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O tempo escolar e o encontro com o outro: do ritmo padrão às simultaneidadesI I -Este texto integra a pesquisa Ruralidades diversas – diversas ruralidades: sujeitos instituições e práticas pedagógicas em escolas do campo Bahia-Brasil, que contou com financiamento do edital temático 004/2007 FAPESB, edital 03/2008 MCT/CNPq - Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas (Processo 400836/2008-4) e edital Universal 14/2010 MCT/CNPq (Processo 478835/2010-8). O trabalho resulta das reflexões realizadas durante a pesquisa de doutorado desenvolvida no Grupo de Pesquisa (Auto)Biografia, Formação e História Oral (GRAFHO), do Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, sob orientação do Prof. Dr. Elizeu Clementino de Souza, com financiamento da CAPES

Este texto tem por objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa cujo intuito foi compreender a relação entre o tempo escolar, os outros tempos sociais e as temporalidades dos sujeitos, a partir de narrativas biográficas de professoras, em duas escolas com classes multisseriadas, e sujeitos das comunidades de Botelho e Praia Grande, em Ilha de Maré (Bahia). A análise do campo empírico fez emergir o problema do tempo escolar reduzido a ritmo, ora compreendido como uma propriedade individual, ora como uma imposição de um tempo hegemônico, o do relógio. Para problematizar essa noção, foram utilizados como referencial teórico os trabalhos de Elias (1993), Faraco (2010a) e Bakhtin (2003). Com base na relação entre tempo e diferença, retomou-se a discussão com Bakhtin (2003; 2010) para, junto com Levinas (2011a, 2011b), propor outra concepção, a de tempo como simultaneidade, concebida como coexistência e interação. A pesquisa empírica adotou, como abordagem metodológica, a narrativa (auto)biográfica que se constitui na oportunidade do outro dizer de si e, ao fazê-lo, por meio da entrevista narrativa, deixar entrever traços de uma experiência ao mesmo tempo pessoal e social. A pesquisa concluiu que a compreensão do tempo escolar, de um lado, depende de um olhar atento para os outros tempos sociais que atravessam a escola, e, de outro, de uma atenção especial às interações realizadas entre os sujeitos no interior da sala de aula. Afinal, o tempo escolar é acontecimento que se dá no encontro com o outro.

Tempo escolar; Autobiografia; Tempo e outro; Ritmo e simultaneidade


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