Acessibilidade / Reportar erro

Inquérito sorológico da prevalência de infecção chagásica no Brasil, 1975/1980

Chagas'disease serology in Brazil, 1975 — 1980

Resumo

A nationwide seroepidemiologic survey of human T. cruzi infection was carried out in Brazil from 1975 to 1980 as a joint programme of the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and the Superintendência de Campanhas (SUGAM), Ministry of Health, of Brazil. Due to the marked heterogeneity of urban populations as result of wide migratory movements in the country and since triatomine transmission of the disease occurs mostly in rural areas, the survey was limited to rural populations. The survey was based on a large cluster sampling of complete households, from randomly selected localities comprised of 10 to 500 houses, or up to 200 houses in the Amazon region. Random selection of localities and houses was permitted by a detailed mapping of every locality in the country, as performed and continuously adjusted, by SUCAM. In the selected houses duplicate samples on filter paper were collected from every resistent 1 year or older. Samples were tested in one of 14 laboratories scattered in the country by the indirect anti-IgG immunofluorescence test, with reagents produced and standardized by a central laboratory located at the Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. A continuous quality control was performed at this laboratory, which tested duplicates of 10% to 15% of all samples examined by the collaborating laboratories. Data regarding number of sera collected, patients'age, sex, place of residence, place of birth and test result were computerized at the Department of Preventive Medicine, Medical School, University of São Paulo, São Paulo, Brazil. Serologic prevalence indices were estimated for each Municipality and mapped according to States and Territories in Brazil. Since data were already available for the State of São Paulo and the Federal District, these unities were not included in the survey.


Inquérito sorológico da prevalência de infecção chagásica no Brasil, 1975/1980

Chagas'disease serology in Brazil, 1975 — 1980

Mario E. CamargoI; Guilherme Rodrigues Da SilvaII; Euclides Ayres De CastilhoII; Antônio Carlos SilveiraIII

ILaboratório de Imunologia e Soroepidemiologia, Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

IIDepartamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina da USP

IIIDiretor da Divisão de Doença de Chagas, SUCAM/Ministério da Saúde

IVCom auxílio parcial para o processamento de dados, do UNDP/World Bank/WHO — Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases

SUMMARY

A nationwide seroepidemiologic survey of human T. cruzi infection was carried out in Brazil from 1975 to 1980 as a joint programme of the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and the Superintendência de Campanhas (SUGAM), Ministry of Health, of Brazil.

Due to the marked heterogeneity of urban populations as result of wide migratory movements in the country and since triatomine transmission of the disease occurs mostly in rural areas, the survey was limited to rural populations. The survey was based on a large cluster sampling of complete households, from randomly selected localities comprised of 10 to 500 houses, or up to 200 houses in the Amazon region. Random selection of localities and houses was permitted by a detailed mapping of every locality in the country, as performed and continuously adjusted, by SUCAM. In the selected houses duplicate samples on filter paper were collected from every resistent 1 year or older. Samples were tested in one of 14 laboratories scattered in the country by the indirect anti-IgG immunofluorescence test, with reagents produced and standardized by a central laboratory located at the Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. A continuous quality control was performed at this laboratory, which tested duplicates of 10% to 15% of all samples examined by the collaborating laboratories.

Data regarding number of sera collected, patients'age, sex, place of residence, place of birth and test result were computerized at the Department of Preventive Medicine, Medical School, University of São Paulo, São Paulo, Brazil. Serologic prevalence indices were estimated for each Municipality and mapped according to States and Territories in Brazil. Since data were already available for the State of São Paulo and the Federal District, these unities were not included in the survey.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 20/3/1984.

  • 1. ALENCAR, J. E. et al. Estudos sobre a epidemiologia da doença de Chagas no Ceará. II. Novos dados. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 15: 551-565, 1963.
  • 2. ALENCAR, J. E. et al. Estudos sobre a epidemiologia da doença de Chagas no Ceará. XII Estudos da infecção humana pelo T. cruzi no Município de Morada Nova. Com. XIII Congr. Soe. Brasil. Med. Trop., Brasília, 1977.
  • 3. ALMEIDA, A. S. de Doença de Chagas no norte do Paraná. An. paul. Med. cirurg. 56: 29-36, 1948.
  • 4. ALVAREZ, M. et al. Recollección de sangre en papel para diagnóstico de infeccion chagásica por in-munofluórescencia. Boi. chil. Parasitol. 26: 2-7, 1971.
  • 5. ARAGÃO, M. B. & SOUZA, S. A. Triatoma infestans colonizando domicílios na Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Rev. Soc. Brasil. Med. Trop. 5: 115-121, 1971.
  • 6. ARAÚJO, H. C. S. A doença de Carlos Chagas no Paraná. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 52: 477-485, 1954.
  • 7. BARRETTO, M. P. Epidemiologia. In: Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan S.A., pp. 89-151, 1979.
  • 8. BARROS, G. C. et al. Contribuição para o conhecimento da doença de Chagas autóctone no Estado do Espírito Santo. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 17: 319-329, 1975.
  • 9. BARROS, G. C. et al. Inquérito Sorológico sobre Doença de Chagas no Banco de Sangue do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo. Rev. Pat. Trop. 9: 153-156, 1980.
  • 10. BARUFFA, G. & ALCANTARA FILHO, A. Prevalência sorológica da doença de Chagas na zona sul do Rio Grande do Sul (Brasil). Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 19: 117-123, 1977.
  • 11. BEUTNER, E. H. et al. Quantitative studies of immunofluorescence staining. II. Relationships of characteristics of unabsorbed antihuman IgG conjugates to their specific staining properties in an indirect test for antinuclear factors. Bull. Wld. HIth. Org. 39: 587-606, 1968.
  • 12. BORBA, P. et al. Aspectos epidemiológicos da moléstia de Chagas em Pernambuco. Arq. Brasil. Card. 3: 191-200, 1954.
  • 13. BRANT, T. C. et al. Dados sorológicos e eletrocardiográficos obtidos em populações não selecionadas de zonas endêmicas de doença de Chagas no Estado do Rio Grande do Sul. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 9: 141-148, 1957.
  • 14. BUSTAMANTE, F. M. & GUSMÃO, J. B. Sobre um foco de Triatoma infestans nos municípios de Resende e Itaverá, Estado do Rio de Janeiro. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 5: 23-28, 1953.
  • 15. CAMARGO, M. E. Fluorescent antibody test for the serodiagnosis of Chagas'disease. Technical modification employing preserved cultural forms of Trypanosoma cruzi in a slide test. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 8: 227-234, 1966.
  • 16. CASTRO FILHO, J. & SILVEIRA, A. C. Distribuição da doença de Chagas no Brasil. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 31: 85-98, 1979.
  • 17. CLARK, H. F. & SHEPARD, C. C. A dialysis technique for preparing fluorescent antibody. Virology 20: 642-644, 1963.
  • 18. COURA, J. R. et al. Um foco de doença de Chagas transmitida pelo Triatoma infestans na Baixada Fluminense, Município de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Soe. Brasil. Med. Trop. 5: 123-128, 1971.
  • 19. DIAS, E. et al. Estudo sobre a importância social da doença de Chagas. I. Inquérito clínico epidemiológico feito nas vizinhanças de Bambuí, oeste de Minas. Brasil, med. 62: 412-413, 1948.
  • 20. DIAS, E. Considerações sobre a importância da moléstia de Chagas em Minas Gerais e Estados vizinhos. Necessidade urgente de ser desenvolvido o estudo dessa endemia e de serem tomadas medidas para combatê-la. Brasil, med. 63: 217-220, 1949.
  • 21. DIAS, E. Doença de Chagas: um grande problema de saúde pública. Brasil, med. 61: 162-164, 1947.
  • 22. FERNANDES, J. F. & CASTELLANI, O. Growth characteristics and chemical composition of Trypanosoma cruzi. Exp. Parasitol. 18: 195-202, 1966.
  • 23. FERRARONI, J. J. et al. Moléstia de Chagas na Amazonia. Ocorrência de seis casos suspeitos autóctones sorologicamente positivos. Acta Amazônica 7: 438-440, 1977.
  • 24. FERREIRA NETO, J. A. et al. Novos dados sobre a distribuição geográfica dos triatomíneos em Santa Catarina, Brasil. Rev. Soe. Brasil. Med. Trop. 4: 175-181, 1971.
  • 25. FIGUEIREDO, P. Z. et al. Doença de Chagas: primeiros casos autóctones no Estado do Piauí. Rev. Soe. Brasil. Med. Trop. 9: 105-107, 1975.
  • 26. FREITAS, J. L. P. de Contribuição para o estudo do diagnóstico da moléstia de Chagas por processos de laboratório. [Tese de doutoramento, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1947]
  • 27. FREITAS, J. L. P. de & FIGUEIREDO, C. Resultados de investigações sorológicas sobre moléstia de Chagas realizadas no Estado de Goiás. Arq. Hig. Saúde públ. 16: 227-230, 1951.
  • 28. GALEN, R. S. & GAMBINO, S. R. Beyond normality: the predictive value and efficiency of medical diagnoses. New York, John Wiley & Sons, 1975.
  • 29. GART, J. J. & BUCK, A. A. Comparison of a screening test and a reference test in epidemiological studies. II A probabilistic model for the comparision of diagnostic tests. Amer. J. Epidemiol. 83: 593-602, 1966.
  • 30. GRINER, P. F. et al. - Selection and interpretation of diagnostic tests and procedures. Principles and applications. Ann. Int. Med. 94: (part 2), 1981.
  • 31. GUERREIRO, C. & MACHADO, A. Da reação de Bord'et e Gengou na moléstia de Carlos Chagas como elemento diagnóstico. (Nota prévia). Brasil, med. 27: 225-226, 1913.
  • 32. GUIMARÃES, M. C. S. Estabilidade das imunoglobulinas de classes G e M em amostras de sangue colhidas em papel de filtro. Comparação com outros modos de preservação de amostras. [Tese de Livre-docência, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 1982]
  • 33. JUCÁ, A. Cardiopatia chagásica no Ceará. Méd. Cirurg. Farm. 159: 399-401, 1949.
  • 34. JUCÁ, A. & CUNHA, R. V. Contribuição ao estudo da doença de Chagas no Ceará. Ceará med. 29: 36-38, 1950.
  • 35. KELSER, R. A. A complement-fixation test for Chagas'disease employing an artificial culture antigen. Amer. J. Trop. Med. 16: 405-415, 1936.
  • 36. LACORTE, J. G. A reação de desvio de complemento na moléstia de Chagas. Rio de Janeiro, Tip. do Inst. Oswaldo Cruz, 1926, 49 p. [Tese]. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 20: 197-224, 1927.
  • 37. LACORTE, J. G. A reação de Machado na moléstia de Chagas. Acta méd. 1: 264-274, 1938.
  • 38. LACORTE, J. G. A reação de fixação do complemento aplicada à moléstia de Chagas (reação de Machado ou Machado-Guerreiro). Acta méd. 10: 87-94 1942.
  • 39. LOBO, A. G. S. et al. - Contribuição ao conhecimento da distribuição geográfica dos triatomíneos domiciliários e seus índices de infecção natural pelo S. cruzi no Estado do Paraná. Rev. Brasil. Malariol Doenças Trop. 6: 571-587, 1954.
  • 40. LUCENA, D. T. _ Estudos sobre doença de Chagas no Nordeste do Brasil. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 22: 3-173, 1970.
  • 41. MUNIZ, J. & FREITAS, G. L. de Contribuição para o diagnóstico da doença de Chagas pelas reações de imunidade. I. Estudo comparativo entre as reações de aglutinação e de fixação do complemento. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 41: 303-333, 1944.
  • 42. MUNIZ, J. & FREITAS, G. de - Contribuição para o diagnóstico da doença de Chagas pelas reações de imunidade. II. isolamento de polissacarideos de Schisotrypanum cruzi e de outros tripanosomídeos, seu comportamento nas reações de precipitação, de fixação de complemento e de hipersensibilidade. Os testes de floculação (sublimado e formol-gel). Rev. bras biol. 4: 421-438, 1944.
  • 43. OLIVEIRA, O. V. et al. Apresentação do primeiro caso autóctone de doença de Chagas diagnosticado no Estado de Santa Catarina, Brasil. Rev. Saúde Públ. São Paulo 4: 211-214, 1970.
  • 44. PINOTTI, H. W., referido por MARTINS, A. V. Parasitologia Médica. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan S.A., 1977, 986 p.
  • 45. PONDE, A. et al. A doença de Chagas na Bahia. Arq. Univ. Bahia Fac. Méd. 1: 333-456, 1946.
  • 46. PORTO, C. C. & PORTO, C. Doença de Chagas no Triângulo Mineiro. Rev. Goiana Med. 8: 21-34, 1962.
  • 47. SALGADO, A. A. & PELLEGRINO, J. Distribuição geográfica: Inquérito sorológico. In: J. R. CANÇADO (Ed.). Doença de Chagas Belo Horizonte, Impr. Of. Est. Minas Gerais, 1968, pp. 143-162.
  • 48. SALGADO, A. A. & PELLEGRINO, J. Inquérito Sorológico Escolar sobre a Doença de Chagas no Estado de Minas Gerais. Proc. 7th Inter. Congr. Med. and Mal. 2: 260, 1963.
  • 49. SCHLEMPER Jr., B. R.; PIAZZA, R. M. F. & GARCIA, A. C. M. Soroepidemiologia da doença de Chagas em Santa Catarina. Rev. Soe. Brasil. Med. Trop. 16: 196-201, 1983.
  • 50. SHAW, L. et al. Considerações sobre a epidemiologia dos primeiros casos autóctones de doença de Chagas registrados em Belém, Pará, Brasil. Rev. Saúde Públ. 3: 153-157, 1969.
  • 51. SILVA, L. H. P. da et al. Doença de Chagas na Paraíba. Inquérito sorológico preliminar. Rev. Brasil. Malariol. Doenças Trop. 8: 281-288, 1956.
  • 52. SIMÕES, A. J. P. Doença de Chagas no Estado do Paraná, Brasil. Esboço epidemioldgico. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 39: 279-290, 1943.
  • 53. SOUZA, S. L. & CAMARGO, M. E. The use of filter paper blood smears in a practical fluorescent test for American trypanosomiasis serodiagnosis. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 8: 255-258, 1965.
  • 54. STORNI, P. et al. Reacción de agglutinación direta para diagnostico de la enfermedad de Chagas. Utilization sistemática del 2-mercaptoethanol para la elimination de Ias aglutininas inespecificas. Medicina (B. Aires) 39 : 244-248, 1979.
  • 55. VILLELA, E. & BICALHO, J. C. As pesquisas de laboratório no diagnóstico da moléstia de Chagas. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 16: 13-29, 1923.
  • 56. VILLELA, E. A ocorrência da moléstia de Chagas nos hospitais de Belo Horizonte e na população de seus arredores. An. Fac. Med. Univ. Minas Gerais 1: 1-18, 1930.
  • 57. UPDYKE, E. L. & CONROY, E. Clarification of serum for storage in liquid or lyophile state. J. Bact. 72: 277-278, 1956.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Abr 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 1984

Histórico

  • Recebido
    20 Mar 1984
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 470, 05403-000 - São Paulo - SP - Brazil, Tel. +55 11 3061-7005 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revimtsp@usp.br