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Experiência e observação: de Rousseau ao Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

O artigo tem o objetivo de resgatar os conceitos de experiência e observação presentes em Emílio, de Jean-Jacques Rousseau, discutindo-os na perspectiva de uma educação para a emancipação, conforme formulada pelos autores da teoria crítica, especialmente Walter Benjamin e Theodor W. Adorno. Considerando a utilização e a valorização desses conceitos na teoria e na prática educativas, analisou-se a abordagem dada a eles no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, com o objetivo de ressaltar a criticidade presente na defesa da experiência das crianças e de sua observação no cotidiano escolar. Conclui-se, a partir das reflexões sobre os textos de Rousseau e dos autores da teoria crítica, que, no referido documento, diante da polissemia da experiência formativa, ressaltam-se o recorte curricular, a instrumentalização da ação do professor, as experiências e aprendizagens ditas essenciais, a experiência que o professor propicia às crianças e o esquadrinhamento das subjetividades por meio da observação e do registro sistemático. Se Rousseau solicita-nos observar a criança, bem como proporcionar e valorizar experiências significativas, é porque, de alguma forma, valendo-se de um recurso teórico-metodológico, dirige-se a educadores e educandos concretos que, passados quase três séculos, ainda se emaranham entre conceitos e representações sociais de infância sem se darem conta da experiência que legitima a construção desses mesmos conceitos e representações.

Teoria crítica e educação; Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil; Educação e emancipação


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