Acessibilidade / Reportar erro

Relacionando enfermagem, gênero e formação disciplinar

Resumos

Tendo como objeto a formação disciplinar das enfermeiras, a partir do conceito dé poder de Foucault, a autora busca através da análise e reflexão das práticas do cotidiano e da história da profissão, maior compreensão e entendimento das relações e interconexões entre a educação das enfermeiras, sua submissão e (im)possibilidades de um contra-poder no exercício de uma profissão eminentemente feminina.


The author, taking as object the nurses disciplinary formation, supporting fundamentally in Foucault's power concept, wants, through reflexion and analysis from quotidian practices and profession history, more comprehension and understanding from relations and interconnections among nurses education; submission and resistance (im)possibilities in a female profession exercise.


ARTIGOS

Relacionando enfermagem, gênero e formação disciplinar*** *** Trabalho apresentado no 45º Congresso Brasiieiro de Enfermagem. Recife PE, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.

Valéria Lerch Lunardi

Professora de Introdução à Enfermagem e Exercício da Enfermagem do Curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade do Rio Grande. Mestranda em Educação da Faculdade de Educação. FACED-UFRS

RESUMO

Tendo como objeto a formação disciplinar das enfermeiras, a partir do conceito dé poder de Foucault, a autora busca através da análise e reflexão das práticas do cotidiano e da história da profissão, maior compreensão e entendimento das relações e interconexões entre a educação das enfermeiras, sua submissão e (im)possibilidades de um contra-poder no exercício de uma profissão eminentemente feminina.

ABSTRACT

The author, taking as object the nurses disciplinary formation, supporting fundamentally in Foucault's power concept, wants, through reflexion and analysis from quotidian practices and profession history, more comprehension and understanding from relations and interconnections among nurses education; submission and resistance (im)possibilities in a female profession exercise.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, M.C. de e ROCHA, J.S.V. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. São Paulo: Cortez, 1989.

2. ANYON, J. Intersecções de gênero e classe: acomodação e resistência de mulheres e meninas às ideologias de papéis sexuais. Cadernos de pesquisa de São Paulo, 73:13-25, 1990.

3. BOURDIEU, P. La domination masculine. Actes de la recherche, 84, p.3-31, set. 1990.

4. BRASIL. COFEN. O exercício da enfermagem nas instituições de saúde do Brasil. 1982/1983. COFEN, ABEN, Rio de Janeiro, 1985.

5. ______ . Resolução nº 04, de 25 de fevereiro de 1972. Estabelece o currículo mínimo dos cursos de enfermagem e obstetrícia.

6. BRINGAS, A.S. Marxismo e feminismo: mujer-trabajo. Nueva Antropologia, v.8, n.30, p.66-76, 1986.

7. CHINN, P.L. e WHELLER, C. Feminism and nursing. Nursing Outlook, v.33, n.2, p.74-77, 1985.

8. DOLAN, J. A. History of nursing. 2 ed., Philadelphia, E.B. Saunders, 1986.

9. FOUCAULT, M. A história da sexualidade 1. 3 ed., Rio de Janeiro: Graal, 1980.

10. ______ . Microfisica do poder. 9 ed., Rio de Janeiro, Graal, 1990.

11. ______ . Tecnologias del Yo. Barcelona: Edicionaes Paidós Iberica, 1990.

12. ______ . Vigiar epunir. 8 ed., Petrópolis: Vozes, 1991.

13. FRANK, S. M. e ELIZONDO, S. T. Desarollo histórico de la enfermeria. México, La Prensa Médica Mexicana, 1975.

14. GERMANO, R.M. Educação e ideologia da enfermagem no Brasil. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1985.

15. GRIFFIN, G. J. e GRIFFIN, J.K. History and trends ofprofessional nursing. 7.ed., Saint Louis: C.V. Mosley, 1973.

16. LOYOLA, CM.D.L. Os dóceis corpos do hospital. Rio de Janeiro: PROED, UFRJ, 1987.

17. MELO, C.M.M. Divisão social do trabalho e enfermagem. SãoPaulo: Cortez, 1986.

18. MEYER, D.E.E. Reproduzindo relações de gênero e de classe no ensino da enfermagem. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1991, 165p.

19. MOLINA, TM. Historia de la enfermeria. 2. ed., Buenos Ayres: Intermedica, 1973.

20. NIGHTINGALE, F. Notas sobre a enfermagem. São Paulo: Cortez, 1985.

21. SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, 16 (2): 5-22, 1990.

22. SILVA, G.B. Enfermagem profissional. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1989.

23. SUBIRATS, M. Niños y niñas en la escuela: una exploración de los códigos de gênero actuales. Educación y Sociedade, Madrid, n.74, p. 91-100, 1986.

24. TEIXEIRA, E.M.R. et al. Apreciação critica da profissão da enfermagem. Recife: Rodovallo, 1988.

Recebido para publicação em 28.11.93.

* No exercício da enfermagem, em instituições de ensino ou de saude, a porcentagem de profissionais do sexo feminino é predominante. No Brasil, 94, 1 % dos profissionais de enfermagem de nível superior são mulheres e, na Região Sul, 95, 1 %, conforme dados de 1983 (4:56) Diante disto, parece-me conseqüente caracterizar a enfermagem como uma profissão predominantemente feminina. Portanto, ao referir-me neste texto às docentes enfermeiras, enfermeiras e alunas, entenda-se incluídos nestas denominações, também os professores enfermeiros, os enfermeiros e os alunos.

** O Panóptico de Bentham é uma figura arquitetural cujo princípio constitui-se numa construção em anel na periferia, tendo, ao centro, uma torre com amplas janelas que se abrem sobre a face interna deste anel. Esta área periférica é dividida em celas que ocupam toda a largura da construção, tendo duas janelas, uma para o interior, voltada para as janelas da torre e oultra para o exterior, de modo que a luz atravessa a cela de lado a lado. Nesta, o detento nunca sabe se est a sendo olhado, mas sempre existe a possibilidade de está sendo vigiado, daí "o princípio de que o poder devia ser visível e inverificável." (12: 177.8)

  • 1. ALMEIDA, M.C. de e ROCHA, J.S.V. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. São Paulo: Cortez, 1989.
  • 2. ANYON, J. Intersecções de gênero e classe: acomodação e resistência de mulheres e meninas às ideologias de papéis sexuais. Cadernos de pesquisa de São Paulo, 73:13-25, 1990.
  • 3. BOURDIEU, P. La domination masculine. Actes de la recherche, 84, p.3-31, set. 1990.
  • 4. BRASIL. COFEN. O exercício da enfermagem nas instituições de saúde do Brasil. 1982/1983. COFEN, ABEN, Rio de Janeiro, 1985.
  • 5
    ______ . Resolução nº 04, de 25 de fevereiro de 1972. Estabelece o currículo mínimo dos cursos de enfermagem e obstetrícia.
  • 6. BRINGAS, A.S. Marxismo e feminismo: mujer-trabajo. Nueva Antropologia, v.8, n.30, p.66-76, 1986.
  • 7. CHINN, P.L. e WHELLER, C. Feminism and nursing. Nursing Outlook, v.33, n.2, p.74-77, 1985.
  • 8. DOLAN, J. A. History of nursing. 2 ed., Philadelphia, E.B. Saunders, 1986.
  • 9. FOUCAULT, M. A história da sexualidade 1. 3 ed., Rio de Janeiro: Graal, 1980.
  • 10. ______ . Microfisica do poder. 9 ed., Rio de Janeiro, Graal, 1990.
  • 11. ______ . Tecnologias del Yo. Barcelona: Edicionaes Paidós Iberica, 1990.
  • 12
    ______ . Vigiar epunir. 8 ed., Petrópolis: Vozes, 1991.
  • 13. FRANK, S. M. e ELIZONDO, S. T. Desarollo histórico de la enfermeria. México, La Prensa Médica Mexicana, 1975.
  • 14. GERMANO, R.M. Educação e ideologia da enfermagem no Brasil. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1985.
  • 15. GRIFFIN, G. J. e GRIFFIN, J.K. History and trends ofprofessional nursing. 7.ed., Saint Louis: C.V. Mosley, 1973.
  • 16. LOYOLA, CM.D.L. Os dóceis corpos do hospital. Rio de Janeiro: PROED, UFRJ, 1987.
  • 17. MELO, C.M.M. Divisão social do trabalho e enfermagem. SãoPaulo: Cortez, 1986.
  • 18. MEYER, D.E.E. Reproduzindo relações de gênero e de classe no ensino da enfermagem. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1991, 165p.
  • 19. MOLINA, TM. Historia de la enfermeria. 2. ed., Buenos Ayres: Intermedica, 1973.
  • 20. NIGHTINGALE, F. Notas sobre a enfermagem. São Paulo: Cortez, 1985.
  • 21. SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, 16 (2): 5-22, 1990.
  • 22. SILVA, G.B. Enfermagem profissional. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1989.
  • 23. SUBIRATS, M. Niños y niñas en la escuela: una exploración de los códigos de gênero actuales. Educación y Sociedade, Madrid, n.74, p. 91-100, 1986.
  • 24. TEIXEIRA, E.M.R. et al. Apreciação critica da profissão da enfermagem. Recife: Rodovallo, 1988.
  • ***
    Trabalho apresentado no 45º Congresso Brasiieiro de Enfermagem. Recife PE, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Fev 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 1993

    Histórico

    • Recebido
      28 Nov 1993
    Associação Brasileira de Enfermagem SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-102 Brasília, DF, Brasil, Tel.: (55 61) 3226-0653, Fax: (55 61) 3225-4473 - Brasília - DF - Brazil
    E-mail: reben@abennacional.org.br