Acessibilidade / Reportar erro

Estudo retrospectivo terapêutico da neurocriptococose em 112 aidéticos ou não

Resumos

Cento e doze aidéticos ou não com neurocriptococose, admitidos no Hospital Emílio Ribas - São Paulo, Brasil, receberam anfotericina B (AMB) - grupo III ou a associação AMB/ 5 fluorcitosina (5FC): grupos I e II. Testes de Goodman aplicados revelaram: 1. leuco e glicorraquia semelhantes nos três grupos eproteinorraquia inferior a 85mg/dlapós 1, 5g/AMB; 1. a coloração pelo método da tinta da China e a cultura para Cryptococcus neoformans, positivas até l,Og/AMB; 3. hipocalemia na monoterapia, hipo e hipercalemia durante a associação; 4. as reações adversas mais evidentes a > 0,7gAMB/250g 5FC; 5. óbitos (precoce e tardio) frequentes no grupo 1 e nos grupos I e III entre 2,5 a 4,0g de AMB; 6. remissão e morte semelhantes nos grupos. A associação terapêutica iniciale amanutençãopelo AMB conduziram à recaída tardia

Neurocriptococose; Aidéticos e não; Terapia


A total of 112 AIDS and no AIDS cryptococcosis patients admitted at Emílio Ribas Hospital - São Paulo, Brazil, were treated with amphotericin B (AMB) or amphotericin B and 5 fluorcytosine (5FC). Age, race, predisposing and epidemiological factors, respiratory symptons were evaluated. Goodman tests applied in three patients groups (I, II and III) with associate or unique therapy revealed: 1. prognostic factors: leukocytes ang glucose showed similar response in groups I, II and 111 and protein spinal fluid after l.Sg/AMB; 2. India ink tests and Cryptococcus culture were often positive until l.Og/AMB; 3. significant hypokalemia during monotherapy. Hypo and hyperkalemia had similar data in associate therapy; 4. significant difference in adverse reactions often appeared above 0.7g AMB/250g 5FC; 5. early and late death were common in group 111 (unique) and group I (no AIDS) and III (2.5 to 4. Og) respectively; 6. similar remission and deaths were verified in AIDS/ cryptococosis. Conclusions: adverse reactions were observed above 0.75g/AMBplus 250g 5FC. Association was important in initial therapy and AMB maintenance permitted late relapses.

Neurocryptococcosis; AIDS and no AIDS; Therapy


ARTIGOS

Estudo retrospectivo terapêutico da neurocriptococose em 112 aidéticos ou não

Evanil Pires de Campos; Valquíria Oliveira Carvalho; Sonia Fontes Marinho; Tuba Milstein Kushnaroff; Paulo Augusto Ayrosa Galvão; Carlos Roberto Padovani

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Prof. Evanil Pires de Campos. Rua João Miguel Rafael 350 18602-220 Botucatu, SP, Brasil

RESUMO

Cento e doze aidéticos ou não com neurocriptococose, admitidos no Hospital Emílio Ribas - São Paulo, Brasil, receberam anfotericina B (AMB) - grupo III ou a associação AMB/ 5 fluorcitosina (5FC): grupos I e II. Testes de Goodman aplicados revelaram: 1. leuco e glicorraquia semelhantes nos três grupos eproteinorraquia inferior a 85mg/dlapós 1, 5g/AMB; 1. a coloração pelo método da tinta da China e a cultura para Cryptococcus neoformans, positivas até l,Og/AMB; 3. hipocalemia na monoterapia, hipo e hipercalemia durante a associação; 4. as reações adversas mais evidentes a > 0,7gAMB/250g 5FC; 5. óbitos (precoce e tardio) frequentes no grupo 1 e nos grupos I e III entre 2,5 a 4,0g de AMB; 6. remissão e morte semelhantes nos grupos. A associação terapêutica iniciale amanutençãopelo AMB conduziram à recaída tardia

Palavras-chave: Neurocriptococose. Aidéticos e não. Terapia.

ABSTRACT

A total of 112 AIDS and no AIDS cryptococcosis patients admitted at Emílio Ribas Hospital - São Paulo, Brazil, were treated with amphotericin B (AMB) or amphotericin B and 5 fluorcytosine (5FC). Age, race, predisposing and epidemiological factors, respiratory symptons were evaluated. Goodman tests applied in three patients groups (I, II and III) with associate or unique therapy revealed: 1. prognostic factors: leukocytes ang glucose showed similar response in groups I, II and 111 and protein spinal fluid after l.Sg/AMB; 2. India ink tests and Cryptococcus culture were often positive until l.Og/AMB; 3. significant hypokalemia during monotherapy. Hypo and hyperkalemia had similar data in associate therapy; 4. significant difference in adverse reactions often appeared above 0.7g AMB/250g 5FC; 5. early and late death were common in group 111 (unique) and group I (no AIDS) and III (2.5 to 4. Og) respectively; 6. similar remission and deaths were verified in AIDS/ cryptococosis. Conclusions: adverse reactions were observed above 0.75g/AMBplus 250g 5FC. Association was important in initial therapy and AMB maintenance permitted late relapses.

Keywords: Neurocryptococcosis. AIDS and no AIDS. Therapy.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 16/03/92.

Trabalho do Hospital Emílio Ribas, São Paulo e Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP.

  • 1. Ajello L. Occurence of Cryptococcus neoformans in soils. American Journal of Hygiene 67:72-77, 1958.
  • 2. Atkinson W, Troxler S, McFarland L. Extrapulmonary crytococcal disease as manifestations of AIDS in Lousiana. In: Abstracts of International conference of AIDS, Montreal p.484, 1989.
  • 3. Bennett JE, Kwon-Chung KJ, Howard DH. Epidemiological differences between the two varieties of Cryptococcus neoformans American Journal of Epidemiology 120:123-130, 1977.
  • 4. Campos CEOP, Santos NNQ, Takahashi MM, Astone E, Ayrosa Galvão PA, Campos EP. Cryptococcus neoformans meningitis (CNM) in Hospital Emilio Ribas - São Paulo, Brazil. In: Abstracts ofXI Congress of the International Society for Human and Animal Mycology, Montreal p.82, 1991.
  • 5. Campos EP, Marinho SF, Carvalho VO, Kushnaroff TM, Ay rosa Galvão PA. Clinicaltherapy sutdy: 110 AIDS and no AIDS cryptococcosis. In: Abstracts of International Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Jeruzalem p.5, 1989.
  • 6. ChuckSL, SandeMA. Infections with Cryptococcus neoformans in acquired immunodeficiency syndrome. New England JournalMedicine 321:794- 799, 1989.
  • 7. Diamond RD. Cryptococcus neoformans In: Mandell GL, Douglas Jr RG, Bennett JE (eds). Clinical and practice of infectious diseases, 2nd edition, John Wiley, New York p.1981, 1990.
  • 8. Diamond RD, Bennett JJE. Prognostic factors in cryptococcal meningitis. A study in 111 cases. Annals of Internal Medicine 80:176-181, 1974.
  • 9. Dismukes WE, Cloud G, Galtes HA, Kerkering TM, Medoff G, Blackweder WC. Treatment of cryptococcal meningitis with combination Amphotericin B and Flucytosine for fo ur as compared with six weeks. New England Journal of Medicine 317:334-398, 1987.
  • 10. Gonçalves AJR, Rosembaun R, Wanke B, Vieira W. A criptococose no Estado do Rio de Janeiro. Apresentação de 10 casos e revisão da literatura fluminense. Arquivo Brasileiro deMedicina 65:395- 398, 1988.
  • 11. Goodman LA. Simultaneous confidence intervals for contrast among multinomial populations. Annals of Matematical-Statistic 35:716-775, 1964.
  • 12. Howard DH, Chung KJ. The ecology and epidemiology of neoformans and gattii of Cryptococcus neoformans In: Abstracts of International Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Jeruzalem p.S-2, 1989.
  • 13. KovacsJA, Kovaks AA, Polis M,WrightC, GillVJ, Bennett JE. Cryptococcosis in the immunodeficiency syndrome. Annals of Internal Medicine 103:533- 583, 1985.
  • 14. Lopez DLR, Marinho SF, Cirino EMI, Ayrosa Galvão PA, Campos EP. Itraconazol em Aidético com Criptococose. In: Resumos do XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Natal p.79, 1990.
  • 15. Mckenzie R, Travis WD, Dolan SA, Pittaluga S, Yarchoan R, Masur H. The causes of death in patients with human immunodeficiency virus infection. A clinical and pathologic study with emphasis on role of pulmonary diseases. Medicine 70:326-343, 1991.
  • 16. Morales Calvo BM. Antigeno capsular, variedades y serotipos de Cryptococcus neoformans en pacientes con imuno deficiencia adquirida y neuro criptococcosis en São Paulo - Brasil. Tese de mestrado, Escola Paulista de Medicina, São Paulo, SP, 1989.
  • 17. Negroni P. Cryptococcosis. In: Micosis profundas (cutaneas y visceralis). Buenos Aires. Comission de Investigacíon Cientifica III: 13.-47, 1966.
  • 18. Perez LPR, Bertrand A, Melhem MSC, Giudice MC, Pires MFC, Grosco SFR, Campos EP, Ayrosa Galvão PA, Lahamann M. Cryptococcosis in HIV-1 infections: clinical, laboratory and epidemiological study. In: Abstracts ofXI Congress of International Society for Human and Animal Mycology, Montreal p. 99, 1991.
  • 19. Pitrak DL, Burton R, Andersen BR. Cerebral blastomycosis after ketoconazole therapy for respiratory tract blastomycosis. Annals Journal of Medicine 86:713-714, 1989.
  • 20. Rippon JW. Cryptococcosis. In: Medical Mycology: The pathogenic Actinomicetes. 3rd edition Sanders. Philadelphia p.582-609, 1988.
  • 21. Sugar AM, Stem JJ, Dupont B. Treatment of cryptococcal meningitis. Review of Infectious Diseases 12 (supl.3):338-348, 1990.
  • 22. Staib F. Cultural diagnosis of Cryptococcus neoformans and cryptococcosis. In: Abstracts of International Conference on Cryptococcus and Cryptococcosis. Jeruzalem p.S-16, 1989.
  • 23. SwineD, NkurikiyinfiiraJR,MuyembeTL. Clinical isolate of Cryptococcus neoformans from Zaire. Journal of Clinical Microbiology 5:50-51, 1986.
  • 24. Takahashi M, Corez RN, Pereira AD, Huggins DW, Lacaz CS. Isolamento de Cryptococcus neoformans das fezes do pombo, do solo e ninho de pombos. Revista Brasileira de Medicina 44:6-9, 1987.
  • Endereço para correspondência:

    Prof. Evanil Pires de Campos.
    Rua João Miguel Rafael 350
    18602-220
    Botucatu, SP, Brasil
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      19 Abr 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 1992

    Histórico

    • Aceito
      16 Mar 1992
    • Recebido
      16 Mar 1992
    Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT Caixa Postal 118, 38001-970 Uberaba MG Brazil, Tel.: +55 34 3318-5255 / +55 34 3318-5636/ +55 34 3318-5287, http://rsbmt.org.br/ - Uberaba - MG - Brazil
    E-mail: rsbmt@uftm.edu.br