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Espécies novas e chave para as espécies de Callia (Coleoptera, Cerambycidae)

New species and key to the species of Callia (Coleoptera, Cerambycidae)

Resumo

New species described: Callia marginata from Peru, C. punctata from Colombia, C. annulata from Ecuador, C. tristis from Bolivia, C. paraguaya from Paraguay; from Brazil: C. divisa and C. tomentosa (Mato Grosso), and C. lissonota (Rondônia). A key to the species of Callia is added.

Callia; Calliini; Neotropical; new species; key


Callia; Calliini; Neotropical; new species; key

ESPÉCIES NOVAS E CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CALLIA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE)

Maria Helena M. Galileo 1 1 . Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; Caixa Postal 1188; 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. , 3 1 . Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; Caixa Postal 1188; 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil.

Ubirajara R. Martins 2 1 . Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; Caixa Postal 1188; 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. ,3 1 . Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; Caixa Postal 1188; 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil.

ABSTRACT

NEW SPECIES AND KEY TO THE SPECIES OF CALLIA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE). New species described: Callia marginata from Peru, C. punctata from Colombia, C. annulata from Ecuador, C. tristis from Bolivia, C. paraguaya from Paraguay; from Brazil: C. divisa and C. tomentosa (Mato Grosso), and C. lissonota (Rondônia). A key to the species of Callia is added.

KEYWORDS. Callia, Calliini, Neotropical, new species, key.

INTRODUÇAO

O gênero Callia Audinet-Serville, 1835 reunia, até o momento, 25 espécies predominantemente sul-americanas (Monné, 1995). A primeira chave para as espécies de Callia ocorrentes no Brasil foi publicada por Zajciw (1958), que considerou o gênero com dois subgêneros: Callia s. str. com 16 espécies e Mimolaia Bates, 1885 com apenas uma (C. halticoides Bates, 1866).

Em 1991, Galileo & Martins publicaram uma revisão da tribo Calliini e chave provisória para as 24 espécies de Callia. O subgênero Mimolaia foi elevado à categoria de gênero (espécie-tipo, M. buckleyi Bates, 1885) e M. halticoides transferida para o gênero Callia. Galileo & Martins (1992) acrescentaram duas espécies ao gênero Callia e apresentaram modificações nos itens da chave publicada em Galileo & Martins (1991).

Recentemente, ao estudar material pertencente ao Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ) e do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (MCNZ), foram constatadas mais oito espécies novas de Callia, que são descritas a seguir, com chave atualizada para identificá-las. Além das siglas mencionadas, examinamos material do Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo (MZSP).

Callia marginata sp. nov.

(Fig. 1)


. Cabeça, protórax (menos friso basal do pronoto), procoxas, esternos mesotorácicos e fêmures (menos os ápices), avermelhados. Antenômeros I a VII, friso basal do pronoto, ápice dos fêmures, tíbias, tarsos e esternos metatorácicos, pretos. Antenômeros VIII a X brancos; antenômero XI com a metade basal branca e a apical preta. Élitros pretos com ligeiro reflexo acobreado. Urosternitos preto-avermelhados. Escapo subcilíndrico. Cabeça e pronoto com pubescência amarelada e esparsa. Pronoto pontuado e com setas pretas. Espinho lateral do protórax pequeno e aguçado, com ápice ligeiramente voltado para trás. Lados do metasterno com pontos grandes.

Dimensões em mm. Comprimento total, 5,5; comprimento do protórax, 1,0, maior largura , 1,5; comprimento do élitro, 4,0; largura umeral, 1,8.

Material-tipo. Holótipo , PERU, Loreto: (confluência dos rios Zumun e Yahuasyacu), I.1980, J. Becker col. (MNRJ).

Discussão. Callia marginata distingue-se das espécies que apresentam antenômeros apicais brancos (C. bicolor, C. albicornis, C. bella, C. lineatula) pelo pronoto e partes laterais do protórax pontuados. Pelo pronoto pontuado assemelha-se a C. punctata sp. nov. (fig. 2), mas difere pelos caracteres apresentados na chave e pelos élitros mais estreitos e proporcionalmente mais longos (fig. 1).

Callia punctata sp. nov.

(Fig. 2)

. Cabeça, antenômeros IX-XI, protórax, procoxas, esternos mesotorácicos e mesocoxas, avermelhados. Antenômeros I-VIII, fêmures, tíbias, tarsos, metasterno e urosternitos, pretos. Élitros pretos com leve brilho violáceo. Cabeça e protórax com pubescência amarelada entremeada por setas, abundantes e pretas. Escapo apenas engrossado para o ápice. Pronoto evidentemente pontuado. Espinho lateral do protórax desenvolvido (fig. 2). Metasterno liso.

Dimensões em mm. Comprimento total, 6,5; comprimento do protórax, 1,2; maior largura do protórax, 1,9; comprimento do élitro, 4,8; largura umeral, 2,4.

Material-tipo. Holótipo , COLÔMBIA, Magdalena: Aracataca, 2.VIII.1920, M. Hebard col. (MNRJ).

Discussão. Os antenômeros apicais em C. punctata (fig. 2) não são brancos e contrastantes como em C. bicolor, mas de coloração avermelhada e mais claros do que os antenômeros basais. Pela pontuação do pronoto assemelha-se a C. marginata (fig. 1) e difere pelos caracteres mencionados na chave.

Callia annulata sp. nov.

(Fig. 3)


(?). Cabeça preta. Antenas com escapo e pedicelo pretos; antenômeros III-VIII pretos com anel basal esbranquiçado; antenômeros IX-X brancos; antenômero XI branco com ápice preto. Protórax preto; centro do pronoto (fig. 3) com área triangular de tegumento alaranjado. Élitros castanho-escuros, fuliginosos, praticamente sem brilho metálico. Fêmures amarelados com ápice preto. Tíbias e tarsos pretos. Face ventral castanho-fuliginosa. Escapo cilíndrico, algo intumescido. Antenômeros discretamente engrossados. Espinho lateral do protórax pequeno, aguçado para o ápice, com a ponta voltada para cima. Pronoto pontuado; pubescência pronotal branco-amarelada sobre a área alaranjada. Élitros com pubescência moderadamente densa. Lados do metasterno com pontos pequenos e esparsos.

Dimensões em mm. Comprimento total, 6,0; comprimento do protórax, 1,3; maior largura, 1,5; comprimento do élitro, 4,1; largura umeral, 1,9.

Material-tipo. Holótipo ?, EQUADOR: Lumbaqui (500 m), IX.1977, L. Peña col. (MZSP).

Discussão. Callia annulata não pode ser confundida com C. argodi por apresentar os antenômeros III-VIII com anel basal de tegumento branco. Em C. argodi os antenômeros III-VIII são pretos. Segundo a descrição de Belon (1903), a mancha alaranjada no pronoto deve ser semelhante a de C. argodi.

Callia tristis sp. nov.

(Fig. 4)

. Cabeça, protórax, escutelo, élitros e face ventral, castanho-escuros com reflexo metálico. Antenômeros I-VIII pretos; IX e X brancos; XI branco com o quarto apical preto. Fêmures vermelho-alaranjados com o terço apical preto. Tíbias e tarsos pretos. Pubescência esbranquiçada recobre o meio da fronte e, no pronoto (cabeça voltada para a fonte luminosa), faixa transversal à frente do meio que emite um prolongamento central, em direção ao escutelo. Élitros com pubescência esbranquiçada densa, mais concentrada sobre o friso sutural. Pronoto e lados do protórax com pontuação evidente e densa. Espinho lateral do protórax aguçado com ápice voltado para trás. Lados do metasterno com alguns pontos grandes e esparsos.

Dimensões em mm. Comprimento total, 6,5; comprimento do protórax, 1,2; maior largura do protórax, 1,6; comprimento do élitro, 4,7; largura umeral, 2,1.

Material-tipo. Holótipo , BOLÍVIA, Sur Yungas: Chulumani, I.1948, Williner col., ex-coleção J. M. Bosq (MNRJ).

Discussão. Pelos antenômeros apicais brancos, tegumento elitral unicolor, antenômeros basais não-anelados de branco, protórax castanho-escuro e fêmures vermelho-alaranjados com extremidades escuras, C. tristis (fig. 4) assemelha-se a C. argodi. Difere pela coloração preta uniforme do pronoto; pela pubescência pronotal esbranquiçada e pela pubescência densa nos élitros. Em C. argodi o pronoto tem tegumento alaranjado na região central, a pubescência pronotal é amarelada no dorso e a dos élitros é esparsa.

Callia divisa sp. nov.

(Fig. 6)


. Cabeça, base dos antenômeros II a VII, protórax, metade basal dos élitros, escutelo, procoxas, mesosterno, mesocoxas, fêmures e base das tíbias, amarelo-alaranjados. Escapo, antenômeros II a VII (exceto anel basal), metade apical dos élitros, esternos metatorácicos, urosternitos, dois terços apicais das tíbias e tarsos, castanhos. Cabeça com pubescência esbranquiçada. Escapo subcilíndrico, esbelto. Antenômeros VIII a XI faltam. Tubérculo lateral do protórax longo. Pubescência do pronoto (cabeça voltada para a fonte luminosa) mais concentrada numa área transversal que envolve os espinhos laterais e prolonga-se até o escutelo. Élitros (fig. 6) revestidos por pubescência esbranquiçada e abundantes pêlos amarelados. Lados do metasterno lisos.

Dimensões em mm. Comprimento total, 5,7; comprimento do protórax, 1,5; maior largura, 1,0; comprimento do élitro, 4,2; largura umeral, 1,8.

Material-tipo. Holótipo , BRASIL, Mato Grosso: Sinop (12°31'S, 55°36'W; rodovia BR 116, km 500 a 600, 350 m), X.1976, Roppa & Alvarenga col. (MNRJ).

Discussão. O holótipo de C. divisa tem ambas as antenas quebradas no ápice do antenômero VII, o que não permite verificar se os antenômeros VIII a XI são anelados como os precedentes ou brancos. Por este motivo, C. divisa foi incluída na chave em duas alternativas (itens 5 e 18). Essa espécie caracteriza-se pelo padrão do colorido corporal. Nas outras espécies de Callia os élitros são amarelados na base ou em quase toda a superfície e azuis ou violáceos no restante. Difere de C. halticoides por não apresentar a margem posterior do tórax preta e pela cabeça, escutelo e metafêmures, alaranjados. Em C. halticoides a cabeça, o escutelo e os metafêmures são pretos e o tórax é ferrugíneo com a margem posterior preta.

Callia lissonota sp. nov.

(Fig. 5)

. Cabeça, protórax (fig. 5), procoxas, esternos mesotorácicos, mesocoxas e metade basal dos meso- e metafêmures, vermelho-alaranjados; antenas, metasterno, abdômen, pontas dos pro- e dos mesofêmures, metafêmures, tíbias e tarsos, pretos; élitros pretos com brilho azul-escuro metálico. Vértice e protórax lisos. Escapo subcilíndrico e delgado. Espinho lateral do protórax com ápice aguçado. Pronoto glabro. Escutelo com fina pubescência esbranquiçada. Sexto basal dos élitros, junto à sutura, com pubescência esbranquiçada. Variabilidade: em alguns exemplares os mesofêmures são pretos.

Dimensões em mm, respectivamente /. Comprimento total, 6,6-7,0/7,6; comprimento do protórax, 1,3-1,4/1,4, maior largura, 1,6-1,8/2,1; comprimento do élitro, 4,7-4,9/5,4; largura umeral, 2,2-2,3/2,4.

Material-tipo. Holótipo , BRASIL, Rondônia: Ouro Preto do Oeste, X.1983, O. Roppa, J. Becker & B. Silva col. (MNRJ). Parátipos com os mesmos dados do holótipo, , 4 (MNRJ); , (MZSP); , (MCNZ).

Discussão. Callia lissonota assemelha-se a C. chrysomelina, mas difere pelos caracteres mencionados na chave. Assemelha-se a C. comitessa que ocorre na Mata Atlântica do Espírito Santo até São Paulo e que tem a pubescência da cabeça e do pronoto amarelada e bem-visível. Em C. lissonota a cabeça e o pronoto são praticamente glabros.

Callia tomentosa sp. nov.

(Fig. 7)


. Cabeça, antenas, protórax (fig. 7), face ventral, pontas dos pro- e dos mesofêmures, metafêmures, tíbias e tarsos, pretos. Dois terços basais dos pro- e mesofêmures, avermelhados. Cabeça e antenas revestidas por pubescência esbranquiçada. Escapo subcilíndrico. Pronoto com densa pubescência branco-amarelada; quando a cabeça está voltada para a fonte luminosa, a pubescência no meio do pronoto está organizada numa área triangular . Élitros com densa pubescência esbranquiçada, mais concentrada sobre o friso sutural. Lados do metasterno praticamente lisos.

Dimensões em mm. Comprimento total, 6,3; comprimento do protórax, 1,2, maior largura, 1,6; comprimento do élitro, 4,4; largura umeral, 1,9.

Material-tipo. Holótipo , BRASIL, Mato Grosso: Diamantino (Alto Rio Arinos), X.1983, B. Silva col. (MNRJ).

Discussão. Callia tomentosa difere de C. azurea pelos caracteres mencionados na chave.

Calliaparaguaya sp. nov.

(Fig. 8)

. Cabeça, antenas, protórax, escutelo e face ventral, pretos com reflexos azul-metálicos; élitros preto-azulados com brilho metálico e ligeiro reflexo violáceo; pro- e mesofêmures alaranjados com o extremo apical escurecido; metafêmures, tíbias e tarsos, pretos. Escapo subcilíndrico, alongado e delgado. Espinho lateral do protórax (fig. 8) cônico e agudo. Pronoto com pontos esparsos. Élitros pontuados na base. Metasterno sem pontos.

Dimensões em mm. Comprimento total, 8,1; comprimento do protórax, 1,4, maior largura , 2,0; comprimento do élitro, 6,1; largura umeral, 2,5.

Material-tipo. Holótipo , PARAGUAI, Caazapá: P.(arque) N.(acional) Caaguazú, I.1991, G. Arriagada col. (MCNZ).

Discussão. Callia paraguaya, pelas antenas e protórax unicolores e escuros, assemelha-se a C. xanthomera e C. purpureipennis, que possuem todos os fêmures vermelho-alaranjados; em C. paraguaya os metafêmures são pretos. Distingue-se de C. xanthomera pelo pronoto azul-metálico e pelos élitros com reflexo mais azulado. Em C. xanthomera, o pronoto e os élitros têm reflexos violáceos.

Chave para as espécies de Callia

1. Antenas pretas com o antenômero IX branco (tegumento preto, base das epipleuras vermelho-alaranjada; espinho lateral do protórax desenvolvido com o ápice voltado para trás). Brasil (Pará)............................................C. simplex Galileo & Martins, 1991

Antenas pretas ou com os antenômeros apicais brancos............................................2

2(1). Antenômeros VII-XI ou IX-XI com tegumento branco (às vezes, o ápice do antenômero XI enegrecido em pequena extensão) (vide C. divisa sp. nov., fig. 6)............................................3

Antenômeros apicais com o mesmo colorido que os demais, em geral, pretos............................................17

3(2). Protórax inteiramente avermelhado ou amarelado com a margem posterior preta............................................4

Protórax com outras colorações............................................12

4(3). Escapo preto............................................5

Escapo avermelhado ou avermelhado com ápice preto............................................11

5(4). Élitros bicolores com a metade anterior alaranjada e a metade apical preta (fig. 6). Brasil (Mato Grosso)............................................C. divisa sp. nov.

Élitros com tegumento unicolor............................................6

6(5). Pubescência esbranquiçada dos élitros concentrada numa faixa transversal no nível do meio; (escutelo avermelhado). Equador............................................C. leucozanata Lane, 1973

Élitros com pubescência uniforme em toda a superfície............................................7

7(6). Extremo basal dos antenômeros III-VIII e antenômeros IX-XI branco-amarelados; (metafêmures pretos). Brasil (Amazonas). Não examinada.............................................C. halticoides Bates, 1866

Antenômeros basais não-anelados............................................8

8(7). Pronoto com pontos evidentes, especialmente nos lados............................................9

Pronoto quase liso com pontos setíferos pequenos e esparsos............................................10

9(8). Fêmures avermelhados com o ápice preto; escapo esbelto; antenômeros VIII-X brancos; espinho lateral do protórax reduzido, com ápice voltado para trás; (fig. 1). Peru............................................C. marginata sp. nov.

Fêmures pretos (fig. 2); escapo robusto e curto; antenômeros IX-X indistintamente mais claros; espinho lateral do protórax manifesto, com ápice não voltado para trás. Colômbia............................................C. punctata sp. nov.

10(8). Antenômeros IX-XI brancos; lados do protórax com espinho de ápice aguçado; lados do metasterno avermelhados; metafêmures avermelhados na base. Guiana Francesa............................................C. bicolor (Breuning, 1960)

Antenômeros VII-XI ou VIII-XI brancos; lados do protórax com tubérculo obtuso; metasterno preto; metafêmures pretos. Costa Rica, Panamá............................................C. albicornis Bates, 1885

11(4). Escapo inteiramente vermelho; antenômeros VI (exceto na base) a XI esbranquiçados; pubescência elitral uniforme; metasterno e metafêmures avermelhados. Equador............................................C. bella Galileo & Martins, 1992

Escapo avermelhado com o ápice preto; antenômeros VII (base exceto) a XI esbranquiçados; pubescência elitral concentrada num grande triângulo do escutelo ao terço apical; metasterno e metafêmures pretos. Brasil (Amazonas, Pará), Guiana Francesa............................................C. lineatula Lane, 1973

12(3). Élitros unicolores............................................13

Élitros bicolores............................................16

13(12). Antenômeros III a VII pretos com a base anelada de tegumento amarelado; (tegumento pronotal com grande mancha central amarelada); fig. 3. Equador............................................C. annulata sp. nov.

Antenômeros basais não anelados de amarelado............................................14

14(13). Antenômeros VIII-XI brancos; élitros violáceos; pernas escuras. Colômbia............................................C. gallegoi Galileo & Martins, 1991

Antenômeros IX-X brancos e XI branco com o extremo apical preto; élitros pretos; fêmures avermelhados ou amarelados com os ápices pretos............................................15

15(14). Pronoto preto com pubescência esbranquiçada no dorso; pubescência elitral oblitera quase inteiramente o tegumento, principalmente na metade apical; fig. 4. Bolívia............................................C. tristis sp. nov.

Pronoto preto com área central alaranjada e com pubescência amarelada no dorso; pubescência elitral esparsa visualizando-se a superfície brilhante, principalmente, na metade apical. Bolívia............................................C. argodi Belon, 1903

16(12). Base das tíbias amareladas (Belon, 1903:73). Brasil (Amazonas)............................................C. lycoides Bates, 1866

Tíbias pretas (Belon, 1903:73). Bolívia............................................C. boliviana Belon, 1903

17(2). Protórax vermelho ou amarelo-alaranjado............................................18

Protórax com outro colorido............................................23

18(17). Pedicelo e antenômeros III-VII anelados na base por tegumento amarelado (antenômeros VIII-XI faltam); tegumento elitral alaranjado na metade anterior e preto na metade posterior; fig. 5. Brasil (Mato Grosso)............................................C. divisa sp. nov.

Antenas pretas; tegumento elitral unicolor (exceto extremo basal)............................................19

19(18). Metasterno preto ou azul metálico............................................20

Metasterno vermelho. Peru............................................C. rubristerna Galileo & Martins, 1992

20(19). Pequenas dimensões (comprimento, 3,9-4,0 mm); fêmures pretos. Brasil (São Paulo)............................................C. batesi Blackwelder, 1946

Dimensões maiores (comprimento, 6,0-8,0 mm); pro- e mesofêmures avermelhados com o ápice preto............................................21

21(20). Pronoto com pubescência esparsa, amarelo-dourada. Brasil (Espírito Santo a São Paulo)............................................C. comitessa Melzer, 1930

Pronoto glabro ou com pubescência esparsa, esbranquiçada............................................22

22(21). Pronoto glabro; escapo preto muito raramente com a base avermelhada; lados dos élitros paralelos; fig. 6. Brasil (Rondônia)............................................C. lissonota sp. nov.

Pronoto com pubescência esparsa, esbranquiçada; escapo vermelho com ápice preto; lados dos élitros ligeiramente abaulados na metade posterior. Brasil (Amazonas e Pará)............................................C. chrysomelina Pascoe, 1859

23(17). Pronoto com áreas de pubescência densa no meio ou nos lados............................................24

Pronoto glabro ou com pubescência rala, uniformemente distribuída............................................26

24(23). Pubescência amarelada organizada em duas faixas largas, longitudinais, nos lados do pronoto; tegumento elitral bicolor. México (Veracruz)............................................C. ambigua Bates, 1885

Pubescência pronotal ocupa todo o disco ou concentrada numa faixa larga, central; tegumento elitral unicolor............................................25

25(24). Pronoto inteiramente pubescente; pubescência pronotal acinzentada; élitros sem reflexos metálicos; fig. 7. Brasil (Mato Grosso)............................................C. tomentosa sp. nov.

Pronoto com pubescência amarelo-dourada numa grande área triangular no centro; élitros com brilho violáceo-metálico. Brasil (Goiás, Bahia a Santa Catarina)............................................ C. azurea Audinet-Serville, 1835

26(23). Tegumento elitral bicolor............................................27

Tegumento elitral unicolor............................................29

27(26). Élitros com tegumento amarelado, exceto o quinto apical preto; protórax e face ventral com brilho verde-metálico. Brasil (Minas Gerais ao Rio Grande do Sul), Paraguai, Argentina e Uruguai............................................C. pulchra Melzer, 1930

Élitros com os úmeros e a base amarelados e o restante da superfície preta ou com brilho metálico; protórax e face ventral com brilho azul-metálico............................................28

28(27). Élitros com uma larga faixa basal, transversal, amarelada (Zajciw, 1958). Peru,Brasil (Amazonas, Pará, Goiás, Mato Grosso), Paraguai............................................C. fulvocincta Bates, 1866

Élitros, somente nos úmeros, com mancha triangular, amarelada (Zajciw, 1958). Brasil (Espírito Santo, Rio de Janeiro)............................................C. axillaris (Dalman, 1823)

29(26). Cabeça, protórax, escapo (exceto o ápice) e escutelo, amarelados; (tubérculos laterais do protórax grandes, obtusos; élitros violáceos (Bates, 1866). Brasil (Amazonas)............................................C. criocerina Bates, 1866

Cabeça, protórax, escapo e escutelo, azul- ou violáceo-metálicos............................................30

30(29). Fêmures pretos com leve reflexo azul-metálico; cabeça, protórax e élitros azul-metálicos. Brasil (Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais)............................................C. cyanea Melzer, 1931

Pro- e mesofêmures avermelhados; élitros violáceo-metálicos............................................31

31(30). Metafêmures pretos; protórax azul-metálico; fig. 8. Paraguai............................................C. paraguaya sp. nov.

Metafêmures vermelho-amarelados; protórax violáceo-metálico............................................32

32(31). Tíbias vermelho-amareladas com a mesma cor dos fêmures. Brasil (Espírito Santo ao Rio de Janeiro)............................................C. flavipes Zajciw, 1958

Tíbias escuras............................................33

33(32). Protórax obtusamente tuberculado nos lados; élitros com reflexo cúpreo (Zajciw, 1958). Brasil (Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul), Paraguai e Argentina............................................C. xanthomera Redtenbacher, 1867

Protórax inerme; élitros com reflexo purpúreo ( Zajciw, 1958). Brasil.............................................C. purpureipennis Gistel, 1848

Agradecimentos. Ao Dr. Miguel A. Monné (MNRJ) pelo empréstimo de material; à Rejane Rosa (MCNZ) pela execução dos desenhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Recebido em 17.07.2001; aceito em 17.02.2002

2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo; Caixa Postal 42594; 04299-970 São Paulo SP, Brasil.

3. Pesquisador CNPq.

  • Bates, H. W. 1866. Contributions to an insect fauna of the Amazon Valley. Ann. Mag. nat. Hist., London, (3)17:425-435.
  • Belon, P. M. 1903. Matériaux pour l'étude des longicornes de Bolivie. Revue Ent., Caen, 22:47-76.
  • Galileo, M. H. M. & Martins, U. R. 1991. Revisão da tribo Calliini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae). G. ital. Ent., Cremona, 5:243-262.
  • 1992. Cerambycidae (Coleoptera) of the Canadian Museum of Nature, Ottawa. II. Calliini (Lamiinae). Insecta Mundi, Gainesville, 6(3-4):135-140.
  • Monné, M. A. 1995. Catalogue of the Cerambycidae (Coleoptera) of the Western Hemisphere. Part XX. São Paulo, Sociedade Brasileira de Entomologia. 120 p.
  • Zajciw, D. 1958. Descrição de uma nova espécie de Callia Serville, 1835, com chave para determinação das espécies brasileiras (Col., Cerambycidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 8:55-58.
  • 1
    . Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; Caixa Postal 1188; 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Set 2002
    • Data do Fascículo
      Mar 2002

    Histórico

    • Aceito
      17 Fev 2002
    • Recebido
      17 Jul 2001
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