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Educação bilíngue nos Estados Unidos: uma possível transição moral para a cidadania global

Este trabalho consiste em um estudo teórico cujo objetivo é investigar a importância de competências interculturais, tais como habilidades de comunicação, para o desenvolvimento de uma educação para a cidadania global. Tem como hipótese a sugestão de que os argumentos contra a educação bilíngue nos Estados Unidos da América (EUA) podem representar indícios da existência de uma transição entre uma abordagem conservadora de cidadania e uma de cidadania global. Para esse fim, uma reflexão teórica sobre os aspectos morais associados a argumentos contra a educação bilíngue e em favor de movimentos English-only dentro do sistema educacional dos EUA, bem como sobre as suas implicações para a cidadania global, será construída por meio de uma análise crítica da literatura produzida na área. Demonstra-se que os argumentos a favor do uso exclusivo do inglês e contra a educação bilíngue parecem reforçar a necessidade de uma reforma educacional baseada tanto na teoria de Adela Cortina (2005) sobre ética mínima, quanto na proposição de Makoni e Pennycook (2007) a respeito da necessidade de uma desinvenção e reconstituição das línguas. Concluiu-se que uma análise crítica dos argumentos contra a educação bilíngue, e em favor movimentos educacionais English-only, parece reforçar a proposta de que os EUA podem estar enfrentando um período de transição entre uma condição de monismo moral para uma de pluralismo moral, ao mesmo tempo em que o pluralismo moral pode ser um pré-requisito para a cidadania global.

Educação bilíngue; Movimentos educacionais English-only; Monismo moral; Pluralismo moral; Cidadania global


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