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A experiência da intersubjetividade na pesquisa feminista: perspectivas metodológicas

Este artigo tem a finalidade de contribuir com os estudos a respeito de metodologias de pesquisa. Para tanto, busca-se fazer uma reflexão acerca da experiência de uma pesquisa engajada em que se coloca em evidência a influência da trajetória existencial da pesquisadora na escolha do seu objeto de estudo e as perspectivas metodológicas que favorecem a experiência da intersubjetividade na produção do conhecimento. Em última instância, busca-se mostrar que é possível fazer pesquisa científica ancorada em um paradigma metodológico que rompe com a dicotomia sujeito/objeto. Para esta discussão, toma-se como referência uma investigação que pretendeu compreender como as mulheres se constituem sujeitos femininos de saber teológico e que dinâmicas de poder perpassam os processos de inserção e de construção da docência feminina, em um lugar marcado por discursos hegemônicos e por lógicas de gênero da ordem social masculina. Desse modo, destaca-se a perspectiva hermenêutica, por esta permitir captar os sentidos que as docentes atribuem às suas ações e às experiências vividas no universo do saber teológico. A hermenêutica, como metodologia de pesquisa, favorece a produção de um conhecimento que não se pretende universal, mas situado, subjetivo e aberto a novas perspectivas de interpretação. Tais características são centrais nas epistemologias feministas que buscam desmitificar a pura objetividade e a universalidade do conhecimento, mostrando que os sujeitos do saber estão sempre inseridos em uma determinada situação, posição e circunstância e, por isso, nenhum conhecimento se produz desdenenhum lugar.

Intersubjetividade; Experiência; Hermenêutica; Pesquisa feminista


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