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Hierarquias acadêmicas na pesquisa em educação

Resumo

O sistema de avaliação da pós-graduação e da pesquisa, com base na produção e qualificação dos quadros docentes e dos programas de pós-graduação vêm intensificando a concorrência e as tensões no campo científico. Apresentaremos neste artigo análises dos dados dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq em educação, pertencentes aos níveis 1 e sênior, considerando que estes estão no topo da hierarquia acadêmica. Nosso objetivo com este artigo é tentar (re)construir os processos que estruturaram e estruturam o campo científico da educação derivados das relações objetivas entre pares, instituições e recursos (materiais e simbólicos). Os currículos Lattes dos bolsistas, com bolsas vigentes no ano de 2016, são a referência empírica para a construção do banco de dados desta investigação. Para as análises, operamos com a frequência dos dados e o cruzamento de informações. O delineamento dessas estruturas permitiu desenvolver algumas hipóteses iniciais sobre a capitalização dos recursos necessários às diferentes posições nas hierarquias institucionais que configuram o campo de forças e de poder no âmbito da produção de pesquisa na área. Nossos dados indicam que apesar da ampliação dos programas de pós-graduação no Brasil e das tentativas de deslocar a centralidade do Sudeste na pesquisa, o poder, não só econômico como também científico, encontra-se ainda hoje fortemente ancorado nas regiões Sudeste e Sul do país.

Campo científico; Pesquisa em educação; Hierarquias institucionais; Bolsa de produtividade

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