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Achado Incomum de Rara e Exuberante Xantomatose em Caso de Hiperlipidemia

Palavras-chave:
Hiperlipidemias; Dislipidemias; Xantomatose; Hipolipemiantes

Introdução

Hiperlipidemias podem aumentar a morbimortalidade. Foram classificadas por Fredrickson em fenótipos: I, IIa, IIb, III, IV e V.11. Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, Beam C, Birtcher KK, Blumenthal RS, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA Guideline on the Management of Blood Cholesterol: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2019;139(25):1082-143. doi: 10.1161/CIR.0000000000000625.
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55. Fredrickson DS, Lees RS. A System for Phenotyping Hyperlipoproteinemia. Circulation. 1965;31:321-7. doi: 10.1161/01.cir.31.3.321.
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Nas mistas, há hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia, fenótipos IIb e III, com colesterolemia e trigliceridemia de 250 a 300 mg/dL no fenótipo IIb, e 500 a 600 mg/dL ou mais, no III, respectivamente. É incomum o aparecimento de pancreatite em ambos, bem como xantomatose no IIb. Xantomas e complicações cardiovasculares são mais frequentes no fenótipo III.22. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
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,66. Hegele RA, Ginsberg HN, Chapman MJ, Nordestgaard BG, Kuivenhoven JA, Averna M, et al. The Polygenic Nature of Hypertriglyceridaemia: Implications for Definition, Diagnosis, and Management. Lancet Diabetes Endocrinol. 2014;2(8):655-66. doi: 10.1016/S2213-8587(13)70191-8.
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Apresentamos um caso de hiperlipidemia com relevantes alterações lipídicas, pancreatite e exuberante xantomatose.

Relato do Caso

Masculino, 48 anos de idade, natural de Manaus, comerciante, com histórico de pancreatite hemorrágica (2004), hipertensão arterial e diabetes tipo 2 desde 2006, retinopatia hipertensiva grau 3 e retinopatia diabética proliferativa grave. Negava tanto histórico familiar de doenças cardiovasculares ou dislipidemias quanto consanguinidade na família. Usava enalapril 10 mg/dia, dapagliflozina 5 mg/dia, metformina 1.000 mg/dia, gliclazida 120 mg/dia e insulina NPH 16UI/dia. Negava uso prévio de estatina, apenas fibrato irregularmente.

Assintomático e anictérico. Peso: 89 kg, altura: 172 cm, IMC: 30,1 kg/m2, pressão arterial: 120/90 mmHg, frequência cardíaca: 80 bpm. Pulmões limpos, bulhas rítmicas normofonéticas, sopro protossistólico em área aórtica 2/6+, sem sopros carotídeos. Pulsos distais regulares e sem alterações. Abdome globoso, com cicatriz xifoumbilical. Membros inferiores sem edema.

Destacava-se a presença de múltiplas e extensas lesões nodulares, indolores, em cotovelos, articulações metacarpofalângicas e interfalângicas bilateralmente, joelhos e tornozelos, compatíveis com xantomas tuberosos e tendinosos (Figura 1). Não apresentava xantoma estriado palmar.

Figura 1
Xantomatose prévia. A) Cotovelo direito. B) Cotovelo esquerdo. C) Segunda articulação metacarpofalângica esquerda. D) Terceira articulação interfalângica proximal direita. E) Joelho direito. ) Ambos os tendões de Aquiles. Fonte: imagens obtidas pelos autores durante consulta de rotina.

Foi realizada eletroforese de lipoproteínas: fração alfa 6,2%, beta e pré-beta 93,8%, compatível com fenótipo IIb.

Devido ao quadro da hiperlipidemia, optou-se pela introdução de atorvastatina 40, após 6 meses, 80 mg/dia e ciprofibrato 100 mg/dia, associados a modificações do estilo de vida e dietoterapia. Após essa terapêutica, houve regressão significativa das lesões xantomatosas (Figura 2) e da hiperlipidemia (Tabela 1).

Figura 2
Regressão dos xantomas. A e B) Articulações interfalângicas e metacarpofalângicas. C) Cotovelo direito. D. Região do tendão de Aquiles direito. Fonte: imagens obtidas pelos autores durante consulta de rotina.
Tabela 1
Exames laboratoriais

Discussão

Trata-se de achado incomum de xantomatose difusa em paciente com fenótipo IIb, que costuma migrar para IIa e IV na prática clínica.

Essa xantomatose é raramente vista no fenótipo IIb, principalmente a forma tuberosa em tendão de Aquiles, mais encontrada em hipercolesterolemia familiar (HF).77. Hopkins PN, Toth PP, Ballantyne CM, Rader DJ. Familial Hypercholesterolemias: Prevalence, Genetics, Diagnosis and Screening Recommendations from the National Lipid Association Expert Panel on Familial Hypercholesterolemia. J Clin Lipidol. 2011;5(3 Suppl):9-17. doi: 10.1016/j.jacl.2011.03.452.
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O ecocardiograma evidenciou calcificação da válvula aórtica, achado também em casos graves de HFou de elevação plasmática de lipoproteína(a) (Lp[a]).88. Kate GJRT, Bos S, Dedic A, Neefjes LA, Kurata A, Langendonk JG, et al. Increased Aortic Valve Calcification in Familial Hypercholesterolemia: Prevalence, Extent, and Associated Risk Factors. J Am Coll Cardiol. 2015;66(24):2687-95. doi: 10.1016/j.jacc.2015.09.087.
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,99. Mach F, Baigent C, Catapano AL, Koskinas KC, Casula M, Badimon L, et al. 2019 ESC/EAS Guidelines for the Management of Dyslipidaemias: Lipid Modification to Reduce Cardiovascular Risk. Eur Heart J. 2020;41(1):111-88. doi: 10.1093/eurheartj/ehz455.
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No entanto, uma resposta muito satisfatória à terapia com estatina, como ocorreu nesse caso, não seria comum na HF, principalmente na forma homozigótica.11. Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, Beam C, Birtcher KK, Blumenthal RS, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA Guideline on the Management of Blood Cholesterol: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2019;139(25):1082-143. doi: 10.1161/CIR.0000000000000625.
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,33. Santos RD, Gagliardi AC, Xavier HT, Casella A Filho, Araújo DB, Cesena FY, et al. First Brazilian Guidelines for Familial Hypercholesterolemia. Arq Bras Cardiol. 2012;99(2 Suppl 2):1-28. doi: 10.5935/abc.20120202.
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A hipertrigliceridemia acentuada indicaria fenótipo IV ou V; contudo, a eletroforese de lipoproteínas mostrou elevações das frações beta e pré-beta.66. Hegele RA, Ginsberg HN, Chapman MJ, Nordestgaard BG, Kuivenhoven JA, Averna M, et al. The Polygenic Nature of Hypertriglyceridaemia: Implications for Definition, Diagnosis, and Management. Lancet Diabetes Endocrinol. 2014;2(8):655-66. doi: 10.1016/S2213-8587(13)70191-8.
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Entretanto, hipertrigliceridemia >1.500 mg/dL com xantomas tuberosos e tendinosos seria compatível com dislipidemia mista.22. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
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,66. Hegele RA, Ginsberg HN, Chapman MJ, Nordestgaard BG, Kuivenhoven JA, Averna M, et al. The Polygenic Nature of Hypertriglyceridaemia: Implications for Definition, Diagnosis, and Management. Lancet Diabetes Endocrinol. 2014;2(8):655-66. doi: 10.1016/S2213-8587(13)70191-8.
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No fenótipo III, além de xantomatose tuberosa e eruptiva, haveria xantomatose palmar e doença aterosclerótica precoce.99. Mach F, Baigent C, Catapano AL, Koskinas KC, Casula M, Badimon L, et al. 2019 ESC/EAS Guidelines for the Management of Dyslipidaemias: Lipid Modification to Reduce Cardiovascular Risk. Eur Heart J. 2020;41(1):111-88. doi: 10.1093/eurheartj/ehz455.
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Ainda, as concentrações plasmáticas de colesterol e triglicérides seriam muito elevadas, mas quase similares. Entretanto, pelo fato de os distúrbios metabólicos terem contribuído para o agravamento do quadro clínico e os xantomas se assemelharem à xantomatose tuberoeruptiva, disbetalipoproteinemia (tipo III) associada a defeitos genéticos, como HF ou elevação de Lp(a), seria a hipótese apropriada a ser considerada.

Outras hipóteses excluídas seriam: xantomatose cerebrotendinosa – não há alterações neurológicas,1010. Keren Z, Falik-Zaccai TC. Cerebrotendinous Xanthomatosis (CTX): A Treatable Lipid Storage Disease. Pediatr Endocrinol Rev. 2009;7(1):6-11.,1111. Nie S, Chen G, Cao X, Zhang Y. Cerebrotendinous Xanthomatosis: A Comprehensive Review of Pathogenesis, Clinical Manifestations, Diagnosis, and Management. Orphanet J Rare Dis. 2014;9:179. doi: 10.1186/s13023-014-0179-4.
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e sitosterolemia, devido à resposta satisfatória com estatina,1212. Expert Panel on Integrated Guidelines for Cardiovascular Health and Risk Reduction in Children and Adolescents; National Heart, Lung, and Blood Institute. Expert Panel on Integrated Guidelines for Cardiovascular Health and Risk Reduction in Children and Adolescents: Summary Report. Pediatrics. 2011;128 (Suppl 5):213-56. doi: 10.1542/peds.2009-2107C.
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,1313. Yoo EG. Sitosterolemia: A Review and Update of Pathophysiology, Clinical Spectrum, Diagnosis, and Management. Ann Pediatr Endocrinol Metab. 2016;21(1):7-14. doi: 10.6065/apem.2016.21.1.7.
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embora pudesse ser excluída por genotipagem.

É relevante relatar a ocorrência de pancreatite aguda em 2004, com consequente diabetes, mais frequente no fenótipo I que no V.22. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
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,66. Hegele RA, Ginsberg HN, Chapman MJ, Nordestgaard BG, Kuivenhoven JA, Averna M, et al. The Polygenic Nature of Hypertriglyceridaemia: Implications for Definition, Diagnosis, and Management. Lancet Diabetes Endocrinol. 2014;2(8):655-66. doi: 10.1016/S2213-8587(13)70191-8.
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,1414. Scherer J, Singh VP, Pitchumoni CS, Yadav D. Issues in Hypertriglyceridemic Pancreatitis: An Update. J Clin Gastroenterol. 2014;48(3):195-203. doi: 10.1097/01.mcg.0000436438.60145.5a.
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Nesse caso, o diagnóstico de diabetes se deu após o relato de pancreatite, sugerindo hipertrigliceridemia relevante, por causa genética ou ambiental, pois o paciente não era totalmente aderente ao uso de fibrato.

Nem sempre o fenótipo das dislipidemias mostra-se claro, mesmo com exames complementares, dificultando o diagnóstico precoce e a conduta apropriada.1515. García-Giustiniani D, Stein R. Genetics of Dyslipidemia. Arq Bras Cardiol. 2016;106(5):434-8. doi: 10.5935/abc.20160074.
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A associação de estatina (alta potência) e ciprofibrato alcançou o objetivo esperado, haja vista os resultados laboratoriais e a cicatrização dos xantomas. Caso não fossem alcançadas as metas de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), a associação de estatina com inibidores de pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9 (PCSK9) ou ezetimiba seria uma opção, assim como ômega-3, em conjunto com fibrato, para redução da hipertrigliceridemia.22. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
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Como limitações, ressaltamos que, por indisponibilidade na instituição, não foram realizados: angiotomografia de coronárias, para melhor estratificar o risco cardiovascular,22. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A Neto, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
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,1616. Pearson TA, Mensah GA, Alexander RW, Anderson JL, Cannon RO 3rd, Criqui M, et al. Markers of Inflammation and Cardiovascular Disease: Application to Clinical and Public Health Practice: A Statement for Healthcare Professionals from the Centers for Disease Control and Prevention and the American Heart Association. Circulation. 2003;107(3):499-511. doi: 10.1161/01.cir.0000052939.59093.45.
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apesar de o paciente ser de alto risco,99. Mach F, Baigent C, Catapano AL, Koskinas KC, Casula M, Badimon L, et al. 2019 ESC/EAS Guidelines for the Management of Dyslipidaemias: Lipid Modification to Reduce Cardiovascular Risk. Eur Heart J. 2020;41(1):111-88. doi: 10.1093/eurheartj/ehz455.
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e testes genéticos, para avaliar possíveis mutações em lipase lipoproteica e apolipoproteína E. Apesar disso, a avaliação clínica e laboratorial, aliada à experiência do serviço, foi fundamental para o resultado satisfatório, evitando-se manifestação de desfecho aterosclerotíco ou de nova pancreatite. Embora cada vez mais presente, a genotipagem ainda não está amplamente disponível em muitos países e serviços.1717. Stein R, Ferrari F, Scolari F. Genetics, Dyslipidemia, and Cardiovascular Disease: New Insights. Curr Cardiol Rep. 2019;21(8):68. doi: 10.1007/s11886-019-1161-5.
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,1818. Berberich AJ, Hegele RA. The Role of Genetic Testing in Dyslipidaemia. Pathology. 2019;51(2):184-92. doi: 10.1016/j.pathol.2018.10.014.
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Conclusão

Mesmo com as dificuldades inerentes à investigação laboratorial, a expertise em detectar e tratar adequadamente caso raro e grave de dislipidemia foi fundamental para a melhora laboratorial e a prevenção de resultados clínicos potencialmente fatais.

  • Fontes de financiamento
    O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Vinculação acadêmica
    Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.
  • Aprovação ética e consentimento informado
    Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo sob o número de protocolo CAAE: 23019019.3.0000.5479. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Set 2021
  • Data do Fascículo
    Ago 2021

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2020
  • Revisado
    04 Fev 2021
  • Aceito
    24 Fev 2021
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