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Desafios da Enfermagem na CAPES: produtos altamente qualificados

EDITORIAL

Desafios da Enfermagem na CAPES: produtos altamente qualificados

Alacoque Lorenzini Erdmann

Doutora em Filosofia da Enfermagem. Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), PQ 1A/CNPq. Coordenadora da Área da Enfermagem na CAPES 2008-2010. Ex-Coordenadora Adjunta da Área da Enfermagem CAPES 2001-2007. Ex-representante da Área da Enfermagem e Coordenadora do CA-EF no CNPq 2004-2007

A Área da Enfermagem na CAPES mostra seu empenho na busca do crescimento, tanto em número de Programas ou expansão de Cursos, como na qualificação de seus principais produtos, os conhecimentos científicos ou tecnológicos avançados, publicados em periódicos de alto impacto e formação de recursos humanos altamente qualificados.

A Enfermagem no Brasil marca seu início com a formação de mestres na década de 1970 e de doutores na de 1980, consolidando-se gradativamente nas suas especificidades e diversidades, articulando e integrando conhecimentos com outros setores determinantes da vida e da saúde para um melhor cuidado ao cidadão, ser humano na sua complexidade.

Atualmente, conta com 32 Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Enfermagem no País, credenciados pela CAPES, dos quais 14 possuem o nível de doutorado, sendo que destes, 13 também o nível de mestrado acadêmico; 16 têm somente o mestrado acadêmico e outros dois, o mestrado profissional.

Para promover o avanço da Área como ciência e tecnologia, forma mestres e doutores em enfermagem, centrados em áreas de concentração, linhas de pesquisa e projetos de pesquisa viabilizados nos grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Pesquisa do CNPq. Neste processo de construção de competências investigativas, integram o ensino de graduação, as experiências práticas da profissão de enfermagem e de outras áreas, em diferentes cenários, contemplando a diversidade de conhecimentos e práticas.

Estas atividades vêm possibilitando avanços na qualificação dos graduandos, mestres e doutores da área como também melhoria qualitativa e quantitativa na produção de conhecimentos apoiados pelos órgãos de fomento. Para tanto, demandam bolsas de mestrado, doutorado, doutorado sanduíche e bolsas de iniciação científica para graduandos, auxílios para o estágio pós-doutoral e por outros auxílios.

A área da Enfermagem na CAPES mostra-se como uma área em consolidação, considerando o alcance da internacionalização pela visibilidade e inserção internacional, cuja especificidade de conhecimentos generalista ou em especialidades parece estar conformada em parte como biologicista e parte sociocrítica, humanista e política.

A Enfermagem é praticada por uma parcela de profissionais da área da saúde significativa em número, mostrando-se resolutiva e contributiva na atenção à saúde da população.

O objeto de trabalho do enfermeiro/da enfermagem, a definição de processos e produtos, e a delimitação da sua especificidade vêm avançando, mostrando a sua natureza como campo profissional mais abrangente e difuso, centrado em ações técnico-científicas de diferentes níveis de complexidade e de ações organizativas e relacionais peculiares e complexas, promovendo o ser/viver melhor e com melhor saúde.

A produção de conhecimentos avança apoiada pelo olhar da interdisciplinaridade, intersetorialidade e da complexidade, com ganhos ou retornos significativos para as necessidades sociais ou impactos internos, regionais, nacionais e internacional na medida em que cresce o número de publicações de alto impacto, absorvidas e incorporadas na prática, disponibilizadas em periódicos cada vez mais qualificados.

Reconhecemos as contradições existentes no pensar e fazer da profissão de enfermagem, sua relevância social, competências resolutivas, seus vazios de conhecimento e necessidade de geração de tecnologias com registro de patentes, a necessidade social de suas ações, dentre outros aspectos. É uma área "jovem" como ciência e tecnologia e com poucos programas de pós-graduação stricto sensu e um número elevado de cursos de graduação em relação à maior parte das demais áreas da saúde.

Sua autonomia vem sendo conquistada pelo incremento de políticas que fortalecem suas especificidades e incorporam novas ações de domínio próprio, mesmo convivendo historicamente com perdas de seus serviços/produtos por apropriação de outras profissões. A propriedade do que tem como competência/aptidão/potência, para fazer, vem sendo revitalizada por atitudes de um fazer profissional sempre responsável e mais seguro.

A Enfermagem Brasileira parece estar determinada na conquista da sua internacionalização, a começar das fortalezas regionais. Os esforços individuais e coletivos, regionais e nacionais, a determinação em alcançar metas, as estratégias que incrementam a construção de conhecimentos relevantes e inovadores, vêm sendo uma prática social desafiadora e já com ganhos significativos.

A trajetória da Revista da Escola de Enfermagem da USP (REEUSP) é o testemunho da evolução da ciência e tecnologia da Enfermagem Brasileira e referência de espaço para publicação dos melhores produtos dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem do Brasil, contribuindo, portanto, para um maior impacto da Área na sociedade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jul 2008
  • Data do Fascículo
    Jun 2008
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