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Letalidade e complicações da cirurgia de revascularização miocárdica no Rio de Janeiro, de 1999 a 2003

Resumos

FUNDAMENTO: A cirurgia de revascularização do miocárdio (RVM) é um procedimento consolidado no tratamento das doenças isquêmicas do coração (DIC), requerendo constante avaliação. OBJETIVO: Avaliar a qualidade na RVM, através das características clínicas dos pacientes, taxas de letalidade até um ano após a alta hospitalar, causas básicas de morte e complicações pós-operatórias, em quatro hospitais públicos do Município do Rio de Janeiro, de 1999 a 2003. MÉTODOS: Foram selecionados aleatoriamente prontuários de pacientes submetidos à RVM. Informações sobre características clínicas, complicações e óbitos foram coletadas retrospectivamente dos prontuários e das declarações de óbitos. As taxas de letalidade foram estimadas nos períodos intra-hospitalar e até um ano pós-alta. RESULTADOS: As prevalências das características pré-operatórias foram: mulher: 31,9%, hipertensão arterial: 90,7%, dislipidemia: 67,4%, diabete: 37,2%, tabagismo: 22,9%, obesidade: 18,3%, doença pulmonar obstrutiva crônica: 8,2%, acidente vascular encefálico prévio: 5,8%, arteriopatia extracardíaca: 12,7%, elevação da creatinina: 4,1%, estado crítico pré-operatório: 3,7%, infarto agudo do miocárdio recente: 23,5%, angina instável: 40,8%, síndrome coronariana aguda: 50,0%, RVM prévia: 2,4%, disfunção ventricular esquerda: 27,3%, lesão de tronco da coronária esquerda: 3,9% e associada com lesão em outro sistema: 19,8%. As taxas de letalidade nos hospitais variaram de 7,0% a 14,3% no período intra-hospitalar e de 8,5% a 20,2% até um ano pós-alta. As DIC representaram as causas de mais de 80% dos óbitos. O grupo de complicações pós-operatórias mais frequente foi de hemorragia ou baixo débito pós-procedimento. Sessenta por cento dos óbitos apresentaram cinco ou mais complicações enquanto que 40% dos sobreviventes nenhuma. CONCLUSÃO: As taxas de letalidade e de complicações foram elevadas. Mesmo nos sobreviventes as complicações foram mais frequentes do que o esperado.

Letalidade; cirurgia torácica; revascularização miocárdica; Rio de Janeiro; Brasil


BACKGROUND: Coronary artery bypass grafting (CABG) is a consolidated procedure for the treatment of ischemic heart diseases (IHDs), which requires continuous assessment. OBJECTIVE: To assess the quality of CABG surgery by reviewing patients' clinical characteristics, mortality rates up to one year after hospital discharge, primary causes of death and postoperative complications, at four public hospitals in Rio de Janeiro from 1999 to 2003. METHODS: CABG patient charts were randomly selected. A retrospective review was conducted to collect data on clinical characteristics, complications and deaths from patient medical charts and statements of death (SDs). Mortality rates were estimated for the hospitalization period and for up to one year after hospital discharge. RESULTS: The prevalence of preoperative patient characteristics were: women: 31.9%; arterial hypertension: 90.7%; dyslipidemia: 67.4%; diabetes: 37.2%; current smoking status: 22.9%; obesity: 18.3%; chronic obstructive pulmonary disease: 8.2%; prior stroke: 5.8%; extracardiac artery disease: 12.7%; elevation of creatinine levels: 4.1%; critical preoperative status: 3.7%; recent acute myocardial infarction: 23.5%; unstable angina: 40.8%; acute coronary syndrome: 50.0%; prior CABG: 2.4%; left ventricular dysfunction: 27.3%; left main coronary artery lesion: 3.9%; and associated with lesion in another system: 19.8%. In-hospital mortality rates ranged from 7.0% to 14.3%, and up to one year after hospital discharge from 8.5% to 20.2%. Ischemic heart disease (IHD) accounted for more than 80% of the deaths, and the most frequent complications after surgery were hemorrhage or post-procedural low cardiac output. Sixty percent of the patients who died had five or more complications, whereas 40% of those who survived had none. CONCLUSION: Mortality and complication rates were high. Even among those patients who survived, complications were more frequent than expected.

Lethality; thoracic surgery; myocardial revascularization; Rio de Janeiro; Brazil


FUNDAMENTO: La cirugía de revascularización del miocardio (RVM) es un procedimiento consolidado en el tratamiento de las enfermedades isquémicas del corazón (EIC), requiriendo constante evaluación. OBJETIVO: Evaluar la calidad en la RVM, a través de las características clínicas de los pacientes, tasas de letalidad hasta un año tras el alta hospitalaria, causas básicas de muerte y complicaciones posoperatorias, en cuatro hospitales públicos del Municipio del Rio de Janeiro, de 1999 a 2003. MÉTODOS: Se seleccionaron aleatoriamente prontuarios de pacientes sometidos a RVM. Informaciones sobre características clínicas, complicaciones y óbitos se recolectaron retrospectivamente de los prontuarios y de las declaraciones de defunción. Las tasas de letalidad se estimaron en los períodos intrahospitalarios y hasta un año posalta. RESULTADOS: Las prevalencias de las características preoperatorias fueron: mujer: Un 31,9%, hipertensión arterial: un 90,7%, dislipidemia: un 67,4%, diabetes: un 37,2%, aquismo: un 22,9%, obesidad: un 18,3%, enfermedad pulmonar obstructiva crónica: un 8,2%, accidente vascular encefálico previo: un 5,8%, arteriopatía extracardíaca: un 12,7%, elevación de la creatinina: un 4,1%, estado crítico preoperatorio: un 3,7%, infarto agudo de miocardio reciente: un 23,5%, angina inestable: un 40,8%, síndrome coronario agudo: el 50%, RVM previa: un 2,4%, disfunción ventricular izquierda: un 27,3%, lesión de tronco da coronaria izquierda: un 3,9% y asociada con lesión en otro sistema: un 19,8%. Las tasas de letalidad en los hospitales variaron del 7% a un 14,3% en el período intrahospitalario y de un 8,5% a un 20,2% hasta un año pos la dada de alta. Las EIC representaron las causas de más del 80% de los óbitos. El grupo de complicaciones posoperatorias más frecuente fue de hemorragia o bajo débito posprocedimiento. Sesenta por ciento de las muertes presentaron cinco o más complicaciones mientras que el 40% de los supervivientes presentaron ninguna. CONCLUSIÓN: Las tasas de letalidad y de complicaciones se elevaron. Aun en los supervivientes las complicaciones fueron más frecuentes que lo esperado.

Letalidad; cirugía torácica; revascularización miocárdica; Rio de Janeiro; Brasil


ARTIGOS ORIGINAIS

CIRURGIA CARDÍACA - ADULTOS

Letalidade e complicações da cirurgia de revascularização miocárdica no Rio de Janeiro, de 1999 a 2003

Thaís Mendonça Lips de OliveiraI; Gláucia Maria Moraes de OliveiraI; Carlos Henrique KleinII; Nelson Albuquerque de Souza e SilvaI; Paulo Henrique GodoyI

IUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

IIFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Correspondência Correspondência: Thaís Mendonça Lips de Oliveira Av. Ataulfo de Paiva, 944/204 - Leblon 22440-035 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil E-mail: thaislips@cardiol.br, thaislips@gmail.com

RESUMO

FUNDAMENTO: A cirurgia de revascularização do miocárdio (RVM) é um procedimento consolidado no tratamento das doenças isquêmicas do coração (DIC), requerendo constante avaliação.

OBJETIVO: Avaliar a qualidade na RVM, através das características clínicas dos pacientes, taxas de letalidade até um ano após a alta hospitalar, causas básicas de morte e complicações pós-operatórias, em quatro hospitais públicos do Município do Rio de Janeiro, de 1999 a 2003.

MÉTODOS: Foram selecionados aleatoriamente prontuários de pacientes submetidos à RVM. Informações sobre características clínicas, complicações e óbitos foram coletadas retrospectivamente dos prontuários e das declarações de óbitos. As taxas de letalidade foram estimadas nos períodos intra-hospitalar e até um ano pós-alta.

RESULTADOS: As prevalências das características pré-operatórias foram: mulher: 31,9%, hipertensão arterial: 90,7%, dislipidemia: 67,4%, diabete: 37,2%, tabagismo: 22,9%, obesidade: 18,3%, doença pulmonar obstrutiva crônica: 8,2%, acidente vascular encefálico prévio: 5,8%, arteriopatia extracardíaca: 12,7%, elevação da creatinina: 4,1%, estado crítico pré-operatório: 3,7%, infarto agudo do miocárdio recente: 23,5%, angina instável: 40,8%, síndrome coronariana aguda: 50,0%, RVM prévia: 2,4%, disfunção ventricular esquerda: 27,3%, lesão de tronco da coronária esquerda: 3,9% e associada com lesão em outro sistema: 19,8%. As taxas de letalidade nos hospitais variaram de 7,0% a 14,3% no período intra-hospitalar e de 8,5% a 20,2% até um ano pós-alta. As DIC representaram as causas de mais de 80% dos óbitos. O grupo de complicações pós-operatórias mais frequente foi de hemorragia ou baixo débito pós-procedimento. Sessenta por cento dos óbitos apresentaram cinco ou mais complicações enquanto que 40% dos sobreviventes nenhuma.

CONCLUSÃO: As taxas de letalidade e de complicações foram elevadas. Mesmo nos sobreviventes as complicações foram mais frequentes do que o esperado.

Palavras-chave: Letalidade, cirurgia torácica, revascularização miocárdica/mortalidade, Rio de Janeiro, Brasil.

Introdução

A revascularização cirúrgica do miocárdio (RVM) foi introduzida como tratamento da doença isquêmica aterotrombótica coronariana há mais de 40 anos1. No entanto, em face da constante evolução tecnológica desse procedimento e das mudanças no tratamento clínico da doença, há necessidade de contínua avaliação dos resultados, pela observação e análise crítica da utilização na prática clínica.

De acordo com informações obtidas das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), o Sistema Único de Saúde (SUS) pagou, no Estado do Rio de Janeiro (ERJ), no período de 1999 a 2003, 5.344 RVM sem troca valvar, das quais 53,9% estavam relacionadas ao diagnóstico de doenças isquêmicas do coração (DIC) agudas; 41,5%, a DIC crônicas; e 4,6%, a outros diagnósticos sem menção à presença de DIC2. A letalidade intra-hospitalar nas RVM foi de 7,8%, com redução de 9,2% para 5,7% do início ao fim do período, observando-se variação de 1,9% a 11,2% entre os hospitais do ERJ3. Essa variação de resultados ao longo do tempo e entre os hospitais acusa a necessidade de analisar os fatores que podem estar relacionados.

As complicações pós-operatórias comprometem o sucesso da RVM. Estudo sobre complicações após a RVM evidenciou, pelo menos uma complicação em 73% dos pacientes octogenários e em 41% no total dos 269 pacientes estudados4, sendo as mais frequentes fibrilação atrial, disfunção renal aguda, sangramento torácico, necessidade de hemotransfusão e infecções nosocomiais.

Já relatamos a qualidade na RVM quanto ao processo, analisando a abrangência de informação dos prontuários5. A qualidade quanto à performance do procedimento é foco deste estudo, utilizando-se como indicadores as taxas de letalidade e de complicações pós-operatórias.

Este estudo tem por objetivo avaliar a qualidade na RVM, de 1999 a 2003, em quatro hospitais públicos do Município do Rio de Janeiro (MRJ), por meio da análise das características clínicas iniciais dos pacientes, das taxas de letalidade até um ano após a alta hospitalar, as causas básicas de morte, as complicações pós-operatórias e a associação entre essas duas últimas.

Métodos

As informações sobre RVM, realizadas de janeiro de 1999 a dezembro de 2003, foram provenientes dos prontuários e das AIH de quatro hospitais públicos do MRJ, dois de ensino, um federal (A) e um estadual (B), e dois de referência em cardiologia, um federal (C) e um estadual (D).

Em cada um desses hospitais, foram feitas seleções das RVM registradas nas AIH. Foram excluídas cirurgias com troca valvar. Foi incluída apenas a última RVM realizada em cada paciente no período, de modo que cada paciente foi selecionado apenas uma vez5.

Decidiram-se fazer observações em amostras de prontuários, selecionadas ao acaso e formadas por óbitos e sobreviventes, totalizando 150 prontuários em cada hospital. Todos os óbitos foram incluídos nas amostras por hospital, com exceção daqueles ocorridos no hospital B, em que foi feita seleção casual de 75 óbitos, para a equiparação aos 75 casos da amostra de sobreviventes. As seleções das amostras aleatórias, de óbitos e sobreviventes, foram feitas com a rotina sample do software Stata6.

A coleta de informações foi feita retrospectivamente, em 2006, por pesquisadores treinados, médicos cardiologistas. Da ficha de coleta de dados5, foram selecionados para análise grupos de variáveis relacionados com fatores pré-operatórios, descritos no Quadro 1 e complicações pós-operatórias, descritas no Quadro 27. Cada variável foi considerada presente desde que anotada nos prontuários, sem qualquer interpretação de sintomas ou sinais ou de exames complementares pelos pesquisadores.



As informações sobre óbitos intra-hospitalares originaram-se dos prontuários e das declarações de óbitos (DO), fornecidas pela Secretaria de Saúde do ERJ. Os óbitos ocorridos após a alta já haviam sido identificados por relacionamento probabilístico em bancos das DO e das AIH. Esse relacionamento foi realizado para identificar os indivíduos que faleceram até um ano após a alta hospitalar pós-RVM com o programa RecLink8.

A causa básica de óbito foi obtida pela combinação das informações declaradas nas DO. Segundo o Manual de Treinamento de Codificação em Mortalidade, causa básica é definida como: "a doença ou lesão que iniciou uma sucessão de eventos e que termina com morte"9. As causas básicas de óbito foram classificadas em grupos. O de DIC (doença isquêmica do coração - I20-25) foi dividido em três subgrupos: infarto agudo do miocárdio (IAM - I21 a I23), outras doenças isquêmicas agudas do coração (OutIsqAg, composto por angina, I20, e outras doenças isquêmicas agudas, I24), e doenças isquêmicas crônicas do coração (IsqCron - I25). Foram formados também os grupos das restantes causas do aparelho circulatório (OutApCirc - restante do capítulo I do CID-10) e das outras causas dos demais sistemas (Demais).

Os dados coletados foram inseridos em arquivo eletrônico com o programa Epidata.

As taxas de letalidade foram estimadas nos períodos intra-hospitalar, até 30 dias, até 180 dias e até 365 dias após a alta hospitalar, com informações combinadas dos prontuários, das AIH e das DO. Para a confirmação de óbito, foram consideradas apenas as informações de prontuário ou de DO, mas nunca de AIH de forma isolada. Para as estimativas de letalidade e dos demais resultados, os dados de cada indivíduo foram ponderados na função inversa da probabilidade de seleção na amostra. Para avaliar diferenças nas distribuições de prevalências de variáveis, foram estimados p-valores baseados nos efeitos do delineamento amostral adotado. Consideraram-se significativas diferenças associadas ao p-valor menor do que 5%. Essas análises foram feitas com o software Stata6.

O projeto global denominado "Letalidade nos procedimentos de alta complexidade na doença isquêmica do coração no Estado do Rio de Janeiro" foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob o número 103/05, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), colaboração da UFRJ e da Fiocruz. Este trabalho também foi submetido à aprovação em cada instituição em que foi realizada a pesquisa. O sigilo de dados pessoais dos pacientes foi resguardado.

Resultados

Foram analisados 546 prontuários, 91% dos 600 propostos para o estudo. As prevalências das características pré-operatórias por hospital encontram-se na Tabela 1. Nota-se predominância de pacientes nas faixas etárias acima de 60 anos em todos os hospitais (57,8%), com variação entre os hospitais, com C tendo operado mais jovens (47,1%) do que A (36,5%). Os acima de 70 anos de idade representaram 19,4% de todos os casos. Entretanto, não ocorreu diferença significativa nas distribuições de idade entre os hospitais. Houve predominância do sexo masculino (68,1%) em todos os hospitais, com prevalência 2,1 vezes maior do que a do sexo feminino no conjunto de hospitais.

Os fatores de risco cardiovascular "clássicos" apresentaram variações discretas entre os hospitais. Ressalte-se a alta prevalência de hipertensão arterial (HAS) no conjunto de hospitais (90,7%) e em ordem decrescente de prevalência, no conjunto de hospitais, dislipidemias (67,4%), diabete (37,2%), tabagismo (22,9%) e obesidade (18,3%). A síndrome coronariana aguda (SCA) esteve presente em metade dos pacientes no conjunto dos hospitais. Nas apresentações da SCA, a angina instável foi mais frequente do que o IAM em três hospitais. A exceção foi C, em que as prevalências de IAM recente e de angina instável foram elevadas e semelhantes. Note-se ainda que C e D apresentaram as prevalências maiores de IAM recente. A arteriopatia extracardíaca foi mais frequente em A e C. Estado crítico pré-operatório, disfunção moderada e grave do VE, elevação da creatinina sérica e revascularização cirúrgica prévia foram mais frequentes no hospital A. A lesão de tronco isolada ou combinada com lesão de outro sistema coronariano foi mais frequente em D. Fatores pré-operatórios que mostraram significância estatística entre os hospitais foram hipertensão arterial, arteriopatia extracardíaca, estado crítico pré-operatório, IAM recente, angina instável e SCA.

Na Tabela 2, são apresentadas as taxas de letalidade acumuladas por hospital, até um ano após a alta hospitalar, em pacientes submetidos à RVM. Verifica-se que essas taxas variaram entre os hospitais, de 7,0% a 14,3% no período intra-hospitalar e de 8,5% a 20,2% até um ano pós-alta. Houve diferenças significativas entre os hospitais em todos os períodos. A e B apresentaram taxas de letalidade semelhantes, o que ocorreu também em C e D. A taxa de letalidade intra-hospitalar conjunta foi de 10,9%, e até um ano pós-alta foi de 14,9%. Nota-se que em C e D não houve alteração na letalidade no período da alta até 30 dias pós-alta e depois de 180 dias até um ano. Observa-se que os aumentos absolutos das taxas pós-alta até um ano foram semelhantes em A e B, 5,9% e 5,6%, respectivamente, e menores em C e D, 2,4% e 1,1%, respectivamente.

A Tabela 3 exibe as distribuições das frequências relativas dos óbitos por grupos de causas básicas até um ano após a alta hospitalar em cada hospital, naqueles pacientes que morreram após a cirurgia. Observa-se que os grupos de IAM, OutIsqAg e IsqCron representam as causas de mais de 80% dos óbitos no conjunto dos hospitais. Ocorreram diferenças significativas entre as frequências relativas das causas de óbito entre os hospitais. As causas agudas, IAM e OutIsqAg foram mais frequentes em A e B, enquanto as IsqCron foram mais frequentes nos hospitais C e D, notadamente nesse último. Note-se que as causas por doenças de outros sistemas que não o circulatório foram mais frequentes em C (15,2%).

A Tabela 4 dispõe as frequências relativas e as quantidades médias de complicações pós-operatórias por pacientes, excetuados aqueles que morreram na sala de cirurgia, por grupos dessas complicações, segundo os grupos de causas básicas de óbito intra-hospitalar, incluindo os sobreviventes na alta hospitalar.

Todos os grupos de complicações pós-operatórias foram menos frequentes entre os sobreviventes do que entre os óbitos, exceto o das vasculares periféricas. O grupo de complicações mais frequente, entre os óbitos e os sobreviventes, foi o de hemorragia ou baixo débito pós-procedimento. Note-se que esse grupo compreende a necessidade de transfusão, e ressalte-se que, entre os casos de óbito, a média de complicações classificadas nesse grupo foi de mais de duas complicações por paciente. As frequências relativas de ocorrência de complicações nos subgrupos que representam doença isquêmica coronariana foram razoavelmente semelhantes, o que justificou a reunião em um único grupo denominado DIC. Essas semelhanças de frequências tiveram como exceções as complicações isquêmicas, mais frequentes nos que morreram por infarto recente, e as complicações não isquêmicas, mais raras entre os que faleceram por outras causas isquêmicas agudas. Entre os que morreram por esse conjunto, de qualquer causa isquêmica (DIC), o segundo grupo de complicações pós-operatórias mais frequente foi o que englobava diagnósticos de isquemia coronariana, em cerca de 3/4 dos casos. O grupo DIC de causas de óbito foi também o único no qual ocorreram complicações mecânicas, ainda que pouco frequentes (3,6%). Complicações cardiológicas não isquêmicas foram comuns em pacientes que morreram por outras causas do aparelho circulatório (66,6%) e por causas isquêmicas (60,7%).

As complicações respiratórias apresentaram-se de forma similar nos que morreram por qualquer grupo de causas básicas e foram bem menos frequentes entre os sobreviventes (14,1%). A insuficiência renal aguda foi a terceira complicação entre os que faleceram por outras doenças do aparelho circulatório (62,5%) e a quarta complicação mais frequente (55,4%) no grupo DIC de causas de morte. Entre os sobreviventes, essa complicação foi a sexta mais frequente (10,7%). As complicações neurológicas também estiveram mais presentes em mortos por causas não isquêmicas.

Os pacientes que morreram pelas demais causas básicas, excluindo o aparelho circulatório, apresentaram o maior percentual de complicações infecciosas (42,8%). As complicações vasculares periféricas e as mecânicas foram as mais raras, inclusive nos que morreram por DIC.

As quantidades médias de complicações pós-operatórias não variaram tanto entre óbitos e sobreviventes, quando considerados apenas aqueles que tiveram alguma complicação. Ainda assim, as quantidades médias de complicações relacionadas com hemorragia ou baixo débito pós-procedimento, as infecciosas e as neurológicas foram mais elevadas nos pacientes que morreram após a cirurgia.

As frequências relativas de quantidades de complicações podem ser observadas na Tabela 5. Houve diferença significativa nas frequências relativas de quantidades de complicações entre os hospitais. A presença de duas ou mais complicações foi mais frequente em A, no qual ocorreram em quase metade dos casos. Em ordem decrescente de duas ou mais complicações, observamos D (41,8%), C (37%) e B (31,1%). Todos os hospitais apresentaram duas ou mais complicações em mais de 30% dos casos.

Na Tabela 6, podemos observar a associação significativa que houve entre a ocorrência de complicações e o óbito pós-cirúrgico (p < 0,0001). Em menos de 1% dos óbitos, não foram registradas complicações, enquanto o mesmo ocorreu em quase 40% dos sobreviventes. Por outro lado, quase 60% dos óbitos tiveram cinco ou mais complicações, o que aconteceu com menos de 7% dos sobreviventes.

Discussão

A análise de prontuários fornece dados fundamentais para identificar as variáveis que influenciam a performance da RVM, mas tem como óbice a qualidade dos registros5. Neste estudo, analisamos a qualidade das RVM quanto às complicações e à letalidade até um ano após o procedimento em quatro hospitais públicos que realizaram 96% das RVM pagas pelo SUS no MRJ entre 1999 e 2003.

A letalidade intra-hospitalar de procedimentos de alta complexidade cardiovascular, que incluem a RVM, apresentou variabilidade ao longo do tempo e entre as instituições prestadoras de serviços de saúde3. Há relatos de que, no Brasil e em outros países, ocorreram variações da letalidade após procedimentos entre hospitais, tanto de ordem regional ou espacial como temporal10-12.

Os pacientes submetidos à RVM (Tabela 1) eram homens em 2/3 dos casos, como tem sido observado11-13. Os pacientes apresentaram perfis pré-operatórios diversos quanto à distribuição das idades e de características clínicas como disfunção ventricular esquerda, insuficiência renal, estado crítico, revascularização prévia e lesão de tronco de coronária esquerda isolada ou combinada com a de outros vasos. A prevalência de HAS foi maior que a observada em estudos semelhantes12,13, enquanto as de dislipidemia e diabete estão em acordo com a literatura4,12,13.

Metade dos pacientes apresentou diagnóstico de SCA, sendo o IAM recente mais frequente nos hospitais C e D. Julgamos que essa alta prevalência de SCA reflete o registro de IAM ou de angina instável em pacientes que já haviam apresentado essas condições, mas que não estavam na fase aguda na admissão da internação para RVM. A observação das causas básicas de óbito, por hospital (Tabela 3) evidencia possíveis incoerências com os diagnósticos. Assim, os hospitais que registraram frequências mais elevadas de IAM recente foram os que apresentaram menores frequências desse como causa básica de óbito. Estudo realizado nos hospitais públicos do Rio de Janeiro analisou a concordância entre dados das DO e das AIH e, nos prontuários, verificou discrepâncias nas informações14. Evidenciou-se discordância notável entre os diagnósticos e os CID de admissão anotados nos prontuários, porém apenas 50% dos IAM tinham registro de CID adequado. O acompanhamento do paciente no ambiente hospitalar quando realizado por diferentes médicos em diferentes setores pode causar divergências nos diagnósticos. As regras de seleção da causa básica relegam a segundo plano doenças crônicas e as que incidem em indivíduos mais idosos, nos quais mais de uma patologia contribuiu para a morte15. Com frequência, no paciente que falece em hospital, o médico que preenche o atestado não acompanhou o caso. Esses fatos implicam conhecimento incompleto do caso, distorcendo o preenchimento da DO e, em consequência, a seleção da causa básica de morte. No nosso trabalho, as causas de morte classificadas como outras doenças do aparelho circulatório e demais causas não incluem a DIC como causa básica. Dos dezoito pacientes cuja causa básica foi outra doença não isquêmica do aparelho circulatório, apenas dois têm menção de DIC no atestado. Quando a causa básica foi codificada entre as demais, que excluem o aparelho circulatório, seis pacientes, dos quatorze, têm menção de DIC no atestado. Verificamos também que em 86% dos atestados foi mencionada a doença isquêmica na DO.

Comorbidades como arteriopatia periférica e AVE também apresentaram grande variabilidade entre os hospitais (de 6,7% em B a 24,8% em A, para aterotrombose periférica, e de 3,5 % a 9,8 % em D e C, respectivamente, para AVE). Essas variações devem-se a diferentes práticas das equipes que interrogam, examinam e registram os dados dos pacientes. A variabilidade nos registros de aterotrombose periférica e de AVE poderia ser justificada por outros fatores de indicação da cirurgia, que podem ter selecionado pacientes em estados diversos de evolução da doença aterotrombótica coronariana e, portanto, com perfis diversos de aterotrombose em outros leitos vasculares.

A presença de disfunção ventricular esquerda pré-operatória também foi diversa entre os hospitais, chegando a 40,5 % em A, quase o dobro da prevalência de D (23,8%). Isso suporta a hipótese de que os pacientes apresentavam estados diversos de evolução da aterotrombose. A disfunção do ventrículo esquerdo está associada à maior morbimortalidade pós-operatória16-18. Em análise de 650 pacientes submetidos à RVM de julho de 2002 a janeiro de 2003 no ERJ, a disfunção ventricular esquerda grave foi considerada o segundo fator em ordem de associação com a letalidade19. No estudo da associação de fatores pré-operatórios e óbitos na RVM, realizado com a mesma base de dados do presente trabalho, foram observados mais óbitos naqueles pacientes com disfunção ventricular esquerda grave20. Dos 23 fatores pré-operatórios testados, apenas sete demonstraram associação significativa com a evolução pós-operatória: idade, hipertensão, tabagismo atual, dislipidemia, AVE, lesão de TCE maior que 50% combinada com uma ou mais lesões em outros sistemas coronarianos e hospital20.

A letalidade nos quatro hospitais foi de 10,9% durante a internação e elevou-se para 12,3 % até 30 dias pós-alta e para 14,9% em um ano. Os hospitais universitários, A e B, apresentaram taxas de letalidade significativamente mais altas do que os de referência, C e D, em qualquer dos períodos analisados. O hospital A, o de maior letalidade intra-hospitalar e até um ano pós-alta, apresentou as maiores prevalências de alguns fatores que influenciam o risco cirúrgico, como disfunção de VE, presença de insuficiência renal, diabete melito, estado crítico, revascularização prévia e menor frequência de pacientes abaixo de 60 anos. Esses fatores devem ter contribuído para a maior letalidade pós-cirúrgica imediata e possivelmente também para o pior prognóstico em um ano, embora outros fatores ambientais possam ter atuado. Piores condições clínicas devem determinar o pior prognóstico, apesar de a cirurgia pretender a modificação evolutiva. O hospital D, que teve mortalidade durante a internação de 7,4 %, semelhante à de C, de 7,0%, e o menor aumento das taxas de letalidade em um ano, foi o que apresentou menores frequências de características pré-operatórias de grave prognóstico (disfunção de VE, insuficiência renal, estado crítico, revascularização prévia). Apresentou também a menor taxa de AVE pré-operatório, embora fosse o que apresentou maior frequência de pacientes com lesões de tronco de coronária esquerda associada a lesões de outros sistemas coronarianos. Esses casos representaram 26,4 % do total de casos operados nesse hospital, contra 17,1% a 19,8% nos demais hospitais. Portanto, podem ter sido utilizados critérios diferentes na seleção de pacientes para RVM, ou houve variação na qualidade da informação nos hospitais5. É preciso ressaltar que taxas de letalidade anual acima de 2 a 3% em pacientes com doença cardíaca isquêmica estável podem não representar melhoria de seu prognóstico, pois a letalidade anual com tratamento clínico varia de 0,8 a 3,5%21.

Em outros estudos relativos ao mesmo período, as letalidades intra-hospitalares foram menores do que as que observamos. Ressalte-se, no entanto, que as letalidades observadas em ensaios clínicos randômicos costumam ser menores do que as observadas na prática clínica. Assim, em meta-análise sobre eventos adversos da RVM de 1990 a 2001, as letalidades, intra-hospitalar e em 30 dias pós-procedimento, foram de 1,7% e 2,1%, respectivamente22. Estudo que avaliou 51.353 pacientes submetidos à RVM entre 1999 e 2002, em 69 hospitais dos Estados Unidos, evidenciou letalidade intra-hospitalar de 2,63%, representando, aproximadamente, 7% de todos os pacientes submetidos à RVM naquele país11. A letalidade na Califórnia em 2005, definida como intra-hospitalar ou até 30 dias pós-procedimento, foi de 3,1%23. Isso pode ser devido às diferenças nas populações. Nalysnyk e cols.22, em meta-análise, observaram maior prevalência de homens, menores índices de disfunção ventricular e de pacientes diabéticos e hipertensos do que os observados em nosso estudo. Karimi e cols.13, no Irã, observaram letalidade intra-hospitalar de 0,6%, entre 2002 e 2006, em 8.890 pacientes submetidos à RVM. Assim como Mack e cols.12, além da menor prevalência de comorbidades pré-operatórias, também evidenciaram menores taxas de complicações pós-operatórias em todos os hospitais.

Clark24, da Sociedade de Cirurgia Torácica dos EUA, relacionou o volume e a letalidade das RVM: quando o volume por hospital foi menor que 100 RVM/ano, a letalidade foi de 5,0%, ao passo que, quando o volume foi maior, a letalidade foi de 3,2%. No Brasil, Noronha e cols.25 observaram letalidade das RVM de 7,2%, de 1996 a 1998, no estudo das AIH. Quando o volume de cirurgia por instituição foi maior que 600 ou menor que 151 intervenções em três anos, as letalidades foram de 5,81% e 9,00%, respectivamente.

Há relatos de diferenças de resultados da RVM entre os sexos. As mulheres apresentaram maior letalidade. Godoy e cols.8 relataram esse achado tanto durante as internações como até um ano pós-alta nos pacientes operados no ERJ. Entre nossos pacientes, um subconjunto daquele avaliado por Godoy e cols.8, as mulheres foram 1/3 do total, semelhante ao observado na literatura, e não ocorreram diferenças relevantes entre os hospitais. Portanto, não se trata de um fator que explique as diferenças de letalidades.

Ocorreram diferenças significativas entre os hospitais quanto à causa básica de óbito nos que faleceram até um ano após a cirurgia. Nos hospitais A e B, as causas isquêmicas agudas (IAM e OutIsqAg) foram responsáveis por 58,8% e 76,9%, respectivamente, desses óbitos e, em C e D, causas agudas em apenas 33,3% e 20,8%, respectivamente, tendo predominado nestes as causas isquêmicas crônicas (Tabela 3). Diferenças entre causas tardias de óbitos relacionadas com variações em técnicas cirúrgicas, incluindo tipo e número de pontes colocadas, tratamentos clínicos posteriores e adesão ao tratamento clínico, não são detectadas pela análise das causas básicas de óbito, que dependem do acompanhamento dos pacientes.

Além das características clínicas, letalidade e diagnósticos das causas básicas de óbito, é preciso avaliar as complicações pós-operatórias. Verificamos que duas ou mais complicações ocorreram em mais de 1/3 dos casos que não faleceram na sala cirúrgica. Em B, quase 70% dos pacientes tiveram, pelo menos, uma complicação, ainda que se tenha apresentado frequência mais baixa daqueles com mais complicações. Note-se que isso pode ocorrer devido à não detecção ou ao registro precário, pois em B a qualidade na abrangência de informações nos prontuários foi a pior5.

O número de complicações relacionou-se com a ocorrência do óbito pós-operatório. Nos que faleceram, 59,5% apresentaram cinco ou mais complicações e menos de 1% não apresentaram complicação. Entre os sobreviventes, 39,7% não apresentaram qualquer complicação, e apenas 6,8% apresentaram cinco ou mais complicações. Portanto, o registro de complicações também é indicador de prognóstico. Presença de elevadas prevalências de pelo menos uma complicação pós-operatória (41%) foi relatada em outro estudo4.

O principal grupo de complicações pós-operatórias foi o de hemorragia ou baixo débito, que ocorreu em mais da metade dos casos, seguido pelos grupos de complicações cardiológicas não isquêmicas, isquêmicas, respiratórias, insuficiência renal aguda, infecciosas e neurológicas, todos com percentuais acima de 10%. Os percentuais devem estar subestimados, pois representam somente o que foi registrado nos prontuários, porém evidenciam a necessidade de critério na indicação da cirurgia.

Pode-se argumentar que a alta prevalência de hemorragia ou o baixo débito poderiam ocorrer devido à inclusão da necessidade de hemotransfusões. No entanto, sangramento e reexploração cirúrgica, associada a frequentes politransfusões, são responsáveis por elevação de morbidade e letalidade em cirurgia cardíaca26-28. Portanto, são relevantes e não podem ser negligenciadas. A síndrome de baixo débito não é incomum no pós-operatório da RVM. Estudo que avaliou 814 pacientes entre 2002 e 2003, em São Paulo, mostrou que essa síndrome foi responsável por 54,2% dos óbitos no pós-operatório29 e esteve presente em 16,1% dos operados.

Complicações cardíacas, insuficiência renal aguda e choque ou hemorragia foram as mais presentes, em 6,88%, 4,56% e 3,41%, respectivamente, entre todos os pacientes operados em estudo nos EUA11. Em nosso estudo, encontramos frequências relativas bem mais elevadas desses grupos de complicações.

O código Y83 da CID-109, que significa reação anormal em paciente ou complicação tardia causada por intervenção cirúrgica e por outros atos cirúrgicos, sem menção de acidente durante a intervenção, deveria estar presente em todos as DO de óbitos intra-hospitalares pós-RVM. Porém, somente o encontramos em 57,5% das DO.

Em alguns óbitos do nosso estudo, houve divergência de um dia entre os registros do prontuário e da DO. Para Godoy8, que não dispunha das informações dos prontuários, mas somente das AIH e das DO, esses óbitos, aparentemente, haviam ocorrido no dia seguinte à alta. Entretanto, pelas informações dos prontuários, verificamos que esses óbitos ocorreram durante a internação, passando a ser computados entre os intra-hospitalares.

Conclusão

Este estudo foi realizado com informações de prontuários, AIH e DO. Espera-se que os prontuários forneçam informações mais confiáveis, porém é necessário estimular o preenchimento correto e completo de todos os documentos médico-hospitalares para que se apurem dados reais que reflitam a qualidade do atendimento aos pacientes e o desempenho dos procedimentos.

As taxas de letalidade e de complicações foram elevadas, mesmo nos sobreviventes as complicações foram frequentes. É necessário obter níveis mínimos de performance que os contraindiquem se não forem alcançados pelo procedimento. Para a revascularização miocárdica, a letalidade intra-hospitalar ou de até 30 dias pós-procedimento nos casos de pior prognóstico deveria ser menor do que 2%, melhor do que o prognóstico esperado com o tratamento clínico.

Potencial Conflito de Interesses

Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.

Fontes de Financiamento

O presente estudo foi financiado pela FAPERJ.

Vinculação Acadêmica

Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Thaís Mendonça Lips de Oliveira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Artigo recebido em 29/04/09; revisado recebido em 11/01/10; aceito em 12/02/10.

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  • Correspondência:
    Thaís Mendonça Lips de Oliveira
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      16 Jul 2010
    • Data do Fascículo
      Set 2010

    Histórico

    • Revisado
      11 Jan 2010
    • Recebido
      29 Abr 2009
    • Aceito
      12 Fev 2010
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