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Correlação Clínico-Radiográfica

Correlação Clínico-Radiográfica

Correlação Clínico-Radiográfica

Caso 5/2001 – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP

Edmar Atik

São Paulo, SP

Dados clínicos – Paciente de 15 anos de idade, do sexo masculino, assintomático, foi encaminhado para avaliação, pois aos cinco anos idade havia sido auscultado sopro cardíaco no exame médico. O exame físico revelou paciente em bom estado geral, eupnéico, corado, pulsos periféricos amplos. O peso era de 61Kg, a altura 1,73cm, a freqûencia cardíaca 70bpm, e a pressão arterial em membro superior direito 110/60mmHg. O ictus foi palpado no 4º espaço intercostal esquerdo, sobre a linha hemiclavicular, impulso. Havia também impulsões sistólicas discretas na borda esternal esquerda. As bulhas cardíacas foram normais. Foi ausculta sopro contínuo suave, no 2º e 3º espaços intercostais esquerdos. O eletrocardiograma revelou SÂQRS + 60º, SÂT + 60º, SÂP + 30º, com sinais de sobrecarga ventricular esquerda.

Imagem radiográfica – Evidencia área cardíaca discretamente aumentada (índice cardiotorácico 0,50) às custas do longo arco inferior esquerdo (fig. 1). O pedículo vascular alargado devido a aumento discreto da aorta e do arco médio retificado. A trama vascular pulmonar é mais pronunciada à direita na região hilar.


Impressão diagnóstica: O aumento do ventrículo esquerdo, da trama vascular pulmonar e do pedículo vascular orientam para o diagnóstico de persistência do canal arterial, de tamanho discreto.

Diagnóstico diferencial – Os membros elementos radiográficos estariam presentes também em: a) fístula arteriovenosa sistêmica; b) janela aortopulmonar.

Confirmação diagnóstica – A localização do sopro contínuo, na porção superior da borda esternal esquerda, é importante dado semiológico, que orienta para o diagnóstico da pesistência do canal arterial. Nos outros diagnósticos diferenciais considerados, o sopro contínuo seria auscultado em regiões mais baixas na borda esternal esquerda ou ainda em qualquer sítio orgânico, onde poderia haver alguma comunicação arteriovenosa. O ecocardiograma demonstrou canal arterial de 4mm de comprimento por 2,5mm de diâmetro com aumento discreto do ventrículo esquerdo. As demais cavidades eram normais.

Conduta terapêutica – Foi indicada intervenção cirúrgica como primeira opção. Há também elegibilidade para fechamento do defeito por caterismo cardíaco intervencionista com o emprego do próteses endovasculares (coils).

Editor da Seção: Edmar Atik

Correspondência: Edmar Atik – InCor – Av. Dr. Enéas C. Aguiar, 44 – 05403-000 – São Paulo, SP – E-mail: conatik@incor.usp.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jan 2002
  • Data do Fascículo
    Maio 2001
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