Acessibilidade / Reportar erro

Descrição do canto de anúncio e dimorfismo sexual em Proceratophrys concavitympanum Giaretta, Bernarde & Kokubum, 2000

Resumos

São descritos o canto de anúncio, os machos e dados de dimorfismo sexual em Proceratophrys concavitympanum, coletados em Aripuanã (Mato Grosso) e em Espigão do Oeste (Rondônia), Brasil. Os machos foram observados em atividade de vocalização ao longo de pequenos riachos em área de mata primária da Floresta Amazônica. O canto de anúncio de Proceratophrys concavitympanum descrito aqui é comparado com os cantos de outras espécies do gênero Proceratophrys.

Anura; Cycloramphidae; Proceratophrys concavitympanum; Machos; Vocalização


Here is described the advertisement call, the males and data of sexual dimorphism in Proceratophrys concavitympanum, collected in Aripuanã (Mato Grosso) and Espigão do Oeste (Rondônia), Brazil. The males were observed calling along small streams in primary forest of Amazonian Rainforest. The advertisement call of Proceratophrys concavitympanum described here is compared to calls of others Proceratophrys species.

Anura; Cycloramphidae; Proceratophrys concavitympanum; Males; Vocalization


Descrição do canto de anúncio e dimorfismo sexual em Proceratophrys concavitympanum Giaretta, Bernarde & Kokubum, 2000

Diego José SantanaI,II; Vinícius de Avelar São-PedroII; Paulo Sérgio BernardeIII; Renato Neves FeioIV

IDepartamento de Sistemática e Ecologia, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Federal da Paraíba, 58051-900, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail: santana_herpeto@yahoo.com.br

IILaboratório de Ecologia Evolutiva de Anfíbios e Répteis, Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 59072-970, Natal, RN, Brasil

IIILaboratório de Herpetologia, Centro Multidisciplinar, Campus Floresta, Universidade Federal do Acre, 69980-000, Cruzeiro do Sul, AC, Brasil

IVDepartamento de Biologia Animal, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil

RESUMO

São descritos o canto de anúncio, os machos e dados de dimorfismo sexual em Proceratophrys concavitympanum, coletados em Aripuanã (Mato Grosso) e em Espigão do Oeste (Rondônia), Brasil. Os machos foram observados em atividade de vocalização ao longo de pequenos riachos em área de mata primária da Floresta Amazônica. O canto de anúncio de Proceratophrys concavitympanum descrito aqui é comparado com os cantos de outras espécies do gênero Proceratophrys.

Palavras-chave: Anura; Cycloramphidae; Proceratophrys concavitympanum; Machos; Vocalização.

ABSTRACT

Here is described the advertisement call, the males and data of sexual dimorphism in Proceratophrys concavitympanum, collected in Aripuanã (Mato Grosso) and Espigão do Oeste (Rondônia), Brazil. The males were observed calling along small streams in primary forest of Amazonian Rainforest. The advertisement call of Proceratophrys concavitympanum described here is compared to calls of others Proceratophrys species.

Keywords: Anura; Cycloramphidae; Proceratophrys concavitympanum; Males; Vocalization.

INTRODUÇÃO

O gênero Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 atualmente é composto por 20 espécies distribuídas no Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai (Frost, 2009). Estas espécies estão agrupadas em complexos e/ou grupos taxonômicos informais, com base em similaridade morfológica (Prado & Pombal, 2008), que até o momento não tem corroboração filogenética (Amaro et al., 2009). Proceratophrys com apêndices palpebrais (sensu Prado & Pombal, 2008) são: Proceratophrys appendiculata (Günther, 1873), Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1824); Proceratophrys laticeps Izecksohn & Peixoto, 1981; Proceratophrys melanopogon (Miranda-Ribeiro, 1926); Proceratophrys moehringi Weygoldt & Peixoto, 1985; Proceratophrys paviotii Cruz, Prado & Izecksohn, 2005; Proceratophrys phyllostomus Izecksohn, Cruz & Peixoto, 1998; Proceratophrys renalis (Miranda-Ribeiro, 1920); Proceratophrys rondonae Prado & Pombal, 2008; Proceratophrys subguttata Izecksohn, Cruz & Peixoto, 1998; Proceratophrys tupinamba Prado & Pombal, 2008; o grupo de P. bigibbosa (sensu Kwet & Faivovich, 2001) reúne espécies sem apêndices palpebrais e rostrais mas com elevações pós-oculares: P. bigibbosa (Peters, 1872), P. avelinoi Mercadal de Barrio & Barrio, 1993, P. palustris Giaretta & Sazima, 1993 e P. brauni Kwet & Faivovich, 2001. E o grupo de P. cristiceps (sensu Giaretta et al., 2000) reúne as espécies sem apêndices palpebrais, rostrais ou elevações pós-oculares: P. cristiceps (Müller, 1883), P. goyana (Miranda-Ribeiro, 1937), P. cururu Eterovick & Sazima, 1998, P. concavitympanum Giaretta, Bernarde & Kokubum, 2000 e P. moratoi (Jim & Caramaschi, 1980), recentemente transferida do gênero Odontophrynus Reinhardt & Lütken, 1862 por Amaro et al. (2009). A espécie Proceratophrys schirchi (Miranda-Ribeiro, 1937) não está associada a nenhum grupo de espécies do gênero, apesar do seu relacionamento com P. cristiceps ser indicado em Amaro et al. (2009).

Proceratophrys concavitympanum foi descrita de Espigão do Oeste, estado de Rondônia, Brasil, com base em três fêmeas e um juvenil de sexo indeterminado (Giaretta et al., 2000). Os machos de P. concavitympanum e suas vocalizações são, até então, desconhecidos.

O canto de anúncio em anuros é, em geral, espécie-específico (Gerhardt, 1988). Isto faz com que a análise acústica dos cantos de anúncio seja um importante caráter taxonômico e, portanto, útil na distinção entre as espécies (Duellman & Trueb, 1994).

Neste trabalho o canto de anúncio de Proceratophrys concavitympanum é descrito a partir de espécimes da localidade-tipo (Espigão do Oeste, RO) e de Aripuanã (MT) e comparado a outros cantos do gênero já registrados na literatura. Descreve-se também os machos desta espécie, e são apresentados dados de dimorfismo sexual.

MATERIAL E MÉTODOS

Dez exemplares (nove machos e uma fêmea) de P. concavitympanum foram coletados em área de Floresta Ombrófila, nas proximidades do Aproveitamento Hidroelétrico Dardanelos (09º10'45"S, 60º37'50"O), no Município de Aripuanã (Mato Grosso), entre 20:00 h e 22:00 h, em 25 de Janeiro de 2009. Um outro macho foi coletado em área de Floresta Ombrófila na localidade-tipo da espécie na Fazenda Jaburi (11º38'02"S, 60º43'51"O), no Município de Espigão do Oeste (Rondônia), aproximadamente às 19:00 h, em 9 de Janeiro de 2010. Os exemplares foram identificados a partir da diagnose presente na descrição da espécie. A gravação das vocalizações de Aripuanã foi realizada com gravador portátil Digital Sony P620 com microfone interno e digitalizadas com freqüência de amostragem a 11.025 Hz e 16 bits de resolução. A gravação das vocalizações de Espigão do Oeste feitas com um gravador Pc Panasonic RR US450 com microfone interno e digitalizadas com freqüência de amostragem a 16.000 Hz e 16 bits de resolução. Para realização das análises foi utilizado o programa AVISOFT-SASLab Light for Windows versão 3.74, e SoundRuler Versão 0.9.4.1. Sonogramas foram produzidos utilizando-se os seguintes parâmetros: FFT = 256; Frame = 100; Overlap = 75; filtro flap top e contraste char 5. O sonograma, oscilograma e o espectro de potência foram confeccionados no programa SoundRuler Versão 0.9.4.1.

Termos técnicos referentes à bioacústica usados neste trabalho foram adaptados de Duellman & Trueb (1994) e Tárano (2001). Os espécimes estão depositados na Coleção Herpetológica Museu de Zoologia João Moojen, Universidade Federal de Viçosa (MZUFV), em Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

As medidas dos exemplares coletados seguem as utilizadas na descrição da espécie em Giaretta et al. (2000). As abreviações usadas são: comprimento rostro-cloacal (CRC), comprimento da cabeça (CC), largura da cabeça (LC), diâmetro do olho (DO), distância olho-focinho (DOF), diâmetro do tímpano (DT), comprimento da coxa (CCX), comprimento da tíbia (CTB), comprimento do pé, não incluindo o tarso (CP) e comprimento da mão (CM). Os caracteres morfométricos foram obtidos com paquímetro de precisão 0,01 mm. O teste t (Zar, 1984) foi aplicado para verificar a significância da diferença entre medidas de machos e fêmeas.

RESULTADOS

História Natural e canto de anúncio

Em Aripuanã (MT), indivíduos machos foram observados em atividade de vocalização durante forte chuva no início da noite (aproximadamente 19:30 hs), em interior de mata primária ao longo de um pequeno riacho temporário, afluente da margem esquerda do Rio Aripuanã. O riacho de leito arenoso apresentava leve correnteza, poucos centímetros de coluna d'água e estava parcialmente recoberto por serapilheira. Os indivíduos estavam próximos à água nas margens do riacho, ou mesmo parcialmente submersos em seu leito, mostrando-se crípticos sobre o solo arenoso.

Dois machos foram gravados aproximadamente às 21 hs enquanto vocalizavam no leito do riacho, a uma temperatura ambiente de 25ºC. O canto de anúncio (Figs. 1A-C; 2A-B) é composto por uma nota multipulsionada emitida esporadicamente, com duração entre 0,23 e 0,50 s (= 0,37 ± 0,06 s, n = 33), apresentando de 23 a 51 pulsos (= 38,7 ± 7,4; n = 33) e uma taxa de emissão de pulsos por segundo de 100,00-112,27 (= 106,3 ± 3,1). A freqüência dominante ocupa uma faixa entre 850,99-1.186,35 Hz (= 948,17 ± 66,66 Hz, n = 33).





Apenas um indivíduo macho foi observado em Espigão do Oeste, o mesmo se encontrava vocalizando próximo a margem de um riacho, escondido entre as folhas da serapilheira aproximadamente às 19:00 hs, a uma temperatura ambiente de 26ºC. Não haviam mais indivíduos em atividade de vocalização nesse ambiente durante essa noite. O canto do indivíduo da localidade tipo também é composto por uma nota multipulsionada emitida esporadicamente, com duração entre 0,18 e 0,33 s (= 0,28 ± 0,04 s, n = 13), apresentando de 19 a 37 pulsos (= 30,85 ± 4,81 n = 13) e uma taxa de emissão de pulsos por segundo de 100,67-119,72 (= 110,95 ± 5,24). A freqüência dominante ocupa uma faixa entre 754,63-875,71 Hz (= 819,18 ± 62,20 Hz, n = 13).

Dimorfismo sexual

Machos (Fig. 3 e 5 ) e Fêmeas (Fig. 4) são semelhantes entre si, entretanto, apresentam dimorfismo sexual em alguns parâmetros morfométricos (Tabela 1). Os machos apresentam CRC (= 45,42; ± 5,04; 39,57-57,06) menor (t = -3,81; p = 0,0014) que as fêmeas (= 52,37; ± 7,84; 43,4-59,08), assim como o CC é menor (t = -2,86; p = 0,0078) nos machos (= 15,67; ± 0,95) que nas fêmeas (= 15,68; ± 0,95). A cabeça dos machos (= 21,76; ± 1,02) é mais estreita que nas fêmeas (= 25,69; ± 3,83) (t = 2,00; p = 0,0061). O DOF nos machos (= 5,42; ± 0,33) é menor que nas fêmeas (= 9,68, ± 2,36) (t = -3,59; p = 0,0185). Nos machos, o CCX ( = 17,93; ± 1,34), PE (= 18,03; ± 1,46) e MAO (= 12,24; ± 0,98) são menores (CCX t = 3,16; p = 0,0396; PE t = 1,93; p = 0,0396; MAO t = 2,67; p = 0,0107) que o (= 21,93; ± 3,37), PE (= 20,23; ± 2,72) e MAO (= 14,18; ± 1,65) das fêmeas. A região gular dos machos mostra-se mais proeminente que nas fêmeas, devido à presença do saco vocal. Há também nos machos duas fendas vocais na parte interna da boca, cada uma em um dos lados da maxila, estendendo-se desde a inserção da língua até próximo a articulação mandibular. Machos também possuem as manchas reticuladas mais definidas na região ventral e estas se adensam na região gular, que se torna conseqüentemente mais escura que nas fêmeas. Não foram observadas calosidades nupciais ou calosidades tarsais escurecidas nos machos.



DISCUSSÃO

Os machos de P. concavitympanum (Fig. 3) apresentam as mesmas características das fêmeas (Fig. 4) indicadas para a série tipo (Giaretta et al., 2000), apresentando diferenças em alguns parâmetros morfométricos e na região ventral e gular. Dimorfismo sexual com fêmeas maiores do que machos é comum entre anuros (Shine, 1979), mas existem diferentes interpretações sobre como esta característica surgiu (Thomé & Brasileiro, 2007). As fêmeas maiores seriam selecionadas por sua capacidade reprodutiva (maior produção de óvulos ou de óvulos maiores) (Crump & Kaplan 1979, Prado et al. 2000). Por sua vez, machos não atingiriam tamanhos grandes devido a restrições energéticas relacionadas à reprodução (Woolbright, 1983), ou à maior pressão de predação decorrente de atividades relacionadas à reprodução (Ryan, 1985). Porém, dados detalhados de comportamento e da biologia relacionada à reprodução de P. concavitympanum são desconhecidos.

O ambiente onde foram encontrados os indivíduos da série-tipo de P. concavitympanum é descrito como uma poça permanente dentro de floresta (Giaretta et al., 2000) e Bernarde (2007) registrou também essa espécie em riachos temporários e permanentes em florestas em Espigão do Oeste (RO), onde apresentaram período de vocalização entre os meses de outubro a janeiro. Os indivíduos em Aripuanã (MT) foram observados em riacho temporário com leve correnteza em floresta, o que sugere certa plasticidade comportamental da espécie em relação à escolha do sítio reprodutivo, mas estando associada a ambientes florestados. Sabe-se que P. cristiceps, P. cururu e P. goyana também vocalizam nas margens de riachos, parecendo ser este o tipo de ambiente mais utilizado pelas espécies do grupo (Bastos et al., 2003; Eterovick & Sazima, 1998; Nunes & Juncá, 2006).

É possível que a diferença encontrada na freqüência dominante resulte de diferenças populacionais, relativas às condições ambientais e/ou características comportamentais dos indivíduos gravados nas duas localidades (Hartmann et al., 2005). É conhecido que machos de outras espécies de anuros podem modificar o comportamento de canto em resposta a machos coespecíficos e heteroespecíficos (Schwartz & Wells, 1984). Assim o maior número de indivíduos interagindo num mesmo local pode ser responsável pela freqüência dominante maior encontrada nos cantos registrados nos machos gravados em Aripuanã.

O canto de anúncio apresenta diferenças quando comparado a vocalizações de outras espécies (Tabela 2) de Proceratophrys. A duração do canto de P. concavitympanum (230-500; 178-326) é menor que a de P. bigibbosa (Kwet & Faivovich, 2001) (1.600-1.900), P. boiei (Heyer et al., 1990) (700-800), P. brauni (Kwet & Faivovich, 2001) (700-900), P. cururu (Eterovick & Sazima, 1998) (600-1.000) e P. moehringi (Weygoldt & Peixoto, 1985) (3.500-4.000), pouco menor, porém semelhante à de P. avelinoi (Kwet & Baldo, 2003) (200-754) e maior que o de P. moratoi (Brasileiro et al., 2008) (146-238; 185-307). A taxa de emissão de pulsos por segundo em P. concavitympanum (100-112,27; 100,67-119,72) é a maior encontrada, embora este parâmetro não seja descrito para P. moratoi. A quantidade de pulsos emitidos em cada nota em P. concavitympanum (23-51; 19-37) é semelhante à menor que P. avelinoi (23-70), P. bigibbosa (40-45), P. boiei (30-35), P. cristiceps (46-69), menor que P. moehringi (140) e maior que P. brauni (24-28) e P. moratoi (12-20; 15-26). A freqüência dominante de P. concavitympanum (850,99-1.186,35; 754,63-874,51) é semelhante à menor que P. avelinoi (1.050-2.300), P. bigibbosa (500-1.400), P. boiei (350-1.350), P. brauni (800-1.800), P. cristiceps (900-990), P. cururu (600-1.000), menor que P. moratoi (1.153-1.420; 1.174-1.444) e maior que P. moehringi (200-700).

Analisando-se os cantos de anúncio das espécies de Proceratophrys, nota-se que apesar de distintos os cantos de assemelham em alguns parâmetros. As médias da freqüência dominante de P. concavitympanum e P. cristiceps são semelhantes, e a média do número de pulsos emitidos por nota de P. concavitympanum é semelhante à P. cururu, enquanto a média da duração do canto em P. concavitympanum e P. moratoi são as menores encontradas, aproximando essas espécies.

Giaretta et al. (2000) propuseram o grupo de Proceratophrys cristiceps, composto por P. cristiceps, P. goyana, P. cururu e P. concavitympanum. Amaro et al. (2009), baseados em dados moleculares, alocaram P. moratoi no gênero Proceratophrys, considerando-a espécie irmã de P. concavitympanum. Além disso, se P. moratoi está realmente relacionada às espécies do grupo cristiceps sua ocorrência em áreas de cerrado corrobora a proposta de Giaretta et al. (2000) que relaciona as espécies desse grupo a ambientes abertos e sazonalmente secos.

Além da localidade-tipo em Espigão do Oeste (Rondônia) e em Aripuanã (Mato Grosso), Proceratophrys concavitympanum também foi encontrado nos municípios de Cacoal e Ministro Andreazza em Rondônia e Rondolândia no Mato Grosso (P.S. Bernarde, obs. pess.) e também coletada em Palmas, Tocantins (Amaro et al., 2009). Caldwell & Araújo (2005) registraram indivíduos de Proceratophrys sp. similares com P. concavitympanum nos rios Teles Pires e Xingu no Pará. Esses dados indicam que essa espécie apresenta uma distribuição abrangente ao sul da Amazônia. Contudo, ainda é provável que existam espécies não descritas desse gênero na Amazônia (Giaretta et al., 2000) (Fig. 6).


Apesar das informações complementares sobre a identidade de P. concavitympanum apresentadas neste trabalho, novas coletas desta espécie serão importantes para revelar a variabilidade morfológica das fêmeas e, sobretudo sua real distribuição geográfica e estado de conservação.

AGRADECIMENTOS

À Energética Águas da Pedra pelo suporte financeiro e logístico. À Prisicila S. Hote pelo auxílio na morfometria dos espécimes e a Henrique C. Costa pela leitura crítica do manuscrito. Ao IBAMA pelas licenças de coleta 29/2007-SUPES/MT, Registro 02001.003069/2004-42 e 12178-2. A bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq (501927/2009-3) para P.S. Bernarde.

Recebido em: 09.06.2009

Aceito em: 14.06.2010

Impresso em: 30.06.2010

  • AMARO, R.C.; PAVAN, D. & RODRIGUES, M.T. 2009. On the generic identity of Odontophrynus moratoi Jim & Caramaschi, 1980 (Anura, Cycloramphidae). Zootaxa, 2071: 61-68.
  • BASTOS, R.P.; MOTTA, J.A.O.; LIMA, L.P. & GUIMARÃES, L.D.A. 2003. Anfíbios da Floresta Nacional de Silvânia, Estado de Goiás. Goiânia.
  • BERNARDE, P.S. 2007. Ambientes e temporada de vocalização da anurofauna no Município de Espigão do Oeste, Rondônia, Sudoeste da Amazônia, Brasil (Amphibia: Anura). Biota Neotropica, 7(2):87-92.
  • BRASILEIRO, C.A.; MARTINS, I.A. & JIM, J. 2008. Amphibia, Anura, Cycloramphidae, Odontophrynus moratoi: Distribution extension and advertisement call. Check List, 4(4):382-385.
  • CALDWELL, J.P. & ARAÚJO, M.C. 2005. Amphibian faunas of two Eastern Amazonian rainforest sites in Pará, Brazil. Occasional Papers Sam Noble Oklahoma Museum of Natural History, 16:1-41.
  • CRUMP, M.L. & KAPLAN, R.H. 1979. Clutch energy portioning of tropical tree frogs (Hylidae). Copeia, 1979(4):626-635.
  • CRUZ, C.A.G.; PRADO, G.M. & IZECKSOHN, E. 2005. Nova espécie de Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 do Sudeste do Brasil (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). Arquivos do Museu Nacional, 63(2):289-295.
  • DUELLMAN, W.E. & TRUEB, L. 1994. Biology of amphibians, Johns Hopkins University Press. Baltimore and London.
  • ETEROVICK, P.C. & SAZIMA, I. 1998. New species of Proceratophrys (Anura: Leptodactylidae) from southeastern Brazil. Copeia, 1998(1):159-164.
  • FROST, D.R. 2009. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 5.3 (12 February, 2009). American Museum of Natural History, New York, USA. Disponível em: <http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html>. Acesso em: 21/maio/2009.
  • GERHARDT, H.C. 1988. Acoustic properties used in call recognition by frogs and toads. In: Fritzsch, B.M.; Ryan, M.J.; Wilczynski, W.; Hetherington, T.E. & Walkowiak, W. (Eds.), The evolution of the amphibian auditory system. JohnWiley & Sons, New York, p. 455-483.
  • GIARETTA, A.A.; BERNARDE, P.S. & KOKUBUM, M.C.N. 2000. A new species of Proceratophrys (Anura: Leptodactylidae) from the Amazon Rain Forest. Journal of Herpetology, 34(2):173-178.
  • HARTMANN, M.T.; HARTMANN, P.A. & HADDAD, C.F.B. 2006. Repertório vocal de Hylodes phyllodes (Amphibia, Anura, Hylodidae). Papéis avulsos de Zoologia, 46(17):203-209.
  • HEYER, W.R.; RAND, A.S.; CRUZ, C.A.G.; PEIXOTO, O.L. & NELSON, C.E. 1990. Frogs of Boracéia. Arquivos de Zoologia, 31(4):231-410.
  • KWET, A. & BALDO, D. 2003. Advertisement call of the leptodactylid frog Proceratophrys avelinoi. Amphibia-Reptilia, 24(1):104-107.
  • KWET, A. & FAIVOVICH, J. 2001. Proceratophrys bigibbosa species group (Anura: Leptodactylidae), with description of a new species. Copeia, 2001(1):203-215.
  • NUNES, I. & JUNCÁ, F.A. 2006. Advertisement calls of three Leptodactylid frogs in the state of Bahia, northeastern Brazil (Amphibia, Anura, Leptodactylidae), with considerations on their taxonomic status. Arquivos do Museu Nacional, 64(2):151-157.
  • PRADO, C.P.A.; UETANABARO, M. & LOPES, F.S. 2000. Reproductive strategies of Leptodactylus chaquensis and L. podicipinus in the Pantanal, Brasil. Journal of Herpetology, 34(1):135-139.
  • Prado, G.M. & Pombal-Jr, J.P. 2008. Espécies de Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 com apêndices palpebrais (Anura; Cycloramphidae). Arquivos de Zoologia, 39(1):1-85.
  • RYAN, M.J. 1985. The Tungara frog: a study in sexual selection and communication. The University of Chicago Press, Chicago.
  • SCHWARTZ, J.J. & WELLS, K.D. 1984. Vocal behavior of the Neotropical treefrog Hyla phlebodes. Herpetologica, 40:452-463.
  • SHINE, R. 1979. Sexual selection and sexual dimorphism in the Amphibia. Copeia, 2:297-306.
  • TÁRANO, Z. 2001. Variation in male advertisement calls in the Neotropical frog Physalaemus enesefae. Copeia, 4:1064-1072.
  • THOMÉ, M.T.C. & BRASILEIRO, C.A. 2007. Dimorfismo sexual, uso do ambiente e abundância sazonal de Elachistocleis cf. ovalis (Anura: Microhylidae) em um remanescente de Cerrado no estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotrópica, 7(1):27-33.
  • WEYGOLDT, P. & PEIXOTO, O.L. 1985. A new species of horned toad (Proceratophrys) from Espírito Santo, Brazil (Amphibia: Salientia: Leptodactylidae). Senckenbergiana Biologica, 66(1/3):1-8.
  • WOOLBRIGHT, L.L. 1983. Sexual selection and size dimorphism in anuran amphibia. The American Naturalist, 121(1):110-119.
  • ZAR, J.H. 1984. Biostatistical analysis. Prentice-Hall International, Inc. London, Sidney, Tokyo, Toronto.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Jul 2010
    • Data do Fascículo
      2010

    Histórico

    • Recebido
      09 Jun 2009
    • Aceito
      14 Jun 2009
    Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo Av. Nazaré, 481, Ipiranga, 04263-000 São Paulo SP Brasil, Tel.: (55 11) 2065-8133 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: einicker@usp.br