo ocular inferior. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção das mandíbulas pouco maior que o diâmetro do alvéolo. Lobos oculares inferiores moderadamente desenvolvidos, ligados aos superiores por estreita faixa de dois a três omatídios. Mandíbulas delgadas, sem dimorfismo sexual e não angulosas no terço apical; margem interna com pequeno dente mediano. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais distintamente alargados para o ápice, triangulares.

Antenas ultrapassam o ápice elitral por 2,5-3,0 artículos nos machos; nas fêmeas, tão ou pouco mais longas que o corpo. Escapo robusto, com dois terços do comprimento do antenômero III. Antenômero III tão longo quanto os IV e V somados; IV com metade do comprimento do III e um terço mais curto que o V; VI-XI com comprimentos decrescentes, o XI com metade do comprimento do III. Antenômero V, no macho, e os V-VI na fêmea, com denso tufo de pêlos negros.

Protórax pouco mais longo que largo, os lados subtuberculados no meio, atenuados do meio para a margem anterior; com projeção arredondada pouco manifesta à frente do meio e sem projeção látero-anterior. Pronoto sem gibosidades.

Élitros alongados e subparalelos; extremidades arredondadas, o ângulo sutural inerme ou apenas projetado.

Pernas posteriores com quase o dobro do comprimento das anteriores. Fêmures gradualmente clavados, os metafêmures ultrapassam ápice elitral pelo ápice dos fêmures. Metatíbias com denso tufo arredondado de pêlos negros. Metatarsômero I tão longo quanto os II-III somados.

Machos com cinco urosternitos visíveis; o V ligeiramente sinuoso no ápice.

Discussão. Parunxia, proposto originalmente como subgênero de Unxia Thomson, 1860, distingue-se por: 1) protórax subtuberculado nos lados, o pronoto sem gibosidades; 2) antenas ultrapassam o ápice elitral, no máximo, por três antenômeros; escapo robusto, com dois terços do comprimento do III, o IV com metade do comprimento do III; o VI, nas fêmeas, ornado com tufo de pêlos; 3) pernas: fêmures gradualmente clavados, as metatíbias com tufo de pêlos; 4) peças bucais: mandíbulas delgadas, sem dimorfismo sexual e não angulosas no terço apical; artículos apicais dos palpos maxilares e labiais, dilatados para o ápice, triangulares. Em Unxia, o protórax é bituberculado nos lados e o pronoto apresenta duas gibosidades látero-basais; as antenas dos machos ultrapassam o ápice elitral em quase cinco antenômeros; o escapo não é engrossado e tem metade do comprimento do III que é cerca de um terço mais longo que o IV; as antenas das fêmeas não têm tufo de pêlos no antenômero VI; os fêmures são distintamente clavados e as metatíbias são desprovidas de tufo de pêlos; as mandíbulas dos machos são robustas e angulosas no terço apical e o artículo apical dos palpos maxilares e labiais são cilíndricos, truncados no ápice.

Parunxia inclui apenas uma espécie que ocorre no Brasil e no Uruguai (Monné 2005).

Parunxia scopifera (Klug, 1825)

(Fig. 5)

Callichroma scopiferum Klug, 1825: 461, pr. 43, fig. 11.

Parunxia scopifera; Napp & Mermudes, 1999: 81, fig. 4; Monné, 2005: 131.

Unxia simplex Aurivillius, 1911: 188.

Tegumento vermelho-alaranjado; élitros opacos, com colorido metálico verde, azul ou azul-violáceo; urosternitos negros a castanhos nos machos; nas fêmeas, geralmente vermelhos.

Cabeça com pontuação fina e densa; pubescência aparente. Escapo e antenômeros II-IV fina e densamente pontuados, pubescentes e com longos pêlos negro-acastanhados na face inferior. Pronoto e lados do protórax subopacos, muito fina, rasa e densamente pontuados; pubescência quase inaparente. Prosterno subglabro, brilhante. Élitros subopacos, fina e densamente corrugados, com pubescência esparsa. Meso- e metasterno com pontos finos e pubescência esparsos. Urosternitos com pontuação mais visível e densa do que a do metasterno; pilosidade e pubescência esparsas. Pernas com pontuação fina e esparsa.

Dimensões em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 8,2-12,4/10,3-14,0; comprimento do protórax, 1,6-2,6/2,0-2,8; largura do protórax 1,5-2,3/1,9-2,6; comprimento do élitro 6,2-9,4/8,0-10,7; largura umeral 1,7-2,6/2,2-3,1.

Material-tipo. Os tipos de Callichroma scopiferum Klug, 1825 e de Unxia simplex Aurivillius, 1911 foram examinados por meio de diapositivos (Napp 1977: 149, figs. 3, 5). O primeiro, uma fêmea procedente do Rio de Janeiro, está depositado no BMNH e o segundo, um macho, no NHRS. Aurivillius (1911) indica apenas "Brasil" como procedência de U. simplex.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. URUGUAI: Maldonado, Soriano (Napp 1977; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: Dourados, 1 M. Minas Gerais: Passa Quatro, 1 M, 1 F. Espírito Santo: Baixo Guandu, 1 F; Linhares, 1 F. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (Corcovado), 7 M, 5 F. São Paulo: São José do Barreiro (Serra da Bocaina, 1600m), 1 M; São Paulo, 1 M, 1 F. Todos no DZUP.

Unxia Thomson, 1860

Unxia Thomson, 1860: 233, 252; Monné, 2005: 131 (cat.).

Espécie-tipo: Unxia insignis Thomson, 1860 (non Cosmisoma insigne Cosmisoma laetum Guérin-Meneville, 1844); monotipia.

Unxia inclui três espécies que se distribuem na metade sul do Brasil e na Argentina, Paraguai e Uruguai. O gênero foi revisado por Napp (1977).

Cabeça com pontuação fina, mais esparsa na fronte. Genas pouco mais curtas que a largura do lobo ocular inferior. Alvéolo antenal tão distante da inserção da mandíbula quanto o diâmetro do alvéolo. Lobos oculares inferiores pouco proeminentes, ligados aos superiores por uma faixa de dois a quatro omatídios. Mandíbulas, na maior largura, pouco maiores que metade do comprimento; nos machos mais robustas e longas. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais cilíndricos, mais longos que os dois anteriores somados.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em até cinco artículos nos machos; nas fêmeas, em até três. Antenômero III com cerca do dobro do comprimento do escapo e um terço mais longo que o IV; o XI mais curto que o III. Antenômero V com tufo arredondado de pêlos negros ou vermelhos; VI-XI pubescentes. Antenômeros VI (macho) ou VI-VII (fêmea) com curto espinho no ápice interno, ou inermes.

Protórax mais longo que largo, bituberculado nos lados, constrito à frente e atrás, com projeção lateral à frente da constrição anterior. Pronoto com duas a quatro gibosidades, as posteriores mais evidentes; pubescência avermelhada. Prosterno subglabro.

Escutelo subtriangular. Élitros com colorido metálico e duas costas dorsais obsoletas. Ângulo sutural inerme a discretamente projetado.

Pernas posteriores com o dobro do comprimento das anteriores. Fêmures pedunculados com clavas robustas; metafêmures, nos machos, ultrapassam o ápice elitral em até um quarto de seu comprimento. Metatarsômero I tão ou mais longo que os dois seguintes reunidos.

Urosternitos subglabros; macho com cinco urosternitos visíveis, o V levemente sinuoso a subarredondado no ápice.

Discussão. Unxia, Parunxia e Paromoeocerus são os únicos gêneros da tribo que apresentam tufos de pêlos nas antenas. Unxia distingue-se de Paromoeocerus por apresentar o tufo de pêlos no antenômero V, os fêmures pedunculados com clava mais abrupta e metafêmures que, nos machos, ultrapassam o ápice elitral em cerca de um quarto de seu comprimento. Em Paromoeocerus, o tufo de pêlos recobre o antenômero VI, as clavas dos fêmures são pouco abruptas e os metafêmures, no máximo, ultrapassam o ápice elitral pela ponta dos metafêmures. Os caracteres que distinguem Unxia de Parunxia foram discutidos após a redescrição deste.

Chave para as espécies de Unxia

1. Tufo de pêlos do antenômero V, vermelho. Pernas negras (Fig. 6). Brasil (Minas Gerais, Espírito Santo ao Rio Grande do Sul) ............................................... ............................................................. U. laeta (Guérin-Meneville, 1844) Tufo de pêlos do antenômero V, preto. Pernas vermelhas ........................... 2 2(1). Élitros lisos, brilhantes. Antenômeros III-XI vermelhos (Fig. 8). Brasil (Minas Gerais ao Rio Grande do Sul), Paraguai, Argentina e Uruguai .......................... ................................................................. U. gracilior (Burmeister, 1865) Élitros microcorrugados, opacos. Antenômeros III-XI negros a castanhos (Fig. 9). Brasil .............................................. U. insignis (Guérin-Meneville, 1844)

Unxia laeta (Guérin-Méneville, 1844)

(Fig. 6)

Cosmisoma laetum Guérin-Méneville, 1844: 232.

Unxia laeta; Thomson, 1864: 262; Monné, 2005: 132 (cat.).

Unxia (Unxia) lacta; Napp, 1977: 127 (error)

Unxia insignis Thomson, 1860: 252 (non Guérin-Méneville, 1844).

Macho. Tegumento vermelho. Antenas e pernas pretas. Élitros com colorido metálico violáceo.

Cabeça com pontuação fina, rasa e densa, revestida com pubescência avermelhada e sedosa. Mandíbulas não angulosas no terço apical; margem interna com dente pouco desenvolvido. Antenas delgadas, ultrapassam o ápice elitral em cinco artículos. Escapo com pontos rasos, finos, moderadamente densos. Antenômero V com denso tufo de longos pêlos vermelhos; antenômeros III-IV finamente corrugados com pubescência muito esparsa e cerdas negras na face inferior; antenômero III mais longo que o dobro do comprimento do escapo e pouco mais longo que o V; VI-X com comprimentos subiguais e decrescentes; XI cerca de um quarto mais curto que o III. Tubérculo látero-mediano do protórax visivelmente mais desenvolvido que o anterior; projeção manifesta à frente da constrição anterior. Pronoto opaco, revestido com densa pubescência avermelhada e sedosa; com duas a quatro gibosidades pouco indicadas. Élitros microcorrugados, opacos, com pontuação pubescente muito fina, rasa e densa e cerdas negras mais adensadas para os ápices. Esternos torácicos com pontuação e pubescência esparsas; epimeros e episternos finamente pubescentes. Fêmures opacos, microcorrugados; pubescência pouco aparente e cerdas negras esparsas. Metatarsômero I, um terço mais longo que os dois seguintes somados. Urosternito V subarredondado no ápice.

Fêmea. Mandíbulas pouco angulosas no terço apical. Antenas ultrapassam o ápice elitral em três a quatro artículos; antenômero III o mais longo, cerca de um quarto mais longo que os seguintes. Protórax até tão largo quanto longo. Fêmures mais delgados, os posteriores ultrapassam o ápice elitral pela ponta dos fêmures.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 9,7-15,3/11,4-14,8; comprimento do protórax 2,0-3,2/2,3-2,9; largura do protórax 1,8-3,0/2,3-3,0; comprimento do élitro 6,9-11,2/8,3-11,1; largura umeral 2,2-3,7/2,7-3,6.

Material-tipo. De Cosmisoma laetum Guérin-Méneville,1844: holótipo macho depositado no MNHN (Napp 1977: 149, fig. 1). De Unxia insignis Thomson, 1860: holótipo fêmea (?) (MNHN, Coleção Thomson), não examinado. Os dois autores mencionam apenas "Brésil" como localidade-tipo.

Discussão. Distingue-se prontamente das demais espécies do gênero pelas antenas e pernas pretas e pelo tufo de pêlos vermelhos no antenômero V.

Distribuição. BRASIL: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Napp 1977; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Paraná. Piraquara (Águas Claras), 10 M, 4 F; Tijucas do Sul, 1 M. Santa Catarina: São Bento do Sul, 1 F; Seara, 1 M, 2 F, (Rio Vermelho), 2 M, 3 F. Todos no DZUP.

Unxia gracilior (Burmeister, 1865)

(Fig. 8)

Cosmisoma gracilior Burmeister, 1865: 171.

Unxia gracilior; Berg, 1886: 237; Monné, 2005: 131 (cat.).

Macho. Tegumento avermelhado. Élitros com colorido metálico verde, azul ou violáceo. Urosternitos negros a avermelhados.

Mandíbulas um pouco robustas, com projeção dentiforme externa no terço apical e dente desenvolvido na margem interna. Antenas ultrapassam o ápice elitral em três a cinco artículos; escapo com pontuação rasa, mais densa na região basal; antenômero V com denso tufo de pêlos negros; antenômeros III, IV e VI com pontuação fina e pubescência esparsas, com cerdas castanhas pouco densas na face inferior; VII-XI com pubescência pouco aparente. Antenômero III quase tão longo quanto o dobro do escapo, VII-VIII tão longos quanto o III, o XI pouco mais curto que o III. Tubérculos laterais do protórax pouco projetados, o mediano mais manifesto que o anterior; projeção lateral anterior quase nula. Disco do pronoto muito fina e densamente pontuado, opaco, com pubescência avermelhada conspícua, exceto em estreita faixa póstero-mediana, glabra; gibosidades látero-posteriores mais manifestas, as anteriores até pouco indicadas. Élitros brilhantes, esparsamente pontuados, com cerdas testáceas, esparsas.Mesosterno e regiões laterais do metasterno finamente pubescentes. Urosternitos subglabros; urosternito V discretamente sinuoso no ápice. Fêmures brilhantes, esparsamente pontuados. Metatarsômero I quase tão longo quanto os dois seguintes somados.

Fêmea. Antenas ultrapassam o ápice elitral em 1,5 a três artículos; antenômeros VI-VIII com espinhos apicais internos desde pouco até bem aparentes; III mais curto que o dobro do comprimento do escapo, os seguintes decrescentes, o XI cerca de um quarto mais curto que o III. Protórax, em alguns exemplares, globoso, mais largo que longo; tubérculos laterais, constrição e projeção lateral anteriores mais manifestos do que no macho. Metafêmures atingem ou ultrapassam discretamente o ápice elitral.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente.

Comprimento total 8,6-16,0/9,7-14,0; comprimento do protórax 1,6-3,0/1,6-2,5; largura do protórax 1,6-2,7; comprimento do élitro 6,3-12,1/7,4-10,8; largura umeral 1,9-3,5/2,0-3,1.

Material-tipo. Não examinado. Burmeister (1865: 171) não especificou o número de exemplares mas, pelas dimensões fornecidas (6-7'''), aparentemente, teve em mãos mais de um exemplar. Bachmann & Di Iorio (2002) mencionam apenas um síntipo macho, procedente da Argentina, Entre Ríos: Paraná, depositado no MACN.

Variabilidade. Machos de menores dimensões apresentam antenas semelhantes às das fêmeas, inclusive espinhos nos antenômeros VI-VIII e, em alguns exemplares, o protórax é tão largo quanto longo.

Formas imaturas, biologia e plantas hospedeiras. As formas imaturas, galerias e câmaras pupais e a biologia foram descritas por Napp (1977). Monné (2001) registra como plantas hospedeiras: Acacia caven, A. decurrens, Mimosa scabrella (Mimosaceae), Blepharocalyx sp., Calyptranthes sp., Eucalyptus sp., Eugenia uniflora e Psidium guajava (Myrtaceae).

Discussão. Assemelha-se a U. insignis (Guérin-Méneville, 1844) da qual se distingue pela cor vermelha das antenas (negras em U. insignis) e pelos élitros lisos, brilhantes (corrugados, opacos em U. insignis).

Distribuição. BRASIL: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. PARAGUAI: Santa Bárbara, Villarica. ARGENTINA: Misiones, Entre Ríos, Buenos Aires. URUGUAI: Artigas, Soriano, Tacuarembó, Treinta y Tres (Napp 1977; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Minas Gerais. Passa Quatro: 1 M, 1 F. Paraná. Araucária, 7 M; Castro (Carambeí), 2 M, 3 F; Curitiba, 5 M, 6 F; Jussara, 1 F; Morretes, 2 M, 3 F; Piraquara, 23 M, 26 F, (Águas Claras) 14 M, 6 F; Ponta Grossa, 2 M, 1 F; Rondon, 12 M, 11 F. Santa Catarina. Seara, 2 M, 2 F; São Bento do Sul (Rio Vermelho), 2 M. Rio Grande do Sul. Pelotas, 1 F; Porto Alegre, 2 M, 14 F; Santo Augusto, 1 M. ARGENTINA. Buenos Aires. Punta Lara, 1 F. Misiones. 1 F; Loreto, 1 M. URUGUAY. Tacuarembó: Puntas del Arroyo Laureles, 2 M, 1 F. Todos no DZUP.

Unxia insignis (Guérin-Méneville, 1844)

(Fig. 9)

Cosmisoma insigne Guérin-Méneville, 1844: 232.

Unxia insignis; Thomson, 1878: 16; Monné, 2005: 132 (cat.).

Não examinada. A redescrição apresentada por Napp (1977) é transcrita abaixo.

Tegumento vermelho; antenas castanho-escuras a negras; élitros opacos com colorido metálico verde-azulado.

Macho. Cabeça fina e densamente pontuada. Mandíbulas com projeção dentiforme no terço apical; margem interna com dente desenvolvido. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro artículos; escapo com pontuação densa e pilosidade avermelhada; antenômeros III-IV com pontos finos e densos, o V com denso tufo de pêlos negros; III quase duas vezes tão longo quanto o escapo; V-X com comprimentos subiguais e decrescentes. Protórax com os tubérculos laterais subiguais, a projeção do terço anterior pouco evidente. Pronoto com densa pubescência avermelhada; disco com duas a quatro gibosidades, as posteriores mais pronunciadas. Élitros finamente corrugados, opacos, com pontuação pubescente fina e densa, e cerdas castanhas mais densas para os ápices; ângulo sutural inerme. Esternos torácicos com pubescência avermelhada; epimeros e episternos finamente pubescentes. Urosternitos subglabros; urosternito V, nos machos, sinuoso a truncado no ápice. Fêmures com pontos finos e cerdas avermelhadas, esparsos; clavas robustas e abruptas; metafêmures ultrapassam o ápice elitral em um quarto de seu comprimento. Metatarsômero I quase tão longo quanto os dois seguintes somados.

Fêmea. Semelhante ao macho. Antenas ultrapassam o ápice elitral em três artículos. Protórax tão largo quanto longo.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento do protórax 2,7-3,1/2,7; largura do protórax 2,6-2,9/2,7; comprimento do élitro 11,5-12,5/11,8; largura umeral 3,2-3,4/3,2.

Material-tipo. Holótipo fêmea (MNHN), descrito do Brasil, sem outras indicações de procedência, examinado por meio de diapositivos (Napp 1977: 149, fig. 2).

Discussão. Distingue-se das outras duas espécies do gênero pela combinação dos caracteres: antenas negro-acastanhadas e pernas vermelhas, antenômero V com tufo de pêlos negros, élitros finamente corrugados e opacos e clavas dos fêmures fortemente abruptas.

Paromoeocerus Gounelle, 1910

Paromoeocerus Gounelle, 1910: 136; Monné, 2005: 129 (cat.).

Espécie-tipo: Saperda barbicornis Fabricius, 1792; designação original.

Paromoeocerus inclui cinco espécies descritas do Brasil com distribuição predominantemente meridional. Apenas uma espécie alcança o centro-oeste do Brasil. O gênero foi revisado por Napp (1976a).

Corpo subglabro, pontuação em geral esparsa, aspecto brilhante; pubescência e pilosidade avermelhadas; cerdas elitrais testáceas a negras. Fronte declive. Genas, pelo menos, com metade da largura do lobo ocular inferior. Tubérculos anteníferos arredondados ou com pequena projeção acuminada. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção das mandíbulas subigual ao dobro do diâmetro do alvéolo. Lobos oculares inferiores moderadamente desenvolvidos, ligados aos superiores por estreita faixa de dois a três omatídios. Mandíbulas delgadas, sem dimorfismo sexual e não angulosas no terço apical; margem interna com pequeno dente mediano. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais tão longos quanto os dois precedentes somados, um pouco dilatados para os ápices que são truncados.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em três artículos nos machos; nas fêmeas em dois a três artículos. Antenômero VI com denso tufo de pêlos negros. Antenômeros VI-VIII com pequeno espinho no ápice interno. Antenômero III cerca de um terço mais longo que o escapo e que os IV-VI, subiguais; VII tão longo quanto o III, VIII-X subiguais e decrescentes; XI mais curto que o III.

Protórax subcilíndrico, tão ou mais longo que largo; bituberculado nos lados e constrito próximo às margens anterior e posterior, com projeção lateral à frente da constrição anterior. Pronoto com duas a quatro gibosidades apenas indicadas. Prosterno com pontuação e pilosidade esparsas.

Escutelo subtriangular. Élitros com colorido metálico, lisos, brilhantes. Extremidades arredondadas ou levemente entalhadas, o ângulo sutural inerme a dentiforme.

Pernas posteriores cerca de um terço mais longas que as anteriores. Fêmures clavados, os posteriores não alcançam ou ultrapassam pouco o ápice elitral. Metatarsômero I tão longo quanto os II-III somados.

Machos com seis urosternitos visíveis; tergito e esternito VI arredondados ou chanfrados na margem apical.

Chave para espécies de Paromoeocerus

1. Cabeça, protórax e esternos torácicos alaranjados .................................... 2 Cabeça e protórax negros. Esternos torácicos castanhoescuros, concolores com os urosternitos ................................................................................... 4 2(1). Cabeça, pronoto e fêmures brilhantes, subglabros, esparsamente pontuados (Fig. 10). Brasil (Minas Gerais ao Rio Grande do Sul), Paraguai, Argentina e Uruguai ..................................................... P. barbicornis (Fabricius, 1792) Cabeça e pronoto subopacos, pubescentes, com pontuação fina e densa; fêmures com pontuação rasa, fina e densa .............................................. 3 3(2). Protórax: tubérculo látero-anterior, constrição anterior e projeção lateral à frente da constrição, manifestos. Pronoto finamente corrugado, subopaco (Fig. 11). Macho: VIII tergito e esternito com margem apical arredondada. Brasil (Goiás, Distrito Federal) ....................................... P. vestitus Gounelle, 1910 Protórax (Fig. 16): tubérculo látero-anterior, constrição anterior e projeção lateral à frente da constrição, pouco manifestos; pronoto muito finamente corrugado, opaco. Macho: VI tergito e esternito chanfrados na margem apical, as pontas laterais do tergito manifestas (Fig. 18) (Fig. 13). Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro) ................................................... P. stictonotus Napp, 1976 4(1). Cabeça e pronoto brilhantes, com pontuação muito esparsa. Machos: tergito e esternito VI arredondados no ápice (Fig. 12). Brasil (Paraná e Santa Catarina) .......................................................................... P. notabilis Melzer, 1918 Cabeça e pronoto densamente pontuados (Fig. 15). Machos: tergito e esternito VI com margem apical emarginada, os ângulos laterais do tergito aguçados e manifestos (Figs. 14 e 17). Brasil (São Paulo a Santa Catarina) ...................................................................... P. scabricollis Melzer, 1927


Paromoeocerus barbicornis (Fabricius, 1792)

(Fig. 10)

Saperda barbicornis Fabricius, 1792: 311.

Paromoeocerus barbicornis; Gounelle, 1910: 136; Monné, 2005: 129 (cat.).

Tegumento vermelho-alaranjado, o pronoto acastanhado; élitros com colorido metálico azul, violáceo ou verde; urosternitos negros a vermelhos.

Cabeça subglabra com pontuação rasa e esparsa. Genas com cerca de dois terços da largura do lobo ocular inferior. Escapo subglabro com pontos moderadamente grossos, rasos e esparsos para o ápice. Antenômeros III-V com pontuação fina e rasa, esparsamente pubescentes e com longas cerdas castanhas na face inferior; VII-XI finamente pubescentes. Protórax tão a pouco mais longo que largo, com a constrição anterior manifesta e os tubérculos laterais desde pouco evidentes até bem pronunciados. Pronoto quase liso, brilhante; pontuação e pubescência muito esparsas; gibosidades pouco evidentes e, em vários espécimens, uma central, longitudinal. Escutelo com pontos finos e pubescência densa a esparsa. Élitros brilhantes com pontuação e pilosidade muito esparsas; extremidades inermes ou com ângulo sutural dentiforme. Meso- e metasterno subglabros. Regiões látero-posteriores do metasterno, metepisternos e metacoxas pubescentes. Urosternitos subglabros; o V fracamente sinuoso no ápice; macho com esternito e tergito VI arredondados no ápice. Fêmures brilhantes, com pontos rasos e cerdas avermelhadas, muito esparsos; metafêmures não atingem ou apenas ultrapassam os ápices dos élitros.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 10,0-14,6/11,5-15,0; comprimento do protórax 1,9-2,9/2,2-2,9; largura do protórax 1,8-2,7/2,2-2,7; comprimento do élitro 7,4-10,8/8,7-11,2; largura umeral 2,2-3,2/2,6-3,3.

Material-tipo. Holótipo (Fig. 19), não examinado, depositado no MNHN (Zimsen 1964: 17; Napp 1976a: 6, 49: fig. 11).

Formas imaturas, biologia e plantas hospedeiras. As formas imaturas, galerias, câmaras pupais e a biologia foram descritas por Napp (1976a). Monné (2001) registra como plantas-hospedeiras: Lithrea brasiliensis, Schinus terebenthifolius (Anacardiaceae), Parkinsonia aculeata (Caesalpinaceae), Diospyrus kaki (Ebenaceae), Sebastiana brasiliensis (Euphorbiaceae), Cinnamomum camphora, Laurus nobilis, Nectandra lanceolata, Persea americana (Lauraceae), Trichilia hieronymi (Meliaceae), Acacia bonariensis, A. dealbata, A. decurrens, A. mearnsii, Albizia julibrissim, Mimosa pigra, M. scabrella, M. sordida (Mimosaceae), Broussonetia papyrifera, Ficus pumila, F. subtriphinervia, Maclura pomifera, Morus alba, M. nigra (Moraceae), Psidium guajava (Myrtaceae), Robinia hispida, Wisteria chinensis (Papilionaceae), Passiflora caerulea (Passifloraceae), Podocarpus lambertii (Podocarpaceae), Ruprechtia laxiflora (Polygonaceae), Prunus domestica, P. persica, Pyrus communis, P. malus (Rosaceae), Salix babylonica (Salicaceae), Paulinia elegans (Sapindaceae), Luhea divaricata (Tiliaceae), Celtis tala (Ulmaceae) e Vitis vinifera (Vitaceae).

Discussão. Semelhante a P. notabilis Melzer, 1918 e P. vestitus Gounelle, 1910. Distingue-se da primeira pelo colorido vermelho do corpo (negro, em P. notabilis). De P. vestitus, pelo pronoto quase liso e subglabro (densamente pontuado e pubescente em P. vestitus).

Distribuição. BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. PARAGUAI: Parana, Guairá, Itapuá, Paraguari. ARGENTINA: Jujuy, Salta, Tucumán, Misiones, Chaco, Santa Fé, Corrientes, Entre Ríos, Buenos Aires. URUGUAI: Artigas, Lavalleja, Treinta y Tres, Montevideo (Napp 1976a; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Minas Gerais: Passa Quatro, 1 M; Poços de Caldas, 1 M. São Paulo: Campos do Jordão, 1 F; Tambau, 1 F. Paraná: Araucaria, 1 F; Castro, 3 M, 7 F; Chopinzinho, 1 F; Curitiba, 19 M, 13 F; Foz do Iguaçu, 2 F; Guarapuava, 1 M, 2 F; Jaguariaiva, 4 M, 1 F; Palmas, 1 F; Piraquara, 4 M, 7 F; Ponta Grossa, 2 M, 3 F; São José dos Pinhais, 1 M, 3 F. Santa Catarina: Rondon, 1 M; Seara, 4 M, 3 F; São Joaquim (1500 m), 1 F. Rio Grande do Sul: Pelotas, 7 M, 9 F; Porto Alegre, 2 M, 2 F; Portão, 1 M, 1 F. PARAGUAI. Itaquiri, 1 M. ARGENTINA. Buenos Aires: Buenos Aires 1 M, 1 F. URUGUAI. Lavalleja: 1 F. Todos no DZUP.

Paromoeocerus vestitus Gounelle, 1910

(Fig. 11)

Paromoeocerus barbicornis var. vestitus Gounelle, 1910: 139.

Paromoeocerus vestitus Gounelle, 1911: 182; Monné, 2005: 131 (cat.).

Tegumento vermelho-alaranjado; élitros com colorido metálico verde, azul ou violáceo; urosternitos I-IV negros. Pontuação e pilosidade (exceto na cabeça, pronoto e fêmures) como em P. barbicornis.

Cabeça com pontuação moderadamente grossa e densa. Genas com comprimento cerca de dois terços do lobo ocular inferior. Escapo com pontuação moderadamente grossa, mais densa para a base e pubescência avermelhada, esparsa. No restante dos antenômeros, como em P. barbicornis. Protórax tão largo quanto longo (machos) ou pouco mais largo que longo (fêmeas); tubérculos, constrição e projeção látero-anteriores, manifestos. Pronoto finamente corrugado-pontuado com pubescência avermelhada densa, exceto em estreita faixa mediana longitudinal e nos tubérculos laterais do protórax, lisos; disco com duas a quatro gibosidades laterais e uma mediana longitudinal, na metade posterior. Fêmures com pontos finos, rasos e pubescência avermelhada, moderadamente densos, e cerdas esparsas. Metafêmures não atingem o ápice elitral. No restante, como em P. barbicornis.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 10,0-14,3/12,3-15,0; comprimento do protórax 1,7-2,7/2,2-2,7; largura do protórax 1,7-2,7/2,3-2,8; comprimento do élitro7,5-10,9/9,3-10,7.

Material-tipo. Série sintípica depositada no MNHN. Gounelle (1910:139) não informa o número e o sexo dos exemplares e menciona apenas "États de Minas Geraës et Goyaz. – Assez commun." Um síntipo macho foi estudado por meio de diapositivos.

Discussão. P. vestitus é semelhante a P. barbicornis e P. stictonotus pelo colorido alaranjado do corpo e apêndices. Distingue-se da primeira pela densa pontuação e pubescência do pronoto (quase liso, subglabro em P. barbicornis). De P. stictonotus, pelo tubérculo e constrição látero-anteriores do protórax manifestos e pelo oitavo segmento abdominal dos machos arredondado a truncado na margem apical. Em P. stictonotus (Figs. 16, 18), o tubérculo e constrição anterior do protórax são pouco evidentes; o oitavo segmento abdominal é quadrangular com o esternito fortemente constrito próximo ao ápice, este emarginado e subanguloso, e o oitavo tergito é profunda e amplamente emarginado com as pontas laterais em forma de gancho e voltadas para baixo (Napp 1976a: 58, figs. 46, 47).

Distribuição. Até o momento, espécie registrada apenas para oCentro-Oeste do Brasil (Goiás e Distrito Federal). Informações mais precisas sobre a procedência dos exemplares de Minas Gerais mencionados por Gounelle (1910: 139) são necessárias. Napp (1976a: 31) incluiu, com dúvidas, uma fêmea (MZSP) procedente de São Paulo (Onda Verde), informação repetida por Monné (2005) e que também necessita ser confirmada.

Material examinado. BRASIL. Goiás. Jataí, 1 M (DZUP), 3 F (MNRJ). Distrito Federal. Brasília, 1 F (DZUP); Planaltina, 1 M (DZUP).

Paromoeocerus stictonotus Napp, 1976

(Figs. 13, 16, 18)

Paromoeocerus stictonotus Napp, 1976a: 32, figs. 46, 47, 51, 54, 57, 58, pr. IV fig. 17, pr. V, figs. 19, 21; Monné, 2005: 130 (cat.).

Tegumento vermelho-alaranjado; élitros com colorido metálico verde ou azul-violáceo; urosternitos castanho-escuros a negros. Pontuação e pilosidade semelhantes às de P. vestitus.

Genas tão longas quanto dois terços do diâmetro do lobo ocular inferior. Antenômero V mais curto que o IV. Protórax mais longo que largo; tubérculos laterais pouco projetados, a constrição e a projeção látero-anteriores pouco acentuadas. Pronoto (Figs. 13, 16) opaco, com pontuação mais fina e mais densa do que em P. vestitus; disco com duas pequenas gibosidades látero-posteriores e uma mediana longitudinal apenas indicada. Metasterno com pontuação muito fina e densa. Fêmures com pontos finos, rasos e pubescência avermelhada moderadamente densos, e cerdas avermelhadas esparsas.

Macho: urotergito VI mais longo que largo, com os lados subparalelos e fortemente chanfrado na margem apical com as pontas laterais voltadas para baixo, semelhantes a ganchos; esternito VI fortemente constrito próximo ao ápice que é emarginado e subanguloso (Fig. 18) (Napp 1976a: 58, figs. 46, 47).

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total ; comprimento do protórax 2,3-2,9/2,6-2,7; largura do protórax 2,1-2,6/2,4-2,5; comprimento do élitro 9,7-11,2/10,3; largura umeral 2,5-3,0/2,9-3,0.

Material-tipo. Holótipo macho, BRASIL, Rio de Janeiro: Teresópolis, X.1964, W. Bockermann leg. (MNRJ). Parátipos. Minas Gerais: Passa Quatro, 1 M, X.1916, Yager leg. (MZSP). Rio de Janeiro: Itatiaia (Maromba, 1200 m), 1 M, 29.XII.1952, Leite, Seabra & Zikán leg., 1 M, 26.XII.1953, Seabra & Alvarenga leg. (MNRJ), 1 M, 29.XII.1952, Leite, Seabra & Zikán leg. (DZUP), 1 F, 15.I.1925, J. F. Zikán leg. (DZUP); Nova Friburgo (900 m), 1 M, I.1945, Wigodzinsky leg. (MZSP). Examinados parátipo macho e parátipo fêmea (DZUP).

Distribuição. Até o momento, P. stictonotus está registrada apenas para os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, no Brasil (Monné 2005).

Paromoeocerus notabilis Melzer, 1918

(Fig. 12)

Paromoeocerus notabilis Melzer, 1918:431 (partim, macho); 1927: 568 (descrição fêmea); Monné, 2005: 130 (cat.).

Melzer (1918) baseou a descrição da espécie em dois machos e uma fêmea provenientes de Joinville, Santa Catarina, e ressaltou a diferença na pontuação do pronoto entre os sexos. Em trabalho posterior, Melzer (1927) comunicou que a fêmea pertencia à outra espécie (P. scabricollis Melzer, 1927) e descreveu a fêmea de P. notabilis.

Tegumento negro, antenas e pernas alaranjadas; élitros com colorido metálico violáceo a azulado; região ventral do corpo negra a castanho-escura, raramente com os últimos urosternitos avermelhados. Pontuação e pilosidade semelhantes às de P. barbicornis.

Genas com comprimento subigual à metade da largura do lobo ocular inferior. Escapo com pontos finos, rasos e esparsos. Protórax mais longo (machos) ou tão longo quanto largo (fêmeas), os tubérculos laterais pronunciados, a constrição e a projeção à frente da constrição, evidentes. Pronoto brilhante, com pontuação e pilosidade muito esparsas; com quatro gibosidades, as duas anteriores pouco manifestas; em vários exemplares com uma elevação mediana longitudinal. Ângulo sutural dos élitros inerme a dentiforme. Metafêmures (machos) não atingem ou ultrapassam pouco os ápices elitrais. Urosternitos V e VI e tergito VI, no macho, como em P. barbicornis.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 10,6-13,0/11,5-13,6; comprimento do protórax 2,0-2,4/2,1-2,5; largura do protórax 1,9-2,3/2,1-2,5; comprimento do élitro 8,2-9,6/8,6-10,4; largura umeral 2,2-2,8/2,5-3,1.

Material-tipo. Lectótipo macho e paralectótipo macho, do BRASIL, Santa Catarina: Joinville, 1917, Schmalz leg. (MZSP), designados por Napp (1976a).

Distribuição. Espécie registrada apenas para os Estados do Paraná e Santa Catarina (Napp 1976a; Monné, 2005).

Material examinado. BRASIL. Paraná. Campo do Tenente, 10 M. Santa Catarina. Joinville, 1 M; Mafra, 1 M , 1 F; São Bento do Sul, 4 M, 2 F, (Rio Vermelho) 1 M, 1 F; Tijucas do Sul, 2 M. Todos no DZUP.

Paromoeocerus scabricollis Melzer, 1927

(Figs. 14, 15, 17)

Paromoeocerus scabricollis Melzer, 1927: 568; Monné, 2005: 130.

Tegumento negro, antenas e pernas alaranjadas; élitros escuros, violáceos ou azulado-metálicos; região ventral do corpo negra a castanha; escutelo, em alguns exemplares, vermelho com as margens negras. Pontuação e pilosidade, exceto na cabeça e protórax, como em P. barbicornis.

Cabeça com pontuação grossa e densa, mais esparsa na área malar. Genas com comprimento subigual à metade do diâmetro do lobo ocular inferior. Escapo com pontos moderadamente densos e marcados. Protórax (Figs. 14, 15) tão a mais longo que largo, os tubérculos laterais, a constrição anterior e a projeção à frente da constrição, moderadamente manifestos. Pronoto com pontuação desde grossa, quase confluente, até fina e muito densa no disco, exceto em estreita faixa mediana longitudinal; a pontuação mais esparsa nos tubérculos laterais do protórax; pubescência pouco aparente, com algumas cerdas longas, laterais; com dois pares de gibosidades laterais e uma mediana longitudinal, manifestas ou pouco aparentes. Ângulo sutural dos élitros arredondado a dentiforme. Metafêmures não atingem ou ultrapassam pouco os ápices elitrais.

Macho: urotergito VI mais longo que largo, subparalelo aos lados, com ápice amplamente chanfrado, as pontas laterais semelhantes a ganchos e dirigidas para baixo; urosternito VI constrito próximo ao ápice que é largamente emarginado (Fig. 17) (Napp 1976a: 58, figs. 44, 45).

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 12,4-14,9/12,8-16,9; comprimento do protórax 2,3-3,0/2,2-3,1; largura do protórax 2,1-2,7/2,0-2,9; comprimento do élitro 9,3-10,9/9,2-12,8; largura umeral 2,5-3,7.

Material-tipo. Lectótipo macho, designado por Napp (1976a), de Santa Catarina, Joinville, II.1921, C. Smith col. (MZSP). Paralectótipos. São Paulo: São Bernardo do Campo, 1 F, 28.II.1926, 1 F, 29.III.1926, R. Spitz col. (MZSP). Santa Catarina: Joinville: 1 M, 1 F, III.1921, 2 M, 1 F, II.1921, 1 M, I.1922, 1 F, I.1921, 1 F, 1927, C. Smith col. (MZSP).

Discussão. Pelo tegumento negro do corpo e antenas e pernas alaranjadas, assemelha-se a P. notabilis que tem a mesma distribuição. Distingue-se pela pontuação grossa e densa do pronoto (Fig. 15) e pela forma do oitavo segmento abdominal do macho (Fig. 17) (Napp 1976a: 58, figs. 44, 45). Além disso, o protórax tem aspecto mais alongado porque o tubérculo látero-mediano é pouco projetado. O padrão de colorido do corpo e o oitavo segmento abdominal do macho diferenciam P. scabricollis das demais espécies do gênero.

Distribuição. BRASIL: São Paulo, Santa Catarina (Napp 1976a; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. São Paulo. Apiaí, 1 F; São Paulo, 1 M. Santa Catarina. Blumenau, 1 F; Corupá, 3 M, 4 F; Jaraguá do Sul, 1 F; Joinville, 2 M, 2 F; São Bento do Sul, 1 F. Todos no DZUP.

Ethemon Thomson, 1864

Ethemon Thomson, 1864: 262, 460; Monné, 2005: 127 (cat.). Espécie-tipo: Ethemon lepidum Thomson, 1864, designação original e monotipia.

Após a revisão do gênero por Napp (1979a), duas espécies foram acrescidas ao gênero: E. brevicorne Napp & Reynaud, 1998 proveniente da Argentina (Catamarca), e E. iuba Napp & Martins, 2006, procedente da Bolívia (Cochabamba). Ethemon inclui sete espécies: duas descritas do Brasil e relacionadas à Mata Atlântica, e cinco, descritas da Bolívia e da Argentina, não registradas em outros países.

Cabeça projetada à frente dos olhos, a fronte pouco inclinada. Clípeo desenvolvido, quase tão longo quanto a fronte. Genas tão ou mais longas que a largura do lobo ocular inferior. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula subigual ao dobro do diâmetro do alvéolo. Lobos oculares inferiores pouco desenvolvidos, ligados aos superiores por estreita faixa de 1-2 omatídios. Mandíbulas robustas e bem projetadas nos machos, com comprimento 1,5 a duas vezes a largura na base (exceto E. weiseri); nas fêmeas, mais delgadas e pouco menos projetadas. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais cilíndricos, truncados no ápice, tão longos quanto os dois anteriores somados; os labiais um pouco dilatados no ápice em E. weiseri e E. brevicorne.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em 2,5 a cinco artículos nos machos; nas fêmeas, em 2,0-2,5 artículos (em E. brevicorne e E. weiseri, mais curtas que o corpo). Antenômeros III-XI carenados (exceto E. brevicorne); VI-IX com curto espinho apical interno.

Protórax mais largo que longo, bituberculado nos lados, fortemente constrito próximo à margem anterior e com projeção lateral à frente da constrição. Pronoto com duas a quatro gibosidades, as posteriores mais evidentes.

Élitros microcorrugados, opacos ou largamente corrugados, subopacos. Paralelos nos lados ou expandidos no terço apical, depois atenuados em curva; ângulo sutural inerme.

Fêmures clavados, os posteriores não atingem o ápice elitral. Metatarsômero I subigual aos dois seguintes somados.

Macho: urosternito V sinuoso ou truncado no ápice; o VI parcialmente visível, arredondado a truncado no ápice.

Discussão. Ethemon distingue-se dos demais gêneros da tribo por apresentar: fronte projetada à frente dos olhos; genas, no mínimo, com comprimento subigual à largura do lobo ocular inferior; mandíbulas bem projetadas e com comprimento cerca do dobro da largura na base (inclusive nas fêmeas); olhos pouco desenvolvidos; protórax mais largo que longo e antenas carenadas (exceto E. brevicorne Napp & Reynaud, 1998).

A distribuição disjunta das espécies de Ethemon e diferenças morfológicas entre as espécies brasileiras e as argentinas e bolivianas foram comentadas por Napp (1979b). As espécies brasileiras apresentam: tubérculo látero-mediano do protórax moderadamente aguçado e mais projetado que o látero-anterior, os quatro tubérculos pronotais evidentes e os élitros expandidos no terço apical. Em E. basale, E. weiseri, E. imbasale e E. brevicorne o tubérculo mediano do protórax é arredondado e menos projetado (em E. weiseri e E. brevicornis semelhante ao látero-anterior), os tubérculos pronotais são menos evidentes e os élitros são paralelos até o ápice.

Chave para espécies de Ethemon

1. Corpo e apêndices unicolores, alaranjados (Fig. 23). Bolívia (Cochabamba) . E. iuba Napp & Martins, 2006 Corpo e apêndices com outro padrão de colorido ....................................... 2 2(1). Urosternitos negros ............................................................................. 3 Urosternitos alaranjados ....................................................................... 7 3(2). Pronoto liso, brilhante. Élitros largamente corrugados, subopacos. Antenas, no macho, ultrapassam o ápice elitral em 2-3 artículos, o III o mais longo; nas fêmeas, mais curtas que o corpo ........................................................... 4 Pronoto fina e densamente pontuado e pubescente. Élitros finamente corrugados, opacos. Antenas, nos machos, ultrapassam o ápice elitral em quatro a cinco artículos, o XI o mais longo; nas fêmeas, em 2-2,5 artículos ............. 5 4(3). Fêmures, escapo antenal, meso- e metasterno e escutelo pretos. Lados do protórax sem pontos. Antenas carenadas (Fig. 29). Argentina (Catamarca) ..... ........................................................................... E. weiseri Bruch, 1926 Fêmures, escapo antenal, meso- e metasterno vermelhoalaranjados. Lados do protórax e pronoto pontuados e pubescentes. Antenas não carenadas (Fig. 20). Argentina (Catamarca) ......................... E. brevicorne Napp & Reynaud, 1998 5(3). Élitros bicolores, alaranjados no quarto ou na metade basal; no restante com colorido metálico verde ou azulado. Metasterno vermelho (Fig. 24). Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro) .......................................... E. basirufum Napp, 1979 Élitros unicolores, azul-metálicos, no máximo com estreita faixa basal avermelhada. Metasterno negro ............................................................. 6 6(5). Fêmures negros (Fig. 26). Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro) ....................... ........................................................... E. lepidum lepidum Thomson, 1864 Fêmures alaranjados (Fig. 25). Brasil (Minas Gerais, São Paulo ao Rio Grande do Sul), Argentina ..................................... E. lepidum rufofemorale Napp, 1979 7(2). Élitros bicolores, alaranjados no quarto ou metade basal; no restante com colorido metálico verde ou azul; com pilosidade avermelhada na região com tegumento vermelho e preta no restante (Fig. 27). Bolívia (Santa Cruz), Argentina (Jujuy a Córdoba) .............................. E. basale (Burmeister, 1865) Élitros unicolores, azul-metálicos, com pilosidade esbranquiçada (Fig. 28). Bolívia (Cochabamba) ................................................ E. imbasale Tippmann, 1960

Ethemon iuba Napp & Martins, 2006

(Fig. 23)

Ethemon iuba Napp & Martins, 2006: 247, fig. 3.

Macho. Tegumento unicolor, alaranjado; élitros mais claros pelo denso revestimento de pubescência esbranquiçada, sedosa, com discreta iridescência esverdeada.

Cabeça subglabra, com pontos finos, rasos e muito esparsos. Genas tão longas quanto a maior largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas robustas, moderadamente projetadas, não angulosas no terço apical. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro artículos; carenas praticamente inconspícuas. Escapo com pontos finos, rasos e pubescência alaranjada, esparsos. Antenômeros III-VI finamente corrugados com pubescência alaranjada aparente e cerdas alaranjadas na face inferior; VII-XI fina e densamente pubescentes. Antenômero III quase duas vezes tão longo quanto o escapo e cerca de um quinto mais longo que o XI que é fracamente apendiculado; IV-VII com comprimentos subiguais; VIII-X com comprimentos decrescentes. Protórax pouco mais largo que longo; tubérculo látero-mediano projetado e algo aguçado, o látero-anterior quase ausente; projeção lateral à frente da constrição anterior bem manifesta. Pronoto brilhante, com pontos finos, rasos e muito esparsos e pubescência alaranjada pouco aparente; regiões laterais com raras cerdas alaranjadas e longas; gibosidades posteriores mais evidentes que as anteriores. Lados do protórax subopacos com pubescência pouco mais densa do que no pronoto. Escutelo com pubescência amarelada, densa. Élitros opacos, com densa pubescência amarelo-esbranquiçada, curta e sedosa, oblitera o tegumento. Lados paralelos até os ápices que são amplamente arredondados e inermes. Meso- e metasterno brilhantes, com pontos finos e pubescência amarelo-esbranquiçada mais concentrada nas regiões laterais do metasterno. Fêmures com pontuação fina, rasa e esparsa; pilosidade alaranjada conspícua. Metatarsômero I cerca de um quarto mais curto que II + III. Urosternitos com pilosidade amarelo-esbranquiçada, longa, moderadamente densa e algumas cerdas eretas no disco; urosternito V truncado no ápice; o VI, parcialmente visível, com ápice truncado.

Dimensões, mm, macho. Comprimento total, 11,3; comprimento do protórax, 2,0; largura do protórax, 2,3; comprimento do élitro, 8,3; largura umeral,l 2,7.

Material-tipo. Holótipo macho da BOLÍVIA, Cochabamba: Carrasco (Siberia, La Fortaleza, 1650 m), I.1964, sem dados de coletor (MZSP).

Discussão. Ethemon iuba diferencia-se das demais espécies conhecidas do gênero pelo colorido alaranjado, unicolor, do corpo e dos apêndices; pelos élitros com pubescência densa que oblitera o tegumento e pelas antenas com carenas pouco conspícuas. De E. basale (Burmeister, 1865) e E. imbasale Tippmann, 1960, que também ocorrem na Bolívia, e de E. weiseri Bruch, 1926 e E. brevicorne Napp & Reynaud, 1998, registradas para a Argentina, difere, ainda, pelo tubérculo látero-mediano do protórax projetado e algo aguçado; naquelas espécies o tubérculo é arredondado e pouco projetado.

Ethemon weiseri Bruch, 1926

(Fig. 29)

Ethemon Weiseri Bruch, 1926: 340.

Ethemon weiseri; Blackwelder, 1946: 579; Monné, 2005: 128 (cat.).

Não examinada. A redescrição apresentada por Napp (1979b) é transcrita abaixo.

Macho. Cabeça e protórax vermelhos; antenas, escutelo, meso- e metasterno, pernas e urosternitos negros; élitros com colorido metálico azul, verde ou violáceo.

Cabeça subglabra, com pontos muito esparsos. Genas pouco mais curtas que a largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas pouco robustas, moderadamente projetadas, a largura na base subigual à metade do comprimento. Faixa de ligação entre os lobos oculares com três a quatro omatídios. Artículo apical dos palpos labiais algo dilatado para o ápice.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em 2,5 artículos. Escapo com pontuação muito esparsa; antenômeros III-VII com pontuação fina e cerdas negras, abundantes na face inferior dos III-IV; VIII-XI finamente pubescentes; antenômero III com carena inconspícua, mais curto que o dobro do comprimento do escapo e pouco mais longo que o XI; este não apendiculado. Protórax quase tão longo quanto largo; tubérculo látero-mediano subarreondado e pouco mais projetado que o anterior. Pronoto liso, brilhante, com raros pêlos avermelhados muito longos nos lados; gibosidades posteriores mais pronunciadas que as anteriores. Esternos torácicos subglabros; regiões laterais do metasterno com pubescência avermelhada. Escutelo com pubescência esparsa. Élitros não expandidos no terço apical, largamente corrugados, subopacos, com pilosidade acastanhada, esparsa. Urosternitos com pêlos castanhos, longos e esparsos. Urosternito V sinuoso no ápice, o VI fortemente transverso, os lados convergentes para o ápice que é truncado; urotergito VI um quarto mais largo que longo, subparalelo nos lados e arredondado no ápice (Napp, 1979b: 910, figs. 28-29).

Dimensões, em mm, macho. Comprimento total 9,8-10,3; comprimento do protórax 1,8-1,9; largura do protórax 2,1-2,2; comprimento do élitro 7,5-7,9; largura umeral 2,6-2,7.

Material-tipo. Bruch (1926: 340) baseou a descrição em quatro exemplares "recogidos por Weiser en las faldas orientales del Aconquija en Sarso y en el ingenio del Arenal, a 3000 metros sobre el nivel de mar", sem mencionar o sexo dos espécimens; dois exemplares depositados em sua coleção (atualmente MACN), um na Coleção Melzer (MZSP) e um no NHRS. Bachmann & Di Iorio (2002) registram dois síntipos no MACN e um no MZSP. Napp (1979b) examinou um síntipo macho da Argentina, Catamarca: Faldas de Aconquija en Sarso (3100 m) (NHRS) e diapositivo de síntipo macho (MACN) (Fig. 30).

Discussão. Distingue-se das demais espécies do gênero por: antenas dos machos, curtas, ultrapassam o ápice elitral em pouco mais de dois artículos; pronoto liso, brilhante; élitros largamente corrugados, subopacos.

Ethemon brevicorne Napp & Reynaud, 1998

(Fig. 20)

Ethemon brevicorne Napp & Reynaud, 1998: 157, fig. 3; Monné, 2005: 127 (cat.).

Fêmea.Tegumento vermelho; antenas, tíbias e urosternitos preto-acastanhados; élitros subopacos, com colorido metálico azul.

Cabeça com pontuação fina e rasa, corrugada no vértice; pubescência avermelhada, esparsa. Faixa de ligação entre os lobos oculares com quatro fileiras de omatídios. Genas quase tão longas quanto a largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas projetadas, com comprimento igual ao dobro da largura na base. Antenas não carenadas, apenas ultrapassam o meio dos élitros. Escapo com pontos finos e ásperos e longos pêlos avermelhados. Antenômeros III-V fina e densamente pontuados, com cerdas castanhas densas na face inferior, especialmente do V; VI-XI pubescentes. Antenômero III cerca de um terço mais longo que o escapo e que o antenômero V e com o dobro do comprimento do IV; VI-XI com comprimentos decrescentes; VIII-XI encurtados, com metade do comprimento do III. Protórax pouco mais largo que longo; lados divergentes para o meio onde formam um tubérculo arredondado e pouco projetado; projeção anterior pouco manifesta. Pronoto e lados do protórax com pontuação fina, muito rasa, moderadamente densa e pubescência avermelhada, exceto em larga área no disco do pronoto. Gibosidades pronotais pouco manifestas, as anteriores quase inconspícuas. Prosterno glabro. Metasterno com pontuação e pilosidade esparsas. Élitros um pouco brilhantes, largamente corrugados, com pontos finos e pilosidade castanho-avermelhada, pouco conspícuos. Fêmures com pontos rasos e muito esparsos e cerdas avermelhadas bem aparentes em toda a superfície; os posteriores alcançam o terço apical dos élitros. Tíbias com cerdas castanhas, densas, especialmente nas posteriores. Urosternitos subglabros. Urosternito V ligeiramente emarginado no ápice.

Dimensões, em mm, fêmea. Comprimento total, 7,8-9,1; comprimento do protórax, 1,5-1,7; largura do protórax, 1,8-2,0; comprimento do élitro, 6,5-7,5; largura umeral, 2,1-2,3.

Material-tipo. Holótipo fêmea da ARGENTINA, Córdoba: Capital, X.1947, J.M. Bosq leg. (MNRJ). Parátipo fêmea, mesmos dados do holótipo, exceto: 1939, A. Parko col. (DZUP).

Discussão. Semelhante a E. weiseri Bruch, 1926, também descrita de Córdoba, Argentina, pela escultura dos élitros e comprimento das antenas. E. brevicorne distingue-se pelos caracteres mencionados na chave.

Ethemon basirufum Napp, 1979

(Fig. 24)

Ethemon basirufum Napp, 1979b: 907, figs. 16, 32, 35; Monné, 2005: 127 (cat.).

Macho. Cabeça, protórax, mesosterno, escapo e escutelo alaranjados; pedicelo alaranjado a castanho; antenômeros III-XI, tíbias, tarsos e urosternitos negros; metasterno e fêmures posteriores alaranjados a castanho-escuros; élitros bicolores, vermelhos no quarto ou na metade basal e com colorido metálico, azul a violáceo no restante.

Cabeça com pontos finos, rasos, mais densos na região posterior e pubescência avermelhada. Genas pouco mais longas que a maior largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas duas vezes mais longas que a largura na base, fortemente projetadas e entalhadas na metade apical, com aspecto falciforme. Antenas com carenas bem evidentes, ultrapassam o ápice elitral em quatro a cinco artículos. Escapo com pontuação rasa, mais esparsa para o ápice e pubescência avermelhada aparente. Antenômeros III-V finamente corrugados, com pilosidade esparsa e cerdas negras na face inferior; VI-XI finamente pubescentes. Antenômero III com o dobro do comprimento do escapo e cerca de um quarto mais curto que o VII e o XI, este apendiculado ou não; demais antenômeros com comprimentos subiguais. Protórax um quarto mais largo que longo; tubérculo látero-mediano fortemente projetado e algo aguçado. Pronoto sem pontos com pubescência avermelhada, deitada e conspícua; disco com quatro gibosidades, as posteriores mais pronunciadas. Escutelo com pubescência avermelhada. Élitros expandidos no terço apical; região com tegumento vermelho subopaca, com pilosidade avermelhada e densa; região com colorido metálico microcorrugada, opaca, com pilosidade negra bem aparente. Fêmures com pontos finos, rasos e densos com pilosidade avermelhada a castanha bem aparente. Urosternito V sinuoso no ápice; urotergito e urosternito VI como em E. lepidum lepidum (Napp 1979b: 905, figs. 11-12).

Fêmea. Antenas ultrapassam o ápice elitral em dois artículos; antenômeros III-VI (VII) com pilosidade densa e cerdas castanhas muito abundantes na face inferior. Pilosidade do corpo e apêndices mais densa do que no macho.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 9,5-16,5/10,5-15,4; comprimento do protórax 1,8-3,2/1,8-2,8; largura do protórax 2,2-3,9/2,2-3,8; comprimento do élitro 7,4-12,8/8,3-12,0; largura umeral 2,7-4,3/2,6-4,2.

Material-tipo. Holótipo macho, BRASIL, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, 2-3-4.1903, E. Gounelle col. (MZSP). Parátipos. BRASIL: 1 M, 2 F (BMNH), 5 M, 4 F (ISNB). Minas Gerais: Campos de Diamantina (Fazenda Riacho Fundo), 1 F (ISNB); Caraça, 1 F (BMNH). Rio de Janeiro: 2 M, 1 F (BMNH), 1 M, V.1933, H. S. Lopes col. (DZUP), 1 F (ISNB); Friburgo, 1 F, II.1934, Oiticica col. (DZUP); Nova Friburgo, 1 M, 2 F (ISNB), 2 M, 3 F (MZSP), 1 F, 2-3-4.1903, E. Gounelle col. (DZUP), 1 M, 6 F (MNRJ); Rio de Janeiro, 1 M (MZSP), 2 F (Floresta da Tijuca) (MNRJ). Examinados parátipo macho e dois parátipos fêmea, do Rio de Janeiro (DZUP).

Biologia e plantas hospedeiras. Silva et al. (1968) registram a larva de E. basale em "tronco de cedro jovem cortado por Oncideres sp.", no Rio de Janeiro. Como essa espécie não tem registro para o Brasil e tem o mesmo colorido elitral de E. basirufum, é provável que a larva referida seja desta espécie. Os imaturos são desconhecidos.

Discussão. Muito semelhante a E. lepidum lepidum Thomson, 1864 (Fig. 26), distingue-se: pelo colorido alaranjado dos fêmures e do metasterno e pelos élitros bicolores, com pilosidade avermelhada na região onde o tegumento é vermelho. O colorido elitral é semelhante ao de E. basale (Burmeister, 1865) (Fig.27), da qual difere pelo tubérculo lateral do protórax bem pronunciado e aguçado, pelos élitros expandidos no terço apical e pelos urosternitos negros. Em E. basale, o tubérculo do protórax é arredondado e menos projetado, os élitros são paralelos até o ápice e os urosternitos são vermelhos. Além disso, até o momento, E. basale tem distribuição restrita à Bolívia e Argentina.

Ethemon lepidum lepidum Thomson, 1864

(Fig. 26)

Ethemon lepidum Thomson, 1864: 262; 1878: 7 (tipo).

Ethemon lepidum lepidum; Napp, 1979b: 904, figs. 1-14, 32, 33; Monné, 2005: 127 (cat.).

Cosmisoma diversipennis Burmeister, 1865: 170.

Macho. Cabeça, protórax, mesosterno, escapo e escutelo alaranjados; antenômeros II-XI, metasterno, pernas e urosternitos negros; élitros unicolores, com colorido metálico azul a violáceo.

Cabeça com pontos finos, rasos e pubescência avermelhada mais densa na região posterior. Genas tão longas quanto a maior largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas robustas, pouco mais curtas que o dobro da largura na base, amplamente emarginadas no terço apical da margem interna. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro a cinco artículos. Escapo com pontos finos, densos e pubescência avermelhada bem aparente. Antenômeros III-XI subglabros, com carenas evidentes; III-V microcorrugados com algumas cerdas negras na face inferior, VI-XI finamente pontuados; o III quase tão longo quanto o dobro do comprimento do escapo e pouco mais curto que o XI, este apendiculado ou não; VII tão longo quanto o III, os demais mais curtos e com comprimentos subiguais.

Protórax um quarto mais largo que longo; tubérculo látero-mediano fortemente projetado, aguçado-arredondado no ápice; constrição anterior bem marcada. Pronoto com pontos finos, rasos e pubescência avermelhada bem aparente; disco com quatro gibosidades, as posteriores mais pronunciadas. Escutelo com pubescência avermelhada. Élitros microcorrugados, opacos, expandidos no terço apical; pilosidade negra e esparsa; extremidades amplamente arreondadas, inermes. Meso- e metasterno com pubescência avermelhada mais evidente nos lados. Fêmures com pontos finos, rasos e pilosidade castanha moderadamente densa; os posteriores alcançam o início da curvatura apical dos élitros. Urosternitos com pêlos longos e muito esparsos; urosternito VI cerca de um terço mais longo que largo com lados convergentes para o ápice que é sinuoso (Napp 1979b: 905, figs. 11-12).

Fêmea. Mandíbulas curtas, triangulares. Antenas com carenas pouco evidentes. Antenômero III cerca de 1,5 vezes o comprimento do escapo e cerca de um quarto mais longo que o XI; IV-X com compimentos subiguais; VI-VIII com espinho curto no ápice interno.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 9,5-16,5/11,2-16,0; comprimento do protórax 1,7-3,2/2,0-2,8; largura do protórax 2,2-3,7/2,4-3,4; comprimento do élitro 7,4-12,8/8,8-12,5; largura umeral 2,7-4,2/2,8-4,0.

Material-tipo. De Ethemon lepidum Thomson, 1864: holótipo macho (MNHN) (Napp 1979b: 914, fig. 33). A localidade-tipo mencionada por Thomson (1864), " Mexique (Brasil?)" e "Mexique", por Monné (2005) é, provavelmente, equivocada. Napp (1979b) examinou quantidade considerável de exemplares, todos com registro apenas para o Brasil. De Cosmisoma diversipennis Burmeister, 1865: holótipo fêmea, procedente do Rio de Janeiro (MACN). Os tipos foram estudados por meio de diapositivos.

Discussão. Distingue-se de E. lepidum rufofemorale Napp, 1979 pelos fêmures pretos (vermelhos na outra subespécie). De E. basirufum Napp, 1979, pelos élitros unicolores com colorido metálico, fêmures e metasterno negros. Em E. basirufum, os élitros, no quarto ou na metade basal são vermelhos assim como os fêmures e o metasterno.

Variabilidade. Alguns exemplares do Rio de Janeiro apresentam pro- e mesofêmures e metasterno mais acastanhados e uma estreita faixa vermelha na base dos élitros. Machos de pequenas dimensões apresentam mandíbulas e antenas semelhantes às da fêmea, inclusive o antenômero III mais longo que o XI, mas com carenas bem evidentes.

Distribuição. Ethemon lepidum lepidum está registrada apenas para o Brasil (Minas Gerais e Rio de Janeiro) em localidades relacionadas à Mata Atlântica (Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Minas Gerais: Cabo Verde, 1 M; Mar de Hespanha, 1 M; Ouro Preto, 1 F; Passa Quatro, 2 F; Virgínia (Fazenda dos Campos, 1500 m) 1 F. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1 F, (Est. Rio Maromba) 1 F; Teresópolis, 1 M. Todos no DZUP.

Ethemon lepidum rufofemorale Napp, 1979

(Figs. 22, 25)

Ethemon lepidum rufofemorale Napp, 1979b: 906, figs. 15, 32, 34; Monné, 2005: 127 (cat.).

Ethemon lepidum; Napp 1976b: 17 (biologia).

Distingue-se da forma típica pelo colorido alaranjado dos fêmures e porção apical do tégmen mais curta e transversa com a largura igual ao dobro do comprimento (Napp 1979b: 907, figs. 14 e 15).

Ethemon l. lepidum e E. l. rufofemorale, aparentemente, têm o limite de sua distribuição condicionado à faixa de Climas Tropicais de Altitude (CW) (Bernardes 1959 apud Napp 1979b: 912, fig. 32). Os exemplares da forma típica não ultrapassam o limite sul dessa faixa, enquanto E. l. rufofemorale ocorre em regiões com Climas Subtropicais (CF), com alguns exemplares encontrados próximos aos limites meridionais da faixa CW (São Paulo, Pindamonhangaba, Vila Monte Verde), os quais apresentam a base dos fêmures enegrecida.

Distribuição. Espécie predominantemente brasileira, distribui-se de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul; apenas três exemplares foram registrados para a Argentina (Napp 1979b; Monné 2005).

Material-tipo Holótipo macho, BRASIL, Paraná: Curitiba, 9.II.1972, D.S. Napp col. (DZUP). Parátipos. BRASIL. Minas Gerais: Vila Monte Verde, 5 M, 3 F (MZSP). São Paulo: Campos do Jordão (1600 m), 1 M (MNRJ); Pindamonhangaba (Eugênio Lefrève) 2 M, 1 Distribuição. Espécie predominantemente brasileira, F (MZSP); São Paulo, 7 M, 5 F (MZSP), 1 F (MNRJ); Tremembé, 1 F (MZSP). Paraná: Curitiba, 2 M, 3 F (MNRJ), 2 M, 4 F (DZUP), 2 M, 2 F (MZSP); Guaraúna, 2 F (MZSP); Lapa, 8 M, 10 F (DZUP); Rio Negro, 3 F (MZSP); Rolândia, 2 M, 3 F (MNRJ). Santa Catarina: Blumenau, 1 M (MNRJ); Fragosos, 1 M, 2 F (DZUP); Joinville, 1 F (MZSP); Mafra, 8 M, 17 F (MNRJ), 4 M, 3 F (DZUP); Rio Vermelho, 2 M, 3 F (850 m) (DZUP), 2 F (MNRJ); São Bento, 2 F (MZSP), 1 M, 1 F (MNRJ), 1 M (DZUP). Rio Grande do Sul: 1 M (DZUP). Examinados o holótipo e 43 parátipos (DZUP).

Formas imaturas, biologia e plantas hospedeiras. Napp (1976b) descreveu as formas imaturas, galerias e câmaras pupais e a biologia dessa subespécie. Hospedeiros: Ocotea sp. (Lauraceae), Acacia sp. (Mimosaceae), Marlierea sp., Blepharocalyx sp. (Myrtaceae) (Monné 2001).

Ethemon basale (Burmeister, 1865)

(Fig. 27)

Cosmisoma basalis Burmeister, 1865: 170.

Ethemon basale; Lacordaire, 1869: 39; Monné, 2005: 127 (cat.).

Macho. Tegumento alaranjado; antenômeros III-XI, tíbias e tarsos negros; pedicelo negro a vermelho. Élitros bicolores: vermelhos no quarto ou em toda a metade basal e com colorido metálico verde, azul ou violáceo no restante.

Cabeça fina e densamente pontuada com pubescência amarelo-alaranjada. Genas tão a pouco mais longas que a largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas robustas, projetadas, com comprimento pouco menor que o dobro da largura na base; margem interna retilínea no terço apical com forte reentrância mediana. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro a cinco artículos; escapo com pontos rasos e esparsos e pubescência amarelada; antenômeros III-XI fina e densamente pontuados, a pubescência mais densa para os distais. Antenômero III com o dobro do comprimento do escapo, os demais com comprimentos subiguais e tão longos quanto o III, exceto o VII discretamente mais longo e o X, pouco mais curto; o XI cerca de um quinto mais longo que o III, apendiculado ou não. Protórax cerca de um sétimo mais largo que longo, com tubérculo lateral mediano arredondado e mais desenvolvido que o anterior. Pronoto com pontos finos, rasos e densos e com pubescência amarelada; gibosidades posteriores pouco pronunciadas. Escutelo finamente pubescente. Élitros paralelos até a curvatura apical; com pubescência alaranjada, densa nas áreas de tegumento alaranjado e negra, esparsa, onde o tegumento tem colorido metálico; nesta região a superfície é microcorrugada, opaca. Esternos torácicos e urosternitos com pubescência avermelhada mais densa nas regiões laterais. Fêmures com pontuação fina, muito rasa e densa, e pilosidade esparsa. Urosternito V sinuoso no ápice, o VI fortemente transverso, truncado no ápice; urotergito VI transverso, largamente arredondado no ápice (Napp 1979b: 908, figs. 24-25).

Fêmea. Mandíbulas delgadas. Antenas ultrapassam o ápice elitral em dois artículos; antenômero III cerca de um terço mais longo que o escapo e que o antenômero XI, e tão longo quanto o VII. Pilosidade do corpo e apêndices mais abundante do que no macho.

Dimensões em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 11,0-14,2/8,7-15,3; comprimento do protórax 2,0-3,0/1,6-2,9; largura do protórax 2,2-3,5/1,8-3,4; comprimento do élitro 8,6-10,7/6,8-11,8; largura umeral 2,8-4,0/2,2-4,0.

Material-tipo. De acordo com Bachmann & Di Iorio (2002) três síntipos procedentes da Argentina (Entre Ríos: Paraná) depositados no MACN. Um síntipo macho examinado por meio de diapositivos.

Biologia e plantas hospedeiras. Os imaturos são desconhecidos. Na literatura, os seguintes hospedeiros estão registrados: Junglans regia (Juglandaceae), Cedrela fissilis, C. glaziovii (Meliaceae), Acacia caven, A. macracantha (Mimosaceae), Eucalyptus tereticornis (Myrtaceae), Ziziphus mistol (Rhamnaceae) (Monné 2001).

Discussão. Semelhante a E. imbasale Tippmann, 1960, distingue-se pelos élitros bicolores com pilosidade negra na área com colorido metálico; em E. imbasale (Fig. 28) os élitros são unicolores, com colorido metálico e pilosidade esbranquiçada. De E. basirufum Napp, 1979 (Fig. 24) que tem o mesmo padrão de colorido nos élitros, difererencia-se pelo tubérculo mediano do protórax arredondado, élitros não expandidos no terço apical e urosternitos vermelhos. E. basirufum apresenta o tubérculo látero-mediano fortemente projetado e algo aguçado, élitros expandidos no terço apical e urosternitos negros.

Variabilidade. Machos de dimensões menores apresentam as mandíbulas e antenas semelhantes às da fêmea, com o antenômero III mais longo que o XI, mas com carenas evidentes.

Distribuição. BOLÍVIA: Tarija, Santa Cruz. ARGENTINA: Jujuy, Salta, Catamarca, Tucumán, Santiago del Estero, Cordoba, La Rioja, San Luis, Mendoza.

Material examinado. ARGENTINA. Salta: Cafayete, 4 M, 2 F; Coronel Moldes, 1 M, 1 F; La Candelaria, 1 M. Catamarca: 1 M, 1 F; Los Angeles, 1 M. Tucumán: 1 M, 2 F; San Pedro Colalao, 1 M. Santiago del Estero: 2 M, 1 F. Cordoba: 1 M, 1 F. La Rioja 1 F. Mendoza: Mendoza, 1 M. Todos no DZUP.

Ethemon imbasale Tippmann, 1960

(Fig. 28)

Ethemon basale var. inbasale Tippmann, 1960: 133.

Ethemon imbasale; Napp, 1979b: 911, figs, 26, 32, 37; Monné, 2005: 127 (cat.).

Macho. Tegumento alaranjado; antenômeros II-XI, tíbias e tarsos negros; élitros com colorido metálico verde, azul ou violáceo.

Cabeça finamente pontuada, com densa pilosidade branco-amarelada, sedosa. Genas tão longas quanto a maior largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas 1,5 vezes tão longas quanto largas, moderadamente projetadas. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro a cinco artículos. Escapo com pontos finos, rasos, mais densos para a base e pubescência sedosa, branco-amarelada, aparente. Antenômeros III-XI com carenas evidentes; o III quase duas vezes tão longo quanto o escapo e cerca de um quinto mais curto que o VII e o XI, este não apendiculado; os demais com comprimentos subiguais, tão longos ou discretamente mais curtos que o III. Protórax cerca de um sexto mais largo que longo; tubérculo látero-mediano arredondado, mais projetado que o anterior; constrição anterior fortemente acentuada. Pronoto com pontos finos, muito rasos e densos, revestido com pubescência branco-amarelada, densa e sedosa; com quatro gibosidades discais evidentes. Escutelo revestido com pubescência branco-amarelada, densa e sedosa. Élitros com os lados paralelos até o ápice; microcorrugados, opacos com pilosidade curta, branca e esparsa e cerdas apicais acastanhadas. Mesosterno, metasterno e urosternitos com pubescência branco-amarelada mais densa nas regiões laterais. Fêmures com pontuação fina, muito rasa e densa, a pilosidade esparsa. Urosternito V sinuoso no ápice; o VI e o urotergito VI como em E. basale.

Fêmea. Genas mais curtas que a largura do lobo ocular inferior. Antenas ultrapassam o ápice elitral, no máximo, em dois artículos; carenas e espinhos apicais dos antenômeros VI-VIII, inconspícuos; antenômero III cerca de um quarto mais longo que o escapo e que o XI, e tão longo quanto o VII; VIII-X os mais curtos e um pouco engrossados. Pronoto com gibosidades pouco evidentes. Pilosidade do corpo e dos apêndices mais esparsa do que no macho.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 13,0-14,0/11,7-12,6; comprimento do protórax 2,6-2,8/2,1-2,3; largura do protórax 3,0-3,3/2,4-2,7; comprimento do élitro 9,8-10,7/9,0-9,7; largura umeral 3,53,7/2,8-3,2.

Material-tipo. Holótipo fêmea da BOLÍVIA, Cochabamba: Cochabamba (2800 m), 12.II.1950, R. Zischka col. (NMNH), examinado por meio de diapositivos.

Material examinado. BOLÍVIA. Cochabamba: Cochabamba (2600 m), 1 M, 2 F (DZUP).

Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859

Cycnoderus Blanchard in Gay, 1851: 479 (non Audinet-Serville, 1834). Chenoderus Fairmaire & Germain, 1859: 532; Monné, 2005: 123 (cat.). Espécie-tipo: Cycnoderus testaceus Blanchard, 1851; designação de Thomson, 1864.

Napp (1979a) revisou o gênero que inclui quatro espécies com distribuição, até o momento, restrita ao Chile e Argentina (Monné 2005).

Tegumento subglabro, brilhante, a pontuação e pilosidade muito esparsas. Região posterior da cabeça aplanada, tão ou quase tão longa quanto metade do comprimento do pronoto. Fronte curta, subvertical e um pouco convexa. Alvéolos antenais próximos da inserção das mandíbulas. Genas com comprimento subigual a dois terços da largura do lobo ocular inferior, com os ápices divergentes. Tubérculos anteníferos arredondados ou com pequeno espinho. Lobos oculares inferiores um pouco proeminentes, ligados aos superiores por uma faixa de dois a quatro omatídios. Mandíbulas, nos dois sexos, delgadas e não projetadas; margem interna com dente mediano. Artículo apical dos palpos maxilares e labiais cônicos, mais curtos que os dois anteriores somados, truncados no ápice.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em cinco artículos nos machos e em três nas fêmeas. Escapo com pontos finos, rasos e esparsos e pubescência alongada, esparsa. Antenômeros III-V com pontuação fina, rasa e pubescência esparsas, com cerdas alaranjadas na face inferior; VI-XI finamente pubescentes. Antenômero III mais longo que o XI, este não apendiculado.

Protórax desde mais longo até pouco mais largo que longo; tubérculo látero-mediano mais projetado que o anterior, a constrição anterior de moderada a bem marcada. Pronoto brilhante, sem pontos. Processo prosternal curto e laminiforme, alcança apenas a região basal das procoxas. Processo mesosternal triangular na região anterior, depois laminiforme alcança a metade das mesocoxas. Pró- e mesocoxas salientes e subcontíguas, mais notavelmente as anteriores. Esternos torácicos e urosternitos subglabros, quase sem pontos.

Escutelo subtriangular, arredondado no ápice. Élitros impontuados, brilhantes, com raras cerdas próximo ao ápice. Extremidades arredondadas e inermes.

Fêmures pedunculados com clavas abruptas; metafêmures, nos machos, atingem ou ultrapassam pouco o ápice elitral; nas fêmeas não alcançam o ápice elitral. Metatarsômero I mais longo que os dois seguintes reunidos.

Urosternitos subglabros, brilhantes. Macho com cinco urosternitos visíveis; o V fortemente transverso, truncado no ápice.

Chave para espécies de Chenoderus

1. Élitros unicolores ................................................................................. 2 Élitros com duas ou três cores ............................................................... 3 2(1). Élitros testáceos. Protórax com tubérculo látero-mediano arredondado e pouco projetado (Fig. 30). Chile, Argentina (Rio Negro a Santa Cruz) ........................ ................................................................ C. testaceus (Blanchard, 1851) Élitros azul-metálicos. Tubérculo lateral do protórax bem projetado (Fig. 21). Chile ............................................... C. venustus Fairmaire & Germain, 1861 3(1). Élitros bicolores; azul-metálicos em toda a metade basal e alaranjados na apical, freqüentemente com estreita faixa transversal amarelo-esbranquiçada no limite entre as duas cores (Fig. 31). Chile ................................................... .......................................................... C. bicolor Fairmaire & Germain, 1861 Élitros tricolores; no quarto anterior e no quarto pós-mediano, azul-metálicos; amarelos no quarto antemediano e testáceos no quarto apical (Fig. 32). Chile, Argentina (Neuquén) ............................ C. tricolor Fairmaire & Germain, 1859

Chenoderus testaceus (Blanchard, 1851)

(Fig. 30)

Cycnoderus testaceus Blanchard in Gay, 1851: 479, pr. 28, fig. 8.

Chenoderus testaceus; Thomson, 1864: 213; Monné, 2005: 123 (cat.).

Macho. Corpo e apêndices testáceos, concolores. Tubérculos anteníferos algo projetados nos machos, com espículo no topo nos dois sexos. Faixa de ligação entre os lobos oculares com dois omatídios. Antenômero III o mais longo, com o dobro do comprimento do escapo e cerca de um terço mais longo que o IV e que o XI; demais antenômeros com comprimentos subiguais, os VIII-X decrescentes. Protórax mais longo que largo, o tubérculo látero-mediano arredondado e pouco pronunciado. Esternos torácicos e urosternitos glabros, impontuados, brilhantes. Fêmures praticamente sem pontos, brilhantes, com cerdas alaranjadas muito esparsas. Clavas dos meso- e metafêmures tão longas ou discretamente mais curtas que os respectivos pedúnculos, um pouco comprimidas lateralmente; maior largura da clava dos metafêmures com cerca de um terço do comprimento da clava.

Fêmea. Semelhante ao macho. Artículo apical dos palpos pouco mais dilatados no ápice. Pilosidade das antenas e pernas mais densa do que no macho.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 9,2-16,0/10,8-15,5; comprimento do protórax 1,7-3,0/1,8-2,8; largura do protórax 1,5-2,5/1,6-2,4; comprimento do élitro 6,7-12,0/7,7-11,2; largura umeral 2,1-3,5/2,4-3,7.

Material-tipo. Neótipo fêmea (MNHN), procedente do Chile, P. Germain col., designado por Napp (1979a: 577, 581: fig. 37). Blanchard (1851) mencionou Concepción (Chile) como localidade-tipo.

Formas imaturas, biologia e plantas-hospedeiras. Artigas (1970) descreveu as formas imaturas, galerias e câmaras pupais e forneceu dados sobre a biologia dessa espécie.

Monné (2001) registra como hospedeiros: Maytenus magellanica (Celastraceae), Notophagus dombeyi, N. obliqua (Fagaceae) e Eucalyptus globulus (Myrtaceae).

Discussão. Distingue-se das demais espécies do gênero pela cor do corpo inteiramente testácea e protórax mais longo que largo com tubérculo mediano lateral pouco manifesto.

Distribuição. CHILE: Santiago, Talca, Linares, Concepción, Ñuble, Cunco, Malleco, Curacautin, Liucura, Valdívia, Lhanquihue, Maullín. ARGENTINA: Rio Negro, Neuquén, Chubut, Santa Cruz (Napp 1979a; Monné 2005).

Material examinado. CHILE. 1 F. Calcahuan (Província não localizada), 1 F. Cunco: 1 M, 1 F. Valdivia: 6 M, 2 F. Todos no DZUP.

Chenoderus venustus Fairmaire & Germain, 1861

(Fig. 21)

Chenoderus venustus Fairmaire & Germain, 1861: 107; Monné, 2005: 123 (cat.).

Não examinada. A descrição fornecida por Napp (1979a) é reproduzida abaixo:

Fêmea.Tegumento vermelho; élitros azuis; metasterno e urosternitos castanhos. Tubérculos anteníferos arredondados. Antenômero III o mais longo, cerca de um quinto mais longo que o VII; XI pouco mais longo que a metade do III. Protórax pouco mais largo que longo; nos lados com tubérculo mediano arredondado e bem pronunciado e outro, pouco manifesto, na metade anterior.

Dimensões, em mm, fêmea. Comprimento do protórax 1,9; largura do protórax 2,1; comprimento do élitro 9,2; largura umeral 2,8.

Material-tipo. Lectótipo fêmea (MNHN) (Fig. 22), proveniente do Chile, Ñuble: Chillán, sem outros dados de coleta, designado por Napp (1979a).

Plantas hospedeiras. Notophagus dombeyi, N. pumilio (Fagaceae) (Monné 2001).

Discussão. Distingue-se das demais espécies do gênero pelo colorido dos élitros, inteiramente azuis-metálicos.

Chenoderus bicolor Fairmaire & Germain, 1861

(Fig. 31)

Chenoderus bicolor Fairmaire & Germain, 1861: 107; Monné, 2005: 123 (cat.).

Macho. Tegumento vermelho-alaranjado. Élitros bicolores: negro-azulados com brilho metálico na metade basal e fulvos na apical; freqüentemente com faixa amarelo-esbranquiçada, estreita e transversa no limite entre as duas colorações. Tubérculos anteníferos arredondados. Faixa de ligação entre os lobos oculares com três a quatro omatídios. Antenômeros III e VII com comprimentos subiguais e com o dobro do comprimento do escapo; IV com dois terços do comprimento do III e pouco mais curto que o V; VIII-X decrescentes, o XI um quarto mais curto que o III. Protórax apenas mais largo que longo; tubérculo látero-mediano variável, desde arredondado e pouco projetado até subagudo e manifesto; tubérculo anterior pouco projetado; constrição anterior fraca ou fortemente marcada. Regiões laterais do metasterno e metepisternos com pubescência esparsa. Disco do metasterno com cerdas alaranjadas esparsas. Urosternitos com pontos rasos nas regiões laterais, com pubescência e cerdas alaranjadas muito esparsas. Fêmures com cerdas alaranjadas bem aparentes. Clavas dos meso- e metafêmures fortemente abruptas, tão longas quanto o pedúnculo e evidentemente comprimidas lateralmente. Clavas posteriores tão abruptas quanto as medianas, na maior largura com cerca de um terço do comprimento da clava.

Fêmea. Artículo apical dos palpos pouco mais dilatado no ápice. Escapo e antenômeros III-V(VI) com pontuação e pilosidade mais densas do que no macho. Antenômero III o mais longo, um quinto mais longo que o VII e cerca de um terço mais longo que o XI; os demais com comprimentos subiguais e decrescentes. Protórax tão ou mais longo que largo. Clavas dos meso- e metafêmures mais delgadas do que no macho.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 10,3-15,2/11,0-15,0; comprimento do protórax 1,7-2,7/2,0-2,7; largura do protórax 1,9-2,8/1,8-2,9; comprimento do élitro 7,8-11,5/8,5-11,3; largura umeral 2,5-3,9/2,9-3,8

Material-tipo. Holótipo fêmea proveniente do Chile, Ñuble: Chillán (MNHN, Coll. León Fairmaire) (Napp 1979a: 581, fig. 39).

Plantas-hospedeiras. Notophagus dombeyi, N. obliqua(Fagaceae), Myrceugenia obtusa (Myrtaceae) (Monné 2001).

Discussão. Vide "Discussão" em C. tricolor.

Distribuição. CHILE: Santiago, Linares, Talca, Ñuble, Malleco (Napp 1976a; Monné 2005).

Material examinado. CHILE. Santiago: 1 F. Linares: Fundo Malche (Cord. Parral), 1 F, XI. 1964, L. Peña col.; Fundo Baleko (Cord. Parral), 1 M. Talca: Altos de Vilches, 4 M, 8 F (DZUP).

Chenoderus tricolor Fairmaire & Germain, 1859

(Fig. 32)

Chenoderus tricolor Fairmaire & Germain, 1859: 502; Monné, 2005: 123 (cat.).

Macho. Tegumento vermelho-alaranjado. Élitros com colorido distinto em quatro áreas bem definidas: no quarto anterior, azuis, no quarto antemediano, branco-amarelados, no quarto pósmediano, azuis e no quarto posterior, alaranjados.

Tubérculos anteníferos arredondados. Faixa de ligação entre os lobos oculares com dois a três omatídios. Antenas ultrapassam o ápice elitral em quase cinco artículos. Antenômero III pouco mais longo que o dobro do comprimento do escapo e discretamente mais curto que o VII; demais antenômeros com comprimentos subiguais entre si e ao do III; XI discretamente mais curto que o III. Protórax tão largo quanto longo ou discretamente mais largo; tubérculo látero-mediano arredondado, bem pronunciado, o látero-anterior pouco projetado; constrição anterior manifesta. Processos intercoxais, pontuação e pilosidade dos esternos torácicos e abdominais como em C. bicolor. Fêmures com cerdas alaranjadas esparsas. Clavas dos meso- e metafêmures menos abruptas do que nas espécies anteriores e não comprimidas lateralmente; as dos metafêmures mais delgadas que as dos mesofêmures e pouco mais longas que o comprimento do pedúnculo. Metafêmures não atingem ápice elitral.

Fêmea. Artículo apical dos palpos mais dilatados e pilosidade das antenas mais densa do que no macho. Antenômero III com o dobro do comprimento do escapo, discretamente mais longo que o VII e 1,5 vezes o comprimento do XI. Clavas mais delgadas do que no macho, a dos metafêmures igual à dos mesofêmures.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total 9,5-15,2/10,5-15,5; comprimento do protórax 1,7-2,8/1,7-2,8; largura do protórax 1,8-3,0/1,8-2,9; comprimento do élitro 7,0-11,2/8,2-11,7; largura umeral 2,3-3,7/2,2-3,5.

Material-tipo. Holótipo fêmea proveniente do Chile, Ñuble: Chillán (Aculco) (MNHN, Coll. León Fairmaire) (Napp 1979a: 581, fig. 38).

Plantas-hospedeiras. Notophagus dombeyi, N. pumilio (Fagaceae) (Monné 2001).

Discussão. Semelhante a C. bicolor, principalmente aos exemplares que apresentam uma faixa transversal branco-amarelada na região mediana dos élitros. C. tricolor distingue-se: 1) metade basal dos élitros bicolor com o quarto basal azul-escuro-metálico e o antemediano, branco-amarelado; metade apical também bicolor, o quarto pós mediano igual ao quarto basal e o quarto apical, alaranjado; 2) tubérculo látero-mediano do protórax arredondado e bem projetado; 3) clavas dos meso- e metafêmures mais delgadas e não comprimidas lateralmente; a dos mesofêmures proporcionalmente mais larga e abrupta que a dos metafêmures. Em C. bicolor, os élitros têm, basicamente duas cores: toda a metade basal é azul-escura e a apical, alaranjada, essas duas cores separadas por faixa branco-amarelada estreita e pós-mediana; o tubérculo látero-mediano do protórax é pouco projetado e as clavas dos meso- e metafêmures são fortemente abruptas, comprimidas lateralmente e semelhantes entre si.

Distribuição. CHILE: Talca, Linares, Cunco, Curacautin, Liucura, Ñuble. ARGENTINA: Neuquén (Napp 1979a; Monné 2005).

Material examinado. CHILE. Cunco: El Caigual, 1 F, X-XI.1956, L. Peña col. Curacautin: 1 F. Linares: Fundo Malcho (Cord. Parral), 1 M. Talca: Altos de Vilches (1600 m) 1 F, XII.1976; Ñuble: Las Trancas, 1 F, XII.1976. ARGENTINA. Neuquén: San Martín de los Andes (Lago Currhue Chico), 1 M, I.1966. Todos no DZUP.

Chariergus White, 1855

Chariergus White, 1855: 216; Monné, 2005: 122 (cat.).

Espécie-tipo: Cerambyx tabidus Klug, 1825, designação de Thomson, 1864.

Napp & Reynaud (1999) revisaram o gênero, ocasião em que propuseram o gênero Allopeba Napp & Reynaud, 1999 para incluir Chariergus signaticornis Lucas,1857, C. quadripunctatus Lucas, 1857 e C. paranaensis Napp & Reynaud, 1998.

Macho. Cabeça projetada em rostro curto à frente dos olhos. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula subigual ao dobro do diâmetro do alvéolo. Genas com comprimento subigual à metade da largura do lobo ocular inferior. Lobos oculares inferiores bem desenvolvidos, salientes, ocupam quase toda a região lateral da cabeça; ligação entre os lobos com cinco fileiras de omatídios, pouco mais estreita que um lobo superior; lobos superiores com 7-8 fileiras de omatídios. Mandíbulas delgadas, não angulosas no terço apical; margem interna sem dentes. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais os mais longos, triangulares.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em três a quatro artículos. Escapo com cerca da metade do comprimento do antenômero III. Este cerca de um terço mais longo que o IV que é pouco mais curto que o V; VI-X decrescentes; XI cerca de um terço mais curto que o III.

Protórax mais longo que largo; lados subtuberculados a quase inermes, gradualmente alargados para trás, a maior largura após o meio. Pronoto sem gibosidades. Mesosterno e mesepisternos intumescidos.

Élitros estreitos e alongados, na base pouco mais largos que o protórax; cada élitro com duas costas dorsais pouco manifestas. Ápices truncados, ligeiramente oblíquos para a sutura.

Pernas longas e delgadas, as posteriores mais longas que o dobro do comprimento das anteriores. Fêmures pouco e gradualmente engrossados para os ápices; metafêmures ultrapassam o ápice elitral por até metade de seu comprimento. Metatarsômero I cerca de um terço mais longo que os dois seguintes somados, o III com lobos laterais estreitos.

Urosternito VI parcialmente visível; V-VI ligeiramente sinuosos no ápice.

Fêmea. Semelhante ao macho. Antenas ultrapassam o ápice dos élitros em dois a três artículos; antenômero XI com metade do comprimento do III. Metafêmures ultrapassam ápice elitral em 1/5 de seu comprimento.

Discussão. Distingue-se dos demais gêneros da tribo pelos caracteres mencionados na chave. No aspecto geral, Chariergus apresenta algumas semelhanças com Mimochariergus Zajciw, 1960 (Compsocerini). Neste gênero, entretanto, os processos intercoxais são largos, o do mesosterno mais largo que uma mesocoxa, os fêmures são clavados, os posteriores pouco alongados e as fêmeas não apresentam escova pigidial.

Chariergus tabidus (Klug, 1825)

(Fig. 33)

Cerambyx tabidus Klug, 1825: 461, pr. 43, fig. 4.

Chariergus tabidus; White, 1855: 216; Monné, 2005: 123 (cat.).

Macho. Cabeça, protórax, escutelo, mesosterno e coxas alaranjados, as metacoxas até acastanhadas. Antenas, pernas, metasterno e urosternitos castanhos a castanho-avermelhados. Élitros amarelados.

Cabeça fina e densamente pontuada, com pubescência amarelada aparente. Escapo com pontuação fina, densa e pubescência castanho-amarelada; antenômeros III-XI muito fina e densamente pontuados, a pubescência mais densa para os distais, com raras cerdas castanhas na face inferior dos III-IV. Pronoto fina, rasa e densamente pontuado-corrugado; pubescência alaranjada, densa. Lados do protórax microcorrugados com pubescência esparsa. Prosterno subglabro, brilhante. Metasterno, exceto no disco, fracamente microcorrugado com pubescência esbranquiçada. Élitros com pontos grossos, profundos e densos nos dois terços anteriores; no terço apical mais finos e rasos; pubescência amarelada, esparsa. Cada élitro com duas costas irregulares: uma dorsal, da base até o terço apical e outra, próxima da sutura, pouco manifesta. Fêmures com pontuação fina, densa, um pouco áspera, e cerdas castanhas densas. Metafêmures ultrapassam o ápice elitral por aproximadamente um terço de seu comprimento. Urosternitos com pontuação fina, rasa e corrugada; pubescência esbranquiçada densa, moderadamente longa, contrastante com o tegumento escuro.

Fêmea. Semelhante ao macho. Antenas ultrapassam o ápice elitral em 2,5 artículos. Metafêmures ultrapassam pouco o ápice elitral. Lados do protórax fina e densamente pontuados e pubescentes.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total: 8,2-10,2/9,2-10,8; comprimento do protórax, 1,7-2,2/1,8-2,2; largura do protórax, 1,2-1,7/1,5-1,7; comprimento do élitro, 6,0-7,2/6,7-7,8; largura umeral, 1,4-1,8/1,6-1,8.

Material-tipo. Não examinado. Holótipo procedente do Brasil e depositado no ZMHB (Monné 2005). Klug (1825:461), aparentemente, descreveu a espécie com base em único exemplar, sem informar o sexo e sem fornecer maiores detalhes sobre procedência.

Plantas hospedeiras. Acacia decurrens (Mimosaceae), Blepharistema tweediei (Myrtaceae) (Monné 2001).

Distribuição. BRASIL: Goiás, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. ARGENTINA: Corrientes, Entre Ríos. URUGUAI. (Napp & Reynaud 1999; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Minas Gerais: Santa Bárbara (Serra do Caraça, 800 m), 2 M, 4 F. Espírito Santo: Baixo Guandu, 1 M, 2 F; Santa Teresa, 2 F. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (Corcovado) 14 M, 14 F. São Paulo: São José do Barreiro (Serra da Bocaina, 1650 m) 1 M, 1 F. Paraná: Antonina, 1 M, 1 F; Curitiba 2 F; Morretes, 1 M, 2 F; Piraquara, 1 M; Ponta Grossa, 2 M, 5 F; Telêmaco Borba, 1 F. Santa Catarina: São Bento do Sul, 2 F. Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 1 M. Todos no DZUP.

Chariergus caeruleus Napp & Reynaud, 1998

(Fig. 34)

Chariergus caeruleus Napp & Reynaud, 1998: 155, 157, fig. 1; Monné, 2005: 122 (cat.).

Muito semelhante a C. tabidus, difere:

Élitros com colorido azul-metálico, freqüentemente com estreita faixa alaranjada na base. Antenas e pernas negras a castanho-avermelhadas. Metasterno, metacoxas e urosternitos negros a castanhos. Protórax subinerme nos lados. Élitros muito alongados e estreitos; com pontos profundos, subcontíguos a corrugados em toda a superfície e pubescência castanho-avermelhada; extremidades obliquamente truncadas a ligeiramente emarginadas. Fêmures com pontuação fina e rasa, mais densa nos mesofêmures, e cerdas castanhas, densas e deitadas. Metafêmures, nos machos, ultrapassam o ápice elitral por quase metade de seu comprimento. Metasterno com pubescência esparsa. Urosternitos com pontuação fina, rasa e corrugada; pubescência esbranquiçada curta, pouco aparente.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 6,8-9,0/6,2-10,0; comprimento do protórax, 1,3-1,8/1,3-2,0; largura do protórax, 1,1-1,4/1,0-1,5; comprimento do élitro, 5,0-6,5/4,5-7,3; largura umeral, 1,2-1,5/1,3-1,7.

Material-tipo. Holótipo macho, BRASIL, Minas Gerais: Pedra Azul, XI.1972, Seabra & Oliveira col. (MNRJ). Parátipos. Bahia: Encruzilhada (Motel da Divisa, Estrada Rio-Bahia, km 960, 960 m), 1 F, XI.1972, Seabra & Roppa leg. (MNRJ). Minas Gerais: Águas Vermelhas, 1 M, XI.1970, F.M. Oliveira leg. (MNRJ); Pedra Azul, 5 M, 1 F, XII.1970, F.M. Oliveira leg., 1 M, XII.1970, 4 M, 3 F, X.1972, 20 M, 16 F, XI.1972, Seabra & Oliveira leg. (MNRJ), 10 M, 8 F, XII.1972, Seabra & Oliveira leg. (DZUP), 3 M, 3 F, XI.1972, Seabra & Oliveira leg. (MZSP). Espírito Santo: Colatina, 1 M, III.1972, F.M. Oliveira leg. (MNRJ); Linhares, 1 M, 4.XII.1971, A. C. Domingos leg. (DZUP). Examinados: 11 parátipos macho e 8 parátipos fêmea (DZUP).

Distribuição. Registrada apenas para os Estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, no leste do Brasil.

Allopeba Napp & Reynaud, 1999

Allopeba Napp & Reynaud, 1999: 290; Monné, 2005: 121 (cat.).

Espécie-tipo: Chariergus paranaensis Napp & Reynaud, 1998, designação original.

Macho. Cabeça pouco projetada à frente dos olhos. Fronte subvertical. Distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula cerca de um terço maior que o diâmetro do alvéolo. Genas com comprimento subigual a dois terços da largura do lobo ocular inferior. Lobos oculares inferiores moderadamente desenvolvidos; ligação entre os lobos subigual à metade da largura de um lobo superior. Mandíbulas delgadas, não angulosas no terço apical; margem interna com dente mediano. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais um pouco dilatados para o ápice, mais curtos que os dois precedentes somados.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em três artículos. Escapo cilíndrico, pouco e gradualmente alargado para o ápice, pouco mais longo que metade do antenômero III. Este cerca de um quarto mais longo que o IV que é pouco mais curto que o V; VIII tão longo quanto o III; XI cerca de um quarto mais curto que o III, levemente apendiculado ou não.

Protórax mais longo que largo, bituberculado nos lados, o tubérculo mediano mais projetado que o anterior; constrição anterior e projeção lateral à frente da constrição, manifestas. Pronoto com duas calosidades látero-basais pouco manifestas. Processo prosternal triangular, estreitado entre as procoxas. Processo mesosternal estreito, na maior largura com um terço da largura da mesocoxa; afilado para o ápice que alcança, aproximadamente, o meio das mesocoxas.

Élitros subparalelos até quase o ápice; extremidades arredondadas em conjunto.

Pernas posteriores 1,5 vezes mais longas que as anteriores. Fêmures gradualmente clavados, os posteriores ultrapassam o ápice elitral pelo ápice do fêmur. Metatarsômeros com cerca da metade do comprimento das metatíbias; metatarsômero I pouco mais curto que os II-III somados.

Urosternito VI parcialmente visível; o V sinuoso no ápice, o VI truncado-arredondado.

Fêmea. Antenas ultrapassam o ápice elitral em dois artículos; antenômero XI cerca de um terço mais curto que o III. Fêmures pouco robustos, os posteriores não atingem o ápice elitral.

Discussão. Allopeba é semelhante a Rierguscha Viana, 1970, do qual difere por: alvéolos antenais afastados da inserção das mandíbulas; genas paralelas e arredondadas no ápice; artículos apicais dos palpos algo dilatados para os ápices, mais curtos que os dois anteriores somados; fêmures gradualmente clavados; metatarsos tão longos quanto metade do comprimento da metatíbia; metatarsômero I quase tão longo quanto os dois seguintes somados e não intumescido; processo prosternal não laminar, alcança a margem posterior das procoxas; o mesosternal, na maior largura, com cerca de um terço da mesocoxa, afilado no ápice; escapo cilíndrico com dois terços do comprimento do antenômero III. Em Rierguscha os alvéolos antenais são próximos da inserção das mandíbulas, a fronte é curta e vertical e as genas são aguçadas e divergentes no ápice; os artículos apicais dos palpos são cilíndricos e mais longos que os dois precedentes somados; os fêmures são pedunculados e abruptamente clavados; os metatarsos têm cerca de um terço do comprimento das metatíbias; o metatarsômero I é intumescido e mais curto que os dois seguintes somados; o processo prosternal é laminar e reduzido e o mesosternal é quase tão largo quanto a metade de uma mesocoxa e tem ápice rombo.

Chave para espécies de Allopeba

1. Élitros unicolores, alaranjados; escutelo concolor com os élitros. Meso- e metasterno com pubescência branco-sedosa densa e alongada (Fig. 35). Brasil (Goiás, Minas Gerais ao Rio Grande do Sul), Argentina ................................... ............................ ..................................... A. signaticornis (Lucas, 1857) Cada élitro com duas faixas transversais ou manchas negras, uma antemediana e outra após o meio. Escutelo preto a castanho. Meso- e metasterno com pubescência esparsa ........................................................................... 2 2(1). Pronoto e élitros fina e densamente pontuados e pubescentes, opacos. Protórax gradualmente expandido após a constrição anterior, esta moderadamente acentuada (Fig. 37). Brasil (Minas Gerais ao Rio Grande do Sul) ...................... .............................................................. A. quadripunctata (Lucas, 1857) Pronoto liso, brilhante; élitros brilhantes, com pontuação e pubescência esparsas. Protórax fortemente expandido após a constrição anterior que é bem acentuada (Fig. 36). Brasil (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) ........... ..................................................... A. paranaensis (Napp & Reynaud, 1998)

Allopeba signaticornis (Lucas, 1857)

(Fig. 35)

Chariergus (Oregostoma) signaticornis Lucas, 1857: 188, pr. 12, figs. 3, 3b.

Allopeba signaticornis; Napp & Reynaud, 1999: 281, 292, Figs. 44-55, 58-83; Monné, 2005: 121 (cat.).

Macho. Cabeça, protórax, escutelo e élitros alaranjados, concolores ou os élitros pouco mais claros. Antenas, pernas, processo prosternal, mesosterno, metasterno e urosternitos desde negros até alaranjados; antenômeros IX-X branco-amarelados.

Fronte e vértice fina e densamente pontuados com pubescência avermelhada densa; genas lisas, subglabras. Escapo com pontuação fina e pubescência castanho-avermelhada, esparsas. Antenômeros III-XI fina e densamente pontuados, a pubescência gradualmente adensada para os distais, com cerdas alongadas na face ventral dos III-VI; IX-X com densa pubescência branco-amarelada. Protórax gradualmente expandido após a constrição anterior, esta moderadamente marcada. Pronoto muito fina e densamente pontuado, com pubescência avermelhada densa. Lados do protórax com pontuação e pubescência esparsas. Prosterno com pubescência esbranquiçada curta e esparsa; processo prosternal com densa pubescência branco-sedosa. Mesosterno, metasterno e urosternitos com pubescência branca, sedosa e densa, moderadamente longa. Escutelo finamente pontuado com pilosidade vermelho-alaranjada. Élitros opacos, fina, densa e uniformemente pontuados; pubescência avermelhada densa, sem cerdas eretas. Fêmures com pontuação fina e esparsa; pubescência e pilosidade castanhas, esparsas.

Fêmea. Semelhante ao macho.

Dimensões, em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 8,5-11,8/8,3-12,7; comprimento do protórax, 1,7-2,3/1,6-2,5; largura do protórax, 1,3-1,8/1,3-2,2; comprimento do élitro, 6,2-8,3/5,3-9,3; largura umeral, 1,8-2,3/1,8-2,7.

Material-tipo. Holótipo macho, não examinado, procedente de Minas Gerais, 1843-1847, F. de Castelnau col. (MNHN) (Lucas 1857: 188, pr. 12, figs. 3, 3b).

Discussão. Distingue-se das outras espécies do gênero pelos élitros unicolores, sem faixas ou manchas negras e pelo escutelo alaranjado, concolor com os élitros.

Distribuição. BRASIL: Goiás, Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. ARGENTINA: Misiones (Napp & Reynaud 1999; Monné 2005).

Material-examinado. BRASIL. Minas Gerais: Passa Quatro (Fazenda dos Campos), 1 F. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1 M, 1 F. São Paulo: São José do Barreiro (Serra da Bocaina, 1650 m), 2 M, 4 F. Paraná: Colombo, 1 F; Curitiba, 1 F; Guarapuava, 7 M, 4 F; Piraquara, 1 F; Ponta Grossa, 2 F; Telêmaco Borba, 14 M, 8 F. Santa Catarina: Mafra, 1 M, 2 F; Rio Negrinho, 3 F; São Bento do Sul (Rio Vermelho), 4 F. Todos no DZUP.

Allopeba quadripunctata (Lucas, 1857)

(Fig. 37)

Chariergus quadripunctatus Lucas, 1857: 188, pr. 12, figs. 4, 4a.

Allopeba quadripunctata; Napp & Reynaud, 1999: 281, 297, figs. 57, 100; Monné, 2005: 121 (cat.).

Muito semelhante a A. signaticornis, difere:

Protórax menos dilatado após a constrição anterior, o tubérculo antemediano pouco manifesto. Élitros amarelo-alaranjados, mais claros que o protórax; cada élitro com duas faixas negras, transversas, estreitas, da sutura até a margem externa, uma antemediana e outra no terço posterior. Escutelo negro com pilosidade castanha. Mesosterno, metasterno e urosternitos com pubescência esbranquiçada esparsa.

Dimensões em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 10,2-12,7/11,3-13,0; comprimento do protórax, 2,0-2,5/2,2-2,4; largura do protórax, 1,7-2,2/1,8-2,0; comprimento do élitro, 7,5-9,0/8,3-9,3; largura umeral, 2,1-2,5/2,3-2,8.

Material-tipo. Holótipo macho, não examinado, procedente de Minas Gerais, 1843-1847, F. de Castelnau col. (MNHN) (Lucas 1857: 188, pr. XII, fig. 4).

Distribuição. Registrada apenas para os Estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina (Napp & Reynaud 1999; Monné 2005).

Material examinado. BRASIL. Paraná: São José dos Pinhais, 2 M, 1 F. Santa Catarina: São Bento do Sul, 1 F. Todos no DZUP.

Allopeba paranaensis (Napp & Reynaud, 1998)

(Fig. 36)

Chariergus paranaensis Napp & Reynaud, 1998: 156, 157, fig. 2.

Allopeba paranaensis; Napp & Reynaud, 1999: 297, figs. 56, 101; Monné, 2005: 121 (cat).

Muito semelhante a A. quadripunctata, difere:

Cabeça e pronoto quase lisos, subglabros, brilhantes. Protórax fortemente constrito à frente, abruptamente dilatado após a constrição anterior, depois pouco mais alargado para o meio. Élitros brilhantes, com pontuação e pubescência esparsas; áreas negras ou castanhas formam faixas irregulares, as anteriores até em forma de máculas arredondadas. Escutelo densamente revestido por pubescência branco-sedosa contrastante com o tegumento escuro. Urosternitos com pubescência branco-sedosa, moderadamente longa e densa. Fêmures com pontuação fina, esparsa e pubescência branco-sedosa, esparsa.

Dimensões em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 10,8-11,5/10,7-11,8; comprimento do protórax, 2,0-2,2/2,0-2,2; largura do protórax, 1,7-2,0/1,7-1,8; comprimento do élitro, 7,7-8,2/8,0-8,5; largura umeral, 2,2-2,5/2,2-2,3.

Distribuição. Registrada apenas para o sul do Brasil, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Material-tipo. Holótipo macho e parátipo fêmea, BRASIL, Paraná: Quatro Barras (Pico do Paraná, 1700m), 22.I.1970, Laroca & Becker leg. (DZUP); parátipo fêmea de Santa Catarina: Serra Geral (28'02 49'35, 1700m) (DZUP); parátipo macho do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 1926, P. Buck leg. (MZSP). Examinados o holótipo e dois parátipos fêmea (DZUP).

Rierguscha Viana, 1970

Rierguscha Viana, 1970: 145; Monné, 2005: 131 (cat.).

Espécie-tipo. Rierguscha bicolor Viana, 1970, designação original.

Macho. Fronte curta e subvertical, a distância entre o alvéolo antenal e a inserção da mandíbula menor que o diâmetro do alvéolo. Genas com comprimento subigual a dois terços da largura do lobo ocular inferior, um pouco aguçadas e divergentes. Lobos oculares inferiores moderadamente desenvolvidos; ligação entre os lobos pouco mais estreita que o lobo superior. Mandíbulas algo robustas, angulosas no terço apical, aguçadas no ápice. Artículos apicais dos palpos maxilares e labiais cilíndricos, truncados no ápice, tão a mais longos que os dois artículos anteriores somados.

Antenas ultrapassam o ápice elitral em quatro artículos. Escapo robusto, tão longo quanto metade do comprimento do antenômero III. Este cerca de um quarto mais longo que o IV; V pouco mais longo que o IV e com quase o dobro do comprimento do escapo; VI-IX com comprimentos subiguais; XI cerca de um terço mais curto que o III.

Protórax subcilíndrico, moderadamente constrito na região anterior; tubérculos laterais pouco projetados, o mediano mais manifesto que o anterior. Pronoto com duas gibosidades látero-basais pouco manifestas. Processo prosternal curto, quase laminar entre as procoxas, o ápice alcança o meio das procoxas. Procoxas subcontíguas, salientes, um pouco cônicas. Processo mesosternal triangular, na maior largura com cerca da metade da largura da mesocoxa, arredondado no ápice. Mesocoxas globosas, salientes.

Élitros paralelos até quase os ápices, estes arredondados em conjunto.

Pernas posteriores quase duas vezes mais longas que as anteriores. Fêmures pedunculados e abruptamente clavados, a clava com metade do comprimento do fêmur; metafêmures ultrapassam o ápice elitral pela região apical do fêmur. Metatarsômeros mais curtos que um terço do comprimento das metatíbias; metatarsômero I algo intumescido, quase tão longo quanto os II-III somados.

Urosternito VI parcialmente visível; V-VI truncado-emarginados no ápice.

Fêmea. Não examinada. Segundo Viana (1970), é semelhante ao macho; as antenas ultrapassam o ápice elitral em três artículos e o urosternito V é truncado no ápice.

Discussão. Rierguscha assemelha-se a Allopeba e Chenoderus, diferindo pelos caracteres mencionados na chave. Compreende apenas três espécies com distribuição conhecida restrita à Bolívia e Argentina.

Chave para as espécies de Rierguscha

1. Élitros testáceos, sem brilho metálico (Fig. 38). Bolívia (Santa Cruz) ............... ................................................................ R. florida Napp & Martins, 2006 Élitros verde-metálicos ........................................................................ 2 2(1). Cabeça e escapo vermelhos. Antenômeros IX-XI branco-amarelados. Fêmures bicolores com o pedúnculo preto e a clava vermelha. Élitros brilhantes, com pubescência esparsa (Fig. 40) Bolívia, Argentina .......................................... ............................................................................. R. bicolor Viana, 1970 Cabeça, antenas e pernas castanhas. Élitros opacos, densamente pubescentes (Fig. 39) Argentina .......................................... R. viridipennis (Bruch, 1925)

Rierguscha florida Napp & Martins, 2006

(Fig. 38)

Rierguscha florida Napp & Martins, 2006: 249, fig. 4.

Macho. Tegumento negro a castanho-escuro, exceto: élitros testáceos; antenômeros VI-VIII castanhos e IX-XI branco-amarelados.

Cabeça brilhante, fina e densamente pontuada; pubescência inaparente. Antenas ultrapassam o ápice elitral em três a quatro artículos. Escapo com pontos finos, esparsos para o ápice e pilosidade castanha. Antenômeros III-V(VI) fina e densamente pontuados com pubescência castanha densa e cerdas na face inferior; VII-XI finamente pubescentes. Antenômero III com quase o dobro do comprimento do escapo e pouco mais longo que o XI; os demais com comprimentos subiguais; VIII-X decrescentes. Tubérculo látero- mediano do protórax pouco manifesto. Pronoto e lados do protórax opacos, muito fina e densamente pontuados com pilosidade castanha, pouco aparente; pronoto sem gibosidades. Prosterno brilhante, subglabro. Élitros opacos, com pontuação fina e rasa, quase inconspícua, e pubescência alaranjada, densa. Mesosterno, metasterno e urosternitos brilhantes, quase sem pontos, com pubescência esbranquiçada, contrastante com o tegumento escuro e mais aparente nas regiões laterais; disco dos urosternitos com pêlos longos, esbranquiçados e esparsos. Urosternito V truncado no ápice; região apical do VI visível, ápice discretamente sinuoso. Fêmures brilhantes, com pontuação fina e rasa, mais densa a corrugada no pedúnculo; pubescência castanha aparente. Metafêmures atingem o ápice elitral. Tíbias deprimidas, opacas, sem pubescência, com cerdas castanhas mais densas na face inferior. Metatarsômero I apenas mais curto que II + III.

Fêmea. Semelhante ao macho. Antenas ultrapassam o ápice elitral em 2,5 artículos; pilosidade bem mais abundante do que no macho; antenômero III pouco mais curto que o dobro do comprimento do escapo e cerca de um terço mais longo que o XI. Protórax com o tubérculo mediano e as constrições anterior e posterior mais manifestas e pouco projetado nos lados logo após a constrição anterior. Metafêmures alcançam o início da curvatura apical dos élitros.

Dimensões, em mm, macho/fêmea. Comprimento total, 8,7-14,8/12,0; comprimento do protórax, 1,7-2,7/2,1; largura do protórax, 1,2-2,2/1,7; comprimento do élitro, 6,3-10,5/8,7.

Material-tipo. Examinados: holótipo macho da Bolívia, Santa Cruz, Provincia Florida (5,5 km NE of Achira, 1800 m), 25.II.2004, sem dados de coletor ("Bicoquin area; Subtropical Forest; flying to fresh cut trees") (MZSP). Parátipos: fêmea, com os mesmos dados do holótipo (MZSP); macho, Santa Cruz, Achira (4-5 km N, Road to Amboro), 12-13.X.2000, Wappes & Dozier col. (ACMS); macho, Santa Cruz, Buena Vista (near Hotel Flora & Fauna (350 m), 21.XI.2003, Nearns, Morris & Wappes col. (DZUP).

Discussão. Rierguscha florida distingue-se de R. bicolor e de R. viridipennis, pelo colorido negro do corpo e dos apêndices e pelos élitros testáceos, sem brilho metálico. Em C. bicolor, cabeça, escapo, protórax e clava dos fêmures são vermelho-alaranjados e os élitros têm colorido verde-metálico. R. viridipennis também apresenta o corpo e apêndices castanhos, mas os élitros têm colorido verde-metálico, são microcorrugados e revestidos por pubescência branca, sedosa e muito densa que quase oblitera o tegumento, assim como o pronoto e os lados do protórax.

Rierguscha bicolor Viana, 1970

(Fig. 40)

Rierguscha bicolor Viana, 1970: 145, fig. 1; Monné, 2005: 131 (cat.).

Macho. Cabeça vermelha; protórax vermelho a acastanhado. Antenas negras, exceto: escapo vermelho, antenômeros IX-XI branco-amarelados. Pernas negras com as clavas dos fêmures vermelhas. Élitros brilhantes, com colorido verde-metálico. Escutelo vermelho. Mesosterno, metasterno e urosternitos castanhos a castanho-avermelhados.

Cabeça com pontuação fina e rasa, esparsa na fronte, a pubescência pouco aparente. Escapo com pontos irregulares mais densos na base e cerdas castanhas bem aparentes. Antenômeros III-V finamente pontuados com cerdas castanhas, densas, quase formam escova na face ventral dos III-IV; VI-XI finamente pubescentes; IX-XI com pubescência branco-amarelada. Pronoto fina e densamente pontuado, exceto em área centro-longitudinal na metade basal; pubescência amarelada conspícua. Lados do protórax com pontuação mais rasa e esparsa, a pubescência pouco aparente. Prosterno quase liso, subglabro. Mesosterno, metasterno e urosternitos com pontuação fina, rasa e esparsa; pubescência e pilosidade esbranquiçadas e esparsas. Escutelo revestido com pilosidade branco-amarelada. Élitros com pontos finos, pouco aparentes, regularmente distribuídos em toda a superfície; pubescência amarelo-esbranquiçada moderadamente densa, contrastante com o tegumento verde-metálico; cerdas ausentes. Fêmures com pontuação fina, rasa e muito esparsa e cerdas castanhas pouco aparentes.

Dimensões em mm, macho. Comprimento total. 12,7-13,7; comprimento do protórax, 2,3-2,5; largura do protórax, 1,8-2,0; comprimento do élitro, 9,3-9,5; largura umeral, 2,4-2,5.

Material-tipo. Espécie descrita com base em um casal proveniente de "Salta (Depto. Chicoana, Maray), Argentina" (Viana 1970: 152). Holótipo macho (MACN), examinado por meio de diapositivo; alótipo depositado no IMLA.

Material examinado. BOLÍVIA. Santa Cruz: Caballero (Laguna Verde) 2 M (MZSP).

Rierguscha viridipennis (Bruch, 1925)

(Fig. 39)

Chenoderus viridipennis Bruch, 1925: 209, fig. 11. Rierguscha viridipennis; Viana, 1970: 152, fig. 2; Monné, 2005: 131 (cat.).

Não examinada. A redescrição de Napp & Reynaud (1999) é reproduzida abaixo.

Macho. Tegumento castanho a castanho-avermelhado-escuro. Élitros opacos, com colorido verde-metálico-escuro.

Cabeça com pontuação fina, rasa, densa a corrugada; pubescência pouco aparente; fronte e genas opacas com pontuação e pubescência muito esparsas. Escapo com pontos grossos, algo corrugados, mais densos na base, e cerdas castanhas bem aparentes. Antenômeros III-V(VI) com cerdas castanhas densas, mais evidentes no III e na face ventral dos IV-V, a pubescência inaparente; VII-XI fina e densamente pubescentes. Pronoto e lados do protórax fina e densamente pontuado-corrugados, revestidos com densa pubescência esbranquiçada, sedosa, contrastante com o tegumento escuro. Prosterno como em R. bicolor. Regiões laterais do mesosterno, metasterno e urosternitos rasa e finamente corrugadas, com pubescência e pilosidade esbranquiçadas, moderadamente densas; cerdas esbranquiçadas, longas no disco do metasterno e dos urosternitos. Escutelo com densa pubescência branco-sedosa. Élitros opacos, revestidos por pubescência branco-sedosa, quase oblitera o tegumento; cerdas ausentes. Fêmures com pontos finos, rasos e esparsos e cerdas avermelhadas, decumbentes, moderadamente densas.

Fêmea. Antenas ulrapassam o ápice elitral em 1,5 a 2,0 artículos. Cabeça opaca, a pontuação quase inconspícua; genas lisas. Antenômero III o mais longo; V-VI com comprimentos subiguais, pouco mais longos que o IV; X-XI curtos, com cerca da metade do comprimento do III. Metafêmures não atingem o ápice elitral.

Dimensões em mm, macho/fêmea, respectivamente. Comprimento total, 9,0/10,8; comprimento do protórax, 1,9/2,0; largura do protórax, 1,5/1,7; comprimento do élitro, 6,6/7,9; largura umeral, 1,8/2,3.

Material-tipo. Bruch (1925: 210) baseou a descrição da espécie em 10 exemplares coletados por Pedro Joergensen em Andalgalá, Catamarca, Argentina. De acordo com Viana (1970: 152) o holótipo macho, alótipo e três parátipos machos estariam depositados no MACN, entretanto Bachmann & Di Iorio (2002: 84) registram para essa instituição apenas quatro síntipos.

Agradecimentos. A Albino M. Sakakibara (DZUP) pelas fotos que ilustram o trabalho.

REFERÊNCIAS

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Recebido em 06/02/2007; aceito em 10/04/2007

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  • 1
    Contribuição nº 1687 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      19 Out 2007
    • Data do Fascículo
      Set 2007

    Histórico

    • Aceito
      10 Abr 2007
    • Recebido
      06 Fev 2007
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