Acessibilidade / Reportar erro

Purificação e propriedades do vírus do mosaico do quenopódio

Purification and properties of chenopodium mosaic virus

Resumos

O vírus do mosaico do quenopódio foi purificado por meio de centrifugações alternadas de baixa e alta velocidade, complementadas pelo tratamento com clorofórmio e álcool amílico. Foram obtidas preparações altamente ativas, que apresentaram as reações características das proteínas e um espectro de absorção da luz ultravioleta igual ao das nucleoproteínas, e que não apresentavam o fenômeno de anisotropia de fluxo. O sedimento dessas preparações purificadas, obtido na ultracentrífuga, retomado em um pequeno volume de solução de sulfato de amônio 0,2 saturada e guardado a 4°C, produz um grande número de microcristais. As partículas que compõem as preparações examinadas ao microscópio são de aspecto e dimensões bastante uniformes; são "esféricas" e de cerca de 30 milimicros de diâmetro. O material purificado se assemelha ao vírus do mosaico "southern bean", quanto ao aspecto dos cristais, mas os testes de hospedeiros e sorológicos indicaram tratar-se de dois vírus perfeitamente distintos.


The Chenopodium mosaic virus was purified by means of alternated low and high speed centrifugations combined with chloroform N-amyl alcohol treatment. Such preparations have a high activity, give positive tests for protein and its ultra-violet absorption spectrum is that of a nucleoprotein solution. They do not show the phenomenon of anisotropy of flow. When examined in the electron microscope they showed to be constituted of "spherical" particles of uniform size having an approximate diameter of 30 mμ.. If a pellet of the purified virus is resuspended in a small volume of 0,2 saturated (NH4)2 SO4 solution and kept at 4°C for several hours, masses of roughly rhombic crystals are formed. As far as the size of particles and the form of crystals are concerned, the Chenopodium mosaic virus resembles the southern bean mosaic virus. They differ, however, in their host range and are not related serologically.


Purificação e propriedades do vírus do mosaico do quenopódio(* (* ) Trabalho em parte realizado com equipamento doado pela Fundação Rockefeller. )

Purification and properties of chenopodium mosaic virus

Darcy M. SilvaI; Mário MeneghiniII; Helena Lopes de Souza SantosIII, (** (** ) Bolsistas do Conselho Nacional de Pesquisas. )

IEngenheiro-agrônomo, Seção de Virologia, Instituto Agronômico

IIEngenheiro-agrônomo, Seção de Bioquímica Vegetal, Instituto Biológico

IIIEletromicroscopista, Seção de Microscópio Eletrônica, Universidade de São Paulo

RESUMO

O vírus do mosaico do quenopódio foi purificado por meio de centrifugações alternadas de baixa e alta velocidade, complementadas pelo tratamento com clorofórmio e álcool amílico. Foram obtidas preparações altamente ativas, que apresentaram as reações características das proteínas e um espectro de absorção da luz ultravioleta igual ao das nucleoproteínas, e que não apresentavam o fenômeno de anisotropia de fluxo. O sedimento dessas preparações purificadas, obtido na ultracentrífuga, retomado em um pequeno volume de solução de sulfato de amônio 0,2 saturada e guardado a 4°C, produz um grande número de microcristais.

As partículas que compõem as preparações examinadas ao microscópio são de aspecto e dimensões bastante uniformes; são "esféricas" e de cerca de 30 milimicros de diâmetro.

O material purificado se assemelha ao vírus do mosaico "southern bean", quanto ao aspecto dos cristais, mas os testes de hospedeiros e sorológicos indicaram tratar-se de dois vírus perfeitamente distintos.

SUMMARY

The Chenopodium mosaic virus was purified by means of alternated low and high speed centrifugations combined with chloroform N-amyl alcohol treatment.

Such preparations have a high activity, give positive tests for protein and its ultra-violet absorption spectrum is that of a nucleoprotein solution. They do not show the phenomenon of anisotropy of flow.

When examined in the electron microscope they showed to be constituted of "spherical" particles of uniform size having an approximate diameter of 30 mμ..

If a pellet of the purified virus is resuspended in a small volume of 0,2 saturated (NH4)2 SO4 solution and kept at 4°C for several hours, masses of roughly rhombic crystals are formed.

As far as the size of particles and the form of crystals are concerned, the Chenopodium mosaic virus resembles the southern bean mosaic virus. They differ, however, in their host range and are not related serologically.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 21 de dezembro de 1957.

  • 1 . BRAKKE, MYRON K., VATTER, A. E. & BLACK, L. M. Size and shape wound-tumor virus. Brookhaven Symposia in Biology 6:137-156. 1954.
  • 2.  KAESBERG, PAUL. Structure of small "spherical" viruses. Science (n.s.) 124:626-628. 1956.
  • 3.  KLECZKOWSKI, A. Interpreting relationships between the concentrations of plant viruses and number of local lesions. J. gen. Microbiol. 4:53-69. 1950.
  • 4.  LAUFFER, MAX A. The sedimentation rate of the infectious principle of tobacco mosaic virus. J. biol. Chem. 151:635-642. 1943.
  • 5.  MARKHAM, ROY & SMITH, KENNETH M. Studies on the virus of turnip yellow mosaic. Parasitology 39:330-342. 1949.
  • 6.  PIRIE, N. W. The criteria of purity used in the study of large molecules of biological origin. Biol. Rev. 15:377-404. 1940.
  • 7.  PRICE, W. C. Purification and crystallization of southern bean mosaic virus. Amer. J. Bot. 33:45-54. 1946.
  • 8.  SCHNEIDER, I. R. Solution of tobacco mosaic virus in the aqueous phase of a chloroform-water emulsion and application of the phenomenon in virus assay. Science (n.s.) 117:30-31. 1953.
  • 9.  SILVA, DARCY M. Estudos serológicos com dois vírus de planta. Rev. Agric, Piracicaba 32:189-194. 1957.
  • 10.  ________ & MENEGHINI, M. Purificação do vírus do mosaico do quenopódio. Comunicação à VII Reunião Anual da SBPC. Ciên. e Cult. 8:161. 1956.
  • 11.  TAKAHASHI, WILLIAM N. & MAMORU, ISHII. The formation of rodshaped particles resembling tobacco mosaic virus by polimerization of a protein from mosaic-diseased leaves. Phytopath. 42:690-691. 1952.
  • 12.  ________ & RAWLINS, T. E. Rod-shaped particles in tobacco mosaic virus demonstrated by stream double refraction. Science (n.s.) 77:26-27. 1933.
  • 13.  WILLIAMS, ROBLEY C. The shapes and sizes of purified viruses as determined by electron microscopy. Cold Spring Harbor Symposia 18:185-195. 1953.
  • (*
    ) Trabalho em parte realizado com equipamento doado pela Fundação Rockefeller.
  • (**
    ) Bolsistas do Conselho Nacional de Pesquisas.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Maio 2010
    • Data do Fascículo
      1958

    Histórico

    • Recebido
      21 Dez 1957
    Instituto Agronômico de Campinas Avenida Barão de Itapura, 1481, 13020-902, Tel.: +55 19 2137-0653, Fax: +55 19 2137-0666 - Campinas - SP - Brazil
    E-mail: bragantia@iac.sp.gov.br